Belém,PA,11/09/1991
Diplomas
Há muito que a sociedade brasileira se manifesta insatisfeita com
o nepotismo que é praticado as escancaras pelos "representantes" do
povo. Condenando veementemente esse comportamento.
É praxe imoral, que tão logo o candidato eleito seja diplomado
encha seu gabinete com assessores - muitos qualificados como especiais - que
vão desde os pais até aos primos, passando inclusive por amigos mais chegados.
Para ratificar o parágrafo acima, basta que seja publicado uma
relação dos funcionários lotados nos três Poderes, que se verificará a
coincidência de nomes familiares, até mesmo com pessoas que não reeleitas, mas
deixaram no órgão publico um ou mais apadrinhados.
Quando deputados, vereadores e outros, são questionados a
respeito, defendem-se ou rebatem as críticas, declarando que seus
assessores são capacitados, são honestos e acima de tudo são de total
confiança. Logo, tem amplo e irrestrito aval do ocupante do cargo público.
Pois bem, as provas documentais da capacidade de muitos deles, são
falsas, por via de consequência a habilidade também é falsa. Em função disso,
a honestidade é mentirosa. Logo, como merecer confiança uma pessoa que age
ilícita, imoral e ilegalmente?
É espantoso que dentre os safados, haja até quem se passava por
bacharel, os quais sabe-se lá a quanto tempo vêm recebendo indevidamente
polpudos salários, subtraídos indevidamente dos impostos desse tão
sofrido povo.
O Presidente da Casa, está garantindo o mais amplo direito de
defesa aos suspeitos. É bom que seja assim, para que depois não haja
brecha à que a Justiça seja obrigada a mandar readmitir quem há muito vem
furtando o erário e contribuindo para a. condução deste País ao
lodaçal da corrupção e da inversão dos valores morais.
Os que estão solicitando demissão, estão nada mais, nada menos,
assinando a certidão de réu confesso, tentando com isso atenuar sua ação
ilegal. Esses, devem ser os primeiros a serem compelidos a devolverem aos
cofres públicos, tudo o que amealharam ilicitamente. Caso venham alegar que não
possuem bens, que essa devolução seja promovida por aquele que tanto confiou
na honestidade e na capacidade do assessor (pelo menos capacidade de
fraudar).
O lamaçal já está muito grande. O mau cheiro é insuportável. Ê
momento inadiável que se comece a aterrá-lo com a piçarra da honradez, da
ética, da moral e acima de tudo da seriedade. Um Poder constituído de falsos,
torna-se obrigatoriamente um Falso Poder.
Lúcio Reis
Justiça
“É inconcebível, agora que já chegamos
aos finalmente e, depois das conclusões judiciais, que os advogados da
Coligação do Povo, ainda teimem em querer achar fraude e irregularidades
no pleito eleitoral deste ano, tanto no 1º quanto no 2º turno.
Todos nós sabemos ser uma deslavada mentira
os seguintes fatos: empastelamento de urnas, desaparecimento
de urnas, multiplicação de urnas, lacre de urnas
violados, empenhamento de urnas, arrombamento de cartório eleitoral e consequente
desaparecimento de títulos, apropriação indébita de votos, - algo em torno de
3.000 – de parte de candidatos, que assim já estavam ate eleitos, adulteração
de Bus; assim como não é verdade que de Itaituba para cá , via aérea seja gasto 48 horas na viagem de algumas urnas, mesmo que o aeroplano seja o 14 BIS, e também é mentira que políticos que
incomodam jamais tenham sido assassinados a mando de alguém.
Apesar de tudo isso aqueles advogados ainda
encontram motivo para entrarem com mais de 120 recursos junto ao TRE.
Isto é uma maldade com os membros daquele Tribunal. Até parece sadismo, em
querer fazê-los trabalhar, sem nenhuma razão plausível. O pior de tudo é que
aqueles profissionais do direito, não satisfeitos ainda vão a procura de
guarida junto ao TSE, incomodando o Ministro Sidney Sanches e, por conseguinte
levar para além fronteira deste Estado tantas mentiras, pois FRAUDE?
Aqui? Nem pensar, foi o pleito mais limpo, mas sério, foi o mais imaculado que
a história registrou.
Aliás, tanto o paraense, quanto os demais
brasileiros de outros Estados, estão com psicose de má vontade com a Justiça
Brasileira, pois vejamos este fato: Dia 31 de dezembro de 1988, 55
pessoas, na falta do que fazer por ocasião do réveillon, firmaram um pacto
entre si e, acordaram urn suicídio por afogamento na Baia da Guanabara, no
Rio de Janeiro. Para tal, compraram passagens caríssimas no barco
Beteau Mouche e, em determinado momento começaram a se lançar ao mar
revolto. O mais escabroso e que não estava no plano suicida, é que o barco
ao tentar salvá-los, numa manobra brusca, acabou por adernar e
afundou, provocando um grande prejuízo aos pobrezinhos e miseráveis diretores
da Itatiaia Turismo e aos donos do barco.
O pior é que agora, depois de dois anos, mais
de 120 milhões de brasileiros, entendem e querem de qualquer maneira, que o
"jasmins” da sentença que foi proletada, seja modificada pelo Juiz Jasmin
Simões da Costa, da 12ª Vara Criminal. Ora pessoal, vocês estão com sorte, pois
aquele Juiz foi de uma grande camaradagem. Se ele fosse ruim, como querem
torná-lo (imaginem, ele ser favorável a um “juri de 120 milhões, que opina pela
condenação de 11, só porque 55 se suicidaram”, ele teria decretado sentença
condenando os familiares dos mortos a indenizarem o prejuizo causado ao barco,
principalmente depois de tanto investimento que os donos fizeram.
Ironias a parte. Nossa Justiça é cega, por
que é a justiça de 120 milhões de brasileiros cegos, que querem ver fraude onde
não existe, imperícia, negligencia, ganancia e irresponsabilidade em
pessoas idôneas e que só pensam nos usuários e, jamais em lucros extorsivos.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 29/11/1990
Só não vê...
Excluindo o Estado de Alagoas, no
resto do País, encerrou-se o pleito deste ano, com a votação do 2º turno em 15
capitais da Federação,
Em função do que vimos, na
qualidade de cidadão e leitor desse Matutino - O Liberal -, tanto no lº quanto
no 2º turno, em termos de gastança com propaganda e inequívoca
demonstração de poderio econômico, fomos remetidos ao mês de março deste ano,
por ocasião do lançamento do "Plano Brasil Novo”, quando foi decretado
o confisco dos saldos de C/C bancária e poupança, valores acima de CR$50.000,
( Cinquenta mil cruzeiros), pelo menos até setembro do ano vindouro.
Em virtude daquela apropriação temporária
das suadas e sacrificadas economias do trabalhador, do funcionário público e
privado e, de um modo geral de todos os brasileiros, principalmente dos pés
descalços e dos descamisados - pois constitucionalmente somos todos iguais
perante as leis - e, por outro lado, estando de frente com o fato real que foi
o imensurável desencaixe de parte de brasileiros candidatos aos mais diversos
cargos eletivos majoritários e proporcionais, surge obviamente em nossa cabeça,
uma cadeia de interrogações de que aquela medida, enxugamento do mercado
financeiro, foi realizada efetivamente com total imparcialidade e total sigilo,
com equidade e justiça, pois do contrario, como entender a desenfreada
gastança no pleito?
Aliás, o tempo corre, a Coloração
viva que se ministrou no Governo em março último, vai se tornando pálida,
a proporção em que pontos chaves de compromissos de palanques não surtem
na prática, nenhum dos efeitos esperados pela sociedade, ou quando isso ocorre
eles são tímidos.
- Para que não se alegue má
vontade e, de que só não vê quem não quer, temos a dizer que estamos vendo
que o funcionalismo público da União, está desde março com seus salários
congelados, enquanto isso o poder patrocina o deslocamento de um jato de
Brasilia a esta Capital e de volta para lá num mesmo dia, conduzindo um
de seus membros para que
ele cumpra com sua obrigação de votar (que voto oneroso), deduz-se por
analogia que os outros componentes do poder, também usufruíram dessa mordomia.
— Até hoje ainda tivemos noticia
de que algum corrupto que contribuiu para levar este País a uma inflação mensal
de mais de 80%, já esteja preso. De que é feito daqueles corruptos que
originaram aqueles calhamaços transportados em carrinhos de supermercado, que o
então Candidato entregou ao Governo anterior, para as devidas apurações,
inquéritos e etc..?
— Os salários continuam ficando
para trás, presos a cágados. As mercadorias, serviços, bens de consumo, os
alimentos, vestuário, saúde, educação estão todos com seus preços atrelados a
naves espaciais
Queremos ver os resultados
efetivos. Não os resultados de comerciais de TV. Gostaríamos de sentir os
efeitos na prática, no bolso nossos de cada dia no supermercado e etc...
Lúcio Reis
Belém, Pa, 16/11/1990
Fraude e impunidade
Tem-se a impressão, pelo caminhar da
procissão, de que todas as denuncias de fraude, ocorridas após e até mesmo
durante o pleito de 3 de outubro deste ano, não darão em nada: os
fraudadores e respectivos beneficiados, estarão lépidos e sorridentes, fazendo
"pouco" e galhofa do eleitor. Os primeiros com os bolsos cheios de "30
dinheiros" por terem vendido a democracia e os segundos que irão ao
desempenho de um cargo eletivo por 4 anos, ilegitimo, contribuindo a que dia a
dia se enterre cada vez mais este País. É obvio pois são mandatos com
envólucro da podridão da corrupção.
Chega-se a essa triste conclusão como simples
mortal e leitor:
1. - Pelo que a imprensa noticia sobre o
que ocorre dentro dos Tribunais, a quando dos julgamentos e decisões dos processo
que ali chegaram, pedindo recontagem de votos e anulação de eleição em função
de fraude evidente e vista a "olho nú", de conformidade com a
exordial dos requerentes e até mesmo ratificada pelos membros, alguns, do
TRE.
2. - Pelo que ocorre durante todo o ano e
há vários anos, pelos fatos a seguir: que ratificam que nossas
autoridades fazem de tudo para serem desobedecidas e portanto desmoralizadas,
se não, as reincidências não seriam tão alarmantes. Todos nós estamos
cheios de ouvir a cada ano à época da semana santa, que não faltará peixe,
que o peixe será vendido religiosamente na tabela e que os transgressores serão
punidos com o rigor da lei. Você sabe de alguém que foi punido? Época de
retorno de férias e feriados prolongados, será proibido o trânsito de veiculo
pesado na BR. Aí quando você vem ou vai,la encontra com caminhões, carretas e
etc...Ao aproximar-se o tempo de eleições é proibido campanha e propaganda
política antes do prazo previsto em lei; é proibido abuso do poder econômico, é
proibido afixar cartazes em determinada locais, como placas de trânsito etc...
e, no decorrer do processo, você constatá tudo isso e não sabe de ninguém que
esbarrou nos tribunais e pagou na cadeia pelos erros, abusos e
indisciplina cometidos. A título de exemplo, podemos também enumerar: Dia de
finados: as flores e velas serão comercializadas a preço acessível. Outubro,
época de círio e arraial, custo de produtos como bebidas, comidas típicas
e brinquedos do parque, também terão comercialização com preços aceitáveis.
Pura balela, fica tudo pelo olho da cara e ninguém toma uma providencia.
Portanto, diante dos exemplos acima, como
acreditar que a Justiça e as Leis Eleitorais neste Estado, serão cumpridas
ou a quem compete, fará com que sejam obedecidas? Nem que se tenha a maior
das boas vontades e grau de otimismo que se pretenda - o que era característica
de um ex-presidente desta Republica, a qual ele afundava a cada dia que
passava e somente ele tinha o otimismo de acreditar no Brasil.
Logo, para o bem de todos e em beneficio da
democracia, será que não seria de bom tom, que ao invés de toda essa
celeuma de julgamento e etc... que os Srs Juizes e membros do TRE,
procedesse por amostragem a convocação dos eleitores das Secções com
suspeita de fraude e tirasse a limpo suas escolhas? Poderiam alegar que o voto
é secreto. Concordo. E a corrupção é mais importante do que o sigilo do
sufrágio?
Lúcio Reis
Belém, Pa, 13/11/1990
Eleição
Não votarei no Candidato fulano de tal, dentre outros
itens tais os abaixo, mas também por isso:
- Candidato que pretende usar o
lixão de Ananindéua, como
trampolim para chegar ao poder, apesar de já em outra oportunidade ter
usado a promessa de construção da usina de incineração de lixo e com isso ter
chegado a cadeira do parlamento;
- Candidato que mesmo ja
tendo ocupado cargo na área de saúde, não exterminou ou diminuiu os
índices de mortalidade infantil e agora, nesta campanha usa
demagógicamente uma criança desnutrida — como se esse fato já não existisse há
muito tempo neste País, por culpa
desses mesmos homens públicos - com aspecto de crianças da Etiópia;
- Candidato a reeleição, ou aspirante à
mudarem da Câmara Baixa à Câmara Alta, empunhando como bandeira de campanha o
valor e quantidade do Salário Mínimo recebido por um trabalhador, quando esses
mesmos candidatos por poucas horas de comparecimento ao Legislativo percebem
mensalmente mais de 200 ou mais de 300 SM;
- Candidato que entende ser
um pingo d’água CR$130.000,00, equivalente hoje a mais de 20 Salários Mínimo,
correspondente a um ano e oito meses de trabalho de um assalariado;
- Candidatos declaradamente, pelas
circunstâncias e pelos fatos, denunciados por enriquecimento ilícito
através dos cargos públicos e através de corrupção:
- Candidato que assume compromisso - a nova
denominação de promessas eleitoreiras - de que mudará atitudes e procedimentos
em outro poder, passando atestado de ignorância da independência constitucional
dos poderes;
- Candidato que visa as mordomias do cargo,
como é o caso de um candidato a reeleição, que foi líder dele mesmo (bancada de
um só), que de viva voz me disse:"te eleges que tu terás"; quando lhe
falei em via pública, no trânsito, que o combustível que ele queimava no
veículo chapa branca que usava, daria para alimentar com leite muita criança
pobre;
- Candidatos a reeleição, porém gazeteiros,
que até agora não votaram as leis ordinárias à regulamentação de
dispositivos da Carta Magna de 88 e nem a LDO, mas, que não
terão seus contracheques reduzidos em função das ausências. Duvido que
coerentemente devolvam o que receberam sem trabalhar;
- Candidato que não está comprometido com a
renovação e modificação do sistema criado pelos políticos ao longo desses anos,
que somente os beneficia e sacrifica o povo, o qual lhe outorga representação;
O voto é a maior força de uma sociedade. Com
ele podemos fazer a Nação que almejamos para nós e nossos filhos. Mais uma vez
nos e ofertada essa oportunidade. Podemos, inclusive, dentre as exclusões
acima, tirar também da vida pública, os candidatos "camaleão” Aquele
que muda de coloração partidária, com o intuito de continuar a mamar no
erário.
Vamos mudar. Nós temos a força..
Lúcio Reis
Belém,
Pa, 13/11/1990
Ideologia
Pensava eu que a convicção
política que dava sustentação concreta a que se almejasse uma sociedade
mais justa, na qual as diferenças sociais, economicas e financeiras fossem as
menores possíveis, estivessem nas ideias, nos comportamentos e atitudes que
tivessem como escopo a honestidade, o trabalho, a justiça, a seriedade e a
transparência, principal e especialmente do homem público e que, o capital
jamais prevaleceria sobre o trabalhe, sendo este, portanto, a fonte de
todo desenvolvimento e do progresso.
Pensava eu ainda, que os Partidos
Políticos, que se abrigam no título "Ala Progressista"
marchassem em direção ao poder, objetivando única e seguramente o "Bem
Comum", o melhor e útil para o cidadão, independente de cor , de credo, de
ideologia política e do matiz partidário que ele optou.
Tem-se ouvido declarações de
líderes sindicais e de centrais de trabalhadores, que se confessam agora no 2º
turno, favoráveis à candidatura de Candidato da Frente de
Trabalho. Estas manifestações - ressalvando que eles votaram no derrotado
Senador do PSDB, Almir Gabriel, no 1º turno - creio não influenciarão ninguém e
não serão levadas em conta pelo cidadão e eleitor esclarecido, pois sabe-se ao
longo do tempo, que presidentes de sindicatos e similares, não são muitos
afeitos a alternância no cargo, daí entender-se suas posturas.
Todavia, causou-me e creio até
para muitos belemenses e paraenses, um enorme espanto a revelação do Deputado e
candidato derrotado a Presiâencia da Republica pela PCB, Sr Roberto
Freire, em 13.11.90 no horário do TRE, o qual, ao ouvi-lo sempre dei-me a
impressão de ser o "Papa de Socialismo Democrata Tupiniquim”, o cidadão
que seria capaz de promover a igualdade social e a sociedade mais justa
que sempre alardeia, de que no 2º turno apoia e indica para o Governo do
Estado do Pará, o ex-Ministro da Previdência Social.
Como cidadão democrata, ouço a
todos com o intuito da formar conceitos, ter base para escolher e se
possível, o melhor candidato, o qual atenda os interesses da sociedade e não os
seus próprios. Que sirva ao povo e não se sirva dele (de seus impostos). Que
diminua a pobreza e a miséria do povo e não aumente a sua riqueza pessoal, em
fim escolher um homem que realmente seja um administrador do erário e que o
faça com honradez, com transparência, sem corrupção e principalmente com
justiça e sensibilidade.
Entendia eu que havia incoerência
e incompatibilidade entre: Socialismo e corrupção; Progressismo e
enriquecimento via cargo público; Melhoria de poucos e desgraça de muitos.
Por fim, a conclusão a que
cheguei mais uma vez é que aos nossos ditos “representantes”, o que lhes
interessa mesmo é se manterem no poder, independente de que atropelem e
invertam os valores morais, éticos e não se importando até, com a prática dos
maiores absurdos, provocando-nos uma desproporcional incredulidade.
É parece que a derrubada do “Muro
da Vergonha” levou por água abaixo toda a ideologia e crença Marxista do Sr
Roberto Freire, ou então, eu sou um inveterado sonhador, que sonha com utopias,
Lúcio
Reis
Belém-Pa,15/10/1990
Roubaram o chicote
Iniciamos a campanha política com vistas ao segundo
turno, para o Cargo de Governador do Estado do Pará.
Havia no ar e na cabeça de alguns,
que tentavam de todas as maneiras
"condicionar" e incutir o cidadão de que a fatura seria liquidada no
lº turno. Todavia, como se pode constatar não foi o que ocorreu. Por isso se
conclui que até o "chicote da lambada" foi também roubado.
O brasileiro è um
povo ordeiro, pacato, que adora samba e futebol, também é catimbeiro, mas,
jamais de índole desonesta e jamais aprova a corrupção, gosta porém daquele jeitinho. Tanto isso é verdade
que o resultado das urnas em novembro e dezembro de 1989, fizeram
o "Caçador de Marajás" e aquele
que iria prender os corruptos, subir a rampa do Planalto na Capital Federal.
Ao longo da campanha do 1º
turno, quem assistiu os horários do TRE pode
verificar que do dicionário de alguns postulantes, as páginas que tratam dos vocábulos: honestidade,
seriedade, austeridade, moralidade, transparência administrativa! foram
arrancadas, pois em momento algum, quer em comício, em showmicio ao vivo ou em gravação em seus
programas, aquelas palavras
foram pronunciadas, pois caso o fossem, seria a mesma coisa que estarem praticando um
"harakíri" político.
A minha geraçãom em sua grande
fração teve como livro de cabeceira "O Pequeno Príncipe",
namorou ao som das baladas dos Beatles, admirou os lideres:
Gandhi, Martin Luther King, John Kennedy
dentre outros e contestou a Guerra do Vietnã.
Infelizmente, uma outra fração
o dessa mesma geração se deixou impressionar
profundamente pelo livro "Ali Ba Ba" e os 40 ladrões e cultuou o
ladrão do século Ronald Biggs, aquele que assaltou o trem pagador na Inglaterra
e fugiu aqui para o Brasil.
Como o destino de uma Nação pertence
aos jovens. E os jovens de ontem são os homens de hoje, compete-nos, aqueles que
não acreditam na inversão dos valores morais, seja a que pretexto for; aqueles que
creem que é através do trabalho sério e honesto é que se constrói a
economia de um País e, por conseguinte a riqueza e bem estar de um cidadão e de
sua família, não devemos ficar impassivos e omissos diante da
possibilidade de vermos ser entregue as mãos maculadas o destino deste
Estado, desta Nação.
Uma sociedade não é constituída só de maus ou só de
bons cidadãos. Quando os bons governam todos são
beneficiados, os bons e os maus. Porém, quando os maus
governam, todos são prejudicados e apenas os seus lacaios e os mais próximos e
que se beneficiam do poder.
Lúcio Reis
Belém-PA,
15/10/1990.
Reação
Nepotismo, tráfico de influência, mordomias
exageradas, auto-majoração dos salários, pouquíssimas horas de trabalho,
total de salário demasiadamente grande, legislação em causa própria, voto de
lideranças, atraso astronômico na votação de leis de interesse do povo, gazeta,
pianismo, semana de 3 dias de trabalho (terça à quinta feira),
jornada diária de trabalho de poucas horas, falta de decoro, falta de quorum
sistemática, jetons e não desconto de faltas às sessões, denuncias de
corrupção, de estelionato, tráfico de droga, envolvimento com a
contravenção etc...
Há longo tempo que o Brasil inteiro tem
conhecimento das denuncias e fatos listados no parágrafo acima, envolvendo
homens públicos e principalmente políticos desta República.
É óbvio que ninguém em sã
consciência é “louco” de apedrejar as Instituições Constituídas
deste País, mas é óbvio também, que qualquer cidadão interessado no futuro e no
presente de sua Pátria, bem como no bem estar de sua família, de seus
filhos e em uma sociedade mais justa, não aplaude e nem concorda com
aquelas imoralidades e falta total de civismo, de patriotismo dos pseudos
"representantes" do povo.
Há publicação de pesquisas que indicam o
politico nacional, como a categoria ou a classe de maior
descrédito junto a opinião pública brasileira, algo em torno de 70 à 76%.
Diante de tudo isso não se entende a razão ao
espanto e de se querer titular os percentuais de votos nulos e brancos
e abstenções em fenômeno eleitoral. Isto é, no meu entender, reação à uma
covarde e contumaz agressão que há tempo se perpetua contra o cidadão
brasileiro.
Há
muito que a tônica é a mesma: promessas e mais promessas que jamais serão
cumpridas, portanto, mentiras.
Houve uma vez que a massa em sua totalidade,
escolheu o bandido (Barrabás), ao invés do bem feitor. De lá para cá, a
massa vem apreendendo. Se hoje o índice de rejeição ultrapassa os 70%,
doravante, caso os homens públicos não mudem o sistema e visem a sociedade em
lugar de si próprios, teremos que nos acostumarmos com mais abstenções, mais
votos nulos e mais votos em branco.
Entre o ruim, o péssimo e o pior,
só resta uma escolha: o nenhum ou o ninguém, pois de que adianta uma
democracia, na qual uma elite reduzidíssima se locupleta se beneficia em
detrimento de u'a massa de miseráveis, paupérrimos a pagarem impostos para
sustentar os privilégios daquela meia dúzia?
Lúcio Reis
Belém, do Pará, 25/08/1990
Império Amazônico
Apos ter assistido ao disse me disse, levado
ao ar no horário gratuito da propaganda eleitoral, polarizado entre a Coligação
do Povo e a Frente de Trabalho, mais uma vez volto a esse Veículo de
Comunicação, solicitando guarida à minha opinião em relação ao assunto
asfaltamento.
De ante mão tenho todo respeito pelas opiniões
emitidas, todavia, vejo os fatos pelo seguinte ângulo de ótica: O Império
Amazônico constitui-se de 928 aptos., mais os moradores da Alameda Getúlio
Vargas, mais os invasores de uma área por trás do Conjunto, totalizando,
segundo a equipe da Frente de Trabalho algo em torno de 10.000 pessoas.
Essa Frente reivindica ao seu candidato ao senado, o Sr. Coutinho Jorge, a
construção da pracinha à entrada do Conjunto e a transformação de uma piscina
em quadra de esporte polivalente, entre os blocos 7 e 8, a qual as vezes por
uso de modo irresponsável, tem provocado total blecaute no Conjunto, quando
seus usuários - atletas - jogam a bola de encontro os fios de energia elétrica.
É verdade, os dois feitos são obras do
ex-prefeito e foram inaugurados às vésperas do pleito de 88 ao cargo de gestor
municipal, quando foi eleito o candidato Sahid Xerfan, hoje aspirante ao
posto de Governador pela Coligação do Povo . É verdade por outro lado
também, que as benfeitorias juntas, só beneficiam ou só podem ser usufruídas,
creio, no máximo por 1% (hum por cento) daqueles 10.000
moradores, tendo em vista o total de suas áreas.
A outra verdade inconteste é o ASFALTAMENTO que
aqui foi colocado. É um serviço sério, duradouro e que sem dúvida, ao meu
ver, não pode ser adjetivado obra eleioreira, pois foi realizado pela
PMB/SESAN, com planejamento do Sr. Xerfan e execução do Sr. Augusto Rezende e,
pelo que sabemos, a 3 de outubro teremos eleições para Governador do
Estado e não para Prefeito.
Desse ASFALTAMENTO o que
temos a considerar é que esse serviço beneficia 100%(cem por cento) a
comunidade daqui, independente de idade, pois quando não tinhamos o
asfalto, tinhamos as ruas cheias de buracos, e que, à época do inverno se
transformavam em poças de água piçarrenta que inúmeras vezes sob o impacto dos
pneus dos carros salpicavam as roupas dos transeuntes, sem contar com o
terrível lamaçal que enfrentávamos. Quando à época de verão, padeciamos de uma
infernal poeira amarela, a qual alguns moradores amenizavam molhando a frente
de suas casas.
Pois bem, os dois problemas e suas sérias
consequências foram erradicadas definitivamente de nossas vidas aqui, e isso,
tem-se que reconhecer é uma obra de abrangente aspecto social e econômico, pois
todos que aqui possuem imóveis, sabem que agora eles foram valorizados um pouco
mais.
A solução de problemas não merece
condenações, se foi concretizada ontem, hoje ou amanhã. O importante é que haja
a solução, se em breve, melhor.
Portanto, parodiando uma frase antiga,
poderia registrar: “Cidadão não faça com que seu voto, transforme candidatos em
armas de corrupção e malversação do erário, a vitima, com certeza será você!”
Lúcio Reis
Belém-Pa,14/08/1990
Propaganda política
Mais uma vez, compulsoriamente somos forçados a
anular 120 minutos de nosso lazer, via rádio e televisão, em função da
propaganda eleitoral "gratuita", que visa o pleito de 03.10 vindouro.
Esse Matutino - Jornal O Liberal - em sua edição de hoje
(14/8), em sua pag. 13, traz uma noticia com o título "Satisfeito ou
descrente”, que retrata a interpretação do presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sydney Sanches, em virtude do
desinteresse dos cidadãos em relação ao horário eleitoral, entendendo aquele
presidente que isso poderá ser prejudicial ao País.
Leva-se os anos em que não há eleição, tomando
conhecimento que parlamentares, em sua maioria, vêm cometendo as mais diversas
e absurdas atitudes, tais como, só para citar alguns exemplos: falcatruas,
corrupção, gazeta, locupletarem-se do erário no desfrute de mordomias as mais
variadas possíveis; auto majorarem seus vencimentos mensais à escalas
astronômicas e, interpretarem esse ato, como o mais banal possível;
acobertarem-se de seus erros na imunidade parlamentar; transformarem em ringue
o parlamento e descerem a níveis, o mais rasteiro possível os pronunciamentos.
Portanto, estamos todos enojados de tanta lama e, no
momento ainda sermos obrigados a assistir a lavagem de roupa suja entre eles
dentro de nossa sala de visita. Desculpe Sr. Presidente mas não é possível
haver satisfação.
Tudo isso levou o político nacional ao descrédito e a
provocar ojeriza, no cidadão, que a cada ano presencia seu País
caminhar passo a passo em direção ao abismo, em consequência de atos de
maus brasileiros que se agarraram e que sugam cada vez mais o poder público,
com a desculpa e promessa de lutar e reivindicar em defesa do mais fraco e
menos favorecido.
Estamos numa democracia, portanto, não seria
conveniente que a cada.dia, apenas
uma emíssora de rádio ou
televisão, obedecendo uma escala de rodizio diário, fizesse a
transmissão do horário da propaganda eleitoral, pois
assim e, democraticamente quem quisesse sintonizaria aquela
emissora, e se informaria sobre o candidato que iria. escolher para
sufragar.
Diante da realidade de que a Lei não oferece
alternativa de escolha ao cidadão, de querer ou não, assistir ou ouvir a
propaganda política, a mim como leigo, parece que há falta do espirito
democrático da escolha e, entende-se assim, que se o político nacional fosse
cônscio de seu comportamento e acreditasse nele mesmo, por certo não teria
votado uma lei, que impõe e dita uma norma que não oferece opção de escolher.
A situação hoje em dia, no nosso entender, resume-se
apenas no fato: "Ciclano que era do PMDB, passou para o PDS,
mas agora se filhiou ao PTB, porem vai apoiar o PCBt
todavia, no parlamento vai reforçar a bancada dó PSDB e na próxima eleição vai
coligar com o PT. logo, o
político brasileiro, o que ele quer mesmo é se manter no poder,
pois deste ele fez meio de vida e de boa vida. Por isso entendamos ser de muita
cara de pau, o candidato a reeleição que toma como bandeira de campanha
a condenação do recebimento de um mínimo pelo trabalhador, pois ele esquece que
se o trabalhador ganha apenas um salário é por que ele ganha mais de 200 e, a
fonte de seu milionário salário é o imposto daquele operário.
Tentem reverter esse quadro à níveis suportáveis. Tentem!
Lúcio Reis
Belém, Pa, 26/06/1990
IMPÉRIO
AMAZÔNICO
Dentro
do espírito inserido no “Dialogo e
Trabalho, que carimba a administração municipal de Belém no biênio 89/90, venho
por intermédio da presente, contando com
o alto espírito de seriedade, democracia e imparcialidade desse matutino,
fazer chegar ao conhecimento de nosso atual e do anterior gestor municipal o
que se segue:
-
“Está fincado à entrada do nosso “querido Império Amazônico” à Av Almt Barroso,
uma placa com os seguintes dizeres: PMB – pavimentação da malha viária do Conjunto
Império Amazônico”;
-
Desde quando o Sr Coutinho Jorge subia em palanque para campanha política que
recebemos promessas de que nosso conjunto sofreria asfaltamento. Ele terminou
seu mandato e ficamos somente na promessa.
-
Tem-se tomado conhecimento através dos veículos de comunicação, que vivemos em
tempo de colheta e que, inclusive a PMB dispõem de uma fábrica de asfalto com
capacidade de produção de milhares de toneladas de asfalto por hora.
-
Bem! Nosso conjunto recebeu serviço de terraplenagem com uso de trator,
compactação com rolo compressor e uma pintura de pixe, com posterior cobertura
de areia branca, com espalhamento manual.
-
Muito bem Sr Prefeito! De qualquer modo muito obrigado. Mas, entendemos que
temos direito a muito mais. Entendemos ainda, que o Sr tenha sido enganado ou
sido boicotado e, indiretamente e inocentemente está nos enganando (tentando),
pois o serviço que foi executado é o de uma pavimentação com uma finíssima
camada de pixe.
-
Queremos lhe informar que “U MURENO” já nos aplicou esse “conto do asfalto”, o
qual não suporta nem dois meses de uso. E, se aplicou aqui no conjunto,
fatalmente o fez em outros lugares. O resultado para ele, todos nos conhecemos.
-
Somos 928 apartamentos e mais os moradores da Alameda Getúlio Vargas. Os
comentários que por aqui ouvimos não são de satisfação, além de que ainda
faltam mais de 3 meses para alcançarmos o dia 03 de outubro.
-
Faço a presente denuncia e reclamação, com a consciência tranqüila de quem está
quites com seus impostos municipais, portanto, cumpridor de suas obrigações e
por conseguinte apto a reclamar direitos.
-
Não tenho procuração de nenhum morador ou vizinho, logo, estou apenas usando o
meu direito individual de cidadania e até mesmo cooperando com sua
administração.
Desde
já muito obrigado.
Lúcio
Reis
Nora
do autor: O “U MURENO” é termo marajoara como tratamento cordial e, chamado
assim, era esse adjetivo empregado ao político numa das gravações da campanha,
a fim de alcançar as camadas mais humildes do povo.
SR PRESIDENTE COLLOR
A 15 de março próximo, quando
esse Presidente assumir o Cargo e a Função que trazem o carimbo do aval da
sociedade brasileira, que por confiar e crer que suas promessas de
palanque serão concretizadas, lhe alçaram ao posto da Mandatário Máximo do
País, aprovando desta maneira seu Programa de Governo, espera que os resultados
apareçam de imediato a velozmente.
É público
e de amplo conhecimento de todos, inclusive alem fronteiras e por todo o
planeta, que de todas ou a mais relevante causa que afunda cada vez mais
esta Terra, motivo considerado mesmo como um "câncer" que
corrói os bons costumes, a moral, a austeridade, a seriedade e que destrói os
valores, tem sido a corrupção, a ladroagem. a malversacão dos
dinheiros públicos, o enriquecimento ilícito através dos cargos nos poderes e
tudo agravado com a impunidade, que caracterizaram
e traçaram o perfil do Brasil nos últimos tempos.
Há a promessa da implantação do
esquema "Pega Ladrão". Confiando nisso, será qua já não seria tempo
de seu Governo, qua está prestes a assumir, iniciar oontatos no sentido de
determinar as devidas Prisões Preventivas, pois se os
ladrões serão mesmo apanhados, fatalmente, se aquela medida judicial não
for tomada, lamentaremos ter que tomar conhecimento de que o novo governo não
colocou ninguém na cadeia uma vez que todos os maus brasileiros
merecedores de passar uma longa temporada atras das grades fugiram para os
paises limítrofes com o Brasil.
Portanto, Sr. Presidente,
confiamos qua V. Excia realizará uma plástica na face da Nação, pois se dessa
cirúrgia resultar que pelo menos a situação parou de piorar, já estaremos
satisfeitos, mas, se houver realmente uma efetiva melhora será um excelente
premio, o qual verdadeiramente esperamos e que sinceramente merecemos já há
muitos anos e todos estas anos como vitimas indefesas desses desajustados e
covardes que diariamente nos agridem.
Que Deus lhe proteja.
Lúcio Reis
Belém,PA,11/09/1991
Diplomas
Há muito que a sociedade brasileira se manifesta insatisfeita com
o nepotismo que é praticado as escancaras pelos "representantes" do
povo. Condenando veementemente esse comportamento.
É praxe imoral, que tão logo o candidato eleito seja diplomado
encha seu gabinete com assessores - muitos qualificados como especiais - que
vão desde os pais até aos primos, passando inclusive por amigos mais chegados.
Para ratificar o parágrafo acima, basta que seja publicado uma
relação dos funcionários lotados nos três Poderes, que se verificará a
coincidência de nomes familiares, até mesmo com pessoas que não reeleitas, mas
deixaram no órgão publico um ou mais apadrinhados.
Quando deputados, vereadores e outros, são questionados a
respeito, defendem-se ou rebatem as críticas, declarando que seus
assessores são capacitados, são honestos e acima de tudo são de total
confiança. Logo, tem amplo e irrestrito aval do ocupante do cargo público.
Pois bem, as provas documentais da capacidade de muitos deles, são
falsas, por via de consequência a habilidade também é falsa. Em função disso,
a honestidade é mentirosa. Logo, como merecer confiança uma pessoa que age
ilícita, imoral e ilegalmente?
É espantoso que dentre os safados, haja até quem se passava por
bacharel, os quais sabe-se lá a quanto tempo vêm recebendo indevidamente
polpudos salários, subtraídos indevidamente dos impostos desse tão
sofrido povo.
O Presidente da Casa, está garantindo o mais amplo direito de
defesa aos suspeitos. É bom que seja assim, para que depois não haja
brecha à que a Justiça seja obrigada a mandar readmitir quem há muito vem
furtando o erário e contribuindo para a. condução deste País ao
lodaçal da corrupção e da inversão dos valores morais.
Os que estão solicitando demissão, estão nada mais, nada menos,
assinando a certidão de réu confesso, tentando com isso atenuar sua ação
ilegal. Esses, devem ser os primeiros a serem compelidos a devolverem aos
cofres públicos, tudo o que amealharam ilicitamente. Caso venham alegar que não
possuem bens, que essa devolução seja promovida por aquele que tanto confiou
na honestidade e na capacidade do assessor (pelo menos capacidade de
fraudar).
O lamaçal já está muito grande. O mau cheiro é insuportável. Ê
momento inadiável que se comece a aterrá-lo com a piçarra da honradez, da
ética, da moral e acima de tudo da seriedade. Um Poder constituído de falsos,
torna-se obrigatoriamente um Falso Poder.
Lúcio Reis
Justiça
“É inconcebível, agora que já chegamos
aos finalmente e, depois das conclusões judiciais, que os advogados da
Coligação do Povo, ainda teimem em querer achar fraude e irregularidades
no pleito eleitoral deste ano, tanto no 1º quanto no 2º turno.
Todos nós sabemos ser uma deslavada mentira
os seguintes fatos: empastelamento de urnas, desaparecimento
de urnas, multiplicação de urnas, lacre de urnas
violados, empenhamento de urnas, arrombamento de cartório eleitoral e consequente
desaparecimento de títulos, apropriação indébita de votos, - algo em torno de
3.000 – de parte de candidatos, que assim já estavam ate eleitos, adulteração
de Bus; assim como não é verdade que de Itaituba para cá , via aérea seja gasto 48 horas na viagem de algumas urnas, mesmo que o aeroplano seja o 14 BIS, e também é mentira que políticos que
incomodam jamais tenham sido assassinados a mando de alguém.
Apesar de tudo isso aqueles advogados ainda
encontram motivo para entrarem com mais de 120 recursos junto ao TRE.
Isto é uma maldade com os membros daquele Tribunal. Até parece sadismo, em
querer fazê-los trabalhar, sem nenhuma razão plausível. O pior de tudo é que
aqueles profissionais do direito, não satisfeitos ainda vão a procura de
guarida junto ao TSE, incomodando o Ministro Sidney Sanches e, por conseguinte
levar para além fronteira deste Estado tantas mentiras, pois FRAUDE?
Aqui? Nem pensar, foi o pleito mais limpo, mas sério, foi o mais imaculado que
a história registrou.
Aliás, tanto o paraense, quanto os demais
brasileiros de outros Estados, estão com psicose de má vontade com a Justiça
Brasileira, pois vejamos este fato: Dia 31 de dezembro de 1988, 55
pessoas, na falta do que fazer por ocasião do réveillon, firmaram um pacto
entre si e, acordaram urn suicídio por afogamento na Baia da Guanabara, no
Rio de Janeiro. Para tal, compraram passagens caríssimas no barco
Beteau Mouche e, em determinado momento começaram a se lançar ao mar
revolto. O mais escabroso e que não estava no plano suicida, é que o barco
ao tentar salvá-los, numa manobra brusca, acabou por adernar e
afundou, provocando um grande prejuízo aos pobrezinhos e miseráveis diretores
da Itatiaia Turismo e aos donos do barco.
O pior é que agora, depois de dois anos, mais
de 120 milhões de brasileiros, entendem e querem de qualquer maneira, que o
"jasmins” da sentença que foi proletada, seja modificada pelo Juiz Jasmin
Simões da Costa, da 12ª Vara Criminal. Ora pessoal, vocês estão com sorte, pois
aquele Juiz foi de uma grande camaradagem. Se ele fosse ruim, como querem
torná-lo (imaginem, ele ser favorável a um “juri de 120 milhões, que opina pela
condenação de 11, só porque 55 se suicidaram”, ele teria decretado sentença
condenando os familiares dos mortos a indenizarem o prejuizo causado ao barco,
principalmente depois de tanto investimento que os donos fizeram.
Ironias a parte. Nossa Justiça é cega, por
que é a justiça de 120 milhões de brasileiros cegos, que querem ver fraude onde
não existe, imperícia, negligencia, ganancia e irresponsabilidade em
pessoas idôneas e que só pensam nos usuários e, jamais em lucros extorsivos.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 29/11/1990
Só não vê...
Excluindo o Estado de Alagoas, no
resto do País, encerrou-se o pleito deste ano, com a votação do 2º turno em 15
capitais da Federação,
Em função do que vimos, na
qualidade de cidadão e leitor desse Matutino - O Liberal -, tanto no lº quanto
no 2º turno, em termos de gastança com propaganda e inequívoca
demonstração de poderio econômico, fomos remetidos ao mês de março deste ano,
por ocasião do lançamento do "Plano Brasil Novo”, quando foi decretado
o confisco dos saldos de C/C bancária e poupança, valores acima de CR$50.000,
( Cinquenta mil cruzeiros), pelo menos até setembro do ano vindouro.
Em virtude daquela apropriação temporária
das suadas e sacrificadas economias do trabalhador, do funcionário público e
privado e, de um modo geral de todos os brasileiros, principalmente dos pés
descalços e dos descamisados - pois constitucionalmente somos todos iguais
perante as leis - e, por outro lado, estando de frente com o fato real que foi
o imensurável desencaixe de parte de brasileiros candidatos aos mais diversos
cargos eletivos majoritários e proporcionais, surge obviamente em nossa cabeça,
uma cadeia de interrogações de que aquela medida, enxugamento do mercado
financeiro, foi realizada efetivamente com total imparcialidade e total sigilo,
com equidade e justiça, pois do contrario, como entender a desenfreada
gastança no pleito?
Aliás, o tempo corre, a Coloração
viva que se ministrou no Governo em março último, vai se tornando pálida,
a proporção em que pontos chaves de compromissos de palanques não surtem
na prática, nenhum dos efeitos esperados pela sociedade, ou quando isso ocorre
eles são tímidos.
- Para que não se alegue má
vontade e, de que só não vê quem não quer, temos a dizer que estamos vendo
que o funcionalismo público da União, está desde março com seus salários
congelados, enquanto isso o poder patrocina o deslocamento de um jato de
Brasilia a esta Capital e de volta para lá num mesmo dia, conduzindo um
de seus membros para que
ele cumpra com sua obrigação de votar (que voto oneroso), deduz-se por
analogia que os outros componentes do poder, também usufruíram dessa mordomia.
— Até hoje ainda tivemos noticia
de que algum corrupto que contribuiu para levar este País a uma inflação mensal
de mais de 80%, já esteja preso. De que é feito daqueles corruptos que
originaram aqueles calhamaços transportados em carrinhos de supermercado, que o
então Candidato entregou ao Governo anterior, para as devidas apurações,
inquéritos e etc..?
— Os salários continuam ficando
para trás, presos a cágados. As mercadorias, serviços, bens de consumo, os
alimentos, vestuário, saúde, educação estão todos com seus preços atrelados a
naves espaciais
Queremos ver os resultados
efetivos. Não os resultados de comerciais de TV. Gostaríamos de sentir os
efeitos na prática, no bolso nossos de cada dia no supermercado e etc...
Lúcio Reis
Belém, Pa, 16/11/1990
Fraude e impunidade
Tem-se a impressão, pelo caminhar da
procissão, de que todas as denuncias de fraude, ocorridas após e até mesmo
durante o pleito de 3 de outubro deste ano, não darão em nada: os
fraudadores e respectivos beneficiados, estarão lépidos e sorridentes, fazendo
"pouco" e galhofa do eleitor. Os primeiros com os bolsos cheios de "30
dinheiros" por terem vendido a democracia e os segundos que irão ao
desempenho de um cargo eletivo por 4 anos, ilegitimo, contribuindo a que dia a
dia se enterre cada vez mais este País. É obvio pois são mandatos com
envólucro da podridão da corrupção.
Chega-se a essa triste conclusão como simples
mortal e leitor:
1. - Pelo que a imprensa noticia sobre o
que ocorre dentro dos Tribunais, a quando dos julgamentos e decisões dos processo
que ali chegaram, pedindo recontagem de votos e anulação de eleição em função
de fraude evidente e vista a "olho nú", de conformidade com a
exordial dos requerentes e até mesmo ratificada pelos membros, alguns, do
TRE.
2. - Pelo que ocorre durante todo o ano e
há vários anos, pelos fatos a seguir: que ratificam que nossas
autoridades fazem de tudo para serem desobedecidas e portanto desmoralizadas,
se não, as reincidências não seriam tão alarmantes. Todos nós estamos
cheios de ouvir a cada ano à época da semana santa, que não faltará peixe,
que o peixe será vendido religiosamente na tabela e que os transgressores serão
punidos com o rigor da lei. Você sabe de alguém que foi punido? Época de
retorno de férias e feriados prolongados, será proibido o trânsito de veiculo
pesado na BR. Aí quando você vem ou vai,la encontra com caminhões, carretas e
etc...Ao aproximar-se o tempo de eleições é proibido campanha e propaganda
política antes do prazo previsto em lei; é proibido abuso do poder econômico, é
proibido afixar cartazes em determinada locais, como placas de trânsito etc...
e, no decorrer do processo, você constatá tudo isso e não sabe de ninguém que
esbarrou nos tribunais e pagou na cadeia pelos erros, abusos e
indisciplina cometidos. A título de exemplo, podemos também enumerar: Dia de
finados: as flores e velas serão comercializadas a preço acessível. Outubro,
época de círio e arraial, custo de produtos como bebidas, comidas típicas
e brinquedos do parque, também terão comercialização com preços aceitáveis.
Pura balela, fica tudo pelo olho da cara e ninguém toma uma providencia.
Portanto, diante dos exemplos acima, como
acreditar que a Justiça e as Leis Eleitorais neste Estado, serão cumpridas
ou a quem compete, fará com que sejam obedecidas? Nem que se tenha a maior
das boas vontades e grau de otimismo que se pretenda - o que era característica
de um ex-presidente desta Republica, a qual ele afundava a cada dia que
passava e somente ele tinha o otimismo de acreditar no Brasil.
Logo, para o bem de todos e em beneficio da
democracia, será que não seria de bom tom, que ao invés de toda essa
celeuma de julgamento e etc... que os Srs Juizes e membros do TRE,
procedesse por amostragem a convocação dos eleitores das Secções com
suspeita de fraude e tirasse a limpo suas escolhas? Poderiam alegar que o voto
é secreto. Concordo. E a corrupção é mais importante do que o sigilo do
sufrágio?
Lúcio Reis
Belém, Pa, 13/11/1990
Eleição
Não votarei no Candidato fulano de tal, dentre outros
itens tais os abaixo, mas também por isso:
- Candidato que pretende usar o
lixão de Ananindéua, como
trampolim para chegar ao poder, apesar de já em outra oportunidade ter
usado a promessa de construção da usina de incineração de lixo e com isso ter
chegado a cadeira do parlamento;
- Candidato que mesmo ja
tendo ocupado cargo na área de saúde, não exterminou ou diminuiu os
índices de mortalidade infantil e agora, nesta campanha usa
demagógicamente uma criança desnutrida — como se esse fato já não existisse há
muito tempo neste País, por culpa
desses mesmos homens públicos - com aspecto de crianças da Etiópia;
- Candidato a reeleição, ou aspirante à
mudarem da Câmara Baixa à Câmara Alta, empunhando como bandeira de campanha o
valor e quantidade do Salário Mínimo recebido por um trabalhador, quando esses
mesmos candidatos por poucas horas de comparecimento ao Legislativo percebem
mensalmente mais de 200 ou mais de 300 SM;
- Candidato que entende ser
um pingo d’água CR$130.000,00, equivalente hoje a mais de 20 Salários Mínimo,
correspondente a um ano e oito meses de trabalho de um assalariado;
- Candidatos declaradamente, pelas
circunstâncias e pelos fatos, denunciados por enriquecimento ilícito
através dos cargos públicos e através de corrupção:
- Candidato que assume compromisso - a nova
denominação de promessas eleitoreiras - de que mudará atitudes e procedimentos
em outro poder, passando atestado de ignorância da independência constitucional
dos poderes;
- Candidato que visa as mordomias do cargo,
como é o caso de um candidato a reeleição, que foi líder dele mesmo (bancada de
um só), que de viva voz me disse:"te eleges que tu terás"; quando lhe
falei em via pública, no trânsito, que o combustível que ele queimava no
veículo chapa branca que usava, daria para alimentar com leite muita criança
pobre;
- Candidatos a reeleição, porém gazeteiros,
que até agora não votaram as leis ordinárias à regulamentação de
dispositivos da Carta Magna de 88 e nem a LDO, mas, que não
terão seus contracheques reduzidos em função das ausências. Duvido que
coerentemente devolvam o que receberam sem trabalhar;
- Candidato que não está comprometido com a
renovação e modificação do sistema criado pelos políticos ao longo desses anos,
que somente os beneficia e sacrifica o povo, o qual lhe outorga representação;
O voto é a maior força de uma sociedade. Com
ele podemos fazer a Nação que almejamos para nós e nossos filhos. Mais uma vez
nos e ofertada essa oportunidade. Podemos, inclusive, dentre as exclusões
acima, tirar também da vida pública, os candidatos "camaleão” Aquele
que muda de coloração partidária, com o intuito de continuar a mamar no
erário.
Vamos mudar. Nós temos a força..
Lúcio Reis
Belém,
Pa, 13/11/1990
Ideologia
Pensava eu que a convicção
política que dava sustentação concreta a que se almejasse uma sociedade
mais justa, na qual as diferenças sociais, economicas e financeiras fossem as
menores possíveis, estivessem nas ideias, nos comportamentos e atitudes que
tivessem como escopo a honestidade, o trabalho, a justiça, a seriedade e a
transparência, principal e especialmente do homem público e que, o capital
jamais prevaleceria sobre o trabalhe, sendo este, portanto, a fonte de
todo desenvolvimento e do progresso.
Pensava eu ainda, que os Partidos
Políticos, que se abrigam no título "Ala Progressista"
marchassem em direção ao poder, objetivando única e seguramente o "Bem
Comum", o melhor e útil para o cidadão, independente de cor , de credo, de
ideologia política e do matiz partidário que ele optou.
Tem-se ouvido declarações de
líderes sindicais e de centrais de trabalhadores, que se confessam agora no 2º
turno, favoráveis à candidatura de Candidato da Frente de
Trabalho. Estas manifestações - ressalvando que eles votaram no derrotado
Senador do PSDB, Almir Gabriel, no 1º turno - creio não influenciarão ninguém e
não serão levadas em conta pelo cidadão e eleitor esclarecido, pois sabe-se ao
longo do tempo, que presidentes de sindicatos e similares, não são muitos
afeitos a alternância no cargo, daí entender-se suas posturas.
Todavia, causou-me e creio até
para muitos belemenses e paraenses, um enorme espanto a revelação do Deputado e
candidato derrotado a Presiâencia da Republica pela PCB, Sr Roberto
Freire, em 13.11.90 no horário do TRE, o qual, ao ouvi-lo sempre dei-me a
impressão de ser o "Papa de Socialismo Democrata Tupiniquim”, o cidadão
que seria capaz de promover a igualdade social e a sociedade mais justa
que sempre alardeia, de que no 2º turno apoia e indica para o Governo do
Estado do Pará, o ex-Ministro da Previdência Social.
Como cidadão democrata, ouço a
todos com o intuito da formar conceitos, ter base para escolher e se
possível, o melhor candidato, o qual atenda os interesses da sociedade e não os
seus próprios. Que sirva ao povo e não se sirva dele (de seus impostos). Que
diminua a pobreza e a miséria do povo e não aumente a sua riqueza pessoal, em
fim escolher um homem que realmente seja um administrador do erário e que o
faça com honradez, com transparência, sem corrupção e principalmente com
justiça e sensibilidade.
Entendia eu que havia incoerência
e incompatibilidade entre: Socialismo e corrupção; Progressismo e
enriquecimento via cargo público; Melhoria de poucos e desgraça de muitos.
Por fim, a conclusão a que
cheguei mais uma vez é que aos nossos ditos “representantes”, o que lhes
interessa mesmo é se manterem no poder, independente de que atropelem e
invertam os valores morais, éticos e não se importando até, com a prática dos
maiores absurdos, provocando-nos uma desproporcional incredulidade.
É parece que a derrubada do “Muro
da Vergonha” levou por água abaixo toda a ideologia e crença Marxista do Sr
Roberto Freire, ou então, eu sou um inveterado sonhador, que sonha com utopias,
Lúcio
Reis
Belém-Pa,15/10/1990
Roubaram o chicote
Iniciamos a campanha política com vistas ao segundo
turno, para o Cargo de Governador do Estado do Pará.
Havia no ar e na cabeça de alguns,
que tentavam de todas as maneiras
"condicionar" e incutir o cidadão de que a fatura seria liquidada no
lº turno. Todavia, como se pode constatar não foi o que ocorreu. Por isso se
conclui que até o "chicote da lambada" foi também roubado.
O brasileiro è um
povo ordeiro, pacato, que adora samba e futebol, também é catimbeiro, mas,
jamais de índole desonesta e jamais aprova a corrupção, gosta porém daquele jeitinho. Tanto isso é verdade
que o resultado das urnas em novembro e dezembro de 1989, fizeram
o "Caçador de Marajás" e aquele
que iria prender os corruptos, subir a rampa do Planalto na Capital Federal.
Ao longo da campanha do 1º
turno, quem assistiu os horários do TRE pode
verificar que do dicionário de alguns postulantes, as páginas que tratam dos vocábulos: honestidade,
seriedade, austeridade, moralidade, transparência administrativa! foram
arrancadas, pois em momento algum, quer em comício, em showmicio ao vivo ou em gravação em seus
programas, aquelas palavras
foram pronunciadas, pois caso o fossem, seria a mesma coisa que estarem praticando um
"harakíri" político.
A minha geraçãom em sua grande
fração teve como livro de cabeceira "O Pequeno Príncipe",
namorou ao som das baladas dos Beatles, admirou os lideres:
Gandhi, Martin Luther King, John Kennedy
dentre outros e contestou a Guerra do Vietnã.
Infelizmente, uma outra fração
o dessa mesma geração se deixou impressionar
profundamente pelo livro "Ali Ba Ba" e os 40 ladrões e cultuou o
ladrão do século Ronald Biggs, aquele que assaltou o trem pagador na Inglaterra
e fugiu aqui para o Brasil.
Como o destino de uma Nação pertence
aos jovens. E os jovens de ontem são os homens de hoje, compete-nos, aqueles que
não acreditam na inversão dos valores morais, seja a que pretexto for; aqueles que
creem que é através do trabalho sério e honesto é que se constrói a
economia de um País e, por conseguinte a riqueza e bem estar de um cidadão e de
sua família, não devemos ficar impassivos e omissos diante da
possibilidade de vermos ser entregue as mãos maculadas o destino deste
Estado, desta Nação.
Uma sociedade não é constituída só de maus ou só de
bons cidadãos. Quando os bons governam todos são
beneficiados, os bons e os maus. Porém, quando os maus
governam, todos são prejudicados e apenas os seus lacaios e os mais próximos e
que se beneficiam do poder.
Lúcio Reis
Belém-PA,
15/10/1990.
Reação
Nepotismo, tráfico de influência, mordomias
exageradas, auto-majoração dos salários, pouquíssimas horas de trabalho,
total de salário demasiadamente grande, legislação em causa própria, voto de
lideranças, atraso astronômico na votação de leis de interesse do povo, gazeta,
pianismo, semana de 3 dias de trabalho (terça à quinta feira),
jornada diária de trabalho de poucas horas, falta de decoro, falta de quorum
sistemática, jetons e não desconto de faltas às sessões, denuncias de
corrupção, de estelionato, tráfico de droga, envolvimento com a
contravenção etc...
Há longo tempo que o Brasil inteiro tem
conhecimento das denuncias e fatos listados no parágrafo acima, envolvendo
homens públicos e principalmente políticos desta República.
É óbvio que ninguém em sã
consciência é “louco” de apedrejar as Instituições Constituídas
deste País, mas é óbvio também, que qualquer cidadão interessado no futuro e no
presente de sua Pátria, bem como no bem estar de sua família, de seus
filhos e em uma sociedade mais justa, não aplaude e nem concorda com
aquelas imoralidades e falta total de civismo, de patriotismo dos pseudos
"representantes" do povo.
Há publicação de pesquisas que indicam o
politico nacional, como a categoria ou a classe de maior
descrédito junto a opinião pública brasileira, algo em torno de 70 à 76%.
Diante de tudo isso não se entende a razão ao
espanto e de se querer titular os percentuais de votos nulos e brancos
e abstenções em fenômeno eleitoral. Isto é, no meu entender, reação à uma
covarde e contumaz agressão que há tempo se perpetua contra o cidadão
brasileiro.
Há
muito que a tônica é a mesma: promessas e mais promessas que jamais serão
cumpridas, portanto, mentiras.
Houve uma vez que a massa em sua totalidade,
escolheu o bandido (Barrabás), ao invés do bem feitor. De lá para cá, a
massa vem apreendendo. Se hoje o índice de rejeição ultrapassa os 70%,
doravante, caso os homens públicos não mudem o sistema e visem a sociedade em
lugar de si próprios, teremos que nos acostumarmos com mais abstenções, mais
votos nulos e mais votos em branco.
Entre o ruim, o péssimo e o pior,
só resta uma escolha: o nenhum ou o ninguém, pois de que adianta uma
democracia, na qual uma elite reduzidíssima se locupleta se beneficia em
detrimento de u'a massa de miseráveis, paupérrimos a pagarem impostos para
sustentar os privilégios daquela meia dúzia?
Lúcio Reis
Belém, do Pará, 25/08/1990
Império Amazônico
Apos ter assistido ao disse me disse, levado
ao ar no horário gratuito da propaganda eleitoral, polarizado entre a Coligação
do Povo e a Frente de Trabalho, mais uma vez volto a esse Veículo de
Comunicação, solicitando guarida à minha opinião em relação ao assunto
asfaltamento.
De ante mão tenho todo respeito pelas opiniões
emitidas, todavia, vejo os fatos pelo seguinte ângulo de ótica: O Império
Amazônico constitui-se de 928 aptos., mais os moradores da Alameda Getúlio
Vargas, mais os invasores de uma área por trás do Conjunto, totalizando,
segundo a equipe da Frente de Trabalho algo em torno de 10.000 pessoas.
Essa Frente reivindica ao seu candidato ao senado, o Sr. Coutinho Jorge, a
construção da pracinha à entrada do Conjunto e a transformação de uma piscina
em quadra de esporte polivalente, entre os blocos 7 e 8, a qual as vezes por
uso de modo irresponsável, tem provocado total blecaute no Conjunto, quando
seus usuários - atletas - jogam a bola de encontro os fios de energia elétrica.
É verdade, os dois feitos são obras do
ex-prefeito e foram inaugurados às vésperas do pleito de 88 ao cargo de gestor
municipal, quando foi eleito o candidato Sahid Xerfan, hoje aspirante ao
posto de Governador pela Coligação do Povo . É verdade por outro lado
também, que as benfeitorias juntas, só beneficiam ou só podem ser usufruídas,
creio, no máximo por 1% (hum por cento) daqueles 10.000
moradores, tendo em vista o total de suas áreas.
A outra verdade inconteste é o ASFALTAMENTO que
aqui foi colocado. É um serviço sério, duradouro e que sem dúvida, ao meu
ver, não pode ser adjetivado obra eleioreira, pois foi realizado pela
PMB/SESAN, com planejamento do Sr. Xerfan e execução do Sr. Augusto Rezende e,
pelo que sabemos, a 3 de outubro teremos eleições para Governador do
Estado e não para Prefeito.
Desse ASFALTAMENTO o que
temos a considerar é que esse serviço beneficia 100%(cem por cento) a
comunidade daqui, independente de idade, pois quando não tinhamos o
asfalto, tinhamos as ruas cheias de buracos, e que, à época do inverno se
transformavam em poças de água piçarrenta que inúmeras vezes sob o impacto dos
pneus dos carros salpicavam as roupas dos transeuntes, sem contar com o
terrível lamaçal que enfrentávamos. Quando à época de verão, padeciamos de uma
infernal poeira amarela, a qual alguns moradores amenizavam molhando a frente
de suas casas.
Pois bem, os dois problemas e suas sérias
consequências foram erradicadas definitivamente de nossas vidas aqui, e isso,
tem-se que reconhecer é uma obra de abrangente aspecto social e econômico, pois
todos que aqui possuem imóveis, sabem que agora eles foram valorizados um pouco
mais.
A solução de problemas não merece
condenações, se foi concretizada ontem, hoje ou amanhã. O importante é que haja
a solução, se em breve, melhor.
Portanto, parodiando uma frase antiga,
poderia registrar: “Cidadão não faça com que seu voto, transforme candidatos em
armas de corrupção e malversação do erário, a vitima, com certeza será você!”
Lúcio Reis
Belém-Pa,14/08/1990
Propaganda política
Mais uma vez, compulsoriamente somos forçados a
anular 120 minutos de nosso lazer, via rádio e televisão, em função da
propaganda eleitoral "gratuita", que visa o pleito de 03.10 vindouro.
Esse Matutino - Jornal O Liberal - em sua edição de hoje
(14/8), em sua pag. 13, traz uma noticia com o título "Satisfeito ou
descrente”, que retrata a interpretação do presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sydney Sanches, em virtude do
desinteresse dos cidadãos em relação ao horário eleitoral, entendendo aquele
presidente que isso poderá ser prejudicial ao País.
Leva-se os anos em que não há eleição, tomando
conhecimento que parlamentares, em sua maioria, vêm cometendo as mais diversas
e absurdas atitudes, tais como, só para citar alguns exemplos: falcatruas,
corrupção, gazeta, locupletarem-se do erário no desfrute de mordomias as mais
variadas possíveis; auto majorarem seus vencimentos mensais à escalas
astronômicas e, interpretarem esse ato, como o mais banal possível;
acobertarem-se de seus erros na imunidade parlamentar; transformarem em ringue
o parlamento e descerem a níveis, o mais rasteiro possível os pronunciamentos.
Portanto, estamos todos enojados de tanta lama e, no
momento ainda sermos obrigados a assistir a lavagem de roupa suja entre eles
dentro de nossa sala de visita. Desculpe Sr. Presidente mas não é possível
haver satisfação.
Tudo isso levou o político nacional ao descrédito e a
provocar ojeriza, no cidadão, que a cada ano presencia seu País
caminhar passo a passo em direção ao abismo, em consequência de atos de
maus brasileiros que se agarraram e que sugam cada vez mais o poder público,
com a desculpa e promessa de lutar e reivindicar em defesa do mais fraco e
menos favorecido.
Estamos numa democracia, portanto, não seria
conveniente que a cada.dia, apenas
uma emíssora de rádio ou
televisão, obedecendo uma escala de rodizio diário, fizesse a
transmissão do horário da propaganda eleitoral, pois
assim e, democraticamente quem quisesse sintonizaria aquela
emissora, e se informaria sobre o candidato que iria. escolher para
sufragar.
Diante da realidade de que a Lei não oferece
alternativa de escolha ao cidadão, de querer ou não, assistir ou ouvir a
propaganda política, a mim como leigo, parece que há falta do espirito
democrático da escolha e, entende-se assim, que se o político nacional fosse
cônscio de seu comportamento e acreditasse nele mesmo, por certo não teria
votado uma lei, que impõe e dita uma norma que não oferece opção de escolher.
A situação hoje em dia, no nosso entender, resume-se
apenas no fato: "Ciclano que era do PMDB, passou para o PDS,
mas agora se filhiou ao PTB, porem vai apoiar o PCBt
todavia, no parlamento vai reforçar a bancada dó PSDB e na próxima eleição vai
coligar com o PT. logo, o
político brasileiro, o que ele quer mesmo é se manter no poder,
pois deste ele fez meio de vida e de boa vida. Por isso entendamos ser de muita
cara de pau, o candidato a reeleição que toma como bandeira de campanha
a condenação do recebimento de um mínimo pelo trabalhador, pois ele esquece que
se o trabalhador ganha apenas um salário é por que ele ganha mais de 200 e, a
fonte de seu milionário salário é o imposto daquele operário.
Tentem reverter esse quadro à níveis suportáveis. Tentem!
Lúcio Reis
Belém, Pa, 26/06/1990
IMPÉRIO
AMAZÔNICO
Dentro
do espírito inserido no “Dialogo e
Trabalho, que carimba a administração municipal de Belém no biênio 89/90, venho
por intermédio da presente, contando com
o alto espírito de seriedade, democracia e imparcialidade desse matutino,
fazer chegar ao conhecimento de nosso atual e do anterior gestor municipal o
que se segue:
-
“Está fincado à entrada do nosso “querido Império Amazônico” à Av Almt Barroso,
uma placa com os seguintes dizeres: PMB – pavimentação da malha viária do Conjunto
Império Amazônico”;
-
Desde quando o Sr Coutinho Jorge subia em palanque para campanha política que
recebemos promessas de que nosso conjunto sofreria asfaltamento. Ele terminou
seu mandato e ficamos somente na promessa.
-
Tem-se tomado conhecimento através dos veículos de comunicação, que vivemos em
tempo de colheta e que, inclusive a PMB dispõem de uma fábrica de asfalto com
capacidade de produção de milhares de toneladas de asfalto por hora.
-
Bem! Nosso conjunto recebeu serviço de terraplenagem com uso de trator,
compactação com rolo compressor e uma pintura de pixe, com posterior cobertura
de areia branca, com espalhamento manual.
-
Muito bem Sr Prefeito! De qualquer modo muito obrigado. Mas, entendemos que
temos direito a muito mais. Entendemos ainda, que o Sr tenha sido enganado ou
sido boicotado e, indiretamente e inocentemente está nos enganando (tentando),
pois o serviço que foi executado é o de uma pavimentação com uma finíssima
camada de pixe.
-
Queremos lhe informar que “U MURENO” já nos aplicou esse “conto do asfalto”, o
qual não suporta nem dois meses de uso. E, se aplicou aqui no conjunto,
fatalmente o fez em outros lugares. O resultado para ele, todos nos conhecemos.
-
Somos 928 apartamentos e mais os moradores da Alameda Getúlio Vargas. Os
comentários que por aqui ouvimos não são de satisfação, além de que ainda
faltam mais de 3 meses para alcançarmos o dia 03 de outubro.
-
Faço a presente denuncia e reclamação, com a consciência tranqüila de quem está
quites com seus impostos municipais, portanto, cumpridor de suas obrigações e
por conseguinte apto a reclamar direitos.
-
Não tenho procuração de nenhum morador ou vizinho, logo, estou apenas usando o
meu direito individual de cidadania e até mesmo cooperando com sua
administração.
Desde
já muito obrigado.
Lúcio
Reis
Nora
do autor: O “U MURENO” é termo marajoara como tratamento cordial e, chamado
assim, era esse adjetivo empregado ao político numa das gravações da campanha,
a fim de alcançar as camadas mais humildes do povo.
SR PRESIDENTE COLLOR
A 15 de março próximo, quando
esse Presidente assumir o Cargo e a Função que trazem o carimbo do aval da
sociedade brasileira, que por confiar e crer que suas promessas de
palanque serão concretizadas, lhe alçaram ao posto da Mandatário Máximo do
País, aprovando desta maneira seu Programa de Governo, espera que os resultados
apareçam de imediato a velozmente.
É público
e de amplo conhecimento de todos, inclusive alem fronteiras e por todo o
planeta, que de todas ou a mais relevante causa que afunda cada vez mais
esta Terra, motivo considerado mesmo como um "câncer" que
corrói os bons costumes, a moral, a austeridade, a seriedade e que destrói os
valores, tem sido a corrupção, a ladroagem. a malversacão dos
dinheiros públicos, o enriquecimento ilícito através dos cargos nos poderes e
tudo agravado com a impunidade, que caracterizaram
e traçaram o perfil do Brasil nos últimos tempos.
Há a promessa da implantação do
esquema "Pega Ladrão". Confiando nisso, será qua já não seria tempo
de seu Governo, qua está prestes a assumir, iniciar oontatos no sentido de
determinar as devidas Prisões Preventivas, pois se os
ladrões serão mesmo apanhados, fatalmente, se aquela medida judicial não
for tomada, lamentaremos ter que tomar conhecimento de que o novo governo não
colocou ninguém na cadeia uma vez que todos os maus brasileiros
merecedores de passar uma longa temporada atras das grades fugiram para os
paises limítrofes com o Brasil.
Portanto, Sr. Presidente,
confiamos qua V. Excia realizará uma plástica na face da Nação, pois se dessa
cirúrgia resultar que pelo menos a situação parou de piorar, já estaremos
satisfeitos, mas, se houver realmente uma efetiva melhora será um excelente
premio, o qual verdadeiramente esperamos e que sinceramente merecemos já há
muitos anos e todos estas anos como vitimas indefesas desses desajustados e
covardes que diariamente nos agridem.
Que Deus lhe proteja.
Lúcio Reis
Belém,PA,11/09/1991
Diplomas
Há muito que a sociedade brasileira se manifesta insatisfeita com
o nepotismo que é praticado as escancaras pelos "representantes" do
povo. Condenando veementemente esse comportamento.
É praxe imoral, que tão logo o candidato eleito seja diplomado
encha seu gabinete com assessores - muitos qualificados como especiais - que
vão desde os pais até aos primos, passando inclusive por amigos mais chegados.
Para ratificar o parágrafo acima, basta que seja publicado uma
relação dos funcionários lotados nos três Poderes, que se verificará a
coincidência de nomes familiares, até mesmo com pessoas que não reeleitas, mas
deixaram no órgão publico um ou mais apadrinhados.
Quando deputados, vereadores e outros, são questionados a
respeito, defendem-se ou rebatem as críticas, declarando que seus
assessores são capacitados, são honestos e acima de tudo são de total
confiança. Logo, tem amplo e irrestrito aval do ocupante do cargo público.
Pois bem, as provas documentais da capacidade de muitos deles, são
falsas, por via de consequência a habilidade também é falsa. Em função disso,
a honestidade é mentirosa. Logo, como merecer confiança uma pessoa que age
ilícita, imoral e ilegalmente?
É espantoso que dentre os safados, haja até quem se passava por
bacharel, os quais sabe-se lá a quanto tempo vêm recebendo indevidamente
polpudos salários, subtraídos indevidamente dos impostos desse tão
sofrido povo.
O Presidente da Casa, está garantindo o mais amplo direito de
defesa aos suspeitos. É bom que seja assim, para que depois não haja
brecha à que a Justiça seja obrigada a mandar readmitir quem há muito vem
furtando o erário e contribuindo para a. condução deste País ao
lodaçal da corrupção e da inversão dos valores morais.
Os que estão solicitando demissão, estão nada mais, nada menos,
assinando a certidão de réu confesso, tentando com isso atenuar sua ação
ilegal. Esses, devem ser os primeiros a serem compelidos a devolverem aos
cofres públicos, tudo o que amealharam ilicitamente. Caso venham alegar que não
possuem bens, que essa devolução seja promovida por aquele que tanto confiou
na honestidade e na capacidade do assessor (pelo menos capacidade de
fraudar).
O lamaçal já está muito grande. O mau cheiro é insuportável. Ê
momento inadiável que se comece a aterrá-lo com a piçarra da honradez, da
ética, da moral e acima de tudo da seriedade. Um Poder constituído de falsos,
torna-se obrigatoriamente um Falso Poder.
Lúcio Reis
Justiça
“É inconcebível, agora que já chegamos
aos finalmente e, depois das conclusões judiciais, que os advogados da
Coligação do Povo, ainda teimem em querer achar fraude e irregularidades
no pleito eleitoral deste ano, tanto no 1º quanto no 2º turno.
Todos nós sabemos ser uma deslavada mentira
os seguintes fatos: empastelamento de urnas, desaparecimento
de urnas, multiplicação de urnas, lacre de urnas
violados, empenhamento de urnas, arrombamento de cartório eleitoral e consequente
desaparecimento de títulos, apropriação indébita de votos, - algo em torno de
3.000 – de parte de candidatos, que assim já estavam ate eleitos, adulteração
de Bus; assim como não é verdade que de Itaituba para cá , via aérea seja gasto 48 horas na viagem de algumas urnas, mesmo que o aeroplano seja o 14 BIS, e também é mentira que políticos que
incomodam jamais tenham sido assassinados a mando de alguém.
Apesar de tudo isso aqueles advogados ainda
encontram motivo para entrarem com mais de 120 recursos junto ao TRE.
Isto é uma maldade com os membros daquele Tribunal. Até parece sadismo, em
querer fazê-los trabalhar, sem nenhuma razão plausível. O pior de tudo é que
aqueles profissionais do direito, não satisfeitos ainda vão a procura de
guarida junto ao TSE, incomodando o Ministro Sidney Sanches e, por conseguinte
levar para além fronteira deste Estado tantas mentiras, pois FRAUDE?
Aqui? Nem pensar, foi o pleito mais limpo, mas sério, foi o mais imaculado que
a história registrou.
Aliás, tanto o paraense, quanto os demais
brasileiros de outros Estados, estão com psicose de má vontade com a Justiça
Brasileira, pois vejamos este fato: Dia 31 de dezembro de 1988, 55
pessoas, na falta do que fazer por ocasião do réveillon, firmaram um pacto
entre si e, acordaram urn suicídio por afogamento na Baia da Guanabara, no
Rio de Janeiro. Para tal, compraram passagens caríssimas no barco
Beteau Mouche e, em determinado momento começaram a se lançar ao mar
revolto. O mais escabroso e que não estava no plano suicida, é que o barco
ao tentar salvá-los, numa manobra brusca, acabou por adernar e
afundou, provocando um grande prejuízo aos pobrezinhos e miseráveis diretores
da Itatiaia Turismo e aos donos do barco.
O pior é que agora, depois de dois anos, mais
de 120 milhões de brasileiros, entendem e querem de qualquer maneira, que o
"jasmins” da sentença que foi proletada, seja modificada pelo Juiz Jasmin
Simões da Costa, da 12ª Vara Criminal. Ora pessoal, vocês estão com sorte, pois
aquele Juiz foi de uma grande camaradagem. Se ele fosse ruim, como querem
torná-lo (imaginem, ele ser favorável a um “juri de 120 milhões, que opina pela
condenação de 11, só porque 55 se suicidaram”, ele teria decretado sentença
condenando os familiares dos mortos a indenizarem o prejuizo causado ao barco,
principalmente depois de tanto investimento que os donos fizeram.
Ironias a parte. Nossa Justiça é cega, por
que é a justiça de 120 milhões de brasileiros cegos, que querem ver fraude onde
não existe, imperícia, negligencia, ganancia e irresponsabilidade em
pessoas idôneas e que só pensam nos usuários e, jamais em lucros extorsivos.
Belém, Pa, 29/11/1990
Só não vê...
Excluindo o Estado de Alagoas, no
resto do País, encerrou-se o pleito deste ano, com a votação do 2º turno em 15
capitais da Federação,
Em função do que vimos, na
qualidade de cidadão e leitor desse Matutino - O Liberal -, tanto no lº quanto
no 2º turno, em termos de gastança com propaganda e inequívoca
demonstração de poderio econômico, fomos remetidos ao mês de março deste ano,
por ocasião do lançamento do "Plano Brasil Novo”, quando foi decretado
o confisco dos saldos de C/C bancária e poupança, valores acima de CR$50.000,
( Cinquenta mil cruzeiros), pelo menos até setembro do ano vindouro.
Em virtude daquela apropriação temporária
das suadas e sacrificadas economias do trabalhador, do funcionário público e
privado e, de um modo geral de todos os brasileiros, principalmente dos pés
descalços e dos descamisados - pois constitucionalmente somos todos iguais
perante as leis - e, por outro lado, estando de frente com o fato real que foi
o imensurável desencaixe de parte de brasileiros candidatos aos mais diversos
cargos eletivos majoritários e proporcionais, surge obviamente em nossa cabeça,
uma cadeia de interrogações de que aquela medida, enxugamento do mercado
financeiro, foi realizada efetivamente com total imparcialidade e total sigilo,
com equidade e justiça, pois do contrario, como entender a desenfreada
gastança no pleito?
Aliás, o tempo corre, a Coloração
viva que se ministrou no Governo em março último, vai se tornando pálida,
a proporção em que pontos chaves de compromissos de palanques não surtem
na prática, nenhum dos efeitos esperados pela sociedade, ou quando isso ocorre
eles são tímidos.
- Para que não se alegue má
vontade e, de que só não vê quem não quer, temos a dizer que estamos vendo
que o funcionalismo público da União, está desde março com seus salários
congelados, enquanto isso o poder patrocina o deslocamento de um jato de
Brasilia a esta Capital e de volta para lá num mesmo dia, conduzindo um
de seus membros para que
ele cumpra com sua obrigação de votar (que voto oneroso), deduz-se por
analogia que os outros componentes do poder, também usufruíram dessa mordomia.
— Até hoje ainda tivemos noticia
de que algum corrupto que contribuiu para levar este País a uma inflação mensal
de mais de 80%, já esteja preso. De que é feito daqueles corruptos que
originaram aqueles calhamaços transportados em carrinhos de supermercado, que o
então Candidato entregou ao Governo anterior, para as devidas apurações,
inquéritos e etc..?
— Os salários continuam ficando
para trás, presos a cágados. As mercadorias, serviços, bens de consumo, os
alimentos, vestuário, saúde, educação estão todos com seus preços atrelados a
naves espaciais
Queremos ver os resultados
efetivos. Não os resultados de comerciais de TV. Gostaríamos de sentir os
efeitos na prática, no bolso nossos de cada dia no supermercado e etc...
Lúcio Reis
Belém, Pa, 16/11/1990
Fraude e impunidade
Tem-se a impressão, pelo caminhar da
procissão, de que todas as denuncias de fraude, ocorridas após e até mesmo
durante o pleito de 3 de outubro deste ano, não darão em nada: os
fraudadores e respectivos beneficiados, estarão lépidos e sorridentes, fazendo
"pouco" e galhofa do eleitor. Os primeiros com os bolsos cheios de "30
dinheiros" por terem vendido a democracia e os segundos que irão ao
desempenho de um cargo eletivo por 4 anos, ilegitimo, contribuindo a que dia a
dia se enterre cada vez mais este País. É obvio pois são mandatos com
envólucro da podridão da corrupção.
Chega-se a essa triste conclusão como simples
mortal e leitor:
1. - Pelo que a imprensa noticia sobre o
que ocorre dentro dos Tribunais, a quando dos julgamentos e decisões dos processo
que ali chegaram, pedindo recontagem de votos e anulação de eleição em função
de fraude evidente e vista a "olho nú", de conformidade com a
exordial dos requerentes e até mesmo ratificada pelos membros, alguns, do
TRE.
2. - Pelo que ocorre durante todo o ano e
há vários anos, pelos fatos a seguir: que ratificam que nossas
autoridades fazem de tudo para serem desobedecidas e portanto desmoralizadas,
se não, as reincidências não seriam tão alarmantes. Todos nós estamos
cheios de ouvir a cada ano à época da semana santa, que não faltará peixe,
que o peixe será vendido religiosamente na tabela e que os transgressores serão
punidos com o rigor da lei. Você sabe de alguém que foi punido? Época de
retorno de férias e feriados prolongados, será proibido o trânsito de veiculo
pesado na BR. Aí quando você vem ou vai,la encontra com caminhões, carretas e
etc...Ao aproximar-se o tempo de eleições é proibido campanha e propaganda
política antes do prazo previsto em lei; é proibido abuso do poder econômico, é
proibido afixar cartazes em determinada locais, como placas de trânsito etc...
e, no decorrer do processo, você constatá tudo isso e não sabe de ninguém que
esbarrou nos tribunais e pagou na cadeia pelos erros, abusos e
indisciplina cometidos. A título de exemplo, podemos também enumerar: Dia de
finados: as flores e velas serão comercializadas a preço acessível. Outubro,
época de círio e arraial, custo de produtos como bebidas, comidas típicas
e brinquedos do parque, também terão comercialização com preços aceitáveis.
Pura balela, fica tudo pelo olho da cara e ninguém toma uma providencia.
Portanto, diante dos exemplos acima, como
acreditar que a Justiça e as Leis Eleitorais neste Estado, serão cumpridas
ou a quem compete, fará com que sejam obedecidas? Nem que se tenha a maior
das boas vontades e grau de otimismo que se pretenda - o que era característica
de um ex-presidente desta Republica, a qual ele afundava a cada dia que
passava e somente ele tinha o otimismo de acreditar no Brasil.
Logo, para o bem de todos e em beneficio da
democracia, será que não seria de bom tom, que ao invés de toda essa
celeuma de julgamento e etc... que os Srs Juizes e membros do TRE,
procedesse por amostragem a convocação dos eleitores das Secções com
suspeita de fraude e tirasse a limpo suas escolhas? Poderiam alegar que o voto
é secreto. Concordo. E a corrupção é mais importante do que o sigilo do
sufrágio?
Lúcio Reis
Belém, Pa, 13/11/1990
Eleição
Não votarei no Candidato fulano de tal, dentre outros
itens tais os abaixo, mas também por isso:
- Candidato que pretende usar o
lixão de Ananindéua, como
trampolim para chegar ao poder, apesar de já em outra oportunidade ter
usado a promessa de construção da usina de incineração de lixo e com isso ter
chegado a cadeira do parlamento;
- Candidato que mesmo ja
tendo ocupado cargo na área de saúde, não exterminou ou diminuiu os
índices de mortalidade infantil e agora, nesta campanha usa
demagógicamente uma criança desnutrida — como se esse fato já não existisse há
muito tempo neste País, por culpa
desses mesmos homens públicos - com aspecto de crianças da Etiópia;
- Candidato a reeleição, ou aspirante à
mudarem da Câmara Baixa à Câmara Alta, empunhando como bandeira de campanha o
valor e quantidade do Salário Mínimo recebido por um trabalhador, quando esses
mesmos candidatos por poucas horas de comparecimento ao Legislativo percebem
mensalmente mais de 200 ou mais de 300 SM;
- Candidato que entende ser
um pingo d’água CR$130.000,00, equivalente hoje a mais de 20 Salários Mínimo,
correspondente a um ano e oito meses de trabalho de um assalariado;
- Candidatos declaradamente, pelas
circunstâncias e pelos fatos, denunciados por enriquecimento ilícito
através dos cargos públicos e através de corrupção:
- Candidato que assume compromisso - a nova
denominação de promessas eleitoreiras - de que mudará atitudes e procedimentos
em outro poder, passando atestado de ignorância da independência constitucional
dos poderes;
- Candidato que visa as mordomias do cargo,
como é o caso de um candidato a reeleição, que foi líder dele mesmo (bancada de
um só), que de viva voz me disse:"te eleges que tu terás"; quando lhe
falei em via pública, no trânsito, que o combustível que ele queimava no
veículo chapa branca que usava, daria para alimentar com leite muita criança
pobre;
- Candidatos a reeleição, porém gazeteiros,
que até agora não votaram as leis ordinárias à regulamentação de
dispositivos da Carta Magna de 88 e nem a LDO, mas, que não
terão seus contracheques reduzidos em função das ausências. Duvido que
coerentemente devolvam o que receberam sem trabalhar;
- Candidato que não está comprometido com a
renovação e modificação do sistema criado pelos políticos ao longo desses anos,
que somente os beneficia e sacrifica o povo, o qual lhe outorga representação;
O voto é a maior força de uma sociedade. Com
ele podemos fazer a Nação que almejamos para nós e nossos filhos. Mais uma vez
nos e ofertada essa oportunidade. Podemos, inclusive, dentre as exclusões
acima, tirar também da vida pública, os candidatos "camaleão” Aquele
que muda de coloração partidária, com o intuito de continuar a mamar no
erário.
Vamos mudar. Nós temos a força..
Lúcio Reis
Belém,
Pa, 13/11/1990
Ideologia
Pensava eu que a convicção
política que dava sustentação concreta a que se almejasse uma sociedade
mais justa, na qual as diferenças sociais, economicas e financeiras fossem as
menores possíveis, estivessem nas ideias, nos comportamentos e atitudes que
tivessem como escopo a honestidade, o trabalho, a justiça, a seriedade e a
transparência, principal e especialmente do homem público e que, o capital
jamais prevaleceria sobre o trabalhe, sendo este, portanto, a fonte de
todo desenvolvimento e do progresso.
Pensava eu ainda, que os Partidos
Políticos, que se abrigam no título "Ala Progressista"
marchassem em direção ao poder, objetivando única e seguramente o "Bem
Comum", o melhor e útil para o cidadão, independente de cor , de credo, de
ideologia política e do matiz partidário que ele optou.
Tem-se ouvido declarações de
líderes sindicais e de centrais de trabalhadores, que se confessam agora no 2º
turno, favoráveis à candidatura de Candidato da Frente de
Trabalho. Estas manifestações - ressalvando que eles votaram no derrotado
Senador do PSDB, Almir Gabriel, no 1º turno - creio não influenciarão ninguém e
não serão levadas em conta pelo cidadão e eleitor esclarecido, pois sabe-se ao
longo do tempo, que presidentes de sindicatos e similares, não são muitos
afeitos a alternância no cargo, daí entender-se suas posturas.
Todavia, causou-me e creio até
para muitos belemenses e paraenses, um enorme espanto a revelação do Deputado e
candidato derrotado a Presiâencia da Republica pela PCB, Sr Roberto
Freire, em 13.11.90 no horário do TRE, o qual, ao ouvi-lo sempre dei-me a
impressão de ser o "Papa de Socialismo Democrata Tupiniquim”, o cidadão
que seria capaz de promover a igualdade social e a sociedade mais justa
que sempre alardeia, de que no 2º turno apoia e indica para o Governo do
Estado do Pará, o ex-Ministro da Previdência Social.
Como cidadão democrata, ouço a
todos com o intuito da formar conceitos, ter base para escolher e se
possível, o melhor candidato, o qual atenda os interesses da sociedade e não os
seus próprios. Que sirva ao povo e não se sirva dele (de seus impostos). Que
diminua a pobreza e a miséria do povo e não aumente a sua riqueza pessoal, em
fim escolher um homem que realmente seja um administrador do erário e que o
faça com honradez, com transparência, sem corrupção e principalmente com
justiça e sensibilidade.
Entendia eu que havia incoerência
e incompatibilidade entre: Socialismo e corrupção; Progressismo e
enriquecimento via cargo público; Melhoria de poucos e desgraça de muitos.
Por fim, a conclusão a que
cheguei mais uma vez é que aos nossos ditos “representantes”, o que lhes
interessa mesmo é se manterem no poder, independente de que atropelem e
invertam os valores morais, éticos e não se importando até, com a prática dos
maiores absurdos, provocando-nos uma desproporcional incredulidade.
É parece que a derrubada do “Muro
da Vergonha” levou por água abaixo toda a ideologia e crença Marxista do Sr
Roberto Freire, ou então, eu sou um inveterado sonhador, que sonha com utopias,
Lúcio
Reis
Belém-Pa,15/10/1990
Roubaram o chicote
Iniciamos a campanha política com vistas ao segundo
turno, para o Cargo de Governador do Estado do Pará.
Havia no ar e na cabeça de alguns,
que tentavam de todas as maneiras
"condicionar" e incutir o cidadão de que a fatura seria liquidada no
lº turno. Todavia, como se pode constatar não foi o que ocorreu. Por isso se
conclui que até o "chicote da lambada" foi também roubado.
O brasileiro è um
povo ordeiro, pacato, que adora samba e futebol, também é catimbeiro, mas,
jamais de índole desonesta e jamais aprova a corrupção, gosta porém daquele jeitinho. Tanto isso é verdade
que o resultado das urnas em novembro e dezembro de 1989, fizeram
o "Caçador de Marajás" e aquele
que iria prender os corruptos, subir a rampa do Planalto na Capital Federal.
Ao longo da campanha do 1º
turno, quem assistiu os horários do TRE pode
verificar que do dicionário de alguns postulantes, as páginas que tratam dos vocábulos: honestidade,
seriedade, austeridade, moralidade, transparência administrativa! foram
arrancadas, pois em momento algum, quer em comício, em showmicio ao vivo ou em gravação em seus
programas, aquelas palavras
foram pronunciadas, pois caso o fossem, seria a mesma coisa que estarem praticando um
"harakíri" político.
A minha geraçãom em sua grande
fração teve como livro de cabeceira "O Pequeno Príncipe",
namorou ao som das baladas dos Beatles, admirou os lideres:
Gandhi, Martin Luther King, John Kennedy
dentre outros e contestou a Guerra do Vietnã.
Infelizmente, uma outra fração
o dessa mesma geração se deixou impressionar
profundamente pelo livro "Ali Ba Ba" e os 40 ladrões e cultuou o
ladrão do século Ronald Biggs, aquele que assaltou o trem pagador na Inglaterra
e fugiu aqui para o Brasil.
Como o destino de uma Nação pertence
aos jovens. E os jovens de ontem são os homens de hoje, compete-nos, aqueles que
não acreditam na inversão dos valores morais, seja a que pretexto for; aqueles que
creem que é através do trabalho sério e honesto é que se constrói a
economia de um País e, por conseguinte a riqueza e bem estar de um cidadão e de
sua família, não devemos ficar impassivos e omissos diante da
possibilidade de vermos ser entregue as mãos maculadas o destino deste
Estado, desta Nação.
Uma sociedade não é constituída só de maus ou só de
bons cidadãos. Quando os bons governam todos são
beneficiados, os bons e os maus. Porém, quando os maus
governam, todos são prejudicados e apenas os seus lacaios e os mais próximos e
que se beneficiam do poder.
Lúcio Reis
Belém-PA,
15/10/1990.
Reação
Nepotismo, tráfico de influência, mordomias
exageradas, auto-majoração dos salários, pouquíssimas horas de trabalho,
total de salário demasiadamente grande, legislação em causa própria, voto de
lideranças, atraso astronômico na votação de leis de interesse do povo, gazeta,
pianismo, semana de 3 dias de trabalho (terça à quinta feira),
jornada diária de trabalho de poucas horas, falta de decoro, falta de quorum
sistemática, jetons e não desconto de faltas às sessões, denuncias de
corrupção, de estelionato, tráfico de droga, envolvimento com a
contravenção etc...
Há longo tempo que o Brasil inteiro tem
conhecimento das denuncias e fatos listados no parágrafo acima, envolvendo
homens públicos e principalmente políticos desta República.
É óbvio que ninguém em sã
consciência é “louco” de apedrejar as Instituições Constituídas
deste País, mas é óbvio também, que qualquer cidadão interessado no futuro e no
presente de sua Pátria, bem como no bem estar de sua família, de seus
filhos e em uma sociedade mais justa, não aplaude e nem concorda com
aquelas imoralidades e falta total de civismo, de patriotismo dos pseudos
"representantes" do povo.
Há publicação de pesquisas que indicam o
politico nacional, como a categoria ou a classe de maior
descrédito junto a opinião pública brasileira, algo em torno de 70 à 76%.
Diante de tudo isso não se entende a razão ao
espanto e de se querer titular os percentuais de votos nulos e brancos
e abstenções em fenômeno eleitoral. Isto é, no meu entender, reação à uma
covarde e contumaz agressão que há tempo se perpetua contra o cidadão
brasileiro.
Há
muito que a tônica é a mesma: promessas e mais promessas que jamais serão
cumpridas, portanto, mentiras.
Houve uma vez que a massa em sua totalidade,
escolheu o bandido (Barrabás), ao invés do bem feitor. De lá para cá, a
massa vem apreendendo. Se hoje o índice de rejeição ultrapassa os 70%,
doravante, caso os homens públicos não mudem o sistema e visem a sociedade em
lugar de si próprios, teremos que nos acostumarmos com mais abstenções, mais
votos nulos e mais votos em branco.
Entre o ruim, o péssimo e o pior,
só resta uma escolha: o nenhum ou o ninguém, pois de que adianta uma
democracia, na qual uma elite reduzidíssima se locupleta se beneficia em
detrimento de u'a massa de miseráveis, paupérrimos a pagarem impostos para
sustentar os privilégios daquela meia dúzia?
Lúcio Reis
Belém, do Pará, 25/08/1990
Império Amazônico
Apos ter assistido ao disse me disse, levado
ao ar no horário gratuito da propaganda eleitoral, polarizado entre a Coligação
do Povo e a Frente de Trabalho, mais uma vez volto a esse Veículo de
Comunicação, solicitando guarida à minha opinião em relação ao assunto
asfaltamento.
De ante mão tenho todo respeito pelas opiniões
emitidas, todavia, vejo os fatos pelo seguinte ângulo de ótica: O Império
Amazônico constitui-se de 928 aptos., mais os moradores da Alameda Getúlio
Vargas, mais os invasores de uma área por trás do Conjunto, totalizando,
segundo a equipe da Frente de Trabalho algo em torno de 10.000 pessoas.
Essa Frente reivindica ao seu candidato ao senado, o Sr. Coutinho Jorge, a
construção da pracinha à entrada do Conjunto e a transformação de uma piscina
em quadra de esporte polivalente, entre os blocos 7 e 8, a qual as vezes por
uso de modo irresponsável, tem provocado total blecaute no Conjunto, quando
seus usuários - atletas - jogam a bola de encontro os fios de energia elétrica.
É verdade, os dois feitos são obras do
ex-prefeito e foram inaugurados às vésperas do pleito de 88 ao cargo de gestor
municipal, quando foi eleito o candidato Sahid Xerfan, hoje aspirante ao
posto de Governador pela Coligação do Povo . É verdade por outro lado
também, que as benfeitorias juntas, só beneficiam ou só podem ser usufruídas,
creio, no máximo por 1% (hum por cento) daqueles 10.000
moradores, tendo em vista o total de suas áreas.
A outra verdade inconteste é o ASFALTAMENTO que
aqui foi colocado. É um serviço sério, duradouro e que sem dúvida, ao meu
ver, não pode ser adjetivado obra eleioreira, pois foi realizado pela
PMB/SESAN, com planejamento do Sr. Xerfan e execução do Sr. Augusto Rezende e,
pelo que sabemos, a 3 de outubro teremos eleições para Governador do
Estado e não para Prefeito.
Desse ASFALTAMENTO o que
temos a considerar é que esse serviço beneficia 100%(cem por cento) a
comunidade daqui, independente de idade, pois quando não tinhamos o
asfalto, tinhamos as ruas cheias de buracos, e que, à época do inverno se
transformavam em poças de água piçarrenta que inúmeras vezes sob o impacto dos
pneus dos carros salpicavam as roupas dos transeuntes, sem contar com o
terrível lamaçal que enfrentávamos. Quando à época de verão, padeciamos de uma
infernal poeira amarela, a qual alguns moradores amenizavam molhando a frente
de suas casas.
Pois bem, os dois problemas e suas sérias
consequências foram erradicadas definitivamente de nossas vidas aqui, e isso,
tem-se que reconhecer é uma obra de abrangente aspecto social e econômico, pois
todos que aqui possuem imóveis, sabem que agora eles foram valorizados um pouco
mais.
A solução de problemas não merece
condenações, se foi concretizada ontem, hoje ou amanhã. O importante é que haja
a solução, se em breve, melhor.
Portanto, parodiando uma frase antiga,
poderia registrar: “Cidadão não faça com que seu voto, transforme candidatos em
armas de corrupção e malversação do erário, a vitima, com certeza será você!”
Lúcio Reis
Belém-Pa,14/08/1990
Propaganda política
Mais uma vez, compulsoriamente somos forçados a
anular 120 minutos de nosso lazer, via rádio e televisão, em função da
propaganda eleitoral "gratuita", que visa o pleito de 03.10 vindouro.
Esse Matutino - Jornal O Liberal - em sua edição de hoje
(14/8), em sua pag. 13, traz uma noticia com o título "Satisfeito ou
descrente”, que retrata a interpretação do presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sydney Sanches, em virtude do
desinteresse dos cidadãos em relação ao horário eleitoral, entendendo aquele
presidente que isso poderá ser prejudicial ao País.
Leva-se os anos em que não há eleição, tomando
conhecimento que parlamentares, em sua maioria, vêm cometendo as mais diversas
e absurdas atitudes, tais como, só para citar alguns exemplos: falcatruas,
corrupção, gazeta, locupletarem-se do erário no desfrute de mordomias as mais
variadas possíveis; auto majorarem seus vencimentos mensais à escalas
astronômicas e, interpretarem esse ato, como o mais banal possível;
acobertarem-se de seus erros na imunidade parlamentar; transformarem em ringue
o parlamento e descerem a níveis, o mais rasteiro possível os pronunciamentos.
Portanto, estamos todos enojados de tanta lama e, no
momento ainda sermos obrigados a assistir a lavagem de roupa suja entre eles
dentro de nossa sala de visita. Desculpe Sr. Presidente mas não é possível
haver satisfação.
Tudo isso levou o político nacional ao descrédito e a
provocar ojeriza, no cidadão, que a cada ano presencia seu País
caminhar passo a passo em direção ao abismo, em consequência de atos de
maus brasileiros que se agarraram e que sugam cada vez mais o poder público,
com a desculpa e promessa de lutar e reivindicar em defesa do mais fraco e
menos favorecido.
Estamos numa democracia, portanto, não seria
conveniente que a cada.dia, apenas
uma emíssora de rádio ou
televisão, obedecendo uma escala de rodizio diário, fizesse a
transmissão do horário da propaganda eleitoral, pois
assim e, democraticamente quem quisesse sintonizaria aquela
emissora, e se informaria sobre o candidato que iria. escolher para
sufragar.
Diante da realidade de que a Lei não oferece
alternativa de escolha ao cidadão, de querer ou não, assistir ou ouvir a
propaganda política, a mim como leigo, parece que há falta do espirito
democrático da escolha e, entende-se assim, que se o político nacional fosse
cônscio de seu comportamento e acreditasse nele mesmo, por certo não teria
votado uma lei, que impõe e dita uma norma que não oferece opção de escolher.
A situação hoje em dia, no nosso entender, resume-se
apenas no fato: "Ciclano que era do PMDB, passou para o PDS,
mas agora se filhiou ao PTB, porem vai apoiar o PCBt
todavia, no parlamento vai reforçar a bancada dó PSDB e na próxima eleição vai
coligar com o PT. logo, o
político brasileiro, o que ele quer mesmo é se manter no poder,
pois deste ele fez meio de vida e de boa vida. Por isso entendamos ser de muita
cara de pau, o candidato a reeleição que toma como bandeira de campanha
a condenação do recebimento de um mínimo pelo trabalhador, pois ele esquece que
se o trabalhador ganha apenas um salário é por que ele ganha mais de 200 e, a
fonte de seu milionário salário é o imposto daquele operário.
Tentem reverter esse quadro à níveis suportáveis. Tentem!
Lúcio Reis
Belém, Pa, 26/06/1990
IMPÉRIO
AMAZÔNICO
Dentro
do espírito inserido no “Dialogo e
Trabalho, que carimba a administração municipal de Belém no biênio 89/90, venho
por intermédio da presente, contando com
o alto espírito de seriedade, democracia e imparcialidade desse matutino,
fazer chegar ao conhecimento de nosso atual e do anterior gestor municipal o
que se segue:
-
“Está fincado à entrada do nosso “querido Império Amazônico” à Av Almt Barroso,
uma placa com os seguintes dizeres: PMB – pavimentação da malha viária do Conjunto
Império Amazônico”;
-
Desde quando o Sr Coutinho Jorge subia em palanque para campanha política que
recebemos promessas de que nosso conjunto sofreria asfaltamento. Ele terminou
seu mandato e ficamos somente na promessa.
-
Tem-se tomado conhecimento através dos veículos de comunicação, que vivemos em
tempo de colheta e que, inclusive a PMB dispõem de uma fábrica de asfalto com
capacidade de produção de milhares de toneladas de asfalto por hora.
-
Bem! Nosso conjunto recebeu serviço de terraplenagem com uso de trator,
compactação com rolo compressor e uma pintura de pixe, com posterior cobertura
de areia branca, com espalhamento manual.
-
Muito bem Sr Prefeito! De qualquer modo muito obrigado. Mas, entendemos que
temos direito a muito mais. Entendemos ainda, que o Sr tenha sido enganado ou
sido boicotado e, indiretamente e inocentemente está nos enganando (tentando),
pois o serviço que foi executado é o de uma pavimentação com uma finíssima
camada de pixe.
-
Queremos lhe informar que “U MURENO” já nos aplicou esse “conto do asfalto”, o
qual não suporta nem dois meses de uso. E, se aplicou aqui no conjunto,
fatalmente o fez em outros lugares. O resultado para ele, todos nos conhecemos.
-
Somos 928 apartamentos e mais os moradores da Alameda Getúlio Vargas. Os
comentários que por aqui ouvimos não são de satisfação, além de que ainda
faltam mais de 3 meses para alcançarmos o dia 03 de outubro.
-
Faço a presente denuncia e reclamação, com a consciência tranqüila de quem está
quites com seus impostos municipais, portanto, cumpridor de suas obrigações e
por conseguinte apto a reclamar direitos.
-
Não tenho procuração de nenhum morador ou vizinho, logo, estou apenas usando o
meu direito individual de cidadania e até mesmo cooperando com sua
administração.
Desde
já muito obrigado.
Lúcio
Reis
Nora
do autor: O “U MURENO” é termo marajoara como tratamento cordial e, chamado
assim, era esse adjetivo empregado ao político numa das gravações da campanha,
a fim de alcançar as camadas mais humildes do povo.
SR PRESIDENTE COLLOR
A 15 de março próximo, quando
esse Presidente assumir o Cargo e a Função que trazem o carimbo do aval da
sociedade brasileira, que por confiar e crer que suas promessas de
palanque serão concretizadas, lhe alçaram ao posto da Mandatário Máximo do
País, aprovando desta maneira seu Programa de Governo, espera que os resultados
apareçam de imediato a velozmente.
É público
e de amplo conhecimento de todos, inclusive alem fronteiras e por todo o
planeta, que de todas ou a mais relevante causa que afunda cada vez mais
esta Terra, motivo considerado mesmo como um "câncer" que
corrói os bons costumes, a moral, a austeridade, a seriedade e que destrói os
valores, tem sido a corrupção, a ladroagem. a malversacão dos
dinheiros públicos, o enriquecimento ilícito através dos cargos nos poderes e
tudo agravado com a impunidade, que caracterizaram
e traçaram o perfil do Brasil nos últimos tempos.
Há a promessa da implantação do
esquema "Pega Ladrão". Confiando nisso, será qua já não seria tempo
de seu Governo, qua está prestes a assumir, iniciar oontatos no sentido de
determinar as devidas Prisões Preventivas, pois se os
ladrões serão mesmo apanhados, fatalmente, se aquela medida judicial não
for tomada, lamentaremos ter que tomar conhecimento de que o novo governo não
colocou ninguém na cadeia uma vez que todos os maus brasileiros
merecedores de passar uma longa temporada atras das grades fugiram para os
paises limítrofes com o Brasil.
Portanto, Sr. Presidente,
confiamos qua V. Excia realizará uma plástica na face da Nação, pois se dessa
cirúrgia resultar que pelo menos a situação parou de piorar, já estaremos
satisfeitos, mas, se houver realmente uma efetiva melhora será um excelente
premio, o qual verdadeiramente esperamos e que sinceramente merecemos já há
muitos anos e todos estas anos como vitimas indefesas desses desajustados e
covardes que diariamente nos agridem.
Que Deus lhe proteja.
Lúcio Reis
Belém do Pará, 15/11/1988
RETORNO SOCIAL
Há bem
pouco tempo, dirigi-me a esse conceituado Matutino (Jornal O Liberal), ponderando
junto ao Gestor Municipal sobre o serviço de asfaltamento que havia sido
iniciado na malha viária do Conjunto Império Amazônico, local onde detenho o
imóvel, no qual mantenho minha família e o meu lar.
Hoje torno ao Jornal da Amazônia, por uma
questão de coerência e reconhecimento justo, com o objetivo de tornar
público meus agradecimentos e de minha família ao atual Prefeito de Belém
e o Sr. Sahid Xerfan, seu antecessor, pois pela primeira vez, pude usufruir
diretamente do BENEFICIO SOCIAL (asfaltamento), em que foram
transformados os impostos que recolhi aos cofres do Município de Belém.
Necessário torna registrar que não entendo
como um favor recebido do Alcaide Belemense, mas sim, uma obrigação dele e
um direito meu e todos os que habitam e pagam seus impostos, logo um
direito adquirido, pelos cidadãos cumpridores de suas obrigações.
Todavia, é necessário o registro público,
tendo em vista que desde que o Sr. Coutinho Jorge estava em campanha visando a
PMB, aqui esteve e nos fez a promessa de que asfaltaria nosso Conjunto,
porem mais uma promessa não cumprida. Depois foi o, Sr Velasco,"0
Moreno", que também em palanque, nos prometeu o asfaltamento e, como
ele era o candidato da situação aquela época, tentaram nos iludir e
conquistar, com uma pintura de pinxe, que nem sequer aguentou a primeira
chuva. Portanto, como o Sr. Sahid Xerfan prometeu e seu sucessor cumpriu, se
tornou a exceção à regra geral dos candidatos que prometem, prometem o céu, os
mares, as montanhas e etc... e não cumprem, daí o agradecimento e o
reconhecimento de público.
Vale ressaltar ainda, que não somos eleitores
que enchem os olhos com a doação de um aterro ou asfalto eleitoreiro
(pinxe), o que sem dúvida alguma não é o caso do Sr Sahid Xerfan, pois o que
aqui foi feito, assim como o que se nota em outros conjuntos e, de um modo
geral em toda a Belém , que ele recebeu toda esburacada, é a realização de
um serviço sério,competente, um trabalho duradouro e de responsabilidade é, em
suma a transformação dos nossos impostos em beneficio social em "bem
comum" e não bem individual ou de pequeno grupo, o que infelizmente vem
sendo a tônica das administrações públicas daqui e do resto do País.
Não sou procurador e defensor de ninguém. Sou
apenas um cidadão atento ao que ocorre na minha cidade e na minha Pátria, nas
quais eu tento formar dois cidadãos de amanhã e úteis a ela, que são os
meus filhos e evidentemente para os quais desejo o melhor, como todo pai.
Com trabalho sério,
honesto, competência e tendo como objetivo o bem comum, não haveria necessidade
de campanha politica, pois todos nós já saberiamos quem iria usar o poder em
seu proveito e quem iria usar o poder em benéficio da sociedade.
Lúcio Reis
VOTAR
Lendo o Editorial desse Jornal, edição de 15
de novembro, versando sobre VOTAR, em
determinado trecho, ele
diz: "Há deboche, sim, quando se prega o voto nulo".
Como leitor e eleitor participante da
edificação da democracia deste País, venho solicitar a esse Redator,
que me dê guarida mais uma vez nesse espaço. para os comentários abaixo:
Não encaro como deboche o voto nulo. O
professor Marcus Faria Figueiredo, do Instituto de Estudos Econômicos e Sociais
de São Paulo, Cientista Político, em entrevista a revista VEJA nº 45, diz o
seguinte! "Do ponto de vista substantivo, a mensagem embutida no voto
nulo é bastante seria — e vale como um sinal vermelho, aos dirigentes
partidários. Ê um recado duro e claro "Senhores, não somos trouxas".
Governo do povo, pelo povo e para o povo,
isto é Democracia. A cada 15 de novembro, como recentemente aconteceu,
comparecemos compulsoriamente às urnas e passamos, mais uma vez, uma Procuração
à determinados cidadãos com o intuito de nos representarem junto aos
Poderes Executivo e Legislativo na administração do emprego e uso dos
impostos que recolhemos ao erário,com o intuito de faze-los retornar e
reverte-los à sociedade em bens comuns, tal como: segurança, saúde,
educação, higiene, lazer, transporte, energia e etc tudo a contento e
condizente.
Há muito tempo que esses procuradores traem
seus procurados ou representados, Enquanto aqueles estão cada vez mais
abastados e privilegiados por medidas e procedimentos auto beneficiadores,
estes últimos estão cada vez mais pobres, miseráveis e entregues a própria
sorte.
Dias atrás ao parar do lado do veículo
oficial que serve o Líder de sí mesmo no PMB, à Assembleia
Legislativa, Sr. Agostinho Linhares, disse-lhe de viva voz, que o combustível
queimado naquela mordomia daria para alimentar muita criança pobre. Ele
simplesmente respondeu-me "Te elejas que tu terás a mesma coisa".
O Presidente da República, condena
veementemente o pessimismo dos filhos deste Brasil. Ele, ao que tudo indica,
se esquece que todos os estoques de crença e otimismo dos brasileiros e
brasileiras, foram esgotados no plano Cruzado, Bresser, na esperança da
concretização da promessa de que ele erradicaria a miséria absoluta desta
Nação ou até mesmo a esperança de ver os envolvidos nos escândalos
apurados pela CPI da Corrupção atrás das grades.
Todo candidato a cargo eletivo, antes do dia
15 è contrario a corrupção, altos salários, mordomias,
impunidade e principalmente contra a preguiça parlamentar. Depois do dia 15,
quando ele consegue uma cadeira no Poder, passa a ser contaminado pelo
"virus" da amnésia política e aí, adere, acata e aceita todos os
males que anteriormente condenava e daí para o desfrute, inclusive ostensivo
aos familiares é num passe de mágica e, o fato se repete.
Por isso, votar nulo é modo democrático de
protestar e dizer não ao desmando e má ação parlamentar, pois sempre eles viram
as costas ao povo que os elegeu.
Lúcio Reis.
Belém,Pa, 14/09/1987
FINALIDADE DO CARGO
Trafegava em meu veículo particular e
às 14:OO h, quando fiquei lado
a lado, no cruzamento da Magalhães Barata com a Travessa Castelo Branco,
com o carro chapa branca, e
qual conduzia o Exmo Sr Deputado Agostinho Linhares, acompanhado
de duas Senhoras ou Senhoritas, além do motorista, isto hoje.
Como ficamos bem próximos, dirigi-me ao deputado, como
cidadão dotado de todas as minhas prerrogativas democráticas e lhe disse:
"Com o dinheiro que esta sendo queimado com esse combustível
nessa mordomia, e mais o de outros chapas oficiais, que trafegavam pela aquela
mesma artéria e que fatalmente conduziam seus motoristas de volta de
almoço daria para matar a fone de muita criança pobre".
O Deputado, apanhado de surpresa, depois de se fazer de
desentendido, justifico-se ou explicou-se me dizendo: "Te elege
que terás a mesma coisa"
Como o sinal abriu e, não podendo retrucá-lo pois seu
carro arrancou e assim o dialogo foi interrompido, venho de público questionar o
“Exmo. Sr Representante do Povo"! "Mas é atrás de mordomias, dos
altos salarios e de economizar seus carros particulares, no caso seu chevette,
aquele que V. Excia usava
quando à época da eleição, pregava pela TV as promessas de resolver o problema das baixadas e outras soluções
mais que V. Excia se candidatou e se elegeu? Não foi para pugnar pelos
Interesses da sociedade que dorme e
acorda sobre a lama"?
Não Sr Deputado jamais procurarei um cargo eletivo para
dele usufruir
pessoalmente, pois a noite
eu não conseguiria conciliar o sono, sabendo que eu estaria
contribuindo de uma forma ou de outra para que crianças menos favorecidas ou
sem favorecimento nenhum, morram de fome, sem a devida assistência médica,
além daqueles que perdem suas vidas no trânsito mal sinalizado ou naqueles
que não recebem a orientação educacional correspondente, porque o erário
está desvirtuado para as mordomias e o sustento de marajás. Imposto é sangue e
suor. Entendo que ao ser desvirtuado sua finalidade ou que atenda as
finalidades pessoais, isto passa a ser crime de alta covardia.
Prefiro a
pobreza com sensibilidade do que a riqueza insensível e covarde, pois
tenho contas a prestar futuramente, com meus filhos.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 21/06/1987
DARÁ CERTO
O Governo Brasileiro
ao anunciar o Plano Bresser ou Cruzado 2, solicitou a ajuda e o empenho da
sociedade no sentido de fiscaliza-lo, tendo declarado
enfaticamente que nenhum plano de estabilização econômica, por mais perfeito
que seja, fica condicionado seu sucesso, ao apoio das brasileiras e dos brasileiros.
A Área Econômica do
Planalto, nos declara acreditar no êxito do novo plano, tendo em
vista a experiência adquirida, diante dos acertos e dos erros havidos, por ocasião do
Plano Funaro.
Lamentavelmente não
dará certo. Por simplesmente opinião de ser contra? Por ser esse
plano pior do que o anterior? Não! Não dará certo por que o Governo - que me perdoe -
cometeu uma série de enganos e deixou de tomar uma outra série de medidas
necessárias e imprescindíveis, ao meu julgo, e, que
supririam a ausência do apoio maciço que lhe foi conferido em março, abril
e etc... 86.
A primeira topada foi
dada pelo ministro Brésser ao assumir o cargo e, ter dito que congelamento, por
enquanto, não. Diante dessa infantilidade, inexperiência ou sinceridade inoportuna da
declaração, o mercado se precaveu e jogou seus preços para o espaço sideral.
Havia comércio dando 50% ou mais de
desconto no rodapé da Nota Fiscal, enquanto o congelamento não vinha.
A outra "mancada" foram os desmentidos e, todos nós já
sabemos, desde a Velha
República, que nossos governantes são adeptos e fãs incondicionais de antônimos:
sim quer dizer não e este quer dizer sim.
As medidas que
deixaram de ser tomadas: "Nosso Presidente falou à Nação que determinou ao
Ministro Bresser que agilizasse e providenciasse urgentemente um plano de
contenção da espiral inflacionaria, isto quando ele substituiu o
Min. Funaro. Pois bem, todos nós sabemos que um dos motivos do fracasso do Plano de 86,
foi a falta de apoio ao povo, aos fiscais do Sarney, em consequência da
inexistência de uma estrutura sólida em termos fiscalizatórios e punitivos por parte ou de
parte da SUNAB, logo, por que não se criou e organizou primeiro, o corpo e o
plano de fiscalização para ser acionado concomitantemente com o Plano Bresser?
Outra medida que não
foi tomada a priori: "Se o projeto do plano encomendado
embutia, como agora se sabe, o congelamento, por que não foi providenciado com
antecedência e em total sigilo, a tabela de preços congelados, para
simultaneamente ao lançamento do novo plano, ser a mesma divulgada e, com isso
colocar na mão do consumidor fiscal a arma necessária à sua ação de apoio ao
Governo?
Outro ítem que levou a
bancarrota o Cruzado UM e que levará o presente, são os gastos públicos. A
falta de austeridade, o desgoverno e a festa continuam, em relação ao erário.
No último fim de semana prolongado, podia-se ver nos balneários o dinheiro dos
impostos sendo queimado na combustão de álcool hidratado ou da gasolina, que
acionam os veículos do poder público, atendendo os folguedos de uns poucos
irresponsáveis e inconsequentes no trato com a coisa pública.
Diariamente
continuamos a presenciar os carros dos poderes servindo de carro particular aos
motoristas dos mesmos, no final do dia, para que no dia seguinte, bem cedo, ele
apanhe as proles estudantis e as leve aos colégios.
Portanto, como
continuamos a não termos o exemplo dos governantes, como o mesmo nos deixou
ressabiados e decepcionados, e, é ele o único a dizer que dará certo, logo, por
certo, não dará. Pois lembram: sim = não e vice verso.
Lúcio Reis
Belém,PA,06/06/1987
CORRUPÇÃO
Recentemente o Exmo. Sr
Presidente da República, nos convocou à formação de um
mutirão nacional, com o objetivo de lutarmos
todos, contra a
corrupção nos Poderes desta Nação, para tentar liquidá-la.
Diante dessa convocação fui rever meu
arquivo particular, onde encontrei a correspondência
oriunda da Secretaria Particular da Presidência da República - Praça dos 3 Poderes - Brasília DF - CEP
70150, que diz o seguinte: "Por recomendação do Presidenta José
Sarney, a Secretaria Particular
do Palácio do Planalto informa que sua correspondência de 18 de fevereiro
de 86, foi encaminhada através do Oficio SEAP nf 17886 ao Ministério
Extraordinário para Assuntos da Administração, para exame e posterior
esclarecimentos à V.Sa.” Esta correspondência foi postada em Brasília no
dia 24.04.86, portanto há mais de 12 meses.
A Carta de que se
refere o expediente acima, e sobre a qual continuo aguardando os
esclarecimentos prometidos, tinha como tema central exatamente o problema pelo
qual o Chefe da Nação nos convoca ao mutirão: "O Del
Rey, Preta, Chapa Oficial nº 013, destinado ao 4º Secretário da Assembleia
Legislativa, às 17:30 horas do sábado gordo, feriado de carnaval do ano
passado, em Mosqueiro, no Posto Ceci, Pça N. S. Do Ó, após ter o seu tanque
cheio, o condutor abasteceu, também, mais 2 depósitos plásticos, um com capacidade para
50 litros e o outro com capacidade para 20 litros, logo 70
litros de combustível, transportados fora do tanque do veículo, pondo em risco o
patrimônio público, o particular e as vidas humanas que se encontravam naquele
Balneário, sem que a distância de 70 Km (Belém Mosqueiro),
justificasse a reserva extra daquela quantidade de litros, tendo sido a nota assinada
pelo motorista, que ao ser interpelado por mim, sobre aquela mordomia, declarou
que aquilo era a Nova República e, quem manda eu ser otário e ter
votado nos homens. Isto em presença de outras pessoas, que aguardavam
vez para abastecimento.
Depois desse episódio
tornei a flagar esse mesmo veículo transportando pessoas naquela Vila,
à época dos feriados da Semana Santa, naquele mesmo ano, e
a ultima da qual, tive a infelicidade de presenciar, foi recentemente, em
frente ao Instituto Adventista Grão Pará, transportando crianças àquela Escola
e, dirigido desta feita por uma senhora.
Nosso Presidente
condena o péssimo brasileiro e nos exorta à confiança. Como isso será
possível, se mesmo depois do Diploma Legal, assinado por ele mesmo, sobre o
usufruto das benesses oriundas das mordomias ofertadas pelo Poder, os
abusos, a falta de critérios, os desmandos, a falta de austeridade e os estragos continuam
sistematicamente, todo dia, toda hora, todo instante, os "Schol Bus”
com chapas brancas continuam sangrando os bolsos do contribuinte.
Eis ai o caso da CMB, cujos membros,
alguns, apreenderam com o David Copperfild, o qual faz desaparecer avião,
aqueles, como o mágico, fizeram desaparecer carros, eletrodomésticos, pessoas e
dinheiro e, aí?
Já não seria a hora da
decretação da custodia preventiva, pois convenhamos, quem tem essa
capacidade de desintegrar matéria, por certo, é dotado de alta
periculosidade. Quem nos garante que numa dessas tomadas de depoimento não
façam desaparecer todos oe membros da CPI e tudo o que até agora foi
compilado. .
Por conseguinte,
enquanto não se restabelecer a punidade neste País, trens da
alegria percorrerão este Território de Norte a Sul, lotados de Marajás, que,
com certeza são os inflacionadores de nossa economia, pois eles podem
desembolsar, com a mesma facilidade que embolsam, aluguel mensal de
Cz$70.000,00 por uma casa em Salinas.
Com açúcar, até rabo
de cavalo é doce. Com dinheiro fácil, não há situação difícil.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 10/05/1987
AUTORITARISMO
Com a vinda a público dos casos: “MARAJÁS”, em todos os Estados da
Federação, os saques ao erário, como é o fato mais recente, constatado pelo
C.C.M., na Câmara Municipal de Belém e também, como mais um exemplo os gastos
fantásticos no Palácio dos Leões, ali em São Luis-Ma, se encontra a explicação
e a justificativa pela ojeriza e aversão que a época dos Governos Militares,
despertava ao homem público nacional, que empunhou como bandeira de luta, para
retornar ao poder, o AUTORITARISMO daqueles 20 anos que começaram com o General
Castelo Branco.
A incompatibilidade entre os Governos da Revolução e os de agora,
da dilapidação do patrimônio público, reside na realidade de que aonde há
autoritarismo, há com certeza AUTORIDADE e por via direta, tá também, pelo menos
um resquício de seriedade, de austeridade e por fim de punidade à quem atropela
os Diplomas Legais.
Em função disso, para quem quer aniquilar e esgotar em proveito
próprio, os impostos pagos com o sacrifício da vida de uma massa, sofrida e tão
judiada, e além do mais premida pelo alto custo de vida, consequência de
uma inflação que tem como veículos foguetes atômicos, enquanto os salários
viajam em trens de tristeza que segue à 20% de velocidade pelos trilhos da
escala móvel, e, ainda podem dispor de tempo para defesa prévia, e o que
é pior, como em todos os casos que já se teve conhecimento, serão premiados com
a impunidade ao invés de serem, incontinente, segregados da sociedade, pois o
lugar de bandido e contraventor, quer seja representado quer seja representante
é atrás das grades, e não, usufruindo, como acontece, somente para os últimos,
as benesses e privilégios que emanam do poder.
Sabe-se por outro lado, que jovens em fase de forjamento de seus
caracteres e de suas personalidades, podem ter uma idéia distorcida, de que,
leva vantagem quem envereda pelos caminhos tortuosos e nebulosos da corrupção,
da malversação, da indecência administrativa, da desonestidade e da prática do
mau caráter. Mas tudo não passa de uma ilusão e de um imenso engano, pois,
desde o inicio da humanidade o imoral e amoral levam dianteira sobre a moral e
ética, temporariamente, por que logo depois da tempestade, vem a bonança da
honradez, dos reais e caros valores sociais e da tranquilidade da decência dos
bons costumes e do respeito ao semelhante. Por isso a maior e mais sólida
riqueza e tesouro que um pai pode legar como herança é a honestidade e a
retidão em seus atos e costumes.
Nós não pedimos para sermos brasileiros deste Brasil que hoje está
sendo feito e construído por esses maus brasileiros e, nem devemos pedir para
mudarmos de nacionalidade, mas tomarmos o que aí está, como termos de
comparação para construirmos o Brasil que será governado pelo jovem de hoje,
que amanhã será o homem sério, probo, honrado e que trilhará pelos caminhos da
justiça que os fará conduzir esta Nação para seu lugar no contexto mundial. Se
Deus quiser.
E assim, seus filhos terão orgulho de terem nascido neste
Torrão e para sempre bem dirão de terem tido os pais que tiveram
Lúcio Reis
Belém,Pá, 08 /03/1987
INSTITUIÇÕES
O Liberal
em sua edição de domingo dia 08 do corrente, à sua página 23 publica que o vereador
Oseas Silva, Presidente da Câmara Municipal, per apenas 4 dias à
frente do Executivo Municipal, faturou o Salário mensal de Prefeito, sem
prejuízo dos seus salários como edil e presidente do
Legislativo Mirim.
Dias atrás
e Deputado Federal Ulysses Guimarães, o Tripresidente, no Programa Voz do Brasil,
repudiava o ultraje que a Assembleia Nacional Constituinte teria
sofrido, como Instituição, em função de comentários, que ao meu ver refletem a verdade e
fato concreto, como no parágrafo acima relatado, em relação ao que se
pratica neste País, quando se trata do que é público.
Como
autodefesa, para a covardia e a violência que o homem público, principalmente o
do Legislativo, comete sobre o cidadão comum, que não pode desfrutar sequer do transporte
coletivo necessário à atender sua necessidade, assim como do mínimo de
segurança nas vias públicas, enquanto para aqueles o que
sobra são os privilégios e mordomias; ele dirá que há leis que mandam pagá-los os altos salários, que os
mandam trabalhar pouco ou quase nada e outras vantagens mais. O que eles
esquecem de lembrar é que nós (o povo) ainda não lembramos de esquecer de que
são eles mesmos é quem fazem as leis que lhes provem o status de marajás.
Tanto isso
é verdade que na mesma edição desse matutino à página 3, há a reportagem que fala da
paralisação de juízes cearenses até que recebam seus
vencimentos. Quem já ouviu falar de greve de parlamentar? Ninguém: Claro para
reivindicar o que?
É por isso que se lê
nesse jornal, sobre buracos nas ruas, lixo por coletar, calçadas
quebradas, conjuntos habitacionais que parecem vulcões, tamanhas são as
crateras que os "enfeitam", mangueiras caindo em cima de veículos e
matando pessoas, Cia de água, que não supre a população, carro da policia que não trafegam
por falta de combustível a tantas outras mazelas que se
ressentem da falta de verbas.
O Partido
da situação, quando na oposição, tinha como uma das bandeiras de luta a
Constituinte. Foi-lhe dado a Constituinte. Já se passaram 37 dias, desde sua instalação e, até
agora nem o cabeçalho da nova Carta foi escrito.
Como
repudiar as verdades e adjetivá-las de ultraje e irresponsáveis, se os próprios
homens que compõem e fazem as Instituições são os primeiros a desmoralizá-las
com suas incoerências, com seus semanais passeios turísticos, com a posse de 2
próprios nacionais ao mesmo tempo e favorecimento do poder econômico, pois se o
povo não está com a melhor fatia, evidentemente o mel está sendo destinado aos
privilegiados.
Portanto,
já é tempo de se ter o mínimo de respeito pelo cidadão e não agredí-lo tanto
fisicamente, como psicologicamente e abandonar o hábito da covardia dos chapas
brancas (oficiais) e a prática de serem e se tornarem marajás do poder e
transformarem o povo em eunucos e assim, ninguém falará mal das Instituições,
pois não haverá verdade negativa a ser comentada.
Lúcio
Reis
Nota de Esclarecimento: O Governador referido na matéria abaixo
foi o Helio Mota Gueiros e sua esposa Terezinha Gueiros.
GOVERNO
DO ESTADO
Iniciou-se neste domingo o novo
governo do Estado, que agora tem a frente o casal, sendo ele
presbiteriano e ela batista.
Diante do preambulo
acima, caberia a interrogação: "O que a profissão de fé do casal governante tem a ver com a
violência?"
Bem, até há pouco, a
maioria dos governantes que passaram pelo Lauro Sodré, foram ou são seguidores da Igreja de Roma e, o que se viu
no decorrer desses anos
foi uma crescente onda de violência, que em todos os sentidos
da vida, têm nos colocado em polvorosa e em constante desconfiança frente aos nossos semelhantes, pois
a presença de Deus foi expulsa dos seus corações.
É evidente que
não se culpa diretamente os governos anteriores pela situação a que chegamos, pois a
injustiça, a impunidade, o arrepio da Lei e, até mesmo da
Constituição em vigor, não é uma prerrogativa dos órgãos do Poder Executivo, mas, sim, dos
homens públicos deste País, que inverteram e invertem totalmente os
reais valores morais. Pois, hoje em dia, só se assiste a corrupção, a desonestidade e a malversação do
erário, sendo distinguidos com medalhas; se toma conhecimento de homens da Lei
e da Justiça,
envolvidos com o banditismo e a marginalidade, com o tráfico de drogas e sucumbindo ao poder econômico e ao ganho fácil, como
também os vemos assistindo missas em ações de graças.
No Brasil a cada ano
que passa, se avoluma, o numero de fieis em busca de proteçao e
benção, que, como seguidores de N. S. Aparecida, quer como devotos do Padre Cicero e aqui como
fervorosos filhos de N. S. de Nazaré, aliados a esses
grandes contingentes e massas humanas, juntam-se os evangelicos que buscam a salvação eterna em nome de Jesus. Cremos,
que a todos ja foi ensinado:
"Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei" e, mesmo assim, esse amor não excluiu o egoimos, o ódio, a
inveja e por via de consequência direta sobrevive e se exponencia a violência, pois Jesus não
habita os corações.
Logo, ha
de se concluir que os pregadores do amor e da igualdade
não estão conseguindo o objetivo do evangelho, não estão alcançando a
humildade, da qual Ele foi o mais concreto e convincente exemplo, por isso
vivemos no mundo das desigualdades sócio econômica financeira, do salve-se quem
puder e no mundo selvagem dos que só querem o podre para o outro e ninguem quer
ser o outro.
Portanto,
esperemos que agora., a nova fé que se instalou no “Timão”
dos destinos deste Estado, minore ou não deixe que piore o quadro violento e
sórdido que se nos apresenta.
Lúcio Reis
Belém,Pa, 25/Janeiro
NÃO
DEU CERTO!
Estamos para completar o 1º ano da Decretação de medidas
objetivando metas favoráveis à Sociedade Brasileira (massa, povão), que no
outro sentido de mão foram contrarias aos interesses dos "tubarões".
De imediato a
nomeação dos "fiscais", foi criado o slogan “TEM
QUE DA CERTO", que nos primeiros momentos, realmente se
ratificou, pois até então o fator surpresa, tanto pela finalidade do Decreto
(congelamento), quanto pela pronta resposta do cidadão, deixou a classe
empregadora com suas linhas de raciocínio e capacidade decisória embaralhadas.
Refeitos do susto, se iniciaram
es desrespeitos e as desobediências, que hoje causam espanto. Dentre as
primeiras, como o ramo das confecções e dos imóveis, lembram? Figuraram as das
redes de supermercados, cujos titulares Srs. Paes Mendonça e Abílio
Dinis, sentam à mesa ao lado do Chefe do chefe da Nação e de seus
Ministros da Área Econômica, compondo e CDE, para discutir medidas econômicas
para o País, Com esses Srs. como aos outros do menor projeção nada
aconteceu como medida punitiva ante ao atropelo do DL do PC.
Mesmo assim, o povo continuou
em sua ação fiscalizadora. E aí, faltou o órgão a quem competia dar
respaldo e atender as denuncias dos "fiscais do Presidente". Vocês
recordam, quão maçante era conseguir ligação com o 198? Lembram que o
Superintendente da SUNAB de São Paulo, que mandou tirar o fone do gancho e
não deu andamento aos processos de autuação. O mesmo foi destituído do cargo,
mas, só isso? O que lhe aconteceu como medida punitiva? Puxemos pela memória:vimos
que a polêmica SÜNAB e Cimento, quem saiu vencedor?
Não demorou muito e o próprio
governo se incumbiu do jogar água fria na fervura, que a essa altura já não
estava a 100° e, com o rótulo do emprestimo compulsório, majorou os
combustíveis. Paralelamente, também a indústria iniciou a mandar seus produtos
aos "Salões do Beleza", do onde saiam com outra maquiagem e,
quem pagava e paga somos nós os consumidores. E a impunidade, continuou com
sua marca registrada nacional.
Nesse estado de situação,
nossos Representantes acharam, por bem, majorar seus subsídios com efeito
retroativo a janeiro, precisavam se capitalizar, o novembro se aproximava. E
com isso jogaram mais água fria na euforia do assalariado.
Aproximavamo-nos do 15 de
novembro e amargávamos já, a fila da carne, dos ovos, do leite, do frango
(lembram que não faz muito tempo e os criadores incineravam milhares de pintos,
pois não havia consumo que justificasse a criação de tantos futuros frangos),
mas como consolo, ouvíamos as promessas de que não vai faltar produtos nas
prateleiras, carne nos açougues e inclusive a ameaça de aplicação da Lei
Delegada nº 4.
Todos nós já conhecemos os
resultados dos acordos de cavalheiros, nos quais, o que há realmente é um
acordo de cavaleiros, que se combinam para usar como montaria o parco salário
do trabalhador.
Bem, chegamos a novembro e o
Partido que dá sustentação ao Poder Executivo, necessitava ir aos píncaros,
pois 87 é o ano da Constituinte. Então, para impressionar, confiscou algumas
reses. Mas, alguem deve ter cochichado no ouvido do Poder: “olha lá o que estas
fazendo! Incontinente os confiscos foram suspensos.
Nesse estágio, o ágio está
dessiminado. A SUNAB prende consumidor que denuncia varejista. Mesmo assim, o
povo dá, com bondade infinita, um voto de confiança e sufraga o Partido da
situação. Muitos cruzados foram gastos para seus candidatos chegarem ao Poder
(você conhecia politicamente o deputado estadual mais votado do Pará?) não!,
nem eu. Aí nem bem passou 7
dias do pleito e o governo se esqueceu que prometia manter o congelamento e com
essa amnésia, iniciou por majorar suas mercadorias: telefone, luz, correio,
combustíveis mais uma vez e etc... E com isso, congelou realmente a euforia de
todos os “fiscais”.
E assim, como
nenhum “Tubarão” foi preso, como ninguem conteve o ágio, como o
governo não se governou em seus gastos. Recebeu o integral apoio do povo, mas
não apoiou seus fiscais, portanto, por falta de macho, “NÃO DEU CERTO’ e,
jamais dará. Nem o pacto social sairá. Pois num pacto, onde somente o
trabalhador é quem paga o pato sempre, isso também não tem que dá certo.
Lúcio Reis
Belém do Pará, 15/11/1988
RETORNO SOCIAL
Há bem
pouco tempo, dirigi-me a esse conceituado Matutino (Jornal O Liberal), ponderando
junto ao Gestor Municipal sobre o serviço de asfaltamento que havia sido
iniciado na malha viária do Conjunto Império Amazônico, local onde detenho o
imóvel, no qual mantenho minha família e o meu lar.
Hoje torno ao Jornal da Amazônia, por uma
questão de coerência e reconhecimento justo, com o objetivo de tornar
público meus agradecimentos e de minha família ao atual Prefeito de Belém
e o Sr. Sahid Xerfan, seu antecessor, pois pela primeira vez, pude usufruir
diretamente do BENEFICIO SOCIAL (asfaltamento), em que foram
transformados os impostos que recolhi aos cofres do Município de Belém.
Necessário torna registrar que não entendo
como um favor recebido do Alcaide Belemense, mas sim, uma obrigação dele e
um direito meu e todos os que habitam e pagam seus impostos, logo um
direito adquirido, pelos cidadãos cumpridores de suas obrigações.
Todavia, é necessário o registro público,
tendo em vista que desde que o Sr. Coutinho Jorge estava em campanha visando a
PMB, aqui esteve e nos fez a promessa de que asfaltaria nosso Conjunto,
porem mais uma promessa não cumprida. Depois foi o, Sr Velasco,"0
Moreno", que também em palanque, nos prometeu o asfaltamento e, como
ele era o candidato da situação aquela época, tentaram nos iludir e
conquistar, com uma pintura de pinxe, que nem sequer aguentou a primeira
chuva. Portanto, como o Sr. Sahid Xerfan prometeu e seu sucessor cumpriu, se
tornou a exceção à regra geral dos candidatos que prometem, prometem o céu, os
mares, as montanhas e etc... e não cumprem, daí o agradecimento e o
reconhecimento de público.
Vale ressaltar ainda, que não somos eleitores
que enchem os olhos com a doação de um aterro ou asfalto eleitoreiro
(pinxe), o que sem dúvida alguma não é o caso do Sr Sahid Xerfan, pois o que
aqui foi feito, assim como o que se nota em outros conjuntos e, de um modo
geral em toda a Belém , que ele recebeu toda esburacada, é a realização de
um serviço sério,competente, um trabalho duradouro e de responsabilidade é, em
suma a transformação dos nossos impostos em beneficio social em "bem
comum" e não bem individual ou de pequeno grupo, o que infelizmente vem
sendo a tônica das administrações públicas daqui e do resto do País.
Não sou procurador e defensor de ninguém. Sou
apenas um cidadão atento ao que ocorre na minha cidade e na minha Pátria, nas
quais eu tento formar dois cidadãos de amanhã e úteis a ela, que são os
meus filhos e evidentemente para os quais desejo o melhor, como todo pai.
Com trabalho sério,
honesto, competência e tendo como objetivo o bem comum, não haveria necessidade
de campanha politica, pois todos nós já saberiamos quem iria usar o poder em
seu proveito e quem iria usar o poder em benéficio da sociedade.
Lúcio Reis
Lendo o Editorial desse Jornal, edição de 15
de novembro, versando sobre VOTAR, em
determinado trecho, ele
diz: "Há deboche, sim, quando se prega o voto nulo".
Como leitor e eleitor participante da
edificação da democracia deste País, venho solicitar a esse Redator,
que me dê guarida mais uma vez nesse espaço. para os comentários abaixo:
Não encaro como deboche o voto nulo. O
professor Marcus Faria Figueiredo, do Instituto de Estudos Econômicos e Sociais
de São Paulo, Cientista Político, em entrevista a revista VEJA nº 45, diz o
seguinte! "Do ponto de vista substantivo, a mensagem embutida no voto
nulo é bastante seria — e vale como um sinal vermelho, aos dirigentes
partidários. Ê um recado duro e claro "Senhores, não somos trouxas".
Governo do povo, pelo povo e para o povo,
isto é Democracia. A cada 15 de novembro, como recentemente aconteceu,
comparecemos compulsoriamente às urnas e passamos, mais uma vez, uma Procuração
à determinados cidadãos com o intuito de nos representarem junto aos
Poderes Executivo e Legislativo na administração do emprego e uso dos
impostos que recolhemos ao erário,com o intuito de faze-los retornar e
reverte-los à sociedade em bens comuns, tal como: segurança, saúde,
educação, higiene, lazer, transporte, energia e etc tudo a contento e
condizente.
Há muito tempo que esses procuradores traem
seus procurados ou representados, Enquanto aqueles estão cada vez mais
abastados e privilegiados por medidas e procedimentos auto beneficiadores,
estes últimos estão cada vez mais pobres, miseráveis e entregues a própria
sorte.
Dias atrás ao parar do lado do veículo
oficial que serve o Líder de sí mesmo no PMB, à Assembleia
Legislativa, Sr. Agostinho Linhares, disse-lhe de viva voz, que o combustível
queimado naquela mordomia daria para alimentar muita criança pobre. Ele
simplesmente respondeu-me "Te elejas que tu terás a mesma coisa".
O Presidente da República, condena
veementemente o pessimismo dos filhos deste Brasil. Ele, ao que tudo indica,
se esquece que todos os estoques de crença e otimismo dos brasileiros e
brasileiras, foram esgotados no plano Cruzado, Bresser, na esperança da
concretização da promessa de que ele erradicaria a miséria absoluta desta
Nação ou até mesmo a esperança de ver os envolvidos nos escândalos
apurados pela CPI da Corrupção atrás das grades.
Todo candidato a cargo eletivo, antes do dia
15 è contrario a corrupção, altos salários, mordomias,
impunidade e principalmente contra a preguiça parlamentar. Depois do dia 15,
quando ele consegue uma cadeira no Poder, passa a ser contaminado pelo
"virus" da amnésia política e aí, adere, acata e aceita todos os
males que anteriormente condenava e daí para o desfrute, inclusive ostensivo
aos familiares é num passe de mágica e, o fato se repete.
Por isso, votar nulo é modo democrático de
protestar e dizer não ao desmando e má ação parlamentar, pois sempre eles viram
as costas ao povo que os elegeu.
Lúcio Reis.
Belém,Pa, 14/09/1987
FINALIDADE DO CARGO
Trafegava em meu veículo particular e
às 14:OO h, quando fiquei lado
a lado, no cruzamento da Magalhães Barata com a Travessa Castelo Branco,
com o carro chapa branca, e
qual conduzia o Exmo Sr Deputado Agostinho Linhares, acompanhado
de duas Senhoras ou Senhoritas, além do motorista, isto hoje.
Como ficamos bem próximos, dirigi-me ao deputado, como
cidadão dotado de todas as minhas prerrogativas democráticas e lhe disse:
"Com o dinheiro que esta sendo queimado com esse combustível
nessa mordomia, e mais o de outros chapas oficiais, que trafegavam pela aquela
mesma artéria e que fatalmente conduziam seus motoristas de volta de
almoço daria para matar a fone de muita criança pobre".
O Deputado, apanhado de surpresa, depois de se fazer de
desentendido, justifico-se ou explicou-se me dizendo: "Te elege
que terás a mesma coisa"
Como o sinal abriu e, não podendo retrucá-lo pois seu
carro arrancou e assim o dialogo foi interrompido, venho de público questionar o
“Exmo. Sr Representante do Povo"! "Mas é atrás de mordomias, dos
altos salarios e de economizar seus carros particulares, no caso seu chevette,
aquele que V. Excia usava
quando à época da eleição, pregava pela TV as promessas de resolver o problema das baixadas e outras soluções
mais que V. Excia se candidatou e se elegeu? Não foi para pugnar pelos
Interesses da sociedade que dorme e
acorda sobre a lama"?
Não Sr Deputado jamais procurarei um cargo eletivo para
dele usufruir
pessoalmente, pois a noite
eu não conseguiria conciliar o sono, sabendo que eu estaria
contribuindo de uma forma ou de outra para que crianças menos favorecidas ou
sem favorecimento nenhum, morram de fome, sem a devida assistência médica,
além daqueles que perdem suas vidas no trânsito mal sinalizado ou naqueles
que não recebem a orientação educacional correspondente, porque o erário
está desvirtuado para as mordomias e o sustento de marajás. Imposto é sangue e
suor. Entendo que ao ser desvirtuado sua finalidade ou que atenda as
finalidades pessoais, isto passa a ser crime de alta covardia.
Prefiro a
pobreza com sensibilidade do que a riqueza insensível e covarde, pois
tenho contas a prestar futuramente, com meus filhos.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 21/06/1987
DARÁ CERTO
O Governo Brasileiro
ao anunciar o Plano Bresser ou Cruzado 2, solicitou a ajuda e o empenho da
sociedade no sentido de fiscaliza-lo, tendo declarado
enfaticamente que nenhum plano de estabilização econômica, por mais perfeito
que seja, fica condicionado seu sucesso, ao apoio das brasileiras e dos brasileiros.
A Área Econômica do
Planalto, nos declara acreditar no êxito do novo plano, tendo em
vista a experiência adquirida, diante dos acertos e dos erros havidos, por ocasião do
Plano Funaro.
Lamentavelmente não
dará certo. Por simplesmente opinião de ser contra? Por ser esse
plano pior do que o anterior? Não! Não dará certo por que o Governo - que me perdoe -
cometeu uma série de enganos e deixou de tomar uma outra série de medidas
necessárias e imprescindíveis, ao meu julgo, e, que
supririam a ausência do apoio maciço que lhe foi conferido em março, abril
e etc... 86.
A primeira topada foi
dada pelo ministro Brésser ao assumir o cargo e, ter dito que congelamento, por
enquanto, não. Diante dessa infantilidade, inexperiência ou sinceridade inoportuna da
declaração, o mercado se precaveu e jogou seus preços para o espaço sideral.
Havia comércio dando 50% ou mais de
desconto no rodapé da Nota Fiscal, enquanto o congelamento não vinha.
A outra "mancada" foram os desmentidos e, todos nós já
sabemos, desde a Velha
República, que nossos governantes são adeptos e fãs incondicionais de antônimos:
sim quer dizer não e este quer dizer sim.
As medidas que
deixaram de ser tomadas: "Nosso Presidente falou à Nação que determinou ao
Ministro Bresser que agilizasse e providenciasse urgentemente um plano de
contenção da espiral inflacionaria, isto quando ele substituiu o
Min. Funaro. Pois bem, todos nós sabemos que um dos motivos do fracasso do Plano de 86,
foi a falta de apoio ao povo, aos fiscais do Sarney, em consequência da
inexistência de uma estrutura sólida em termos fiscalizatórios e punitivos por parte ou de
parte da SUNAB, logo, por que não se criou e organizou primeiro, o corpo e o
plano de fiscalização para ser acionado concomitantemente com o Plano Bresser?
Outra medida que não
foi tomada a priori: "Se o projeto do plano encomendado
embutia, como agora se sabe, o congelamento, por que não foi providenciado com
antecedência e em total sigilo, a tabela de preços congelados, para
simultaneamente ao lançamento do novo plano, ser a mesma divulgada e, com isso
colocar na mão do consumidor fiscal a arma necessária à sua ação de apoio ao
Governo?
Outro ítem que levou a
bancarrota o Cruzado UM e que levará o presente, são os gastos públicos. A
falta de austeridade, o desgoverno e a festa continuam, em relação ao erário.
No último fim de semana prolongado, podia-se ver nos balneários o dinheiro dos
impostos sendo queimado na combustão de álcool hidratado ou da gasolina, que
acionam os veículos do poder público, atendendo os folguedos de uns poucos
irresponsáveis e inconsequentes no trato com a coisa pública.
Diariamente
continuamos a presenciar os carros dos poderes servindo de carro particular aos
motoristas dos mesmos, no final do dia, para que no dia seguinte, bem cedo, ele
apanhe as proles estudantis e as leve aos colégios.
Portanto, como
continuamos a não termos o exemplo dos governantes, como o mesmo nos deixou
ressabiados e decepcionados, e, é ele o único a dizer que dará certo, logo, por
certo, não dará. Pois lembram: sim = não e vice verso.
Lúcio Reis
Belém,PA,06/06/1987
CORRUPÇÃO
Recentemente o Exmo. Sr
Presidente da República, nos convocou à formação de um
mutirão nacional, com o objetivo de lutarmos
todos, contra a
corrupção nos Poderes desta Nação, para tentar liquidá-la.
Diante dessa convocação fui rever meu
arquivo particular, onde encontrei a correspondência
oriunda da Secretaria Particular da Presidência da República - Praça dos 3 Poderes - Brasília DF - CEP
70150, que diz o seguinte: "Por recomendação do Presidenta José
Sarney, a Secretaria Particular
do Palácio do Planalto informa que sua correspondência de 18 de fevereiro
de 86, foi encaminhada através do Oficio SEAP nf 17886 ao Ministério
Extraordinário para Assuntos da Administração, para exame e posterior
esclarecimentos à V.Sa.” Esta correspondência foi postada em Brasília no
dia 24.04.86, portanto há mais de 12 meses.
A Carta de que se
refere o expediente acima, e sobre a qual continuo aguardando os
esclarecimentos prometidos, tinha como tema central exatamente o problema pelo
qual o Chefe da Nação nos convoca ao mutirão: "O Del
Rey, Preta, Chapa Oficial nº 013, destinado ao 4º Secretário da Assembleia
Legislativa, às 17:30 horas do sábado gordo, feriado de carnaval do ano
passado, em Mosqueiro, no Posto Ceci, Pça N. S. Do Ó, após ter o seu tanque
cheio, o condutor abasteceu, também, mais 2 depósitos plásticos, um com capacidade para
50 litros e o outro com capacidade para 20 litros, logo 70
litros de combustível, transportados fora do tanque do veículo, pondo em risco o
patrimônio público, o particular e as vidas humanas que se encontravam naquele
Balneário, sem que a distância de 70 Km (Belém Mosqueiro),
justificasse a reserva extra daquela quantidade de litros, tendo sido a nota assinada
pelo motorista, que ao ser interpelado por mim, sobre aquela mordomia, declarou
que aquilo era a Nova República e, quem manda eu ser otário e ter
votado nos homens. Isto em presença de outras pessoas, que aguardavam
vez para abastecimento.
Depois desse episódio
tornei a flagar esse mesmo veículo transportando pessoas naquela Vila,
à época dos feriados da Semana Santa, naquele mesmo ano, e
a ultima da qual, tive a infelicidade de presenciar, foi recentemente, em
frente ao Instituto Adventista Grão Pará, transportando crianças àquela Escola
e, dirigido desta feita por uma senhora.
Nosso Presidente
condena o péssimo brasileiro e nos exorta à confiança. Como isso será
possível, se mesmo depois do Diploma Legal, assinado por ele mesmo, sobre o
usufruto das benesses oriundas das mordomias ofertadas pelo Poder, os
abusos, a falta de critérios, os desmandos, a falta de austeridade e os estragos continuam
sistematicamente, todo dia, toda hora, todo instante, os "Schol Bus”
com chapas brancas continuam sangrando os bolsos do contribuinte.
Eis ai o caso da CMB, cujos membros,
alguns, apreenderam com o David Copperfild, o qual faz desaparecer avião,
aqueles, como o mágico, fizeram desaparecer carros, eletrodomésticos, pessoas e
dinheiro e, aí?
Já não seria a hora da
decretação da custodia preventiva, pois convenhamos, quem tem essa
capacidade de desintegrar matéria, por certo, é dotado de alta
periculosidade. Quem nos garante que numa dessas tomadas de depoimento não
façam desaparecer todos oe membros da CPI e tudo o que até agora foi
compilado. .
Por conseguinte,
enquanto não se restabelecer a punidade neste País, trens da
alegria percorrerão este Território de Norte a Sul, lotados de Marajás, que,
com certeza são os inflacionadores de nossa economia, pois eles podem
desembolsar, com a mesma facilidade que embolsam, aluguel mensal de
Cz$70.000,00 por uma casa em Salinas.
Com açúcar, até rabo
de cavalo é doce. Com dinheiro fácil, não há situação difícil.
Lúcio Reis
AUTORITARISMO
Belém, Pa, 10/05/1987
AUTORITARISMO
Com a vinda a público dos casos: “MARAJÁS”, em todos os Estados da
Federação, os saques ao erário, como é o fato mais recente, constatado pelo
C.C.M., na Câmara Municipal de Belém e também, como mais um exemplo os gastos
fantásticos no Palácio dos Leões, ali em São Luis-Ma, se encontra a explicação
e a justificativa pela ojeriza e aversão que a época dos Governos Militares,
despertava ao homem público nacional, que empunhou como bandeira de luta, para
retornar ao poder, o AUTORITARISMO daqueles 20 anos que começaram com o General
Castelo Branco.
A incompatibilidade entre os Governos da Revolução e os de agora,
da dilapidação do patrimônio público, reside na realidade de que aonde há
autoritarismo, há com certeza AUTORIDADE e por via direta, tá também, pelo menos
um resquício de seriedade, de austeridade e por fim de punidade à quem atropela
os Diplomas Legais.
Em função disso, para quem quer aniquilar e esgotar em proveito
próprio, os impostos pagos com o sacrifício da vida de uma massa, sofrida e tão
judiada, e além do mais premida pelo alto custo de vida, consequência de
uma inflação que tem como veículos foguetes atômicos, enquanto os salários
viajam em trens de tristeza que segue à 20% de velocidade pelos trilhos da
escala móvel, e, ainda podem dispor de tempo para defesa prévia, e o que
é pior, como em todos os casos que já se teve conhecimento, serão premiados com
a impunidade ao invés de serem, incontinente, segregados da sociedade, pois o
lugar de bandido e contraventor, quer seja representado quer seja representante
é atrás das grades, e não, usufruindo, como acontece, somente para os últimos,
as benesses e privilégios que emanam do poder.
Sabe-se por outro lado, que jovens em fase de forjamento de seus
caracteres e de suas personalidades, podem ter uma idéia distorcida, de que,
leva vantagem quem envereda pelos caminhos tortuosos e nebulosos da corrupção,
da malversação, da indecência administrativa, da desonestidade e da prática do
mau caráter. Mas tudo não passa de uma ilusão e de um imenso engano, pois,
desde o inicio da humanidade o imoral e amoral levam dianteira sobre a moral e
ética, temporariamente, por que logo depois da tempestade, vem a bonança da
honradez, dos reais e caros valores sociais e da tranquilidade da decência dos
bons costumes e do respeito ao semelhante. Por isso a maior e mais sólida
riqueza e tesouro que um pai pode legar como herança é a honestidade e a
retidão em seus atos e costumes.
Nós não pedimos para sermos brasileiros deste Brasil que hoje está
sendo feito e construído por esses maus brasileiros e, nem devemos pedir para
mudarmos de nacionalidade, mas tomarmos o que aí está, como termos de
comparação para construirmos o Brasil que será governado pelo jovem de hoje,
que amanhã será o homem sério, probo, honrado e que trilhará pelos caminhos da
justiça que os fará conduzir esta Nação para seu lugar no contexto mundial. Se
Deus quiser.
E assim, seus filhos terão orgulho de terem nascido neste
Torrão e para sempre bem dirão de terem tido os pais que tiveram
Lúcio Reis
Belém,Pá, 08 /03/1987
INSTITUIÇÕES
O Liberal
em sua edição de domingo dia 08 do corrente, à sua página 23 publica que o vereador
Oseas Silva, Presidente da Câmara Municipal, per apenas 4 dias à
frente do Executivo Municipal, faturou o Salário mensal de Prefeito, sem
prejuízo dos seus salários como edil e presidente do
Legislativo Mirim.
Dias atrás
e Deputado Federal Ulysses Guimarães, o Tripresidente, no Programa Voz do Brasil,
repudiava o ultraje que a Assembleia Nacional Constituinte teria
sofrido, como Instituição, em função de comentários, que ao meu ver refletem a verdade e
fato concreto, como no parágrafo acima relatado, em relação ao que se
pratica neste País, quando se trata do que é público.
Como
autodefesa, para a covardia e a violência que o homem público, principalmente o
do Legislativo, comete sobre o cidadão comum, que não pode desfrutar sequer do transporte
coletivo necessário à atender sua necessidade, assim como do mínimo de
segurança nas vias públicas, enquanto para aqueles o que
sobra são os privilégios e mordomias; ele dirá que há leis que mandam pagá-los os altos salários, que os
mandam trabalhar pouco ou quase nada e outras vantagens mais. O que eles
esquecem de lembrar é que nós (o povo) ainda não lembramos de esquecer de que
são eles mesmos é quem fazem as leis que lhes provem o status de marajás.
Tanto isso
é verdade que na mesma edição desse matutino à página 3, há a reportagem que fala da
paralisação de juízes cearenses até que recebam seus
vencimentos. Quem já ouviu falar de greve de parlamentar? Ninguém: Claro para
reivindicar o que?
É por isso que se lê
nesse jornal, sobre buracos nas ruas, lixo por coletar, calçadas
quebradas, conjuntos habitacionais que parecem vulcões, tamanhas são as
crateras que os "enfeitam", mangueiras caindo em cima de veículos e
matando pessoas, Cia de água, que não supre a população, carro da policia que não trafegam
por falta de combustível a tantas outras mazelas que se
ressentem da falta de verbas.
O Partido
da situação, quando na oposição, tinha como uma das bandeiras de luta a
Constituinte. Foi-lhe dado a Constituinte. Já se passaram 37 dias, desde sua instalação e, até
agora nem o cabeçalho da nova Carta foi escrito.
Como
repudiar as verdades e adjetivá-las de ultraje e irresponsáveis, se os próprios
homens que compõem e fazem as Instituições são os primeiros a desmoralizá-las
com suas incoerências, com seus semanais passeios turísticos, com a posse de 2
próprios nacionais ao mesmo tempo e favorecimento do poder econômico, pois se o
povo não está com a melhor fatia, evidentemente o mel está sendo destinado aos
privilegiados.
Portanto,
já é tempo de se ter o mínimo de respeito pelo cidadão e não agredí-lo tanto
fisicamente, como psicologicamente e abandonar o hábito da covardia dos chapas
brancas (oficiais) e a prática de serem e se tornarem marajás do poder e
transformarem o povo em eunucos e assim, ninguém falará mal das Instituições,
pois não haverá verdade negativa a ser comentada.
Lúcio
Reis
Nota de Esclarecimento: O Governador referido na matéria abaixo
foi o Helio Mota Gueiros e sua esposa Terezinha Gueiros.
GOVERNO
DO ESTADO
Iniciou-se neste domingo o novo governo do Estado, que agora tem a frente o casal, sendo ele presbiteriano e ela batista.
Diante do preambulo
acima, caberia a interrogação: "O que a profissão de fé do casal governante tem a ver com a
violência?"
Bem, até há pouco, a
maioria dos governantes que passaram pelo Lauro Sodré, foram ou são seguidores da Igreja de Roma e, o que se viu
no decorrer desses anos
foi uma crescente onda de violência, que em todos os sentidos
da vida, têm nos colocado em polvorosa e em constante desconfiança frente aos nossos semelhantes, pois
a presença de Deus foi expulsa dos seus corações.
É evidente que
não se culpa diretamente os governos anteriores pela situação a que chegamos, pois a
injustiça, a impunidade, o arrepio da Lei e, até mesmo da
Constituição em vigor, não é uma prerrogativa dos órgãos do Poder Executivo, mas, sim, dos
homens públicos deste País, que inverteram e invertem totalmente os
reais valores morais. Pois, hoje em dia, só se assiste a corrupção, a desonestidade e a malversação do
erário, sendo distinguidos com medalhas; se toma conhecimento de homens da Lei
e da Justiça,
envolvidos com o banditismo e a marginalidade, com o tráfico de drogas e sucumbindo ao poder econômico e ao ganho fácil, como
também os vemos assistindo missas em ações de graças.
No Brasil a cada ano
que passa, se avoluma, o numero de fieis em busca de proteçao e
benção, que, como seguidores de N. S. Aparecida, quer como devotos do Padre Cicero e aqui como
fervorosos filhos de N. S. de Nazaré, aliados a esses
grandes contingentes e massas humanas, juntam-se os evangelicos que buscam a salvação eterna em nome de Jesus. Cremos,
que a todos ja foi ensinado:
"Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei" e, mesmo assim, esse amor não excluiu o egoimos, o ódio, a
inveja e por via de consequência direta sobrevive e se exponencia a violência, pois Jesus não
habita os corações.
Logo, ha
de se concluir que os pregadores do amor e da igualdade
não estão conseguindo o objetivo do evangelho, não estão alcançando a
humildade, da qual Ele foi o mais concreto e convincente exemplo, por isso
vivemos no mundo das desigualdades sócio econômica financeira, do salve-se quem
puder e no mundo selvagem dos que só querem o podre para o outro e ninguem quer
ser o outro.
Portanto,
esperemos que agora., a nova fé que se instalou no “Timão”
dos destinos deste Estado, minore ou não deixe que piore o quadro violento e
sórdido que se nos apresenta.
Lúcio Reis
Belém,Pa, 25/Janeiro
NÃO
DEU CERTO!
Estamos para completar o 1º ano da Decretação de medidas
objetivando metas favoráveis à Sociedade Brasileira (massa, povão), que no
outro sentido de mão foram contrarias aos interesses dos "tubarões".
De imediato a
nomeação dos "fiscais", foi criado o slogan “TEM
QUE DA CERTO", que nos primeiros momentos, realmente se
ratificou, pois até então o fator surpresa, tanto pela finalidade do Decreto
(congelamento), quanto pela pronta resposta do cidadão, deixou a classe
empregadora com suas linhas de raciocínio e capacidade decisória embaralhadas.
Refeitos do susto, se iniciaram
es desrespeitos e as desobediências, que hoje causam espanto. Dentre as
primeiras, como o ramo das confecções e dos imóveis, lembram? Figuraram as das
redes de supermercados, cujos titulares Srs. Paes Mendonça e Abílio
Dinis, sentam à mesa ao lado do Chefe do chefe da Nação e de seus
Ministros da Área Econômica, compondo e CDE, para discutir medidas econômicas
para o País, Com esses Srs. como aos outros do menor projeção nada
aconteceu como medida punitiva ante ao atropelo do DL do PC.
Mesmo assim, o povo continuou
em sua ação fiscalizadora. E aí, faltou o órgão a quem competia dar
respaldo e atender as denuncias dos "fiscais do Presidente". Vocês
recordam, quão maçante era conseguir ligação com o 198? Lembram que o
Superintendente da SUNAB de São Paulo, que mandou tirar o fone do gancho e
não deu andamento aos processos de autuação. O mesmo foi destituído do cargo,
mas, só isso? O que lhe aconteceu como medida punitiva? Puxemos pela memória:vimos
que a polêmica SÜNAB e Cimento, quem saiu vencedor?
Não demorou muito e o próprio
governo se incumbiu do jogar água fria na fervura, que a essa altura já não
estava a 100° e, com o rótulo do emprestimo compulsório, majorou os
combustíveis. Paralelamente, também a indústria iniciou a mandar seus produtos
aos "Salões do Beleza", do onde saiam com outra maquiagem e,
quem pagava e paga somos nós os consumidores. E a impunidade, continuou com
sua marca registrada nacional.
Nesse estado de situação,
nossos Representantes acharam, por bem, majorar seus subsídios com efeito
retroativo a janeiro, precisavam se capitalizar, o novembro se aproximava. E
com isso jogaram mais água fria na euforia do assalariado.
Aproximavamo-nos do 15 de
novembro e amargávamos já, a fila da carne, dos ovos, do leite, do frango
(lembram que não faz muito tempo e os criadores incineravam milhares de pintos,
pois não havia consumo que justificasse a criação de tantos futuros frangos),
mas como consolo, ouvíamos as promessas de que não vai faltar produtos nas
prateleiras, carne nos açougues e inclusive a ameaça de aplicação da Lei
Delegada nº 4.
Todos nós já conhecemos os
resultados dos acordos de cavalheiros, nos quais, o que há realmente é um
acordo de cavaleiros, que se combinam para usar como montaria o parco salário
do trabalhador.
Bem, chegamos a novembro e o
Partido que dá sustentação ao Poder Executivo, necessitava ir aos píncaros,
pois 87 é o ano da Constituinte. Então, para impressionar, confiscou algumas
reses. Mas, alguem deve ter cochichado no ouvido do Poder: “olha lá o que estas
fazendo! Incontinente os confiscos foram suspensos.
Nesse estágio, o ágio está
dessiminado. A SUNAB prende consumidor que denuncia varejista. Mesmo assim, o
povo dá, com bondade infinita, um voto de confiança e sufraga o Partido da
situação. Muitos cruzados foram gastos para seus candidatos chegarem ao Poder
(você conhecia politicamente o deputado estadual mais votado do Pará?) não!,
nem eu. Aí nem bem passou 7
dias do pleito e o governo se esqueceu que prometia manter o congelamento e com
essa amnésia, iniciou por majorar suas mercadorias: telefone, luz, correio,
combustíveis mais uma vez e etc... E com isso, congelou realmente a euforia de
todos os “fiscais”.
E assim, como
nenhum “Tubarão” foi preso, como ninguem conteve o ágio, como o
governo não se governou em seus gastos. Recebeu o integral apoio do povo, mas
não apoiou seus fiscais, portanto, por falta de macho, “NÃO DEU CERTO’ e,
jamais dará. Nem o pacto social sairá. Pois num pacto, onde somente o
trabalhador é quem paga o pato sempre, isso também não tem que dá certo.
Lúcio Reis
Belém, Pa,10/10/1986
CONSTITUIÇÃO
No dia 01
de fevereiro 87, conforme programação veiculada pela Imprensa Nacional,
instalar-se-á neste País, mais uma Assembleia Nacional Constituinte, para num
período de 218 dias, espaço compreendido entre a data de sua instalação e o dia 07 de
Setembro, quando há a pretensão
de que o Presidente da República, promulgue a Nova Carta Magna Brasileira,
escreverem a Constituição de 1987, que regerá nossos destinos nos anos que se seguem.
Conhecendo,
como conhecemos,a politica que nossos representantes praticam, se muito me
engano, ouso em arriscar o palpite de que ainda não será em 87, que teremos a
nossa "Bíblia" das Leis Nacionais. Pois analisemos os dados que se nos
oferecem:
- Dos 218
dias disponíveis, ficam os mesmos restritos a 150 dias, isto se a Constituinte
"trabalhar" em julho, época de recesso parlamentar, pois serão 68
dias, relativos somente a sábados, domingos e feriados, portanto, no meu
entender, muito pouco tempo para se construir um feito importantíssimo, como é uma
Constituição;
-
Imaginem, que somente a polémica em torno do nome daquele que presidirá a Assembleia, já rola por
vários dias, desde que se definiu os resultados das urnas
de 15 de novembro, sem que um consenso tenha sido alcançado;
- Diante
do acima, pode-se prever o que sucederá, quanto os temas: Reforma Agrária, Saúde, Habitação,
Educação, Alimentação, Salário e Mandato Presidencial, entrarem à pauta de
discussão, pois os mesmos, principalmente o
primeiro, envolvem interesses de grupos econômicos, aqueles, que mesmo saindo João e
entrando José, continuaram a nortear o destino desta Nação,
transformando-se em inimigos nº l do Plano Cruzado e portanto, da Sociedade
Brasileira, culminando por derrotarem o tão festejado plano
de 28 de fevereiro de 1986.
- Os
temas: privilégios, impunidade através da imunidade, bem como o Art. que trata da remuneração do
parlamento, este sim, facilmente e sem embargos, serão
aprovados e assim, sob a proteção do um mandato todos terão condições de se
tornarem, os que ainda não forem, fazendeiros, latifundiários e depois venderem suas
reses com ágio;
- Sabe-se,
por outro lado, que assuntos relevantes, como Código Penal e tantos outros, hibernam há anos dentro do Congresso e com isso o povo
vai pagando de todos os jeitos a mínima vontade de
nossos parlamentares de cumprirem a contento a finalidade primordial a que se
propuseram nos palanques.
Portanto, num gesto até de boa vontade e, sem incoerência,
mas contrariando todos os indícios de que a Lei Maior nascerá este ano,
admitimos que seja aproveitado o esboço que a Comissão de Notáveis já montou,
que se acrescente, que se risque alguma parte, mas que se promulgue depois de
um plebiscito popular.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 02/06/1986.
Pleito eleitoral
O Liberal em sua edição de 18 de janeiro,
publica em sua pag. 4, uma crônica
do Ermo Sr. J. Passarinho,Senador eleito no último 15 de novembro, na qual faz referência
sobre votos em branco, naquela eleição, tomando como pontos básicos: apreciação de jornais de São Paulo e Rio, assim como o protesto de uma
universitária, tornado público em revista nacional de grande
tiragem.
Na
qualidade de cidadão consumidor, contribuinte e leitor, gostaria também como eleitor,
caso essa Redação me permita, de tecer alguns comentários
sobre o tema. Benevolência concedida? Ok!
- A Imprensa Brasileira já trouxe a público, resultados de pesquisas
populares a respeito dos índices de credibilidade de nossos políticos e, infelizmente
os resultados são os mais desastrosos e desabonadores possíveis . Independente de qualquer pesquisa,
basta que assistamos os noticiários, leiamos os jornais ou que observemos os
veículos que trafegam nas vias públicas e que se destinam aos poderes
constituídos, para se ter a ratificação das pesquisas.
- É bem verdade que
existem os representantes sérios, honestos, e que por certo não compactuam com:
os Trens, as Kombi, os Fuscas e as Bicicletas da Alegria; que rejeitam o jeton, quando não
comparecem às sessões em Plenário; que não sabem, não gostam e não querem
tocar piano; que votam contra a majoração de seus subsídios num percentual de
110, enquanto o salário ficou congelado,
pois ele está ali por ser um patriota; que em sendo
pecuarista, mesmo que o comprador queira pagar seu boi com ágio ele não recebe;
que também é contrário ao alto salário que ganha como representante, enquanto o
de seu representado é irrisório; que repudia a ideia e a prática de Marajás
aqui, pois não estamos na Índia; que é contrário a suspensão das sessões a
título do qualquer pretexto; que não
aceita toda e qualquer forma de mordomia; que não adjetiva seu par, tratando-o de Sua Excelência é um moleque, irresponsável,
corrupto e por isso não
vai ao desforço físico dentro do Parlamento. Em fim, poderíamos ocupar páginas e páginas enumerando partes
negativas e que depõem desfavoravelmente
contra nossos políticos.
- Se os parlamentares brasileiros passassem para o lado
da ca e frequentassem as rodas de conversa daqueles que cumprem uma
jornada de trabalho de 8 horas diárias, quer como empregador, quer como empregado, tendo o primeiro uma enorme
taxação de impostos e etc e, o segundo a contrapartida de um salário que não
compra nem 10 kg de carne e, que se desloca em transportes coletivos de péssima
qualidade, enquanto o homem do poder usa sem a mínima austeridade o veículo, o
combustível, tudo custeado pelo miserável contribuinte e ainda permite que o
mesmo se transforme em automóvel particular do motorista, pois é rotina diária
e sistemática em fins de semana e feriados, vermos os carros oficiais em balneários, assim como trafegando com
destino aos subúrbios conduzindo o motorista para sua casa. Se o político entrasse
na fila para comprar qualquer tipo de alimento e ter que desembolsar preço
acrescido com ágio, procurasse a SUNAB e depois constatasse que nenhum
desrespeitador do congelamento de preços está preso, por certo que ele não
votaria em branco, mas sim nulo, como uma maneira de dizer de sua descrença na
política e no político nacional.
- Dizer-se que o
brasileiro prefere o gozo do feriado do dia da eleição e, por isso pleteia a
desobrigatoriedade do voto, como uma atitude irresponsável, não creio que esta
classificação seja a mais adequada. Será que quem só tem direito a 30 dias de
férias depois de 12 meses de trabalho não é mais merecedor de aproveitar
qualquer dia vermelho, do que aqueles que tem férias em julho, dezembro,
janeiro e fevereiro e que são contumazes em “enforcar” dias imprensados por
feriados e deixam os assuntos de interesse da sociedade rolarem meses, anos e
etc nas gavetas do Congresso?
- Será que o cidadão
depois de ouvir as promessas dos palanques feitas pelo seu candidato, inclusive
a de cumprir o estatuto de seu Partido, sufraga aquele aspirante ao cargo de
legislador e o vê eleito. E já nesta condição não cumpre o prometido, troca de
Partido, faz aliança com aqueles que ele (candidato) queria ver a caveira e um
grilo cantando dentro e, assim mesmo, esse político ainda deve ser merecedor de
crédito? Pois, político não muda de Partido, ele se mantém no Poder.
Frente a tantos
fatos, a volta a Idade Média, não será pelo gosto do povo, pois o governo emana
do povo e em seu nome será exercido. Só que essa teoria, na prática brasileira
é assim: o governo emana do povo, é exercido por seus representantes em
proveito deles mesmos. Muda Brasil!
Lúcio Reis
Belém, Pa,
02/06/1986
URNAS A
15
Ao ler, neste domingo p.p., a
crônica do Sr Emir Bemerguy, “Urnas a Vista”, resolvi
emitir a presente, com intuito, também, como cidadão, de contribuir e cooperar,
apesar de saber, ser eu “uma gota d’água” nesse oceano de desconhecimento e
análise prévia, bem como do comportamento e feito daqueles que tentam a
reeleição aos cargos representativos proporcionais e majoritários no próximo 15
de Novembro.
Ao ver e
acompanhar o desempenho, não de agora, mas de há algum tempo, de nossos
representantes, não só em âmbito local, mas, em termos de País, chega-se a
triste conclusão de que eles não representam em nada os interesses comuns da
sociedade, mas sim, são autênticos auto representantes de seus interesses e de
suas famílias, assim como daquela camada social que, infelizmente, não tem
acesso aos noticiários, ainda acredita nas promessas do aterro de rua e fica
satisfeito com uma camiseta.
Acredito que,
se todos nós (povo) tivéssemos conhecimento da relação dos quadros funcionais
dos órgãos e repartições estaduais, municipais e federais, iríamos constatar
que muitos (a maioria) sobrenomes são idênticos aos sobrenomes de nossos atuais
representantes, caracterizando o auto beneficiamento, isto sem nos referirmos
ao tráfico de influência, ao burlamento dos textos legais, inclusive
constitucionais, as incríveis e inacreditáveis incoerências comportamentais,
onde ética, moral, austeridade e honra são itens ínfimos e desprezíveis, desde
que se anteponham às subidas ao poder.
Votar em
branco, a meu ver significa dizer que concordamos com qualquer um que for
eleito. Portanto, para dizermos que não aceitamos mais a agressão das
mordomias, da covardia dos altos subsídios (se um salário de Cz$804,00 pode
atender – ou deve – as necessidades de um trabalhador, por que 5 (cinco)
salários não seriam mais do que suficientes para um parlamentar? – da violência
dos chapas brancas, dos poucos dias de trabalho e dos muitos de férias, dos
concertos de piano, bem como dos jetons sem o correspondente trabalho, acho que
devemos votar nulo, pois, a nós compete a mudança do cenário, já!
É bem verdade
que existem homens sérios, responsáveis e preocupados em trabalhar patrioticamente
em prol desta Nação. Todavia, enquanto não fecharmos as portas aos
aproveitadores, sugadores e usurpadores do poder e assim, abrirmos as
portas àqueles patriotas, que até então não entram e se dizem ainda vacinados
contra política, porque a lama é grande demais, logo, a nós é devido sanear o
ambiente e o dia é 15 de Novembro, dia Nacional da Faxina Democrática e de
erradicação do vírus politicagem.
Sabemos, é bem
verdade, que mudar ou transformar o esquema vigente é difícil, mas se ninguém
tentar e deixar a omissão seguir junto, fica impossível e assim, não se elimina
a incompetência, não se suprimi o desmando, o desserviço e se erradica a
inversão dos valores.
Logo,
entendemos que a subestimação que até agora foi dada ao real valor da força da
maioria, a única capaz de ditar as regras do jogo, já deve ser apagada da
mentalidade da minoria, que não corresponde a confiança do povo. Se não,
teremos uma constituinte baseada em estivas de madeira, de aterros de baixadas,
de camisetas, tudo isso pendurado no chaveirinho da promessa de palanque.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 29/05/1986
SUBSÍDIOS
A
Câmara Municipal de Belém, votou e, por unanimidade, também, aprovou
mais um desserviço ao povo deste Município – a majoração de seus
subsídios em 70% - dentre tantos outros desserviços, que digamos,
infelizmente não ser um privilégio de nosso LEGISLATIVO Mirim, mas uma
característica de todos os nossos representantes no Poder Legislativo,
quer no âmbito Federal o Congresso Nacional, quer Estadual e Municipal.
O
desserviço fica caracterizado, quando se sabe que o Legislativo não
produz receita. Eles alegam a existência da Lei Complementar nº 50. Só
que eles esquecem de declarar que a mesma só beneficia a eles próprios
e, automaticamente acrescenterá o ônus ao bolso dos munícipes através
dos impostos e taxas que o Executivo terá de arrecadar e repassar para
que seus altos salários (subsídios) sejam pagos, e assim, ficaremos mais
tempo com ruas esburacadas, rede de esgoto uma calamidade, coleta de
lixo deficitária e tantos outros itens básicos, relegados a um plano
secundário. Em outras palavras: “É uma grande maioria ganhando baixo
salário, contribuindo para que uma pequena minoria tenha um alto
salário”.
Quando
se sabe que um edil passa a ganhar Cz$1.072,50 por hora, muitas das
vezes sem ter sentado num banco de escola, a não ser pelo tempo
necessário à aprender a ler e escrever e, ao mesmo tempo vê-se médicos
anestesistas pedindo descredenciamento da Previdência em função dos
incompatíveis honorários (face a seriedade e responsabilidade do serviço
que presta), para os quais se prepararam por mais de 5 (cinco) anos,
conclui-se obviamente que a carroça é que está puxando o burro.
Toma-se
os anestesistas como exemplo, mas poderiamos citar tantos outros
profissionais com curso completo, muitos desempregados e outros tantos
empregados em ramos diferentes aos que se propuseram ao galgarem os
portões de uma Universidade após a guerra do vestibular e, percebendo
um, um e meio ou dois salários por mês.
Ao
saber-se que um vereador receberá CZ$32.000,00 por mês e por apenas 32
horas, verifica-se evidentemente que estamos sendo vitimas de uma
absurda covardia e agressão aos nossos direitos de contribuintes.
Tem-se
conhecimento, outrossim, que as pautas de serviços dos Legislativos
deste País, vivem sistematicamente congestionadas. Puderá: eles
suspendem uma sessão por qualquer motivo banal, sem contar com as
inúmeras que não realizam por falta de quorum e que no final do período
provocam sessões extraordinárias, onerando mais ainda o erário. Assim
como se sabe que todos trabalham 12 meses para gozarem um de férias,
fazendo uma jornada de trabalho de 8 horas diárias, ao passo que um
parlamentar tem apenas 8 meses destinados a trabalhar (não significa
dizer que realmente e necessariamente trabalhem) e 4 meses de férias,
encontra-se aí, claramente, uma das razões de sermos um País
sub-desenvolvido.
Portanto,
quando se vê ou ouve senadores, deputados e vereadores, reclamando
respeito ao Poder Legislativo, vê-se que nossos representantes (as
excessões são mínimas), merecem cada um, um vidro de óleo de peroba como
presente, pois só sendo cara de pau, para pensarem que todos somos
imbecis e bôbos da corte.
E assim, em 15 de novembro, digamos não a esses salários de marajás e às reduzidas horas de trabalho.
Lúcio Reis
Belém, Pa,16/04/1986
Publicado no Jornal O Liberal edição de 20/04/1986
CORRUPÇÃO
Pelo desenrolar da procissão, tem-se a nítida impressão de que
ha uma epidemia avassaladora
de todos os princípios morais s e éticos, sem que até
agora, alguém tenha tido a determinação
de aplicar o remédio legal e assim, internar, sem
titubeação e atendimento
aos apelos influentes, todos aqueles que tem transformado
as ações de moralidade, de austeridade, de honestidade,
em virtudes agonizantes e, portanto, em franca falência.
A cada dia que se apanha um
dos veículos de comunicação deste País, tem-se praticamente a certeza
de que teremos, nessa viagem leitura, a companhia de mais um novo caso de fraude, de
malversação, de corrupção.
Ao longo de mais de duas décadas, convivemos
com o câncer econômico, a inflação, corroendo nossos salários,
matando inocentes de inanição pela falta do sustento proteico e,
fabricando idiotas pelo insuficiente desenvolvimento
cerebral, em função da parca, deficiente e muitas das vezes ate,
ausente ingestão alimentar nos primeiros anos
de vida de uma criança.
Todavia, num piscar de olhos fomos presenteados com os
DL 2283 e 2284 e, como se fosse um milagre, daqueles que o
paciente já esta desenganado, deu-se a salvação e hoje respiramos
o oxigênio da esperança de dias melhores ou quando nada, de
que a situação não se agravará mais, na velocidade em
que vinha ocorrendo.
Tomando a erradicação da espiral inflacionária,
como o exemplo de comparação esperamos que o governo, através de seus três
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), volte os olhos e
suas ações, não somente para desvendar e investigar os casos de
corrupção, mas sim e principalmente, punir severamente, independente de
status, esses subtraidores dos valores públicos e com isso,
portanto, conjugando ações fraudulentas no sentido de verem
prosperar as desgraças sociais e assim ampliar a
mortandade infantil o precário atendimento pelo Órgão Previdenciário e,
o que é pior, embolsarem descaradamente
as divisas cambias que deveriam propiciar benefícios amplos a sociedade.
Corrupção de colarinho branco, verde, do pro
álcool, da farinha de trigo. Do gênero alimentício e etc...Como se pode ver é um rol tão intenso,
que se pode deduzir que houve e há uma opção generalizada em corromper
e ser corrompido, como que houvesse uma total alergia e aversão pela honestidade, assim como há o pavor, o pânico pêlos males estigmatizantes.
Se o governo nomear o povo a
ser fiscal, também, das ações de corrupção e lhe der
os dispositivos de apoio, muita coisa vai melhorar
neste País, a partir, inclusive, do próprio governo.
Lúcio Reis
Belém,Pa, 06/04/1986
CARTA
O Jornal O
Liberal ha poucos dias, trouxe-nos uma reportagem de responsabilidade do
Jornalista LúcioFlavio Pinto, na
qual o Profissional usa como tema alguns trechos da carta de 15
laudas, que o Senador Jarbas Passarinho endereçou em
1982, ao então Comandante do 1º COMAR, onde (na carta) a figura
central e o Ex-governador deste Estado Ten-Cel. Alacid Nunes.
Como o
assunto veio ao conhecimento público, entendo ser um direito nosso - cidadão leitor - tecer comentários, aferir os fatos e até emitir opinião, tendo em vista que os protagonistas dos acontecimentos, estão
diretamente ligados e vinculados ao
presente e ao futuro deste Estado, por serem militares ligados a história deste
Estado e as matérias de abrangência popular. Quanto ao passado, só servirá para
extração de lições, comparação com os fatos presentes e precaução ao futuro.
Dado a
seriedade e gravidade que certos acontecimentos espelharam ao emergirem,
supôs e esperei que os mesmos fossem receber o tratamento devido e tivessem a
repercuçao correspondente. Todavia, ao que parece, foi selado um acordo
para que o véu do esquecimento caísse sobre eles e a opinião pública fosse vetado
qualquer consequência dos mesmos, que se revolvidos, muitos germes patogênicos surgiriam, tal
o estado de putrefação que o tecido apresentou e exalou.
Um dos
itens que me chamou atenção, dentre todos, é a facilidade e a convicção com que se loteia e distribui os cargos eletivos, quer proporcionais ou majoritários, como que a vontade e escolha
popular que sairá das urnas é
fato consumado e unicamente
dependente da vontade e planejamento
do candidato, numa total inversão de tudo aquilo que se sabe – ou não se sabe nada - sobre eleição, onde o que prevalece é a escolha e a vontade livre
e soberana da maioria. Será que ha manipulação na boca, na língua e nos dentes
das urnas?
Verdade
inconteste, não temos líderes. Temos profissionais da coisa publica, que, com certeza, se perderem a vaca das tetas de ouro,
vão passar por maus bocados. E tanto isso é verdade, que hoje,
aquele que foi o maior partido da America Latina, quando no poder, se encontra
nos estertores do coma do desaparecimento, tal a debandada geral.
Logo, pode-se concluir, dizendo:
“Politico Profissioal não muda de partido, mas sim, se mantém no Poder”. É isso
que mostra a prática no dia a dia.
Continuísmo, portanto, é
bandeira de luta, quando o pretendente não montou a sela no Poder. Porém,
depois de lá chegar, não quer mais apear de jeito nenhum. Isto se vê, inclusive
nos Sindicatos e etc... Agora mesmo, o Sr Deputado Ulysses Guimarães se reelege
pela 7ª vez presidente do PMDB, será que quando do seu desaparecimento, o
partido irá a falência? Pois parece que só ele o sabe presidir. Os “lideres”
sindicais, seus nomes os conhecemos de cor, de tanto continuarem nos cargos,
Você, caro leitor, com certeza sabe de quem se trata os seguintes nomes:
Joaquinzão, Lula, Levy, Meneghelli, Jair,Flores e tantos outros, que com poucas
exceções são profissionais de planejar,desencadear greves e essa atividade
apresentar como trabalho.
Mas, vem aí o 15 de novembro. Agora, há uma tomada
de conhecimento do sabor da cidadania. Não temos mais dúvidas de quão é
invencível nossa força. Elegeremos, se Deus quiser, patriotas, interessados no
beneficio dos bolsos de todos nós e não nos seus próprios. Escolheremos aqueles
que sabem se espremer e suar num coletivo urbano e, diremos não aqueles que
estão a cata de um carro chapa branca com ar condicionado e de receber jeton
sem comparecer ao local de trabalho.
Ruy Barbosa que nos desculpe: não queremos mais ver
triunfar as nulidades, prosperar a desonra, crescer a injustiça e
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus. Resolvemos nos animarmos na
virtude, aplaudirmos a honra e não termos vergonha de sermos honestos.
Lúcio
Reis
Belém, Pa, 03/04/1986
VIUVAS DA CORREÇÃO MONETÁRIA
A passeata sobe a Av. Presidente Vargas, portando
faixas, nas quais se lê:
"Abaixo o Pacote”! "Fora o DL 2284”; "Queremos
de Volta a Correção Monetária"
e etc...
Pois bem! A altura do Cine Palácio, alguém,
dos que como eu olha os barulhentos
protestadores, pergunta: Quem são aqueles poucos, que compõem aquele bloquinho?
Outro assistente, postado na parada do onibus, responde de trás: “São as viúvas da Correção
Monetária!”
Elas são as únicas interessadas em que o
pacote não dê certo, pois somente assim, terão de volta a CM e através do
capital improdutivo e imobilizado na aplicação
no mercado aberto, retiravam o lucro sem trabalho, que lhes dava condições de realizações de
cruzeiros pelas Ilhas do Caribe, excursões
europeia, pacote turístico pela Terra do Tio Sam e etc...
É claro que a
passeata acima, é ficção, pois essa elite não comparece a Super Mercado, não encomprida fila de
Banco ou do INPS, que dirá fazer passeata reivindicatória. Ela manda alguém
às compras, pois simplesmente a massa
lhe causa ojeriza. Muitas das vezes seus enviados tinham a orientação de pagar
mais caro, para fugir da espera e assim do convívio com o povo, inflacionando ainda mais, com essa atitude
e, por conseguinte dilatando o índice de
CM. Esses privilegiados, mesmo que fossem às compras, jamais portariam relação de tabelamento da SUNAB, pois isso
seria um acinte à sua pseudo imunidade
econômica. Todavia, quantas vezes não pechincharam por importâncias irrisórias em relação a uma contra prestação
de serviço?
Felizmente, diferente de todas as medidas ate hoje tomadas, que
somente beneficiavam o pico da pirâmide
social, o pacote dá um tratamento diferenciado
para todas as categorias
e classes sociais e eis aí a razão da ira, do enfurecimento densa minoria, pois seu
descontentamento será insuficiente para derrotar a força superior da massa, que
descobriu o sentimento de cidadania e
seu real valor e importância como
contribuinte e consumidor.
Diante da supremacia e relevância, que é a
maioria, ou seja: o povo, o qual entendeu, atendeu e aderiu maciçamente ao
chamamento de Sua Excelência, o
Poeta-Presidente, a quem foi dado todo apoio e força, ratificados pela ação popular, nesse plano de inflação
zero, o que se configura e caracteriza
pela mobilização da sociedade. Portanto, qualquer investida, a exemplo, dentre outros, do que já houve, logo nos
primeiros dias da vigência do pacote, com a divulgação de boatos, jamais
vingará, pois a resistência e a barreira
humana é invencível e intransponível e, estamos atentos a essas tentativas de
nocautear o cruzado e nos levar a lona da correção monetária.
E assim, seria interessante que esses
capitalistas fizessem um pool com objetivo, por exemplo, de reaquecer o mercado
imobiliário com a construção de novas unidades habitacionais, destinadas às
rendas baixas e intermediárias o que, teria como consequência direta, absorção
de mão de obra da construção civil, circulação de renda, poder aquisitivo em maior
número de mãos, gerando mais impostos, mais empregos e por consequência todos
lucrando e o País progredindo.
É tempo de que haja uma conscientização,
que hoje é tempo de produção e não de especulação. Acabou a época do ganhar
fácil. Inflação, o câncer do salário mínimo, foi destruido pela quimioterapia
do cruzeiro, do tabelamento e do congelamento
Agora é a vez da maioria.
Lúcio Reis
Belém,
Pa, 15/03/1986
A Direção Geral
RÊDE GLOBO DE TELEVISÃO
Rua Von Martius nº 312 - Jardim Botânico
CEP 66000 - Rio de
Janeiro - RJ
Referência: Projeto
"CIDADÃO FAÇA A CONSTITUIÇÃO"
Já
foi dito por alguém: "Politica é assunto sério, para ser tratado
e ficar nas mãos dos politicos". Por analogia, pode-se concluir: "Constituição
é problema seríssimo, para ficar nas mãos de uma Assembleia
Nacional Constituinte, composta por políticos".
Em
função do acima, gostaria de levar à apreciação desse Importantíssimo Veículo
de Comunicação, a ideia abaixo, em relação a redação e a constituição de
nossa futura Constituição, em virtude das considerações a seguir:
-
Tendo em vista o retorno, ou melhor, o despertar do sentimento de cidadania,
provocado pelo DL 2.283, editado à 28 do mês p.p. e substituído pelo DL
2.284, com a implacável fiscalização do povo e maciça atenção e
atendimento à nomeação de Sua Excelência, em que cada um seja seja seu fiscal;
- Tendo em vista o
imprescindível apoio e força que essa Emissora
emprestou ao Plano de Inflação Zero, de iniciativa do Governo, força essa, sem
a qual o êxito e o objetivo do Plano jamais
seria alcançado;
-
Tendo em vista que, a cada pleito eletivo, fica descaracterizada
a representatividade popular em nosso Legislativo e, na
próxima eleição não será diferente, em face da influência do poderio econômico — aliás, tão
bem explorado por Roque Santeiro — estando, por tanto, aquele Poder a
serviço de pequenos grupos a de uma minoria, que lhe dá sustentação nas
campanhas pré-eleitorais, logo, é um Poder comprometido, lamentavelmente;
-
Tendo em vista, por conseguinte, legislar ser uma das competências
do Poder Legislativo, em prol do povo, do bem comum e da maioria, através
das câmaras alta e baixa, representando os Estados e o povo, mas que,
tristemente e para decepção de todos não vem ocorrendo e sim, há um propósito
mórbido de auto beneficiamento.
Para
a escrituração de nossa próxima Constituição o próprio povo liberaria e
desobrigaria o Congresso desse empenho, via exposição dessa vontade, por
intermedio de um plebiscito, que piamente acredito, sem nenhuma sombra de
duvida, que o sim receberia a escolha da maioria, muito além da maioria
absoluta;
SUGIRO:
- 1. Que essa
Emissora e, todo o Sistema Globo de Comunicações, lance o Projeto: "CIDADÃO
FAÇA A CONSTITUIÇÃO”.
-
2. O Projeto consistirá em:
-
a) Apoiado num forte esquema de planejamento jornalístico, característica
dessa Empresa, incluindo, obviamente, o Jornal e as emissoras de rádio, tanto
AM quanto FM, no qual seria indispensável a participação do elenco e também
todo o pessoal da administração, bem como o pessoal que não aparece nos vídeos
de nossos aparelhos, para dar conhecimento dos textos da atual Constituição,
acompanhado de comentários em relação ao lado positivo e negativo do mesmo, mostrando
fatos concretos ou criados, para espelhar o espírito jurídico, que cada Artigo
abrange, e assim, iria sendo difundido no seio da opinião pública
as mudanças que se fazem necessárias e o que é mais importante, de
baixo para cima;
-
b) Os jornais que têm convenio ou vínculo com esse Sistema,
publicariam em suas edições diárias, um pequeno espaço recortável, onde viria impresso:
nome do cidadão, CPF, Título de Eleitor com o nº e a zona, endereço
completo e espaço para exposição da ideia a ser incluida ou a constituir
artigos, §§§ da Nova Lei;
-
c) Assim como era feito uma triagem das cartas endereçadas ao "Povo e
o Presidente", da mesma forma, uma equipe selecionaria as idéias e as
agruparia em bloco Inerentes ao mesmo assunto. As ideias seriam transformadas,
por juristas para linguagem própria e que resguardasse o espírito da opinião
popular. Após a transformação, os jornais publicariam, como ficou aquele
agrupamento de ideias e quais os cidadãos que contribuíram para a formação
daquele artigo legal, ficando assim, valorizada a participação e a
importância de cada opinião. Essa publicação seria feita nos jornais dos
Estados de origem da ideia;
- d) O Projeto
"CIDADÃO FAÇA A CONSTITUIÇÃO", seria lançado ainda este ano, para que no final de 1987, o Congresso tomasse conhecimento do novo Texto
Legal e o levasse à promulgação do Executivo, pois a essa altura a nossa Lei
Máxima, já teria sido dada conhecimento à opinião pública, que novamente,
mediante a um novo plebiscito, para que não sobrasse duvida de sua
legitimidade, ratificaria o resultado de nossa nova Carta Magna e assim a
promulgação Presidencial seria o atendimento de questão formal, pois ali,
naquele Documento estará a expressão inconteste da vontade do povo.
Acredito
que com isso, esse Sistema Internacional de Comunicação estaria dando
valiosíssima cooperação na construção desta Nação, entraria e faria sem dúvida,
mais uma vez, para a História do Brasil.
O
patrocínio, tenho certeza, não será dificil, face a abrangência do tema, apesar
de ser um projeto arrojado e audacioso, salvo melhor juizo, porém, de interesse
do mais simples operário ao mais ilustre industrial ou banqueiro, cujas idéias
não mereceriam nenhum tratamento diferenciado ao aquele dado a ideia do desconhecido
assalariado.
Como
no decorrer desses anos, nossos congressistas, tendo em vista: os trens da
alegria, o beneficiamento com altos salários aos amigos e familiares, o
recebimento indevido de jetons, a autotransformação em marajás do poder e
tantos outros itens de agressão aos direitos e interesses da sociedade e do
operário assalariado, reduziram sua credibilidade perante a opinião pública
nacional, ao ponto de fusão do gêlo (a zero), se tornaram, por conseguinte,
suspeitos e desacreditados para escreverem para nós a nossa Carta Magna, a
qual, se ficar realmente sob a responsabilidade deles, não será uma Carta,
porém, um bilhete que retratará sempre seus interesses próprios e dos grupos de
minorias que lhes deram sustentação financeira nas campanhas eleitorais.
Com
o Projeto “Cidadão Faça a Constituição”, teremos, democraticamente, no sentido
literal, o povo fazendo suas leis, e assim, o Poder emanando da massa, para ela
dirigido e por ela exercido.
Contando
desde já, com a atenção e estudo que darão a sugestão supra, pois acredito ser
possível sua concretização e entendeo não ser uma utopia, pois o que hoje é
mentira amanhã pode ser verdade, assim foi com a inflação, que até o dia 27 de
fevereiro, era uma loucura dizer que a mesma seria zero em março e agora, já
admite-se até a deflação, portanto, meu muito obrigado.
Atenciosamente
Lúcio
Reis
PS
O acima foi enviado ao destinatário em 18 MAR 1986, com Registro EBCT 042324
Belém,
Pa, 13/03/1986
Publicado no
Jornal O Liberal de 18/03/0986
DEPOIS DO PACOTE
Já
se passou alguns dias da entrada em vigor do DL 2.283, agora substituído pelo
DL 2.284, que na sua essência se equivale aquele.
Com
a ação implacável do povo consumidor, podemos neste momento identificar e
ratificar nossas desconfianças, de quem era e quem continua querendo
ser o inimigo nº 1 (um) da população.
A
atitude desrespeitosa ao tabelamento e ao congelamento dos preços demonstra o
desespero e espelha a frustração de não poder mais agora, subtrair gananciosa
e avidamente o parco salário da comunidade, por parte de incompetentes
varejistas, que para poder custear o turismo europeu e na Terra
do Tio Sam, seu e de seus familiares, só sabia praticar o comércio da especulação
e do ganho fácil com a superposição de remarcação, que formava, como
todos nós tivemos oportunidade de comprovar, uma pirâmide de etiquetas no
produto a ser comercializado.
Esse
comportamento de lucro por sobre lucro, ficava ainda mais condenavel,
quando se sabia que esse Capital da desgraça social e do infanticídio
alarmante, ia diretamente, também, para a especulação no Mercado de Capitais,
com aplicações no OVER e no OPEN, ao passo que a remuneração paga ao funcionário
que relevantemente é o lado prático e mais sacrificado da história,
não condiz e não corresponde em termos justos ao merecimento, ao, desempenho
e às necessidades funcionais do auxiliar.
Nesse
estado de coisa a concentração de lucro em uma só mão, passou a ser
uma verdade e um fato inconteste. A tão propalada distribuição social de
renda, era só figura de linguagem de retórica. E assim rico ficava mais rico
e pobre cada vez e inapelavelmente mais pobre ficava.
A
consequência de poder econômico concentrado nas mãos de poucos, se tornou um
flagelo para a classe media e o extermínio da base da pirâmide social, pois
junto com esse poder caminha o tráfico de influência e foi criada
a impunidade e a impunidade pelo privilégio de ter uma polpuda conta bancária
e um vultoso saldo no Mercado Aberto, havendo por conseguinte uma deterioração
moral dos costumes e a cada pleito eletivo, tantos os cargos majoritários
quanto os proporcionais, passaram a ter uma considerável elevação do
custo das campanhas eleitorais, desqualificando, deste modo, a
representatividade popular e se tornando, desta feita, a representação de
pequenos grupos, de interesses de minorias em detrimento da massa.
Prender
gerente ou o funcionário subalterno é valido. Todavia, o efeito
seria muito mais positivo se o dono os donos é que fossem para a cadeia.
Tem-se
a mania de justificar que a crise mundial é motivo da nossa crise, Pois bem,
por que então não nos basearmos, como exemplo também, na Italia que enfiou
atrás das grades e levou a julgamento, praticamente toda a mafia? Por que não
nos espelhamos no Japão, que também encarcerou um 1º Ministro por ter se
envolvido em corrupção? Por que não fazermos como o País que prendeu e multou o
Reverendo Moom, por sonegação de impostos? Portanto, questiona-se: “Os exemplos
ruins servem para nós, os bons não!”
O
que se sucede neste País, é que somos viciados e dependentes psicologicamente
de uma bola. Enquanto que, há, desgraçadamente, nas prateleiras do comércio da
vida e do mundo, por sonegação, a falta de importantes e imprescíndíveis
mercadorias, tais como: moral, justiça, imparcialidade e honestidade e, o que é
pior: houve um congelamento total das relações de amor fraterno e respeito aos
direitos do semelhante.
Para
reverter o processo é fácil: basta lembrarmos de não esquecer e nem esquecer de
lembrarmos que existe, como existiu e existirá sempre, o Perdão Maior e
colocá-lo no nosso dia a dia. Ficará tudo mais fácil. Tente!
Lúcio
Reis
Belem,
Pa, 05/03/1986
Publicada no
Jornal O Liberal de 08/03/1986
D. LEI 2.283 –
PACOTÃO
O
Brasil é um Gigante que caminha a passos largos. O Brasil chegou e esteve a
beira do abismo. O Brasil não caiu porque é maior que o abismo. Estas foram
frases que surgiram, em épocas não muito distante e que retratam a fase do milagre
econômico brasileiro e depois a situação crítica, advinda com a crise energética, que teve como estopim as desenfreadas e sistemáticas altas
do barril de petróleo.
Daí
por diante a cratera do abismo foi enlarguecendo e sendo aprofundada pela
galopante inflação mensal, que iniciou ou deu continuação a um processo
de ameaça em fazer este País afundar no caos econômico, aniquilar de uma vez,
todos nós, povo contribuinte e consumidor.
Felizmente,
a 28.02.86, veio a salvação. O DL 2283, que abriu um leque de soluções
ao da desestabilização econômica do Brasil. E assim, podemos
declarar desde já: “O BRASIL SALTOU POR CIMA DO ABISMO’.
Esperamos,
que a Copa não desvie a atenção do arpão, e que o povo torcedor não tire o dedo
do gatilho desse arpão, mirado que está, em direção dos tubarões, que há muito
vem abocanhando nossos minguados salários e com isso, retiravam de nossas copas o alimento
mínimo necessário a nossa sobre vivência e a de nossos
filhos.
Torçamos
também, para que o poder econômico não dobre as forças punitivas que
devam e tenham de cair, em cima daqueles, que agora, podemos ratificar, eram os operários
que cavavam, com sua ganância do lucro fácil, o precipício que por certo iria
nos engolir.
Acreditamos
ainda, que agora, o povo tenha-se conscientizado, descoberto e sentido quão
poderosa é sua força. Que essa força não necessita de líder, aliás, vale até
ressaltar que verdadeiramente, o que o povo não conta, na atualidade, com nenhuma liderança sequer, pois
as assim autodenominadas estão preocupadas em pleitear e lutar
pelos interesses de pequenos grupos ou até mesmo de seus próprios interesses,
legislando, inclusive, às causas próprias.
Vimos
acompanhando há muito tempo, o uso de nosso sofrimento social,
politico,
financeiro e econômico, como brinquedo nas mãos daqueles que foram por nós
delegados, com o objetivo de tratarem com seriedade nossas causas. Felizmente,
temos agora, no Poder, um brasileiro acostumado com os,
brinquedos e,
por conseguinte, sabe que até para fazer brinquedo há necessidade de seriedade
e por consequência não necessita de
brincar com as coisas sérias do povo. Por isso mesmo, já podemos dizer: Dia 28
de fevereiro, o Piloto Sarney e o Co Piloto Funaro e o restante da Tripulação
da Nave Econômica do Brasil, desviaram-na da rota do caos e a colocaram-na na
rota ao futuro promissor.
O
Pacote não tem matiz partidário de nenhuma das agremiações políticas que aí
estão. Suas côres são o verde e o amarelo, que são as côres do povo desta
Terra. Portanto, nos compete com toda seriedade e sem tendências extremistas,
defendê-l0 e fazê-lo vigorar, abolindo as violências e lembrando que seu
sucesso representa nossa tranquilidade a curto prazo. O Pacote é um presente
para o povo. Esperamos que não se transforme em presente de grego.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 18/02/ 1986.
Ao Exmo Sr.
Presidente da República Federativa do
Brasil
Sr. José Sarney
Brasília -DP
Excelentíssimo Senhor Presidente
Tendo em vista a política de austeridade, que V.
Excelência vem implantando em seu Governo, o que já foi motivo de recente
legislação, com o intuito de disciplinar ou até
mesmo modificar o uso dos veículos das frotas oficiais, bem como, creio, ser
um direito constitucional do cidadão, fiscalizar seus governantes, além da
solicitação feita à comunidade nacional para que observe os abusos e denuncie,
vimos por intermédio da presente e com sua devida aquiescência, levar ao
conhecimento desse Presidente, um fato que, salvo melhor Juízo, entendemos ser de séria gravidade,
pelas circunstâncias argumentais e interpretativas que o acontecimento
permite e que abaixo registramos:
- O fato: "Encontrávamo-nos no Balneário denominado
Mosqueiro, que dista dista desta Capital 70
Km, e está situado na Ilha, também, intitulada Mosqueiro, dia
15.02.86, sábado, por volta das 18:00 hs HBV, numa fila de carros, aguardando
nossa vez para abastecermos, com nossos minguados 30.000 (Trinta Mil
Cruzeiros), nosso automóvel tipo Brasília, que até já saiu de linha de
fabricação. Em nossa frente,
Imediatamente o seguinte, estava sendo abastecido o carro oficial, tipo Del-Rey
cor preta, Chapa nº 013 (TREZE), destinado ao 4º Secretário da Assembleia
Legislativa do Estado do Pará, no qual o bombeiro do posto, o qual está
localizado na Praça principal daquele distrito e, que recebe o nome de Praça
Nossa Senhora do Ó, já havia depositado combustível suficiente para encher o
tanque do veículo e passou a abastecer também, mais um recipiente
com capacidade para 20 litros, e um outro com volume interior para
50 litros, perfazendo um total de 70 litros extras, ao dos que encheram o reservatório do carro.
- As circunstâncias argumentais e interpretativas:
"Diante do fato, sentimo-nos agredidos e
violentados nos nossos direitos de simples cidadão contribuinte e consumidor,
logo de suma relevância, pois enquanto nos esmeramos no sentido de não
estragarmos e usarmos o estritamente necessário, presenciamos in loco o Poder usando e
abusando e, quem sabe, no caso se apropriando indebitamente ou sendo conivente
para que isto suceda? Frente ao aviltamento
que eu e os demais éramos vítimas, desabafei, pilhereando: Eta mordomia, paga
pelo povo! Foi o suficiente para que o condutor do veículo, ou responsável pelo
mesmo, pois era quem com sua assinatura aposta nas notas, assegurava o
pagamento polo Poder, daquele privilégio, me respondesse: ISTO É A NOVA REPÚBLICA, QUEM MANDOU
VOTAR NO HOMEM, TEM QUE SE ESTREPAR, QUEM MANDOU SER OTÁRIO E BURRO E TER VOTADO NOS HOMENS; OLHA Al CARRO
NOVO ( O DO PODER ) E, OLHA AÍ CARRO VELHO (O MEU), OTÁRIO. TEM MESMO E QUE SE F.....!
Diante dessa lisonja, própria do
submundo frequentado pelo Escadinha e tantos outros, ainda tentei esboçar a
pequena reação ao dizer: Isto pode acabar. Mas, ao perceber o nível rasteiro do
funcionário (?), um cidadão claro, barbado, que trajava calça jeans e camisa
esporte e, o seu sintoma de embriaguez alcoólica, pois era até, um dia não
útil, optei em calar-me e tomar esta iniciativa, levar ao conhecimento de
alguém.
Sei da independência dos Estados em
relação a União, face a Federação, mas acredito, pois todos nós precisamos
acreditar e confiar em alguém neste País e é imprescindível não deixarmos
morrer em nossos corações o amor pelo Brasil e orgulho de sermos filhos desta
Pátria, por causa de nossos maus compatriotas e irresponsáveis auxiliares.
Portanto, entendo, que V. Excia., não deixará que a denúncia seja em vão e que
meu objetivo em cooperar seja debalde.
Entendo, por outro lado, que o fato
caracteriza um desvio ilegal, pelas seguintes razões: A distância de 70 km
desta Cidade, não justifica o abastecimento extra tanque de mais 70 litros,
apesar de ser um dia não útil, mesmo porque os postos localizados em áreas fora
da zona urbana têm seu funcionamento facultado, inclusive nos feriados.
A outra irregularidade observada,
colocava em risco a vida das pessoas e outros veículos e dos transeuntes, foi a
de conduzir inflamáveis naqueles depósitos totalmente abastecidos e dora do
tanque, no interior de um carro
oficial, dirigido por um motorista movido a álcool etílico.
Sei, outrossim, que este problema, em
comparação ao volume de seríssimos obstáculos que V. Excia., tem a transpor,
pode ser até insignificante, porém, entendemos que corrupção será sempre
corrupção, tanto faz em menor ou maior escala.
Queremos acreditar em V.
Excia., precisamos alimentar a esperança e mudarmos a interpretação de que
Governo é sinônimo de decepção para o povo. Não devemos e não podemos entender
que Nova República seja a mesma coisa que corrupção e malversação do erário.
Queremos, também, que o “MUDA BRASIL” dos palanques e praças públicas, seja uma
realidade e que nós, povo, nessa metamorfose, nessa transformação, não sejamos
apenas uns OTÁRIOS e BURROS.
Precisamos do Brasil, para os 130
milhões de brasileiros, bem como os privilégios e o bem comum e não, para o
desfrute de uma pequena meia (6) dúzia
Atenciosamente
Belém, Pa,10/10/1986
CONSTITUIÇÃO
No dia 01
de fevereiro 87, conforme programação veiculada pela Imprensa Nacional,
instalar-se-á neste País, mais uma Assembleia Nacional Constituinte, para num
período de 218 dias, espaço compreendido entre a data de sua instalação e o dia 07 de
Setembro, quando há a pretensão
de que o Presidente da República, promulgue a Nova Carta Magna Brasileira,
escreverem a Constituição de 1987, que regerá nossos destinos nos anos que se seguem.
Conhecendo,
como conhecemos,a politica que nossos representantes praticam, se muito me
engano, ouso em arriscar o palpite de que ainda não será em 87, que teremos a
nossa "Bíblia" das Leis Nacionais. Pois analisemos os dados que se nos
oferecem:
- Dos 218
dias disponíveis, ficam os mesmos restritos a 150 dias, isto se a Constituinte
"trabalhar" em julho, época de recesso parlamentar, pois serão 68
dias, relativos somente a sábados, domingos e feriados, portanto, no meu
entender, muito pouco tempo para se construir um feito importantíssimo, como é uma
Constituição;
-
Imaginem, que somente a polémica em torno do nome daquele que presidirá a Assembleia, já rola por
vários dias, desde que se definiu os resultados das urnas
de 15 de novembro, sem que um consenso tenha sido alcançado;
- Diante
do acima, pode-se prever o que sucederá, quanto os temas: Reforma Agrária, Saúde, Habitação,
Educação, Alimentação, Salário e Mandato Presidencial, entrarem à pauta de
discussão, pois os mesmos, principalmente o
primeiro, envolvem interesses de grupos econômicos, aqueles, que mesmo saindo João e
entrando José, continuaram a nortear o destino desta Nação,
transformando-se em inimigos nº l do Plano Cruzado e portanto, da Sociedade
Brasileira, culminando por derrotarem o tão festejado plano
de 28 de fevereiro de 1986.
- Os
temas: privilégios, impunidade através da imunidade, bem como o Art. que trata da remuneração do
parlamento, este sim, facilmente e sem embargos, serão
aprovados e assim, sob a proteção do um mandato todos terão condições de se
tornarem, os que ainda não forem, fazendeiros, latifundiários e depois venderem suas
reses com ágio;
- Sabe-se,
por outro lado, que assuntos relevantes, como Código Penal e tantos outros, hibernam há anos dentro do Congresso e com isso o povo
vai pagando de todos os jeitos a mínima vontade de
nossos parlamentares de cumprirem a contento a finalidade primordial a que se
propuseram nos palanques.
Portanto, num gesto até de boa vontade e, sem incoerência,
mas contrariando todos os indícios de que a Lei Maior nascerá este ano,
admitimos que seja aproveitado o esboço que a Comissão de Notáveis já montou,
que se acrescente, que se risque alguma parte, mas que se promulgue depois de
um plebiscito popular.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 02/06/1986.
Pleito eleitoral
O Liberal em sua edição de 18 de janeiro,
publica em sua pag. 4, uma crônica
do Ermo Sr. J. Passarinho,Senador eleito no último 15 de novembro, na qual faz referência
sobre votos em branco, naquela eleição, tomando como pontos básicos: apreciação de jornais de São Paulo e Rio, assim como o protesto de uma
universitária, tornado público em revista nacional de grande
tiragem.
Na
qualidade de cidadão consumidor, contribuinte e leitor, gostaria também como eleitor,
caso essa Redação me permita, de tecer alguns comentários
sobre o tema. Benevolência concedida? Ok!
- A Imprensa Brasileira já trouxe a público, resultados de pesquisas
populares a respeito dos índices de credibilidade de nossos políticos e, infelizmente
os resultados são os mais desastrosos e desabonadores possíveis . Independente de qualquer pesquisa,
basta que assistamos os noticiários, leiamos os jornais ou que observemos os
veículos que trafegam nas vias públicas e que se destinam aos poderes
constituídos, para se ter a ratificação das pesquisas.
- É bem verdade que
existem os representantes sérios, honestos, e que por certo não compactuam com:
os Trens, as Kombi, os Fuscas e as Bicicletas da Alegria; que rejeitam o jeton, quando não
comparecem às sessões em Plenário; que não sabem, não gostam e não querem
tocar piano; que votam contra a majoração de seus subsídios num percentual de
110, enquanto o salário ficou congelado,
pois ele está ali por ser um patriota; que em sendo
pecuarista, mesmo que o comprador queira pagar seu boi com ágio ele não recebe;
que também é contrário ao alto salário que ganha como representante, enquanto o
de seu representado é irrisório; que repudia a ideia e a prática de Marajás
aqui, pois não estamos na Índia; que é contrário a suspensão das sessões a
título do qualquer pretexto; que não
aceita toda e qualquer forma de mordomia; que não adjetiva seu par, tratando-o de Sua Excelência é um moleque, irresponsável,
corrupto e por isso não
vai ao desforço físico dentro do Parlamento. Em fim, poderíamos ocupar páginas e páginas enumerando partes
negativas e que depõem desfavoravelmente
contra nossos políticos.
- Se os parlamentares brasileiros passassem para o lado
da ca e frequentassem as rodas de conversa daqueles que cumprem uma
jornada de trabalho de 8 horas diárias, quer como empregador, quer como empregado, tendo o primeiro uma enorme
taxação de impostos e etc e, o segundo a contrapartida de um salário que não
compra nem 10 kg de carne e, que se desloca em transportes coletivos de péssima
qualidade, enquanto o homem do poder usa sem a mínima austeridade o veículo, o
combustível, tudo custeado pelo miserável contribuinte e ainda permite que o
mesmo se transforme em automóvel particular do motorista, pois é rotina diária
e sistemática em fins de semana e feriados, vermos os carros oficiais em balneários, assim como trafegando com
destino aos subúrbios conduzindo o motorista para sua casa. Se o político entrasse
na fila para comprar qualquer tipo de alimento e ter que desembolsar preço
acrescido com ágio, procurasse a SUNAB e depois constatasse que nenhum
desrespeitador do congelamento de preços está preso, por certo que ele não
votaria em branco, mas sim nulo, como uma maneira de dizer de sua descrença na
política e no político nacional.
- Dizer-se que o
brasileiro prefere o gozo do feriado do dia da eleição e, por isso pleteia a
desobrigatoriedade do voto, como uma atitude irresponsável, não creio que esta
classificação seja a mais adequada. Será que quem só tem direito a 30 dias de
férias depois de 12 meses de trabalho não é mais merecedor de aproveitar
qualquer dia vermelho, do que aqueles que tem férias em julho, dezembro,
janeiro e fevereiro e que são contumazes em “enforcar” dias imprensados por
feriados e deixam os assuntos de interesse da sociedade rolarem meses, anos e
etc nas gavetas do Congresso?
- Será que o cidadão
depois de ouvir as promessas dos palanques feitas pelo seu candidato, inclusive
a de cumprir o estatuto de seu Partido, sufraga aquele aspirante ao cargo de
legislador e o vê eleito. E já nesta condição não cumpre o prometido, troca de
Partido, faz aliança com aqueles que ele (candidato) queria ver a caveira e um
grilo cantando dentro e, assim mesmo, esse político ainda deve ser merecedor de
crédito? Pois, político não muda de Partido, ele se mantém no Poder.
Frente a tantos
fatos, a volta a Idade Média, não será pelo gosto do povo, pois o governo emana
do povo e em seu nome será exercido. Só que essa teoria, na prática brasileira
é assim: o governo emana do povo, é exercido por seus representantes em
proveito deles mesmos. Muda Brasil!
Lúcio Reis
Belém, Pa,
02/06/1986
URNAS A
15
Ao ler, neste domingo p.p., a
crônica do Sr Emir Bemerguy, “Urnas a Vista”, resolvi
emitir a presente, com intuito, também, como cidadão, de contribuir e cooperar,
apesar de saber, ser eu “uma gota d’água” nesse oceano de desconhecimento e
análise prévia, bem como do comportamento e feito daqueles que tentam a
reeleição aos cargos representativos proporcionais e majoritários no próximo 15
de Novembro.
Ao ver e
acompanhar o desempenho, não de agora, mas de há algum tempo, de nossos
representantes, não só em âmbito local, mas, em termos de País, chega-se a
triste conclusão de que eles não representam em nada os interesses comuns da
sociedade, mas sim, são autênticos auto representantes de seus interesses e de
suas famílias, assim como daquela camada social que, infelizmente, não tem
acesso aos noticiários, ainda acredita nas promessas do aterro de rua e fica
satisfeito com uma camiseta.
Acredito que,
se todos nós (povo) tivéssemos conhecimento da relação dos quadros funcionais
dos órgãos e repartições estaduais, municipais e federais, iríamos constatar
que muitos (a maioria) sobrenomes são idênticos aos sobrenomes de nossos atuais
representantes, caracterizando o auto beneficiamento, isto sem nos referirmos
ao tráfico de influência, ao burlamento dos textos legais, inclusive
constitucionais, as incríveis e inacreditáveis incoerências comportamentais,
onde ética, moral, austeridade e honra são itens ínfimos e desprezíveis, desde
que se anteponham às subidas ao poder.
Votar em
branco, a meu ver significa dizer que concordamos com qualquer um que for
eleito. Portanto, para dizermos que não aceitamos mais a agressão das
mordomias, da covardia dos altos subsídios (se um salário de Cz$804,00 pode
atender – ou deve – as necessidades de um trabalhador, por que 5 (cinco)
salários não seriam mais do que suficientes para um parlamentar? – da violência
dos chapas brancas, dos poucos dias de trabalho e dos muitos de férias, dos
concertos de piano, bem como dos jetons sem o correspondente trabalho, acho que
devemos votar nulo, pois, a nós compete a mudança do cenário, já!
É bem verdade
que existem homens sérios, responsáveis e preocupados em trabalhar patrioticamente
em prol desta Nação. Todavia, enquanto não fecharmos as portas aos
aproveitadores, sugadores e usurpadores do poder e assim, abrirmos as
portas àqueles patriotas, que até então não entram e se dizem ainda vacinados
contra política, porque a lama é grande demais, logo, a nós é devido sanear o
ambiente e o dia é 15 de Novembro, dia Nacional da Faxina Democrática e de
erradicação do vírus politicagem.
Sabemos, é bem
verdade, que mudar ou transformar o esquema vigente é difícil, mas se ninguém
tentar e deixar a omissão seguir junto, fica impossível e assim, não se elimina
a incompetência, não se suprimi o desmando, o desserviço e se erradica a
inversão dos valores.
Logo,
entendemos que a subestimação que até agora foi dada ao real valor da força da
maioria, a única capaz de ditar as regras do jogo, já deve ser apagada da
mentalidade da minoria, que não corresponde a confiança do povo. Se não,
teremos uma constituinte baseada em estivas de madeira, de aterros de baixadas,
de camisetas, tudo isso pendurado no chaveirinho da promessa de palanque.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 29/05/1986
SUBSÍDIOS
A
Câmara Municipal de Belém, votou e, por unanimidade, também, aprovou
mais um desserviço ao povo deste Município – a majoração de seus
subsídios em 70% - dentre tantos outros desserviços, que digamos,
infelizmente não ser um privilégio de nosso LEGISLATIVO Mirim, mas uma
característica de todos os nossos representantes no Poder Legislativo,
quer no âmbito Federal o Congresso Nacional, quer Estadual e Municipal.
O
desserviço fica caracterizado, quando se sabe que o Legislativo não
produz receita. Eles alegam a existência da Lei Complementar nº 50. Só
que eles esquecem de declarar que a mesma só beneficia a eles próprios
e, automaticamente acrescenterá o ônus ao bolso dos munícipes através
dos impostos e taxas que o Executivo terá de arrecadar e repassar para
que seus altos salários (subsídios) sejam pagos, e assim, ficaremos mais
tempo com ruas esburacadas, rede de esgoto uma calamidade, coleta de
lixo deficitária e tantos outros itens básicos, relegados a um plano
secundário. Em outras palavras: “É uma grande maioria ganhando baixo
salário, contribuindo para que uma pequena minoria tenha um alto
salário”.
Quando
se sabe que um edil passa a ganhar Cz$1.072,50 por hora, muitas das
vezes sem ter sentado num banco de escola, a não ser pelo tempo
necessário à aprender a ler e escrever e, ao mesmo tempo vê-se médicos
anestesistas pedindo descredenciamento da Previdência em função dos
incompatíveis honorários (face a seriedade e responsabilidade do serviço
que presta), para os quais se prepararam por mais de 5 (cinco) anos,
conclui-se obviamente que a carroça é que está puxando o burro.
Toma-se
os anestesistas como exemplo, mas poderiamos citar tantos outros
profissionais com curso completo, muitos desempregados e outros tantos
empregados em ramos diferentes aos que se propuseram ao galgarem os
portões de uma Universidade após a guerra do vestibular e, percebendo
um, um e meio ou dois salários por mês.
Ao
saber-se que um vereador receberá CZ$32.000,00 por mês e por apenas 32
horas, verifica-se evidentemente que estamos sendo vitimas de uma
absurda covardia e agressão aos nossos direitos de contribuintes.
Tem-se
conhecimento, outrossim, que as pautas de serviços dos Legislativos
deste País, vivem sistematicamente congestionadas. Puderá: eles
suspendem uma sessão por qualquer motivo banal, sem contar com as
inúmeras que não realizam por falta de quorum e que no final do período
provocam sessões extraordinárias, onerando mais ainda o erário. Assim
como se sabe que todos trabalham 12 meses para gozarem um de férias,
fazendo uma jornada de trabalho de 8 horas diárias, ao passo que um
parlamentar tem apenas 8 meses destinados a trabalhar (não significa
dizer que realmente e necessariamente trabalhem) e 4 meses de férias,
encontra-se aí, claramente, uma das razões de sermos um País
sub-desenvolvido.
Portanto,
quando se vê ou ouve senadores, deputados e vereadores, reclamando
respeito ao Poder Legislativo, vê-se que nossos representantes (as
excessões são mínimas), merecem cada um, um vidro de óleo de peroba como
presente, pois só sendo cara de pau, para pensarem que todos somos
imbecis e bôbos da corte.
E assim, em 15 de novembro, digamos não a esses salários de marajás e às reduzidas horas de trabalho.
Lúcio Reis
Belém, Pa,16/04/1986
Publicado no Jornal O Liberal edição de 20/04/1986
CORRUPÇÃO
Pelo desenrolar da procissão, tem-se a nítida impressão de que
ha uma epidemia avassaladora
de todos os princípios morais s e éticos, sem que até
agora, alguém tenha tido a determinação
de aplicar o remédio legal e assim, internar, sem
titubeação e atendimento
aos apelos influentes, todos aqueles que tem transformado
as ações de moralidade, de austeridade, de honestidade,
em virtudes agonizantes e, portanto, em franca falência.
A cada dia que se apanha um
dos veículos de comunicação deste País, tem-se praticamente a certeza
de que teremos, nessa viagem leitura, a companhia de mais um novo caso de fraude, de
malversação, de corrupção.
Ao longo de mais de duas décadas, convivemos
com o câncer econômico, a inflação, corroendo nossos salários,
matando inocentes de inanição pela falta do sustento proteico e,
fabricando idiotas pelo insuficiente desenvolvimento
cerebral, em função da parca, deficiente e muitas das vezes ate,
ausente ingestão alimentar nos primeiros anos
de vida de uma criança.
Todavia, num piscar de olhos fomos presenteados com os
DL 2283 e 2284 e, como se fosse um milagre, daqueles que o
paciente já esta desenganado, deu-se a salvação e hoje respiramos
o oxigênio da esperança de dias melhores ou quando nada, de
que a situação não se agravará mais, na velocidade em
que vinha ocorrendo.
Tomando a erradicação da espiral inflacionária,
como o exemplo de comparação esperamos que o governo, através de seus três
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), volte os olhos e
suas ações, não somente para desvendar e investigar os casos de
corrupção, mas sim e principalmente, punir severamente, independente de
status, esses subtraidores dos valores públicos e com isso,
portanto, conjugando ações fraudulentas no sentido de verem
prosperar as desgraças sociais e assim ampliar a
mortandade infantil o precário atendimento pelo Órgão Previdenciário e,
o que é pior, embolsarem descaradamente
as divisas cambias que deveriam propiciar benefícios amplos a sociedade.
Corrupção de colarinho branco, verde, do pro
álcool, da farinha de trigo. Do gênero alimentício e etc...Como se pode ver é um rol tão intenso,
que se pode deduzir que houve e há uma opção generalizada em corromper
e ser corrompido, como que houvesse uma total alergia e aversão pela honestidade, assim como há o pavor, o pânico pêlos males estigmatizantes.
Se o governo nomear o povo a
ser fiscal, também, das ações de corrupção e lhe der
os dispositivos de apoio, muita coisa vai melhorar
neste País, a partir, inclusive, do próprio governo.
Lúcio Reis
Belém,Pa, 06/04/1986
CARTA
O Jornal O
Liberal ha poucos dias, trouxe-nos uma reportagem de responsabilidade do
Jornalista LúcioFlavio Pinto, na
qual o Profissional usa como tema alguns trechos da carta de 15
laudas, que o Senador Jarbas Passarinho endereçou em
1982, ao então Comandante do 1º COMAR, onde (na carta) a figura
central e o Ex-governador deste Estado Ten-Cel. Alacid Nunes.
Como o
assunto veio ao conhecimento público, entendo ser um direito nosso - cidadão leitor - tecer comentários, aferir os fatos e até emitir opinião, tendo em vista que os protagonistas dos acontecimentos, estão
diretamente ligados e vinculados ao
presente e ao futuro deste Estado, por serem militares ligados a história deste
Estado e as matérias de abrangência popular. Quanto ao passado, só servirá para
extração de lições, comparação com os fatos presentes e precaução ao futuro.
Dado a
seriedade e gravidade que certos acontecimentos espelharam ao emergirem,
supôs e esperei que os mesmos fossem receber o tratamento devido e tivessem a
repercuçao correspondente. Todavia, ao que parece, foi selado um acordo
para que o véu do esquecimento caísse sobre eles e a opinião pública fosse vetado
qualquer consequência dos mesmos, que se revolvidos, muitos germes patogênicos surgiriam, tal
o estado de putrefação que o tecido apresentou e exalou.
Um dos
itens que me chamou atenção, dentre todos, é a facilidade e a convicção com que se loteia e distribui os cargos eletivos, quer proporcionais ou majoritários, como que a vontade e escolha
popular que sairá das urnas é
fato consumado e unicamente
dependente da vontade e planejamento
do candidato, numa total inversão de tudo aquilo que se sabe – ou não se sabe nada - sobre eleição, onde o que prevalece é a escolha e a vontade livre
e soberana da maioria. Será que ha manipulação na boca, na língua e nos dentes
das urnas?
Verdade
inconteste, não temos líderes. Temos profissionais da coisa publica, que, com certeza, se perderem a vaca das tetas de ouro,
vão passar por maus bocados. E tanto isso é verdade, que hoje,
aquele que foi o maior partido da America Latina, quando no poder, se encontra
nos estertores do coma do desaparecimento, tal a debandada geral.
Logo, pode-se concluir, dizendo:
“Politico Profissioal não muda de partido, mas sim, se mantém no Poder”. É isso
que mostra a prática no dia a dia.
Continuísmo, portanto, é
bandeira de luta, quando o pretendente não montou a sela no Poder. Porém,
depois de lá chegar, não quer mais apear de jeito nenhum. Isto se vê, inclusive
nos Sindicatos e etc... Agora mesmo, o Sr Deputado Ulysses Guimarães se reelege
pela 7ª vez presidente do PMDB, será que quando do seu desaparecimento, o
partido irá a falência? Pois parece que só ele o sabe presidir. Os “lideres”
sindicais, seus nomes os conhecemos de cor, de tanto continuarem nos cargos,
Você, caro leitor, com certeza sabe de quem se trata os seguintes nomes:
Joaquinzão, Lula, Levy, Meneghelli, Jair,Flores e tantos outros, que com poucas
exceções são profissionais de planejar,desencadear greves e essa atividade
apresentar como trabalho.
Mas, vem aí o 15 de novembro. Agora, há uma tomada
de conhecimento do sabor da cidadania. Não temos mais dúvidas de quão é
invencível nossa força. Elegeremos, se Deus quiser, patriotas, interessados no
beneficio dos bolsos de todos nós e não nos seus próprios. Escolheremos aqueles
que sabem se espremer e suar num coletivo urbano e, diremos não aqueles que
estão a cata de um carro chapa branca com ar condicionado e de receber jeton
sem comparecer ao local de trabalho.
Ruy Barbosa que nos desculpe: não queremos mais ver
triunfar as nulidades, prosperar a desonra, crescer a injustiça e
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus. Resolvemos nos animarmos na
virtude, aplaudirmos a honra e não termos vergonha de sermos honestos.
Lúcio
Reis
Belém, Pa, 03/04/1986
VIUVAS DA CORREÇÃO MONETÁRIA
A passeata sobe a Av. Presidente Vargas, portando
faixas, nas quais se lê:
"Abaixo o Pacote”! "Fora o DL 2284”; "Queremos
de Volta a Correção Monetária"
e etc...
Pois bem! A altura do Cine Palácio, alguém,
dos que como eu olha os barulhentos
protestadores, pergunta: Quem são aqueles poucos, que compõem aquele bloquinho?
Outro assistente, postado na parada do onibus, responde de trás: “São as viúvas da Correção
Monetária!”
Elas são as únicas interessadas em que o
pacote não dê certo, pois somente assim, terão de volta a CM e através do
capital improdutivo e imobilizado na aplicação
no mercado aberto, retiravam o lucro sem trabalho, que lhes dava condições de realizações de
cruzeiros pelas Ilhas do Caribe, excursões
europeia, pacote turístico pela Terra do Tio Sam e etc...
É claro que a
passeata acima, é ficção, pois essa elite não comparece a Super Mercado, não encomprida fila de
Banco ou do INPS, que dirá fazer passeata reivindicatória. Ela manda alguém
às compras, pois simplesmente a massa
lhe causa ojeriza. Muitas das vezes seus enviados tinham a orientação de pagar
mais caro, para fugir da espera e assim do convívio com o povo, inflacionando ainda mais, com essa atitude
e, por conseguinte dilatando o índice de
CM. Esses privilegiados, mesmo que fossem às compras, jamais portariam relação de tabelamento da SUNAB, pois isso
seria um acinte à sua pseudo imunidade
econômica. Todavia, quantas vezes não pechincharam por importâncias irrisórias em relação a uma contra prestação
de serviço?
Felizmente, diferente de todas as medidas ate hoje tomadas, que
somente beneficiavam o pico da pirâmide
social, o pacote dá um tratamento diferenciado
para todas as categorias
e classes sociais e eis aí a razão da ira, do enfurecimento densa minoria, pois seu
descontentamento será insuficiente para derrotar a força superior da massa, que
descobriu o sentimento de cidadania e
seu real valor e importância como
contribuinte e consumidor.
Diante da supremacia e relevância, que é a
maioria, ou seja: o povo, o qual entendeu, atendeu e aderiu maciçamente ao
chamamento de Sua Excelência, o
Poeta-Presidente, a quem foi dado todo apoio e força, ratificados pela ação popular, nesse plano de inflação
zero, o que se configura e caracteriza
pela mobilização da sociedade. Portanto, qualquer investida, a exemplo, dentre outros, do que já houve, logo nos
primeiros dias da vigência do pacote, com a divulgação de boatos, jamais
vingará, pois a resistência e a barreira
humana é invencível e intransponível e, estamos atentos a essas tentativas de
nocautear o cruzado e nos levar a lona da correção monetária.
E assim, seria interessante que esses
capitalistas fizessem um pool com objetivo, por exemplo, de reaquecer o mercado
imobiliário com a construção de novas unidades habitacionais, destinadas às
rendas baixas e intermediárias o que, teria como consequência direta, absorção
de mão de obra da construção civil, circulação de renda, poder aquisitivo em maior
número de mãos, gerando mais impostos, mais empregos e por consequência todos
lucrando e o País progredindo.
É tempo de que haja uma conscientização,
que hoje é tempo de produção e não de especulação. Acabou a época do ganhar
fácil. Inflação, o câncer do salário mínimo, foi destruido pela quimioterapia
do cruzeiro, do tabelamento e do congelamento
Agora é a vez da maioria.
Lúcio Reis
Belém,
Pa, 15/03/1986
A Direção Geral
RÊDE GLOBO DE TELEVISÃO
Rua Von Martius nº 312 - Jardim Botânico
CEP 66000 - Rio de
Janeiro - RJ
Referência: Projeto
"CIDADÃO FAÇA A CONSTITUIÇÃO"
Já
foi dito por alguém: "Politica é assunto sério, para ser tratado
e ficar nas mãos dos politicos". Por analogia, pode-se concluir: "Constituição
é problema seríssimo, para ficar nas mãos de uma Assembleia
Nacional Constituinte, composta por políticos".
Em
função do acima, gostaria de levar à apreciação desse Importantíssimo Veículo
de Comunicação, a ideia abaixo, em relação a redação e a constituição de
nossa futura Constituição, em virtude das considerações a seguir:
-
Tendo em vista o retorno, ou melhor, o despertar do sentimento de cidadania,
provocado pelo DL 2.283, editado à 28 do mês p.p. e substituído pelo DL
2.284, com a implacável fiscalização do povo e maciça atenção e
atendimento à nomeação de Sua Excelência, em que cada um seja seja seu fiscal;
- Tendo em vista o
imprescindível apoio e força que essa Emissora
emprestou ao Plano de Inflação Zero, de iniciativa do Governo, força essa, sem
a qual o êxito e o objetivo do Plano jamais
seria alcançado;
-
Tendo em vista que, a cada pleito eletivo, fica descaracterizada
a representatividade popular em nosso Legislativo e, na
próxima eleição não será diferente, em face da influência do poderio econômico — aliás, tão
bem explorado por Roque Santeiro — estando, por tanto, aquele Poder a
serviço de pequenos grupos a de uma minoria, que lhe dá sustentação nas
campanhas pré-eleitorais, logo, é um Poder comprometido, lamentavelmente;
-
Tendo em vista, por conseguinte, legislar ser uma das competências
do Poder Legislativo, em prol do povo, do bem comum e da maioria, através
das câmaras alta e baixa, representando os Estados e o povo, mas que,
tristemente e para decepção de todos não vem ocorrendo e sim, há um propósito
mórbido de auto beneficiamento.
Para
a escrituração de nossa próxima Constituição o próprio povo liberaria e
desobrigaria o Congresso desse empenho, via exposição dessa vontade, por
intermedio de um plebiscito, que piamente acredito, sem nenhuma sombra de
duvida, que o sim receberia a escolha da maioria, muito além da maioria
absoluta;
SUGIRO:
- 1. Que essa
Emissora e, todo o Sistema Globo de Comunicações, lance o Projeto: "CIDADÃO
FAÇA A CONSTITUIÇÃO”.
-
2. O Projeto consistirá em:
-
a) Apoiado num forte esquema de planejamento jornalístico, característica
dessa Empresa, incluindo, obviamente, o Jornal e as emissoras de rádio, tanto
AM quanto FM, no qual seria indispensável a participação do elenco e também
todo o pessoal da administração, bem como o pessoal que não aparece nos vídeos
de nossos aparelhos, para dar conhecimento dos textos da atual Constituição,
acompanhado de comentários em relação ao lado positivo e negativo do mesmo, mostrando
fatos concretos ou criados, para espelhar o espírito jurídico, que cada Artigo
abrange, e assim, iria sendo difundido no seio da opinião pública
as mudanças que se fazem necessárias e o que é mais importante, de
baixo para cima;
-
b) Os jornais que têm convenio ou vínculo com esse Sistema,
publicariam em suas edições diárias, um pequeno espaço recortável, onde viria impresso:
nome do cidadão, CPF, Título de Eleitor com o nº e a zona, endereço
completo e espaço para exposição da ideia a ser incluida ou a constituir
artigos, §§§ da Nova Lei;
-
c) Assim como era feito uma triagem das cartas endereçadas ao "Povo e
o Presidente", da mesma forma, uma equipe selecionaria as idéias e as
agruparia em bloco Inerentes ao mesmo assunto. As ideias seriam transformadas,
por juristas para linguagem própria e que resguardasse o espírito da opinião
popular. Após a transformação, os jornais publicariam, como ficou aquele
agrupamento de ideias e quais os cidadãos que contribuíram para a formação
daquele artigo legal, ficando assim, valorizada a participação e a
importância de cada opinião. Essa publicação seria feita nos jornais dos
Estados de origem da ideia;
- d) O Projeto
"CIDADÃO FAÇA A CONSTITUIÇÃO", seria lançado ainda este ano, para que no final de 1987, o Congresso tomasse conhecimento do novo Texto
Legal e o levasse à promulgação do Executivo, pois a essa altura a nossa Lei
Máxima, já teria sido dada conhecimento à opinião pública, que novamente,
mediante a um novo plebiscito, para que não sobrasse duvida de sua
legitimidade, ratificaria o resultado de nossa nova Carta Magna e assim a
promulgação Presidencial seria o atendimento de questão formal, pois ali,
naquele Documento estará a expressão inconteste da vontade do povo.
Acredito
que com isso, esse Sistema Internacional de Comunicação estaria dando
valiosíssima cooperação na construção desta Nação, entraria e faria sem dúvida,
mais uma vez, para a História do Brasil.
O
patrocínio, tenho certeza, não será dificil, face a abrangência do tema, apesar
de ser um projeto arrojado e audacioso, salvo melhor juizo, porém, de interesse
do mais simples operário ao mais ilustre industrial ou banqueiro, cujas idéias
não mereceriam nenhum tratamento diferenciado ao aquele dado a ideia do desconhecido
assalariado.
Como
no decorrer desses anos, nossos congressistas, tendo em vista: os trens da
alegria, o beneficiamento com altos salários aos amigos e familiares, o
recebimento indevido de jetons, a autotransformação em marajás do poder e
tantos outros itens de agressão aos direitos e interesses da sociedade e do
operário assalariado, reduziram sua credibilidade perante a opinião pública
nacional, ao ponto de fusão do gêlo (a zero), se tornaram, por conseguinte,
suspeitos e desacreditados para escreverem para nós a nossa Carta Magna, a
qual, se ficar realmente sob a responsabilidade deles, não será uma Carta,
porém, um bilhete que retratará sempre seus interesses próprios e dos grupos de
minorias que lhes deram sustentação financeira nas campanhas eleitorais.
Com
o Projeto “Cidadão Faça a Constituição”, teremos, democraticamente, no sentido
literal, o povo fazendo suas leis, e assim, o Poder emanando da massa, para ela
dirigido e por ela exercido.
Contando
desde já, com a atenção e estudo que darão a sugestão supra, pois acredito ser
possível sua concretização e entendeo não ser uma utopia, pois o que hoje é
mentira amanhã pode ser verdade, assim foi com a inflação, que até o dia 27 de
fevereiro, era uma loucura dizer que a mesma seria zero em março e agora, já
admite-se até a deflação, portanto, meu muito obrigado.
Atenciosamente
Lúcio
Reis
PS
O acima foi enviado ao destinatário em 18 MAR 1986, com Registro EBCT 042324
Belém,
Pa, 13/03/1986
Publicado no
Jornal O Liberal de 18/03/0986
DEPOIS DO PACOTE
Já
se passou alguns dias da entrada em vigor do DL 2.283, agora substituído pelo
DL 2.284, que na sua essência se equivale aquele.
Com
a ação implacável do povo consumidor, podemos neste momento identificar e
ratificar nossas desconfianças, de quem era e quem continua querendo
ser o inimigo nº 1 (um) da população.
A
atitude desrespeitosa ao tabelamento e ao congelamento dos preços demonstra o
desespero e espelha a frustração de não poder mais agora, subtrair gananciosa
e avidamente o parco salário da comunidade, por parte de incompetentes
varejistas, que para poder custear o turismo europeu e na Terra
do Tio Sam, seu e de seus familiares, só sabia praticar o comércio da especulação
e do ganho fácil com a superposição de remarcação, que formava, como
todos nós tivemos oportunidade de comprovar, uma pirâmide de etiquetas no
produto a ser comercializado.
Esse
comportamento de lucro por sobre lucro, ficava ainda mais condenavel,
quando se sabia que esse Capital da desgraça social e do infanticídio
alarmante, ia diretamente, também, para a especulação no Mercado de Capitais,
com aplicações no OVER e no OPEN, ao passo que a remuneração paga ao funcionário
que relevantemente é o lado prático e mais sacrificado da história,
não condiz e não corresponde em termos justos ao merecimento, ao, desempenho
e às necessidades funcionais do auxiliar.
Nesse
estado de coisa a concentração de lucro em uma só mão, passou a ser
uma verdade e um fato inconteste. A tão propalada distribuição social de
renda, era só figura de linguagem de retórica. E assim rico ficava mais rico
e pobre cada vez e inapelavelmente mais pobre ficava.
A
consequência de poder econômico concentrado nas mãos de poucos, se tornou um
flagelo para a classe media e o extermínio da base da pirâmide social, pois
junto com esse poder caminha o tráfico de influência e foi criada
a impunidade e a impunidade pelo privilégio de ter uma polpuda conta bancária
e um vultoso saldo no Mercado Aberto, havendo por conseguinte uma deterioração
moral dos costumes e a cada pleito eletivo, tantos os cargos majoritários
quanto os proporcionais, passaram a ter uma considerável elevação do
custo das campanhas eleitorais, desqualificando, deste modo, a
representatividade popular e se tornando, desta feita, a representação de
pequenos grupos, de interesses de minorias em detrimento da massa.
Prender
gerente ou o funcionário subalterno é valido. Todavia, o efeito
seria muito mais positivo se o dono os donos é que fossem para a cadeia.
Tem-se
a mania de justificar que a crise mundial é motivo da nossa crise, Pois bem,
por que então não nos basearmos, como exemplo também, na Italia que enfiou
atrás das grades e levou a julgamento, praticamente toda a mafia? Por que não
nos espelhamos no Japão, que também encarcerou um 1º Ministro por ter se
envolvido em corrupção? Por que não fazermos como o País que prendeu e multou o
Reverendo Moom, por sonegação de impostos? Portanto, questiona-se: “Os exemplos
ruins servem para nós, os bons não!”
O
que se sucede neste País, é que somos viciados e dependentes psicologicamente
de uma bola. Enquanto que, há, desgraçadamente, nas prateleiras do comércio da
vida e do mundo, por sonegação, a falta de importantes e imprescíndíveis
mercadorias, tais como: moral, justiça, imparcialidade e honestidade e, o que é
pior: houve um congelamento total das relações de amor fraterno e respeito aos
direitos do semelhante.
Para
reverter o processo é fácil: basta lembrarmos de não esquecer e nem esquecer de
lembrarmos que existe, como existiu e existirá sempre, o Perdão Maior e
colocá-lo no nosso dia a dia. Ficará tudo mais fácil. Tente!
Lúcio
Reis
Belem,
Pa, 05/03/1986
Publicada no
Jornal O Liberal de 08/03/1986
D. LEI 2.283 –
PACOTÃO
O
Brasil é um Gigante que caminha a passos largos. O Brasil chegou e esteve a
beira do abismo. O Brasil não caiu porque é maior que o abismo. Estas foram
frases que surgiram, em épocas não muito distante e que retratam a fase do milagre
econômico brasileiro e depois a situação crítica, advinda com a crise energética, que teve como estopim as desenfreadas e sistemáticas altas
do barril de petróleo.
Daí
por diante a cratera do abismo foi enlarguecendo e sendo aprofundada pela
galopante inflação mensal, que iniciou ou deu continuação a um processo
de ameaça em fazer este País afundar no caos econômico, aniquilar de uma vez,
todos nós, povo contribuinte e consumidor.
Felizmente,
a 28.02.86, veio a salvação. O DL 2283, que abriu um leque de soluções
ao da desestabilização econômica do Brasil. E assim, podemos
declarar desde já: “O BRASIL SALTOU POR CIMA DO ABISMO’.
Esperamos,
que a Copa não desvie a atenção do arpão, e que o povo torcedor não tire o dedo
do gatilho desse arpão, mirado que está, em direção dos tubarões, que há muito
vem abocanhando nossos minguados salários e com isso, retiravam de nossas copas o alimento
mínimo necessário a nossa sobre vivência e a de nossos
filhos.
Torçamos
também, para que o poder econômico não dobre as forças punitivas que
devam e tenham de cair, em cima daqueles, que agora, podemos ratificar, eram os operários
que cavavam, com sua ganância do lucro fácil, o precipício que por certo iria
nos engolir.
Acreditamos
ainda, que agora, o povo tenha-se conscientizado, descoberto e sentido quão
poderosa é sua força. Que essa força não necessita de líder, aliás, vale até
ressaltar que verdadeiramente, o que o povo não conta, na atualidade, com nenhuma liderança sequer, pois
as assim autodenominadas estão preocupadas em pleitear e lutar
pelos interesses de pequenos grupos ou até mesmo de seus próprios interesses,
legislando, inclusive, às causas próprias.
Vimos
acompanhando há muito tempo, o uso de nosso sofrimento social,
politico,
financeiro e econômico, como brinquedo nas mãos daqueles que foram por nós
delegados, com o objetivo de tratarem com seriedade nossas causas. Felizmente,
temos agora, no Poder, um brasileiro acostumado com os,
brinquedos e,
por conseguinte, sabe que até para fazer brinquedo há necessidade de seriedade
e por consequência não necessita de
brincar com as coisas sérias do povo. Por isso mesmo, já podemos dizer: Dia 28
de fevereiro, o Piloto Sarney e o Co Piloto Funaro e o restante da Tripulação
da Nave Econômica do Brasil, desviaram-na da rota do caos e a colocaram-na na
rota ao futuro promissor.
O
Pacote não tem matiz partidário de nenhuma das agremiações políticas que aí
estão. Suas côres são o verde e o amarelo, que são as côres do povo desta
Terra. Portanto, nos compete com toda seriedade e sem tendências extremistas,
defendê-l0 e fazê-lo vigorar, abolindo as violências e lembrando que seu
sucesso representa nossa tranquilidade a curto prazo. O Pacote é um presente
para o povo. Esperamos que não se transforme em presente de grego.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 18/02/ 1986.
Ao Exmo Sr.
Presidente da República Federativa do Brasil
Sr. José Sarney
Brasília -DP
Excelentíssimo Senhor Presidente
Tendo em vista a política de austeridade, que V.
Excelência vem implantando em seu Governo, o que já foi motivo de recente
legislação, com o intuito de disciplinar ou até
mesmo modificar o uso dos veículos das frotas oficiais, bem como, creio, ser
um direito constitucional do cidadão, fiscalizar seus governantes, além da
solicitação feita à comunidade nacional para que observe os abusos e denuncie,
vimos por intermédio da presente e com sua devida aquiescência, levar ao
conhecimento desse Presidente, um fato que, salvo melhor Juízo, entendemos ser de séria gravidade,
pelas circunstâncias argumentais e interpretativas que o acontecimento
permite e que abaixo registramos:
- O fato: "Encontrávamo-nos no Balneário denominado
Mosqueiro, que dista dista desta Capital 70
Km, e está situado na Ilha, também, intitulada Mosqueiro, dia
15.02.86, sábado, por volta das 18:00 hs HBV, numa fila de carros, aguardando
nossa vez para abastecermos, com nossos minguados 30.000 (Trinta Mil
Cruzeiros), nosso automóvel tipo Brasília, que até já saiu de linha de
fabricação. Em nossa frente,
Imediatamente o seguinte, estava sendo abastecido o carro oficial, tipo Del-Rey
cor preta, Chapa nº 013 (TREZE), destinado ao 4º Secretário da Assembleia
Legislativa do Estado do Pará, no qual o bombeiro do posto, o qual está
localizado na Praça principal daquele distrito e, que recebe o nome de Praça
Nossa Senhora do Ó, já havia depositado combustível suficiente para encher o
tanque do veículo e passou a abastecer também, mais um recipiente
com capacidade para 20 litros, e um outro com volume interior para
50 litros, perfazendo um total de 70 litros extras, ao dos que encheram o reservatório do carro.
- As circunstâncias argumentais e interpretativas:
"Diante do fato, sentimo-nos agredidos e
violentados nos nossos direitos de simples cidadão contribuinte e consumidor,
logo de suma relevância, pois enquanto nos esmeramos no sentido de não
estragarmos e usarmos o estritamente necessário, presenciamos in loco o Poder usando e
abusando e, quem sabe, no caso se apropriando indebitamente ou sendo conivente
para que isto suceda? Frente ao aviltamento
que eu e os demais éramos vítimas, desabafei, pilhereando: Eta mordomia, paga
pelo povo! Foi o suficiente para que o condutor do veículo, ou responsável pelo
mesmo, pois era quem com sua assinatura aposta nas notas, assegurava o
pagamento polo Poder, daquele privilégio, me respondesse: ISTO É A NOVA REPÚBLICA, QUEM MANDOU
VOTAR NO HOMEM, TEM QUE SE ESTREPAR, QUEM MANDOU SER OTÁRIO E BURRO E TER VOTADO NOS HOMENS; OLHA Al CARRO
NOVO ( O DO PODER ) E, OLHA AÍ CARRO VELHO (O MEU), OTÁRIO. TEM MESMO E QUE SE F.....!
Diante dessa lisonja, própria do
submundo frequentado pelo Escadinha e tantos outros, ainda tentei esboçar a
pequena reação ao dizer: Isto pode acabar. Mas, ao perceber o nível rasteiro do
funcionário (?), um cidadão claro, barbado, que trajava calça jeans e camisa
esporte e, o seu sintoma de embriaguez alcoólica, pois era até, um dia não
útil, optei em calar-me e tomar esta iniciativa, levar ao conhecimento de
alguém.
Sei da independência dos Estados em
relação a União, face a Federação, mas acredito, pois todos nós precisamos
acreditar e confiar em alguém neste País e é imprescindível não deixarmos
morrer em nossos corações o amor pelo Brasil e orgulho de sermos filhos desta
Pátria, por causa de nossos maus compatriotas e irresponsáveis auxiliares.
Portanto, entendo, que V. Excia., não deixará que a denúncia seja em vão e que
meu objetivo em cooperar seja debalde.
Entendo, por outro lado, que o fato
caracteriza um desvio ilegal, pelas seguintes razões: A distância de 70 km
desta Cidade, não justifica o abastecimento extra tanque de mais 70 litros,
apesar de ser um dia não útil, mesmo porque os postos localizados em áreas fora
da zona urbana têm seu funcionamento facultado, inclusive nos feriados.
A outra irregularidade observada,
colocava em risco a vida das pessoas e outros veículos e dos transeuntes, foi a
de conduzir inflamáveis naqueles depósitos totalmente abastecidos e dora do
tanque, no interior de um carro
oficial, dirigido por um motorista movido a álcool etílico.
Sei, outrossim, que este problema, em
comparação ao volume de seríssimos obstáculos que V. Excia., tem a transpor,
pode ser até insignificante, porém, entendemos que corrupção será sempre
corrupção, tanto faz em menor ou maior escala.
Queremos acreditar em V.
Excia., precisamos alimentar a esperança e mudarmos a interpretação de que
Governo é sinônimo de decepção para o povo. Não devemos e não podemos entender
que Nova República seja a mesma coisa que corrupção e malversação do erário.
Queremos, também, que o “MUDA BRASIL” dos palanques e praças públicas, seja uma
realidade e que nós, povo, nessa metamorfose, nessa transformação, não sejamos
apenas uns OTÁRIOS e BURROS.
Precisamos do Brasil, para os 130
milhões de brasileiros, bem como os privilégios e o bem comum e não, para o
desfrute de uma pequena meia (6) dúzia
Atenciosamente
Lúcio Reis
Nota do autor: O fato abaixo, espelha bem o entendimento
que homens públicos e seus auxiliares tem em relação ao cidadão eleitor em
nosso País e, olhe que já se passaram 28 anos e nada mudou!
Belém, Pa, 16/02/1986
Assembleia Legislativa
Ter
baixo salário, não ter condições de encher o tanque do carro, não poder trocar
de carro todo ano e assim, possuir um automóvel com peças corroídas pelo tempo, são o ônus que se paga
por ter optado em ser um cidadão honesto
e viver do trabalho legal e não ter vergonha de enfrentar cara a cara, olho
no olho os filhos e acima de tudo ter o orgulho de deixar como herança para a
prole um viver de honestidade e probidade, além do respeito pelos direitos do
semelhante, porém, não ficar preocupado com a mudança da situação
politica do País, do Estado e do Município.
Tudo o acima até se compreende e
aceita, pois é uma questão de opção e saber escolher e dessa escolha não ter
arrependimento nem queixa, mas, ser taxado de otário, e burro por termos exercido o direito do voto
e ter escolhido os novos membros, os que
compõem agora a Nova República, exatamente por um
desses componentes, isso não podemos aceitar e calarmos passivamente, pois
nenhum cidadão e eleitor escolhe seu representante, para ser por ele enganado e até mesmo, que o mesmo contribua
direta ou indiretamente para que a nossa situação de povo representado, piore
cada vez mais.
Você deve estar se perguntando, o que
tem a ver até agora o que foi escrito, com o o título da presente -
Assembleia Legislativa?
Ao responder, solicito a atenção do
Exmo. Sr. Presidente da República, do
Exmo Sr Governador do Estado, do Exmo. Sr. Presidente e 4º Secretário da Assembleia
Legislativa, pois acreditamos que não seja essa a orientação e nem que tenham
conhecimento desse tipo de irregularidade e acredito também que as
circunstâncias devam ser apuradas, uma vez que deixam transparecer o uso
indevido do erário: "encontrava-me aguardando minha vez para abastecer,
com meus CRS30.000 (Trinta Mil Cruzeiros), de combustível o tanque de
minha Brasília, numa fila de veículos no Posto de Gasolina, situado na Praça
Nossa Senhora do O na Vila do Mosqueiro, sábado dia 15 do corrente às 18:00
h HBV.
O veículo que abastecia e estava a
minha frente era um DEL—REY, cor preta chapa 013, destinado ao 4º Secretário da
Assembleia Legislativa do Estado, que desfrutava a tão propalada
mordomia de ter seu tanque cheio, o que já tinha sido feito pelo
"bombeiro" do posto. Além de ter abastecido também um galão
com capacidade para 20 litros e mais um outro com capacidade para 50 litros, portanto,
mais 70 litros de gasolina, além do que já havia sido depositado no tanque
do carro oficial.
Enquanto os depósitos extras eram
enchidos, o que não se entende, uma vez que se sabe da existência de cotas, o
que implica em dizer, que bastava o tanque esvaziar e retornar ao posto ou a
qualquer um outro e proceder o reabastecimento do veículo, a situação piora,
pois se sabe também, ser proibido o transporte de combustível em depósitos
extras e fora do tanque do carro, além da distância não Justificar a cota
extra tanque, cujo pagamento do privilégio foi garantido com a simples
assinatura do motorista nas notas do posto, pilheriei, entendendo ser um
direito constitucional do cidadão: “Eta mordomia paga pelo povo”. Foi o suficiente
para aquele condutor me responder: “Isto é a Nova República, quem mandou ser
otário e burro em ter votado no homem. Tem que se estrepar, olha aí carro velho
(o meu), tem que se fu.....
Diante desse nível rasteiro e próprio
dos homens do submundo do crime e da marginalidade, pois assim que me pareceu
aquele profissional do guidão – será que é? -, principalmente por ser a tarde
de um dia não útil, num balneário e o mesmo com sintomas de embriaguez
alcoólica, portanto totalmente impróprio para um funcionário do Estado, mesmo
sendo um motorista; anotei a chapa e escolhi este caminho, trazer a público a
ideia e o pensamento e o entendimento que tem de nós eleitores, os homens da
Nova República, pelo menos esse auxiliar, um funcionário claro, barbado, com
sintomas claros de embriagues etílica.
Portanto, como sei que a Nova
República não é sinônimo de desonestidade e corrupção, espero, esperamos que
alguma providência seja tomada, pois quando escolhemos nossos representantes, o
fizemos e o fazemos, para que beneficiem a coletividade e não interesses
particulares.
Lúcio Reis
Belém, Pará, 10/01/1986
Publicada no Jornal O
Liberal, edição de 15/01/1986
"Tabelamento de preços"
Quando aumenta a procura, os preços finais dos produtos também
aumentam, diretamente, porém, não proporcionalmente, mas sempre numa razão bem
superior àquela procura. Quando a procura diminui, automaticamente os estoques
não são consumidos e, por conseguinte a oferta passa a ser a maior e assim, os
preços caem.
Parece, salvo melhor juízo, ser esta a lei que rege o comércio:
"A da oferta e da procura".
A cada mês que se inicia, toma-se conhecimento que um
determinado produto - "principalmente os de primeira necessidades" -,
ou desapareceu do mercado ou teve seu preço final majorado, mesmo aqueles
relacionados com período de safra, como é o caso da carne bovina, que mesmo
fora da época da entressafra, chegou ao consumidor final com seu custo de
varejo aumentado.
O Governo adota a política do não tabelamento dos preços, com o
intuito de que seja praticado o livre comércio e, da concorrência pela menor oferta
de preço a nível varejista, visando com isso o benefício da economia popular.
Sabe-se, por outro lado, por exemplo, que os supermercados têm
sua Associação, que os panificadores têm seu sindicato, que os
comerciantes lojistas são congregados por uma Entidade e, até os feirantes
também, têm o órgão que reúne a categoria
Mesmo a despeito da política do não tabelamento, a INFLAÇÃO, que
é medida. pelo índice dos preços ao consumidor, não foi reduzida, o
que evidência, obviamente uma constante alta dos preços, que por sua vez vem
caracterizar, sem sombra de duvida., que o objetivo do Govêrno, foi alcançado,
porém, às avessas, pelo antônimo do que se propunha, ou seja: a economia do
assalariado foi corroída pela traça do alto custo de vida e pelo cupim da perda
do poder aquisitivo do salário e assim, o pobre ficou mais pobre ainda e cada
vez mais.
Pergunta-se: Â atitude do Governo esta errada ou esta certa?
Não! Não está errada. Porem, inadequada e jamais será conseguida a meta
pretendida, pois nem mesmo os acordos de cavalheiros surtiram o efeito
almejado. Explica-se, na qualidade de leigo: se o comércio está todo
organizado, cada qual dentro de sua categoria, o que acontece? A cúpula da
Entidade congregante, orienta ou determina: vamos vender nossos produtos por
estes preços, quem infringir - e aí só vale como infringência
a venda a menor - e a esse será infligido qualquer pena, ao critério da direção
do Órgão e assim quem fica no prejuízo somos nós mesmos, o povo
consumidor.
Portanto, só restam duas alternativas como solução:1ª O Governo
tabela e fiscaliza, mas fiscalização, com todas as letras e imparcial,
eliminando, inclusive, os intermediários e não deixando que campeie a
especulação de esconderijo do produto. E aquele que for apanhado, que seja
incontinente trancafiado, e o produto seja posto a venda pelo preço de tabela
do governo e ao mau comerciante seja conferido um diploma de inimigo nº
1 do povo. A posse de mais uns 2 diplomas "amarelos", dará
direito ao portador de um diploma "vermelho" e com este o mesmo será
expulso, desclassificado e eliminado como varejista; a 2ª alternativa só
compete a nós mesmo: boicotar os produtos que assaltam nossos bolsos, pois
nossa força é muito maior e, forte somos o mais importante, pois sem
nossa presença, não existe comerciante e muito menos comércio.
Ressalve-se que o tabelamento, tem e deve começar pelas
mordomias, para que se produza o respaldo moral e, de austeridade
administrativa.
Liberação de preço num país de "tubarões", jamais será
proveitosa para a população. O maior pedaço e o lucro em demasia, sempre será
uma presa fácil nas "patas dos leões".
Lúcio Reis
Belém, Pa 04/01/1986.
Publicada no Jornal O Liberal,
Edição de 09/01/1986 - Coluna Cartas
"Vultos
históricos"
Tendo origem, não sei
aonde, há muito tempo, tanto aqui "no Brasil, como em
outros países, homenageiam-se os vultos históricos, os heróis e
filhos ilustres da terra,. cunhando suas fotos nas cédulas de nosso
dinheiro, acredito, com o intuito de propagar de geração a geração o nome
e a imagem do famoso cidadão, assim como provocar o interesse pelo fato que o
tornou figura de destaque e realce no seu torrão. Alguns merecem ainda, um
busto, uma estátua. seus nomes denominam uma via ou algum logradouro público.
Assim foi com a . Almt. Tamandaré.
com a Princesa Izabel, com D. João VI, D. Pedro I e II, Duque de
Caxias, Barão do Rio Branco e tantos outros, que hoje podemos ver em
nossa moeda corrente como o Pres.. Castelo Branco, Rui Barbosa, Osvaldo Cruz e
mais recentemente JK.
Como economia e política
financeira, também fazem história, a INFLAÇÃO se incumbiu, através das
sistemáticas valorizações do dólar e consequente, desvalorização do nosso
cruzeiro e assim, espelhar a influência, a força a supremacia do "verde
americano" sobre nossa frágil moeda, . de eliminar de circulação, tal o
ponto nulo a que alcançou a cédula que circulava com a fotografia do Almt.
Tamandaré. da Princesa Izabel. do D. João VI e vários outros..
Com isso, esse método de
divulgação de nossa história e do feito heroico, cultural, científico,
social ou politico de nossos mais distintos compatriotas foi recolhido à Casa
da Moeda e incinerado. ficando no total esquecimento de gerações posteriores,
deixando a estas somente os ensinamentos de sala de aula e as denominações e os
espaços públicos que receberam o nome do vulto histórico.
Por isso, como continuará nossa
moeda sendo desvalorizada, seria interessante que se abolisse essa prática em
relação aos verdadeiros homens insignes e úteis a este País, e assim. se
evitaria o constrangimento de explicar a um nosso filho quem foi o
eminente brasileiro,. falar de sua importância, quão produtivo foi seu
procedimento para nós, para a sociedade e até mesmo para a humanidade e ao
mesmo tempo justificar a absoluta incoerência de reverenciarmos notável homem
numa cédula sem valor nenhum e prestes a sair do circuito e circulação.
Porém., o que registrar nas
futuras notas? Fácil!! Que se passe a cunhar nossa moeda com a foto
dos maus brasileiros e corruptos. E quanto a isso, teremos certeza que não nos
faltará retratos para cédulas de um ao infinito de cruzeiros e assim, a
desvalorizacão da cédula estará em incondicional coerência com a reputação e o
procedimento antipatriótico, do anti Brasil e do péssimo filho desta Terra.
Por fim, a Casa da
Moeda, já poderia desde agora. a colocar a ideia em prática e reimprimir
cédulas de 1 (um) cruzeiro, a qual no verso poderia ter a foto de um
ex-ministro e no anverso uma mina de diamantes. Numa cédula de dois cruzeiros
poderíamos ter uma das faces a imagem de um famoso banqueiro e na outra a Sede
do Brasilnivest. A nota de três cruzeiros, traria a foto de um grupo dirigente
de um banco do sul e na face posterior os pampas gaúchos e assim
sucessivamente.
A única diferença, que se tornaria
obrigatória, é que essas notas jamais sairiam de circulação e por isso a Casa
da Moeda, as poria na praça devidamente plastificadas para evitar o desgaste
pelo manuseio. Por que assim, como os feitos úteis e produtivos engrandecem
e são motivos de orgulho para os familiares do ilustre homem, aqueles que têm
em mente usurpar e se locupletar com o sacrifício social e a desgraça do povo,
pensariam duas vezes, pois sua safadeza passaria como uma maldição aos seus
dependentes e a estes provocaria vergonha com certeza.
Que se resgate a honra, a vergonha
a justiça e a confiança no homem público.
Lúcio
Reis
Nota do autor: Diz a boa educação que se deve responder uma
correspondência recebida e assim houve a origem do que abaixo publico e, há
também a orientação quem diz o que quer ouve o que não quer.
Belém, Pa, 12/11/1985
À
Sra Lúcia Viveiros
Nesta
Acuso o recebimento de vossa propaganda em prol da candidatura
de seu marido ao Paço Municipal desta Capital, data de postagem em Brasília no
dia 24/10 p.p.
Como conseguiu meu endereço, não sei! Mas, presumo que tenha
sido através de catálogo telefônico, o que evidencia a inexistência de vínculo
social, funcional ou politico entre nós e essa Deputada.
Já que essa Sra entendeu ser um direito seu, dirigir-me uma
correspondência com fins eleitoreiros, abriu-me o precedente e a oportunidade
de respondê-la e lhe dirigir algumas verdades, que são fruto de minhas
interpretações na qualidade de cidadão livre e democrático, usufruindo de todas
as minhas prerrogativas e direitos constitucionais, depois de ter acompanhado a
campanha política que se desenrolou neste País e mui especialmente nesta
Cidade.
Em primeiro lugar, após, do que a Imprensa escrita noticiou
quanto ao seu procedimento conjugal em têrmos de fidelidade e, não contestado
judicialmente por essa Deputada, apesar do privilégio da Imunidade Parlamentar,
que a Carta Magna lhe assegura, podemos deduzir que seu silêncio ratifica o que
veio a público. Logo, essa ocupante de uma cadeira na Câmara Baixa, deveria ter
a cautela quanto ao endereçamento de suas correspondências e assim, respeitar
os lares de pessoas honestas e de famílias íntegras moral e
verdadeiramente célula da sociedade, pois com seu procedimento, por uma questão
de coerência, o cuidado acima mencionado, deve ser redobrado, para que V. Sa
seja a primeira a respeitar, pelo menos, os lares que vivem sob a égide
da moralidade cristã, já que em relação ao seu não houve de sua parte esse
cuidado. O que foi piorado pela sua invasão de nossas salas de estar. Agredindo
e violentando o sacrossanto recesso de nossos lares, via vídeo de TV, num
pronunciamento rasteiro e inferior e de péssima qualidade, que retrata do que é
capaz, o político brasileiro no afã de galgar o poder, atropelando todos os
direitos dos cidadãos comuns, para quando lá em cima usufruir de toda sorte de
mordomia, começando, desde o alto e injustificável salário, até o recebimento
de pagamento sem ir ao local de trabalho (jeton), estando, por conseguinte, as
vezes, numa cama de motel ou sabe lá onde? Passando por telefone, correio,
passagens aéreas, moradia impressão gráfica e outras vantagens mais, todas
gratuitas para seus bolsos, ao passo que o pobre povo, lembrando nestes
momentos para satisfazer as conveniências dos "salvadores" da Nação,
continua, para atender o interesse de alguns maus brasileiros, de não ser
eliminado como trampolim ou catapulta que arremessa uma meia dúzia de filhos
impatrióticos desta Terra ao pico da Pirâmide Social, continua na cega
ignorância sobre os políticos e a politica unilateral, que se pratica neste
País e nesta Cidade e, crendo nas promessas eleitoreiras mentirosas e de
carácter mirabolante e assim, impossíveis de serem concretizadas.
É a hora de salvar Belém!!! É verdade, concordo com isso, mas
não com Júlio Viveiros na PMB. Pois, se como mandatário do INCRA, vocês
tentaram privatizar uma área pública, aí na Bartolomeu de Gusmão e frontal ao
vosso imóvel residencial, que farão dessa Belém, como Gestor Municipal? Esse é
meu testemunho de que a vida pública dos Srs tem sido uma constante de CORAGEM,
por que pretender a apoderação indébita de um espaço físico municipal, como
tentaram, é preciso ter muita coragem, principalmente quando usuram
viaturas e funcionários, pagos pelo erário.
Incluir, numa campanha imunda de lama e, aqui vale uma ressalva,
não foi privilégio só dos Srs., vossa prole, a mim me parece um outro
desrespeito a finalidade cristã de uma família e de um lar, portanto, uma
total incoerência com a tonalidade cristã que pretenderam dar aos vossos
pronunciamentos e comportamentos televisivos.
Devo esclarecer, para que não haja interpretações outras sobre a
presente, não pertenço a nenhuma sigla partidária. Pois, sou adepto do partido
que visa a igualdade social, uma vez que todos somos criaturas de Deus, e
justiça para todos, sem restrições e independente do colarinho ser
branco, o salário justo e correspondente ao trabalho efetuado, o direito de ter
acesso ao labor e produzir condignamente, acesso ao direito a saúde, a
educação, ao laser, a alimentação e ao bem estar.
Portanto, como no Brasil, o que prevalece, de acordo com a
conjuntura e estrutura implantada por vocês mesmos (políticos), é que a maioria
produz para a minoria desfrutar, onde nessa minoria encontramos o parlamentar
brasileiro, em detrimento da massa e esse esquema não se coaduna com nenhum
plano prático dos partidos que temos, não tenho por via de consequência
preferência por partido político. Sei que a legenda que me abrigaria ser
uma utopia. Porém, como sou conhecedor da força e da importância do meu
voto, sei perfeitamente como usá-lo e como pô-lo em prática para que minha
consciência não me acuse de omissão no sentido de não compactuar com essa
escravidão e por conseguinte, pelo menos de minha parte, iniciar a metamorfose
que se faz necessário.
Uma situação é certa Sra Deputada. Muitos brasileiros como eu,
temos vergonha de termos os representantes que temos, no Poder Legislativo.
Passar bem.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 04/11/1985
“Voto nulo”
Lendo os editoriais desse Matutino, Edição de 03 de novembro,
onde compareceram entre outros: Jarbas Passarinho, Emir Bemerguy, Edgar
Contente e, após vir acompanhando o horário do T.R.E, chega-se a inequívoca conclusão, mui
especialmente depois das Pesquisas publicadas. “Temos que mudar o Quadro”. A
tinta deve continuar a mesma, porém, as figuras tem que mudar.
Os pintores, transformadores dessa tela somos nós, o povo, que
ao longo desses anos vimos sofrendo na pele e no bolso, a influência da
“Escola” que aí está, que através das promessas nos deram a moldura, por
intermédio do palavreado bonito e demagógico, nos forneceram a prancheta e o
cavalete e da nossa aceitação nos transformaram em pincéis, bisnagas e tela e
por conseguinte, hoje temos a pintura horrível da inflação do alto custo de
vida e da compressão das bisnagas (o povo) com os dedos da carga tributária que
hoje sofremos nos bolsos e nas preocupações mentais.
No entanto, acabou a exposição, vamos quebrar essa horripilante
“obra de arte” da destruição da classe média-baixa, vamos organizar e montar
uma nova pinacoteca, podemos – a chance está próxima e ao nosso alcance –
substituir os personagens, desse terror que provoca insônia em muitos, a
maioria.
Se dissermos sim a qualquer um desses “salvadores” do Município,
estaremos dizendo da nossa satisfação de continuarmos a viver com todas as
mazelas que se abatem sobre todos nós, hoje. Se ficarmos indiferentes (votando
em branco), dizemos que aquele que subir ao poder nos satisfaz.
Mas, podemos declarar e demonstrar que – nenhum dos que aí estão
pleiteando o Paço Municipal, nessa guerra, onde a munição usada é a lama,
deixando antever que seus interesses superam os nossos – não se coadunam e não
são convenientes ao que nos é benéfico, votando não a todos eles, ou seja:
ANULANDO NOSSO VOTO. Para isso basta riscar um grande X na cédula.
Ao dizermos não votando nulo, estaremos, modificando o atual
esquema de pura ação contra os interesses do povo.
Com isso, podemos e devemos exigir que seja mudado o tema, o
roteiro e os protagonistas. A platéia quer ver e, tem o direito de ver assuntos
que lhe digam respeito, que lhe seja proveitoso e útil. Com isso, também,
estaremos dizendo de nossa insatisfação, ao sermos agredidos e violentados por
uma meia dúzia recebendo altos salários, desfrutando das mordomias dos carros
chapas brancas com motorista, de telefones, impressão gráfica e passagens áreas
de graça para seus bolsos, porém custeadas por nossos minguados salários e,
enquanto isso continuamos pobres e cada vez mais pobres. Chega do
enriquecimento com o “suor” do povo. Sustemos o pagamento à quem não comparece
ao trabalho (jeton).
Ressentimo-nos de um concreto plano de trabalho, quando bastaria
a qualquer candidato, ler esta coluna nos últimos 12 meses, que aqui está as
aspirações, reclamos e sugestões do povo. Logo: “Do povo para o povo e pelo
povo”.
O povo não tem o governo que merece, Os políticos é
que não têm o povo que merecem. E esse povo não somos nós.
Lúcio Reis
Belém do Pará, 21/09/1985
Horário do T.R.E.
Na qualidade de cidadão eleitor e telespectador, gostaria de
apelar, através de sua penetrante Coluna Bronca é Livre, a quem estiver
inerente o assunto, alguma providência cabível em relação ao nível rasteiro,
até mesmo indecente a que desceu o pronunciamento de candidatos ou seus
representantes no horário destinado à Campanha Politica, visando a PMB em
15.11.85.
O apelo tem como argumento, acredito eu, incontestável, o fato
de as asneiras atiradas contra quem quer que seja, não são feitas em praça ou
via pública, mas, dentro de nossas salas de estar e esteja quem estiver lá,
principalmente nossas crianças.
Em logradouro público, o comparecimento é facultado a vontade do
cidadão, porém, a invasão de nossos lares por candidatos despreparados e a
vomitar um punhado de baboseiras é no mínimo um grave desrespeito a nossa
privacidade e uma violação aos nossos direitos de cidadãos dentro do recesso de
nossos lares, além de uma agressão aos nossos métodos educativos,
principalmente quando se pretende proceder uma formação sem violência.
Alguém poderia sugerir: "desliga o televisor".
Contudo, creio eu, seria essa, uma solução simplista, pois acredito também, que
todo eleitor consciente da importância de seu sufrágio tem o direito e até
mesmo, a obrigação de ouvir a mensagem de quem se propõe a administrar seu
município, seu estado e a sua pátria, pois nessa escolha é que reside
a responsabilidade do cidadão, como unidade constituinte dessa
coletividade.
Fazer promessa e criticar a ação da máquina administrativa nas
mãos de candidatos da situação é uma novela que já passou e foi reprisada
várias vezes, além de ser um refrão que já não surte os efeitos, que exercia ao
longo das campanhas anteriores, pois já se sabe que todas as promessas pré
eleição são um engodo e uma desavergonhada mentira, isto nos prova a história
no decorrer dos mandatos eletivos.
Todavia, essas promessas se tornam uma violência à honra e a
formação dos futuros homens - nossas proles - que serão os mandatários desta
Nação.
A situação piora e se complica ainda mais, quando se vê e ouve
candidato sem o mínimo de respaldo de austeridade, declarar que vai acabar com
os chapas brancas, uma vez que se sabe, ter o mesmo, juntamente com sua esposa,
que ocupa uma cadeira na Câmara Federal, usando carros funcionários do
INCRA tentado privatizar uma área pública, através de muro e gradíos de
ferro.
Devo ressaltar nesta oportunidade, não pertencer a nenhum
legenda partidária, bem como que tudo acima mencionado, ratifico, é única e
exclusivamente o que retrata a interpretação de um munícipe consciente da
relevância de seu voto em relação ao destino de todos nós.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 07/06/1985
"Império Amazônico"
Em virtude dos últimos acontecimentos que têm se desenrolado
neste Conjunto e amplamente divulgados pela imprensa local, é necessário que se
traga a público, a opinião e o pensamento daqueles, que como eu, desejam e
esperam ver, dentro em breve, o nome deste Império atrelado a adjetivos,
que pelo menos reflitam e classifiquem-no como local onde moram também pessoas
e famílias que querem fazer de seus apartamentos o sacrossanto recesso de
seus lares e não vê-lo globalizado e envolvido genericamente aos títulos
pejorativos que se tem assacado contra este Conjunto.
O saneamento que se vislumbra através da ação judicial dá-nos a
esperança de que em breve, o objetivo de se tornar isto aqui um cortiço, será
tolhido e obstado, pois ouve-se nas reuniões que aqui se tem realizado, a
propalação do "direito de morar", no que se concorda plenamente
com essa reivindicação mas, pergunta-se: "e a obrigação de pagar, com quem
fica?". Faz-se essa interrogação, por que se sabe que muitos são
inadimplentes com a financeira, com a CELPA, com a limpeza e iluminação das
áreas comuns e com o fornecimento de água para si e sua família, portanto, os
três últimos ítens, que se relacionam diretamente com a taxa condominial, que é
praticamente irrisória, pois em 7 meses de atraso ela soma CR$115.000. Em se
tratando da inadimplência com a Financeira, até que se compreende, pois o
assunto preocupa todo o SFH, em face dos percentuais que forçam o mutuário
àquela situação, porém, se negar ao cumprimento da obrigação mais
elementar de quem mora em prédio de apartamento, a isso se dá outra
classificação...
Fala-se muito nas infiltrações aqui deixadas em consequência da
paralisação da obra por uns 10 (dez) anos, mas esquecem-se que qualquer pessoa
responsável e interessada em viver com sua família num local que reuna as
mínimas condições de bem viver, é e seria a primeira em reparar ou mandar reparar
um problema dessa natureza, que em suma não requer nenhuma técnica diferenciada.
Sabemos que esta opinião não será de bom grado, para aqueles
que estão interessados em morar, ter água, limpeza e iluminação, tudo de
graça, não se importando que a manutenção desses ítens esta onerando e
prejudicando o orçamento do vizinho e que depois, ainda vão tentar
usufruir algum lucro, transferindo um imóvel pelo qual eles não pagaram nenhum
tostão.
Portanto, se uma ½ dúzia desse tipo de moradores saísse daqui e
fosse habitar um Portnari, Eugênio Soares, Humberto Lobato, Vasco da Gama ou um
Ouro Verde, ou qualquer um desses, lá se transformaria em um
"INFERNO", por que ser cônscio de suas obrigações em referência
aquilo que consumiu, independe da financeira estar em liquidação extrajudicial,
do condomínio ser ou estar legalizado, pois sabe-se perfeitamente que um imóvel
não brota pura e simplesmente do solo, que uma lâmpada não acende por um passe
de mágica e que a vida em comunidade, requer responsabilidade social e
retidão de caracter e, lógico, mesmo que não fosse em comunidade, há que
se ter o entendimento de que ninguem é responsável pela condução de nossos
lares e de
nossas famílias e que, quem pensa assim de que a
responsabilidade pelo sustento de suas famílias é de terceiros, o que há de
fazer é ir mendigar, pois incapaz de sustentá-la.
Lúcio Reis
Prezados leitores, a matéria abaixo
foi endereçada ao Governo Brasileiro em 1985, conforme telegrama que aqui
também publico e, como poderão constatar algumas ideias minhas nela registradas
foram postas em prática. Caso tenham seguido o que sugerir, jamais algo
foi-me dito mas, os meus documentos abaixo falam por si:
Belém do Pará, 21/06/1985
Fraudes Previdenciárias, como reduzir ou evitar
Com o objetivo de cooperar na solução do
mais sério problema dos últimos tempos que o Instituto de Previdência e
Assistência Social, vem enfrentando e que, prejudiciais transtornos tem trazido
ao Ministério da Previdência e, por via direta ao bolso de todo o
contribuinte nacional, a FRAUDE, exponho as idéias abaixo, para quem sabe,
acrescer algum resíduo, depois de uma burilação dos técnicos dos órgãos e
principalmente do pessoal da informática, nas medidas que visam a extirpar da
contabilidade previdenciária esse malfadado "caranguejo".
Vale ressaltar, a minha total ignorância
nos trâmites usados pelo órgão, pois não sou assegurado, uma vez que a
assistência que a mim aplica-se e à minha família é coberta pelo Ministério
Verde-Oliva, por isso, desde já peço desculpas se abordar de alguma
maneira aspectos absurdos, uma vez que o que conseguimos depreender foi
adquirido na imprensa.
As idéias:
-1. PARA APOSENTADORIA:
1.1- SEGURADO COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO:
Grande maioria dos segurados do Instituto, tem vínculo empregatício com determinado empregador, por conseguinte assalariado e em consequência - não necessariamente - cadastrado no Ministério da Fazenda, logo detentor ou portador de um CIC e assim de um CPF.
As idéias:
-1. PARA APOSENTADORIA:
1.1- SEGURADO COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO:
Grande maioria dos segurados do Instituto, tem vínculo empregatício com determinado empregador, por conseguinte assalariado e em consequência - não necessariamente - cadastrado no Ministério da Fazenda, logo detentor ou portador de um CIC e assim de um CPF.
A exemplo do que já ocorre com as Empresas, cujo CGC é a sua inscrição no INPS ou IAPAS, o CPF passaria a ser a inscrição do contribuinte - pessoa física - junto ao Instituto. Portanto, o Ministério da Fazenda passaria a ser o Órgão que acumularia, computadorizadamente, as informações das
contribuições previdenciárias, que seria um ítem obrigatório da Declaração Anual do Imposto de Renda, quer no modelo azul, quer do verde e, cujo comprovante de recolhimento é a Cédula "C", documento fornecido pelo empregador, cuja veracidade seria checada com as fiscalizações anuais. Isto seria uma primeira hipótese.
Uma segunda hipótese seria a criação e inserção de um anexo ao jogo de formulários do IR, no qual se faria o registro da contribuição previdenciária e a mesma seria "OBRIGATORIAMENTE" entregue pelo contribuinte, quando de sua declaração anual de Imposto, até mesmo por aqueles assalariados, que não tem receita suficiente para referida declaração, porém, que seriam obrigados, a luz do documento fornecido pelo empregador, declarar sua contribuição previdenciária, bem como de seus dependentes ,menores, desde que estes, já tivessem algum vínculo empregatício e portanto portadores independentes, desde já do CPF/PS (Cadastro de Pessoa Física-Previdência Social) e o anexo, depois de checado pelo Receita Federal, tanto no primeiro, quanto na 2ª hipótese e feita a devida transferência para a memoria do coumputador, poderia até ser incinerado.
É óbvio que u'a campanha de esclarecimento se faz necessário e auxiliaria sobremaneira, o êxito do empreendimento, pois o contribuinte seria o primeiro interessado, pois do cumprimento de sua obrigação, estaria diretamente correlacionado o seu direito a aposentadoria.
1.2-SEGURADO AUTÔNOMO -SEM VÍNCULO EMPREGATICIO:
Nesse ítem a situação seria até mais fácil, pois ficaria diferente das duas hipóteses anteriores, somente no que concerne aos comprovantes de recolhimentos, que no caso seria a parte destacável do atual carnê de contribuição dos autônomos, que anualmente poderia ser substituido por um único documento que antes de ser anexado a declaração do IR - comprovação do novo anexo - deveria passar pelo Órgão da Receita Federal, onde receberia a autenticação, que seria dada a luz dos comprovantes dos recolhimentos mensais, supra mencionados.
-2. COMPROVAÇÃO DE RECOLHIMENTOS:
Poderia, também, salvo melhor juizo, ser criado, a exemplo do que foi instituído para o FGTS, um extrato de recolhimento para o IAPAS ou então, poderia essa informação ser fornecida, visando economia, no mesmo extrato do Fundo de Garantia, o que facilitaria o controle procedido pelo contribuinte, bem como paralelamente uma vez por ano, se cruzaria referidas informações
com aquelas constantes da RAIS. Por consequência, a empresa teria que informar a relação nominal dos contribuintes ou se adicionaria um código ou uma coluna à relação de empregados (FGTS), constando o percentual de contribuição e por consequência direta, o IAPAS, passaria a ter o mesmo domicilio bancário do Fundo de Garantia, o que em suma facilitaria as fiscalizações ou até quem sabe fosse resumido em só documento de recolhimento, tanto o FGTS, quanto o IAPAS, parte do empregado?
-3. PARA CONSULTAS - EXAMES - INTERNAMENTOS E SEGURO:
Lembremo-nos que a esta altura, todo contribuinte e segurado da previdência social, já é cadastrado e possui seu CPF/PS, a nível nacional, portanto em qualquer parte do Território Nacional, onde haja órgão previdenciário e por conseguinte um terminal de computador e portanto não é um estranho, basta digitar o código do interessado e toda sua vida será espelhada na tela do aparelho.
Será emitido a todo contribuinte um cartão, a exemplo do que ocorre com a Loto e Loteria, o qual terá 3 (três) partes destacáveis, todas codificadas.
Ao necessitar dos cuidados englobados em um dos ítens da Epígrafe do nº 3 acima, o segurado receberia na Secção, para isso destinada e com redução considerável de tempo de espera, duas partes do cartão, pois uma terceira permaneceria em poder do órgão, para posterior confronto, pois nos três (3) tikets estaria codificado o ítem consulta, ou ítem exame e ítem internamento hospitalar. De posse das duas partes destacáveis, onde uma seria sua e a outra do hospital, onde se realizaria o exame ou o internamento, o segurado preencheria o tipo de atendimento que usou e o hospital também codificaria o tipo de atendimento que dispensou ao paciente, apresentando seu tiket por ocasião da apresentação da conta a ser paga, e que seria cruzado com as duas partes já em poder do Órgão, pois o contribuinte devolveria de imediato sua parte, devidamente preenchida. No ato dessa entrega o mesmo deixaria devidamente registrado seu endereço, e local de trabalho ou qualquer um meio de contato imediato, para qualquer esclarecimento que se fizesse necessário.
Logo, seriam dois a fiscalizar os seus interesses, o contribuinte segurado e o Ministério da Previdência.
Em relação ao que se refere ao seguro de acidente do trabalho, ficam automaticamente abolidos, aqueles impressos de informação das últimas contribuições, pois estas a essa altura já constarão do arquivo cadastro da Receita Federal, o qual evidentemente, se isso for possível, terá um canal
de acesso pelo e com o IAPAS.
Em referência aos locais longínquos de nosso querido Brasil, que no momento, ainda, é difícil a chegada da informática, mandar-se-ia cartões virgens, que seriam de responsabilidade do Executivo Local ou de qualquer órgão subordinado a qualquer um dos Ministérios, o qual prestaria conta ao Instituto mais próximo que dispusesse de um terminal de computador ou então usaria a EBCT.
É claro que se tornaria indispensável, o uso da carteira de Identidade, como ocorre com a CNH, pois o comprovante previdenciário seria o CPF/PS, sem foto. Como se sabe que a carência para fazer jús a determinados direitos é de um ano de contribuição, assim como perdura por doze meses o direito a assistência, seria emitido, assim como ocorre com cartões de créditos, boletins suspensivos desses direitos, desde que o contribuinte ficasse desatualizado em sua obrigação de contribuição.
Como se tem lido que o rombo vulta a casa dos trilhões de cruzeiros e que tanto o Ministério da Fazenda, quanto o Ministério da Previdência Social, já dispensam o trabalho manual e contam com o avanço da informática, entendeu-se que a adaptação da sistemática, tema da presente, não onerará mais do que o desvio até então, feito a Receita Previdenciária e entendesse, apesar da ignorância que nos envolve, que os benefícios serão gratificantes.
Se porventura, raciocinei com esquemas somente possíveis pela ação de gênios de lâmpadas de Aladim, me perdoem e esqueçam tudo o que disse e pelo tempo que os fiz perder.
Atenciosamente
Lúcio Reis
Belém do Pa, 20/06/1985
Apropriação indébita
Em função do Editorial de responsabilidade do Jornal O Globo, com o Título da epígrafe, bem como opinião recente do jurista Sr Afonso Arinos, ambos publicados nesse Matutino, gostaria de usar sua importante coluna, para, na qualidade de leitor, de eleitor e portanto, antes de mais nada como cidadão da Velha e Nova República, que terá seu lar invadido pela imagem e pelos curriculum dos aspirantes aos cargos eletivos dos próximos pleitos, de expressar minha opinião em relação a Lei que faculta o uso das emissoras de rádio e televisão pelos candidatos, em horário nobre ou não.
Em primeiro lugar seria de bom alvitre
que fosse feito uma pesquisa de opinião pública sobre o assunto, pois creio eu,
que de imediato esse dispositivo seria imediatamente revogado, pois a
credibilidade e seriedade da parcela da sociedade que desfruta de moradia, que
não é reajustada em 246,2%, de telefone, de gráfica, de passagens aéreas,
tudo de graça e mais um polpudo salário mensal, que ela mesmo majora invertendo
até mesmo a pauta dos acontecimentos, como ocorreu aqui nesta Santa Maria do
Grão Pará, está muito em baixa, conforme já foi comprovado em pesquisas
recentes e, como também se ratifica, quando se tem conhecimento através da
imprensa do que ocorre por ocasião das reuniões levadas a efeito nos
legislativos, onde a tônica dos debates é de palavreado rasteiro e
incompatível com o decôro que eles jamais respeitam, os ataques são pessoais e
mesquinhos e até as roupas sujas são lavadas nas próprias tribunas e chegam,
por vezes a transformar o local, que deveria servir para fazer leis que
beneficiem a sociedade, em ringue e o desforço físico acontece mesmo.
Para citar como exemplos, enumeramos
alguns casos: o mais gritante e fresquinho é a transformação dos salários para
Cr$11.700,000, portanto algo em torno de mais de 35 salários mínimos, enquanto
o corpo docente do estado e município apenas reivindicam 3 salários e são
por isso expulsos da casa do povo; um outro refere-se a um representante do
povo que ficou um tempo de vários meses de seu mandato para lá e para cá,
carregando a sansonite, abrindo e fechando portas de elevadores e outras,
de um para e para um brasileiro que pretendia o cargo de mandatário máximo da
Nação e que por sua vez também, pouco estava presente ao parlamento e agora,
aquele, que já pode sentir a ida da vaca para o brejo, pois seus 4 anos
findam, pretendendo permanecer sentado no poder, faz investida em direção ao
executivo municipal desta Belém; um outro, outrora lambretista e instalador de
ventiladores de teto, que agora embolsando mensalmente pouco mais de 35
salários mínimos tripudia e galhofa em cima da ignorância e ingenuidade útil
daqueles que a troco de simples oferendas e vitimas de seu escárnio, levaram-no
à uma cadeira no legislativo mirim; um outro é o daquela Sra., que pela doação
de gêneros à mulheres desemparadas, para as quais até já fundou uma
legião, conseguiu uma cadeira na Câmara Baixa no DF e que em função dessa
situação, tentou através da privatização, usando funcionários de Órgão Federal
bem como viaturas do mesmo, incorporar ao seu imóvel patrimonial uma área
pública e de desfrute dos municípios (com a palavra os moradores da Bartolomeu
de Gusmão) e mais cínica é a dos tocadores de piano ou técnicos em testar
Placar Eletrônico, exatamente na hora de uma votação, pode?
Em função do acima e de tantas outras
que se tem conhecimento, não acredito que cidadãos brasileiros acatem e
aceitem de bom grado, ter em seus aparelhos receptores, quer o rádio ou a
televisão a imagem e as promessas mentirosas ao invés de programas de
laser e entretenimento, bem como as ofertas do paraíso que se repetem a cada
pleito e que no fundo só visam a manutenção e continuísmo no poder, pois a hora
que as têtas não derem mais leite vai ser impossível para uma grande maioria
prover com o seu potencial de capacidade produtiva e grau cultural, algo que
corresponda a um salário de Cr$11.700.000, por que tem muito nego com anel no
dedo, vendendo tomate em feira. Por isso também, não se ouve gritos oriundos do
parlamento pro corpo docente, pois como está, ele não tem estimulo nenhum,
para formar os futuros eleitores, ensinando-lhes como escolher os que
melhor serão reais representantes.
Pois é: o povo não tem o governo que
merece, mas, o governo que foi condicionado para ter. Ou ainda o governo não
merece o povo que tem, pois para merecê-lo, basta somente trabalhar e assim não
será necessário a apropriação indébita das emissoras.
Lúcio Reis
Lúcio Reis
Belém do Pará, 08/08/1984
Olimpíadas
x Falsidade
Anos após anos vimos sendo
testemunhas oculares dos festivais de falsidades que se desenrolam, sempre que
um héroi, até então anônimo tanto quanto milhares que habitam este País, que
adquiriram essa condição a partir do momento que conseguiram sobreviver, tendo
como pai ou responsável, um assalariado de percepção mensal de salário mínimo
e, que a custa de sacrifício sobre sacrifício, consegue fazer, depois de
sofridas lutas, com que nosso pavilhão seja içado no mastro maior, mesmo que
haja por perto uma grande e superalimentada potência e, que também,
paralelamente o mundo ouça os acordes "Gigante pela própria natureza"
Todos guardamos ainda, nas retinas
e nos tímpanos as imagens e os sons, que o brasileiro Joaquim Cruz provocou
naquela Arena Olímpica. Todos somos conscientes dos obstáculos que são impostos
aos nossos atletas-representantes, quer pela deficiente alimentação,
consequência de um avassalador custo de vida, quer pela inexistência de alguém
ou alguma entidade que faça investimento nos potenciais desportistas, que Deus,
sabia e justamente premia desde berço, não importando que a criança seja de
origem de uma favela ou que tenha um berço de ouro; quer pelo patrocínio de
alguem que verdadeiramente acredite nos jovens deste Terra e façam que eles
permaneçam aqui e não tenham, obrigados pelas circunstancias, a um exilio lá
fora, a fim de aprimoramento e elevação do nível técnico.
Lamentavelmente a verdade dos fatos nos
mostra cotidianamente que aqui se aplica muito e desbravadamente em mordomias
para uns poucos em relação aos 120 milhões que compomos esta Nação, assim como
o que é desviado e subtraído através das falcatruas, da corrupção e
malversação, nos habilita incontestavelmente a medalhas e medalhas de ouro nas
olimpíadas de mordomias e corrupção.
Por isso, é por demais agressivo se ver
e saber que um nosso compatriota, não só o Cruz, mas, todos aqueles que em Los
Angeles estão envergando o Verde-Amarelo, tão logo galguem o expoente do podium
da glória e que joguem o nome deste País para a evidência máxima das
competições e, se sobressaiam a todos, comecem a receber as felicitações via
telefonemas, telegramas e etc..., daqueles que não concorreram sequer com o
mínimo de esforço para que a vitória fosse alcançada e, em certas ocasiões
tentaram colocar mais e mais obstáculos ao alcance do objetivo pretendido pelo
atleta. Isso é falsidade, assim como o será, além de enojante, daqui a pouco a
concessão dos títulos de cidadão de Estado fulano ou belcrano, rotina de
determinado e certo mando deste País. Agradar uma estrela brilhante é bajulação
e fruto de um caráter de mosquito, pois o valor está em concorrer para juntar cooperação,
no sentido de que a luz ofuscada do astro, venha a tona e brilhe intensamente
desde de aqui dentro, até lá fora e que, quando ela alcance o cume da glória,
saiba cantar orgulhosa e convictamente "Dos filhos destes solo és mãe,
gentil Pátria Amada Brasil" e, não fique calado, quem sabe? por não ter
tido tempo e oportunidade de apreender o nosso Hino, pois quem nos pode
garantir que as preocupações com os treinamentos, como vou conseguir? será que
chegarei lá, a onde buscar e encontrar apoio, ocuparam as mentes dos meninos
pobres e desprotegidos e não lhes sobraram tempo para os simbolos deste Torrão.
Já é tempo de quem de direito crer nos
valores desta Terra, pois nossa crença nesta Nação já está se esgotando e cada
vez mais que se crer nesta Nação, mais ela nos decepciona, não nos forcem a
termos vergonha de sermos brasileiros, onde o “staff” só pensa em sí com o
melhor e o pior que seja dado ao povão.
Belém, Pa, 23/05/1984
Sindicato do
Povo
Publicada na edição do Jornal O
Liberal de 26/05/1984 - Coluna Cartas
De geração a geração passa a filosofia
de que: “a sabedoria popular é infalível”. Mas, este adágio não se aplica há
muito tempo ao povo brasileiro, que até agora ainda não descobriu ou não quer
aprender que nossos problemas dependem única e exclusivamente de nós.
Sem entrar em contradição, analizemos
juntos os fatos: os metalúrgicos quando se vêem pressionados pelo baixo
salário, grevam; os professores, idem; os funcionários de universidades,
também; os motoristas e cobradores, não deixam por menos, paralizam o
transporte coletivo; os médicos, mesmo a despeito do juramento, não relaxam,
cruzam os braços, em fim, as categorias, acertadamente, tomam suas
providências e quando em nada, conseguem sentar à mesa de negociações e dentre
vários itens de reivindicações, conseguem, em seus proveitos, o deferimento de
algum ponto de pleiteação.
Por outro lado, você já viu ou soube de
greve de político por melhor salário? Não! O que você tem conhecimento é
de que a remuneração é alta e o trabalho é baixo ou pouco, ou seja:
é baixo no tempo de duração, é baixo, ou melhor rasteiro, no palavreado, é
baixo nos tratamentos recíprocos e etc...
Porém, uma meia dúzia se reúne e toca a
majorar os preços: aumenta o custo final do pão, do ônibus (a passagem), a
carne, a luz, a farinha, o peixe, a água, o telefone, o automóvel, o feijão, o
café, o açúcar, o arroz, o combustível, o ingresso do futebol e por aí a
frente. E o povão cordeiramente, como um rebanho tocado pelo cajado da
inflação, tendo como pastor a estagflação, como pasto a recessão, vai se
alimentando no campo do alto custo de vida e do caos econômico.
Sem consumidor e usuário, ninguém existe
e sobrevive empresarialmente. Portanto, que haja o aumento como medida
econômica é justificável, mas abusiva e gananciosamente, tem outro nome e,
estes aumentos devem ser ditados pela massa. Você já viu dono de empresa de
ônibus em ruína? Você já viu dono de super mercado na pior? Você já viu
banqueiro de pires na mão? E o povo? Vai bem obrigado, não! Está numa péssima.
Logo, progredir comercialmente, também não é condenável. Portanto, imagine um
pouco mais de sacrifício, uma semana pelo menos, não? Ta bem, então só três
dias, sem usar transporte coletivo, sem ir ao super mercado, sem comparecer a
uns 3 clássicos do futebol e por aí em diante. Eu sei, você está me taxando de
louco e outros adjetivos mais, mas, não tem nada disso. Sacrifício e
aborrecimentos nós já experimentamos forçados, portanto se partir de nossa
livre e espontânea vontade será mais atenuado, mais suave, pois o saldo
positivo reverterá em nosso beneficio.
Estou propondo utopia? Não, estou
pensando em melhoria e que os fornecedores e tubarões apenas reduzam um pouco
seus percentuais de lucro, pois se acabará na situação de não ter mais
consumidor e usuário pela falta total de poder aquisitivo do salário e aí nem
um sindicato do povo resolverá, pois terá chegado a falência desse mesmo povo,
decretada pela sua própria inércia. Então será a ruína generalizada.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 20/05/1984.
História estranha
Publicada no
Jornal O Liberal, edição de 23/05/1984 - Coluna Cartas,
Quando
alcançarmos – se conseguirmos – o ano de 2034, portanto daqui mais 50 anos,
ocasião em que a juventude Michael Jackson, pula-roleta, será avó, respeitáveis
homens de negócios, dirigentes probos e professores renomados, terão nesta
qualificação, uma singular e talvez impossível missão de transmitir e fazer
entender a seus descentes e discípulos a história e fatos que hoje são feitos
pela outrora juventude Beatles, aquela dos cabelos longos e idéias curtas.
Contudo, os que se dispuserem aos cursos
de doutorados ou mestrados e concluírem-nos, serão, por certo, profissionais de
excepcional conhecer, pois assimilar a história que nós fazemos será necessário
um QI além de 120.
Só para se ter uma impressão das
estranhezas que hoje ocorrem vamos a dois dos mais recentes e inacreditáveis
acontecimentos: o 1º foi o balado e polêmico pronunciamento do indio
legislador, cujo tema foi a ofensa à honra das autoridades constituídas e
principalmente o “staff” nacional.
Após esse incidente é que detectaram ser
aquele deputado parcialmente incapaz para responder por seus desatinos, mas
não, para elaborar leis e desfrutar das mordomias que o poder oferece,
juntamente com o invejável salário. Logo, por sua inabilidade e não
dominar com precisão o idioma branco e a gramática, pois ele só conseguiu ver o
homem branco, e distante, com a idade de 17 anos, foi perdoado e permaneceu em
condições de provocar novas diatribes. Paralelo a esta situação de
silvícola com um ordenado mensal de mais de 2 milhões de cruzeiros, com
apartamento, condução, telefone, correio, tudo pago pelo povo, deparamo-nos com
os futuros médicos, contadores, administradores, engenheiros, professores,
psicólogos e etc..., pulando roleta de coletivos pela falta de 70 cruzeiros
para o transporte que os leva em busca e na luta pelo título que lhes dê meios
e condições de ganhar a vida honestamente e contribuir para o avanço desta
Nação.
Por outro lado a situação se agrava pela
péssima remuneração de professores e médicos que se vêem forçados a irem às
ruas reinvindicar melhores salários e também uma oportunidade para os milhares,
que com um diploma na mão, não têm onde empregar seus conhecimentos, face o
esvaziamento do mercado. É muito doído, depois de muitos anos de guerra
desigual, não ter de onde tirar o pão de cada dia, mas ter, que conviver com
dispêndios supérfluos de comitivas de privilegiados e familiares em viagem de
turismo, esbanjando o erário, enquanto muitas crianças,não têm sequer uma
chupeta para consolo.
O 2º: é de fundir a calota cerebral. O
engenheiro, com dom de mananga ou de adivinho, resolve prescrutar a mente do
Chefe Nacional e lança essa interpretação, talvez com o intuito de promover
maior entrelaçamento de simpatia ao amigo, para todo o mundo. Como errou na
adivinhação, recebeu em troca tremenda bronca, desde o amigo até do cônjuge
querido, que por certo não assimilou ser o marido: mentiroso ou pusilânime,
principalmente por justificar, com sua condição de homem de projetos de
edificações, não saber construir uma frase interpretativa com as palavras que
ele ganhou, quando ainda, estava no berço.
Ambos, estão lá, expressando suas
vontades e pensamentos, escolhendo o melhor para nós. Todavia, fica difícil
absorver essas escolhas, pois eles não sabem o que dizem ou que falam, como
acatar tudo isso. Portanto, deve-se esperar que pelo menos, nos dêem o
elementar direito de sermos honestos e de fazerem a história que nós possamos
entender agora e que, a geração futura não interprete nela, que hoje vivemos na
era de loucos, de idiotas e isto aqui era uma babel do século XX.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 14/04/1984.
Escolha
Há dias a Rede Globo promoveu uma
pesquisa de opinião pública, sobre quem seria sufragado, caso a escolha do
Mandatário Máximo da Nação, fosse através da via direta. Surgiram como
resultado dessa enquête, um rol de brasileiros, dentre os quais os atuais concorrentes
que obtiveram percentuais consideráveis.
Em relação a dois que marcaram presença
naquela lista. Provocou alguma estranhesa, em função da validade de observação
de alguns pontos, que acredito deveriam ser considerados, tendo em mente a
função que esta sendo motivo de debates todos os dias e de grandes
concentrações em várias cidades do Brasil, a qual tem provocado uma verdadeira
maratona pelas Unidades de Federação desde o ano passado e que foi o tema da
pesquisa.
- Um deles: A crise que nós atravessamos
ou que nos atravessa bolso a dentro, incide também, sobre todos os setores da
economia nacional, tal como da indústria, do comércio e etc..., pelo menos,
assim, os líderes nos transmitem e fazem-nos entender por suas ponderações,
críticas e condenações a modelos em prática. Sabe-se, por outro lado, que esse
cidadão é engenheiro, ex-governador, que segundo seu sucessor promoveu um
grande prejuízo em busca de óleo fóssil, é industrial e tem uma cadeira a sua
disposição na Câmara Baixa em Brasília, a qual, após mais de um ano de mandato
pouquíssimas vezes ocupou. Sabe-se ainda, que há mais de um ano que esse
cidadão visita os pontos culminantes deste País e, sempre acompanhado por
carregadores de sansonite, de abridores de portas de automóveis, em fim assessores
diretos. Foi público nacionalmente as recepções sociais, por ela promovidas,
até com 5000 convidados. Viagens aéreas, hospedagens, transportes urbanos e
bocas livres, custam um avantajado ônus. Aí é que surgem as interrogações: a
inflação, a crise atual não solapam o poço de onde saí o cruzeiro que paga
todos esses constantes gastos ou essa fonte é imune as bi-semanais
desvalorizações da nossa moeda? Evidentemente, que em termos de vida privada,
não se tem nada a ver mas, em referência ao homem público e que visa um poder
decisório futuro sobre um povo e uma Nação, que foi jogada no abismo, esse
comportamento tem que nos interessar de perto.
- O outro: Que se sabe não possui nenhum
título universitário. De operário de metalurgia se transformou em líder
sindicalista da classe. Agitou, badernou, insuflou ações de emperramento ao
desenvolvimento e progresso do País e, conseguiu para si as infligências da
lei, depondo-o da liderança classista, permanecendo, todavia, com a função de
presidente partidário. Salvo melhor entendimento, ter essa função, não
corresponde ser empregado, cuja remuneração propicie condições de viagens a
Cuba, URSS e outros, bem como numa semana estar no sul do País, na seguinte no
norte e onde houver comício. Logo, quem não está empregado, pode ser, como
acontece, retido por vadiagem. Aí entra de novo a interrogação: como entender a
atribuição de 7,06% da preferência dos pesquisados à um cidadão sem contrato de
trabalho registrado em sua CTPS, para ser presidente de um país?
Ou o povo não sabe o quer, ou quer o que
não sabe ou, não quer entender comprometimentos ou então, quer fazer piada e
troça com um assunto de vital importância. Saibamos escolher melhor.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 07/04/1984.
Veículos de comunicação
Publicada no Jornal O Liberal,
edição de 11/04/1984 – Coluna Cartas
Os veículos de comunicação, são de
tamanha importância, que suas ausências, corresponderia a falta de oxigênio na
atmosfera social, política e econômica de um povo.
Como assim como eles veiculam, logo
ajudando, promessas que servem de degraus que levam ao topo do poder
enganadores e megalomaníacos pelas cadeiras de direção e que nelas se sentam
para a satisfação, também, de orgulho próprio; da mesma forma a imparcialidade
da imprensa, quer falada, escrita ou televisada, traz para nós e para nosso
bem, os mares de podridão que são encobertos pela capa fictícia de
administrações ditas austeras e justas, e quando os veículos de comunicação rompem
essa “nata” ou iniciam o processo de descoberta, pois o mau cheiro
da lama começa a exalar, mostrando concretamente a corrupção, o enriquecimento
ilícito, o tráfico de influência e o favorecimento de familiares, fatos já
bastantes comuns neste “Gigante Pela Própria Natureza”, nos últimos anos,
vêm os dirigentes, quando instados pelos homens de imprensa,
declararem que vão processar, fazer e acontecer ou então contra-atacam,
taxando-os de “maus profissionais” de “palhaços”, de “vagabundos”, de
“moleques” de “bobalhões” e “idiotas”. Este último adjetivo, aliás,
ratificam minhas desconfianças e que foi motivo de uma carta que essa coluna
publicou no dia 10/03/84, com o título idiotia, de que é assim que alguns
dirigentes nacionais classificam a todos nós brasileiros.
“Quem não deve não teme”. “O povo
aumenta, mas não inventa”. Por isso, quem está administrando o que é do público
e tem sua consciência limpa e atitudes ilibidas, não há porque se aborrecer com
qualquer pergunta, pois seu procedimento digno, se assim for, facultar-lhe-á
respostas convincentes para qualquer questionamento.
Lamentavelmente este País, padece da
síndrome do descrédito, pois quando é dito à Nação que fulano não saí, no dia
seguinte ele arruma as gavetas; quando é dito vai baixar, no dia seguinte,
sobe; quando é declarado, vai diminuir, nas 24 horas depois, aumenta. Logo se
fosse classificada de administração do “antônimo”, seria um título bem
adequado, pois “não” quer dizer “sim” e vice-versa.
Se casos de corrupção, de malversação do
erário, em fim, de escândalos, fossem raros, até que se
compreenderia a indignação e a perda de controle de autoridades mas, por estar
tanto na moda, deveria, isso sim, haver uma compreensão e entendimento de que
estamos vivendo em situações de constantes assaltos em quase todos os setores da
vida hodierna.
Portanto, já é tempo de perceberem que o
povo já não suporta mais, ver amoralidades impunes e os autores desfrutarem de
tudo que tiraram dele, que cada vez, dia a dia, mais fica pobre e sem meios de
suster sua família. Porém, enquanto houver uma audição ou uma visão, os
veículos de comunicação sempre nos mostrarão os carneiros que guardam dentro de
si lobos rapinantes.
Lúcio Reis
Belém, Pa, em 24/03/1984
Profissionais
Publicada no Jornal O liberal Edição
de 25/03/1984 – Coluna Cartas
Se você matar um, será julgado como vilão, porém, se matar
milhares, será julgado como herói, assim dizia Charles Chaplin.
Infelizmente, a dura verdade, da conclusão do Gênio da 7ª Arte,
continua a habitar entre nós hodiernamente, apesar de que declaradamente aqui
não vivamos em nenhum estado de beligerância.
Os efeitos estão ligados diretamente às causas, fruto quase
todas elas de um cuidado praticamente inexistente no trato dos problemas
públicos. Público este, receptor na própria carne, dos malefícios advindos da
imprudência e da imprevidência de profissionais, responsáveis, pelo menos assim
o deveria ser, às questões relacionadas com a saúde, com a segurança e com o
bem comum geral da população, onde atuam.
Os fatos concretos são inúmeros. Todavia, basta que se lembre os
que recentemente estão ocupando os noticiários, os quais pelo que se pode
aduzir sempre terão, e por muito tempo, matéria prima abundante para suas
crônicas editoriais, pois também, se pode concluir estar muito distante a
era da implantação de autoridades responsáveis e eficientes tecnicamente, assim
como seus auxiliares nos diversos setores. Foram gastos na melhoria de trechos
das primeiras pistas da Almt. Barroso - sentido São Braz-BR-316 e vice verso -
Cr$180 milhões. Além das muitas batidas de veículos ocorridas em função de um
trânsito mal orientado, consequência da interdição daquelas vias provocando
congestionamentos intensos aliados aos prejuízos materiais. Porém, a um volume
de águas pluviais a emenda ficou pior do que o soneto. Cita-se a Av Tito
Franco, tendo-se em mente um eufemismo, pois a crueldade das baixadas já
merece o título de calamidade pública. O Outro caso a lamentar, está refletido
na Transamazônica, uns dos fatores concorrentes - sua construção -à crise da
Previdência Social. Continuando o rosário, pode-se citar a mortandade infantil
no vizinho município de Maracanã, pela ingestão de água contaminada e sem o
devido trato.
As consequências do uso de desfolhantes ao longo da linha de
transmissão da Eletronorte, mesmo havendo a cobertura do sol com peneira, os
cemitérios de Tailândia, encobrem as vítimas do envenenamento.
Polemizou-se há pouco dias atrás, quanto ao projeto de construção
do Panteon ao Centenário da Cabanagem, recebido de presente do internacional
arquiteto de Brasília, - esta, outro fator da crise atual da Previdência
Social, - entende-se, estar o Governo Estadual se precavendo em não querer ver,
mais tarde, seu nome soterrado pelos escombros do desabamento da obra
arquitetónica, caso a mesma fosse concretizada por profissionais do quilate
daqueles que não solucionaram problemas de escoamento de água ou de conservação
de pistas urbanas ou de rodovias intermunicipais ou estaduais, ou então de
técnicos que não resolvem, pelo menos, o caso de camelos, em avenidas
inadequadas para aquele comércio.
Lembrando a crônica de Emir Bemerguy, acho ter chegado o tempo
de agir e se providenciar a reserva de homens de caráter íntegro, assim como
foi feito no Pantanal Mato-grossense, em relação à ecologia, pois
a honestidade, a seriedade, a profissionalidade responsável no Homo
sapiens, está em progressiva e acelerada extinção.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 12/03/1984.
Cheque
A coluna Homens & Negócios desse
Matutino, edição de domingo p.p., encarta um tópico que trata do assunto título
desta.
Há dias
mais atrás, a TV Liberal documentou o flagrante, no qual um médico local, ao
ver seu cheque especial rejeitado por um funcionário do DETRAN, faz o pagamento
devido com quilos de moedas, que ocasionaram um longo trabalho à contagem da
grande quantidade do metal cunhado.
Por vivência de fatos ocorridos, atribuo
a culpa à credibilidade negativa do cheque – salvo nos casos de perda ou
extravio, que entendo seja uma situação de fácil detecção, pois quem rouba ou
acha um talonário de cheques não sabe como seu titular assina -, à própria rede
bancária, que entrega à determinados irresponsáveis livros e mais livros de
cheques, que possibilitam as mais diversas ações ordinárias nos tratos
comerciais.
A exemplo do SPC, que elimina qualquer
pretensão de aprovação de um cadastro em qualquer casa comercial, por que os
estabelecimentos bancários não possuem suas listas negras e nelas inscrevam os
contumazes passadores de cheques sem fundo e assim a qualquer tentativa de ser
portador de talão de cheques seria frustada. Todavia, a realidade é a seguinte:
seu fulano, safado bem conhecido, reincidente na expedição de borrachudos tem
sua c/c encerrada num determinado banco mas, porta um volumoso número de
cheques de uma outra casa.
Sei que muitos debocharão da inocente
solução. Contudo, o problema reside exatamente aí, porque ser, ou procurar ser
honesto, correto e manter o nome limpo hoje em dia, não conta, o que vale
realmente é ser corrupto, malandro, cafageste e ter amizade influente e assim
pode continuar enganando que nem mesmo isso o colocará na cadeia. O errado é
que está certo. Ser pobre, com honestidade, com zelo pelo bom nome não lhe abre
nenhuma porta. Mas, se há a aparência de ser um cordeiro de negócios retos,
mesmo que lá dentro viva um lobo sagaz e voraz para malograr incautos e
ludibriar boa-fé, este sim, é o procedimento mais adequado na atualidade.
A hora que alguma lei determinar que os
bancos ou seus gerentes sejam os responsáveis pela molecagem que os seus
clientes fazem e dolosamente e, reiteradamente no uso da ordem de pagamento a
vista, eles não entregarão à qualquer vagabundo irresponsável um talonário de
cheques e, com isso se evitará pagar o justo pelo pecador ou que, o certo seja
igualado em direitos ao errado.
Quantos chefes de família, altas horas
da madrugada não poderam ou tiveram dificuldades, a fim de receberem
atendimento médico para algum familiar, por ter deixado suas economias no banco
e ver seu cheque ser recusado pela casa hospitalar, calejada de receber os
cheques peixe – você apresenta e nada -, que se a aceitar mesmo que a pessoa
seja idônea. Quantas farmácias já não foram logradas e agora detém um vasto
arquivo de “vai e vem”? Postos de gasolina, coitados, outra vitima.
Para quem não sabe portar cheque, dê-lhe
cheque avulso. Seria, por outro lado, uma considerável fonte de receita à
Previdência, a pena de uma “senhora” multa ao cheque sem fundo proposital, com
intuito de lesar o receptor.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 21/02/1984.
Competência
Quando um auxiliar ou até mesmo um dos
dirigentes, passam atestado de incompetência, normalmente é afastado e, por
vezes, em função do grau de intensidade e do efeito abrangente de sua inaptidão
é exonerado, demitido da empresa. Isto numa firma particular e de direito
privado, principalmente quando não há atenuante, em face da reincidência, pois
numa relação de causa e efeito, este reflete direto e proporcionalmente ao
tamanho da incapacidade no bolso do proprietário e no balanço da firma.
Lamentavelmente nas “empresas do
povo”, cujos gerentes e componentes, muito das vezes, a maioria, não é
submetida a um concurso ou a um teste, que sirvam de aferição ou possa avaliar
sua diferenciação técnica, ela é introduzida pela permuta de favores e manobras
eleitoreiras e o desempenho de nossa empresa, quer municipal ou estadual é um
desastre, é um festival e desfile de incompetência e desmandos. O pior é termos
que assistir e testemunhar a insolvência e, torcer para que danos físicos não
nos alcancem, bem como nossos bolsos não sofram arrombamento irreversível.
Para ilustrar o acima, está aí: a Escola
Camilo Salgado e a Ruy Barbosa. Graças a Deus não temos vitima a lamentar. Eis
aí também, a declaração de que o material usado não era o adequado e mais
propício. Está aí, ainda o alertar dos veículos de comunicação e mesmo assim se
teimou em colocar dentro daquela sala, inocentes crianças. Isto é, além do
mais, zombar dos direitos daqueles que mesmo com poucas ou nenhuma posse são
seres humanos e portanto filhos de Deus, que partilham com qualquer homem do
poder os mesmos raios solares, o mesmo oxigênio atmosférico, a mesma chuva,
como também as bactérias que nos decomporão.
Muitos outros fatos poderíamos aqui
fazer passar. Todavia, vamos só relembrar os que complicam mais de perto e
atualmente nossas vidas: o caro leitor já notou quantas vezes a Av Almt Barroso
entra em obras de recuperação, sem permanecer um ano inteiro livre para o
trânsito e, as vezes que o serviço é executado num mesmo trecho? – vias
públicas alagadas após uma chuva, em face de esgoto entupido, este problema
acho que já está inserido no contexto: ser morador de Belém; o amigo já
percebeu o estado “beirutiano” de muitas de nossas ruas? Não! Não houve guerra,
é falta de conservação mesmo; e aquela nossa reserva ecológica, a nossa flora
urbana, o bosque Rodrigues Alves, que pena! Parece ficção mas não é, eles
colocam lixo em perímetros residenciais para servir de aterro. É o cúmulo.
Como se pode deduzir, parece que há um
conceito estatutário ou um acordo de sangue firmado entre os nossos
dirigentes: “ não promoveremos nada em benefício do povo e da cidade”;
“desfrutaremos de todas as mordomias e privilégios possíveis e impossíveis”;
“antes de eleições prometeremos transformar isto em paraíso, mas, jamais
cumpriremos, nem mesmo as obrigações elementares” e assim por diante.
Porém, um dia há de chegar que o povo se
dará conta de sua importância essencial, de seu valor e, suas empresas serão acionadas
por brasileiros justos, honestos, trabalhadores e capazes, por ele escolhidos,
nomeados e assim permanecerão enquanto produzirem em função do seu bem estar e
do bem comum. E assim dar-se-á um basta a incompetência e só terá vez a
competência.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 02/02/1984.
Solução
O belemense se debate ante os grilhões da tributação municipal.
Diante do silêncio do Secretário Executivo Municipal do Executivo Estadual, do
Chefe deste último poder, veio a solução: “Aquele que não estiver de acordo com
o Imposto que lhe foi cobrado, que recorra à Justiça, pois suas portas estão
abertas”. O que, se não me equivoco foi a descoberta da pólvora e a tradução
concreta de uma insensibilidade e total alheamento ao sofrimento do povo, que
antes de novembro de 82, era oprimido, menos favorecido, portador de carência
salarial, condição sócio econômica precária e outros males, principalmente
aquele cidadão que comparecia aos comícios do partido que agora é detentor do
governo neste Estado.
Pela declaração resolução, depreende-se que nos dias de hoje,
todo mundo esta tranquilo, com polpudos saldos em poupança, pois JB no Governo
é povo no poder e assim: Todos pelo Pará e, ninguém pelo paraense, cada qual
conseguiu defender o que é seu.
Porém, convenhamos, tem-se que reconhecer foi uma conclusão
inteligente e, de quem conhece o seu povo. Estamos às portas do carnaval. Com o
término das férias de Momo, teremos a semana santa, a esta altura o Torneio
Nacional Taça de Ouro estará no auge. Depois virá o campeonato local,
discutiremos: Remo, PSC, Tuna e etc... Nesse ínterim ganharemos de permeio
temas sobre Mosqueiro, Salinas, Maruda, pois aí terá chegado julho. Este,
deixará porta aberta para os feriados da semana da Pátria. Concluído os desfiles
e paradas, a discussão sobre o alto custo do pato, dos ingredientes da
maniçoba, do assalto feito pelo litro de tucupí, tomará conta de nossos
assuntos, pois já chegou outubro e com ele o Círio de Nazaré. E então vem a
proposição mais polêmica: continua o Parreira, entra o Minelli e assim com a
fase eliminatória ou classificatória para a Copa de 86 encerraremos o exercício
de 84.
Paralelamente a veloz justiça já definiu sobre a absurdidade da
cobrança do Imposto. A conclusão? Só Deus sabe. Por via de conseqüência, você
tirou esse pesadelo da cabeça e pode gozar despreocupadamente todos os prazeres
que este País e este Estado maravilhoso, nos oferecem a cada ano. Quer coisa
melhor? É! Somos um povo feliz. Temos ouro, ferro, manganez, petróleo, solo
fértil e assim temos álcool hidratado, temos cobre, alumínio e, a mais preciosa
matéria prima que existe no planeta: “A IGNORÂNCIA DO POVO”, que custeia as
altas mordomias de uma meia dúzia, mesmo não havendo o cumprimento das
promessas feitas a cada pleito e campanha eleitoral, como também dá para
sustentar a sinecura dos que abrem o Evangelho de Cristo nos púlpitos e, vão
levando a vida num mar de rosas, a custa de milhares de humildes que buscam a
Casa de Deus na esperança de um conforto para suas atribulações e a cruz do
malogro e aí também são iludidos, pois a palavra de Deus na boca de seus
representantes aqui, é só de críticas a regimes e esquemas políticos. E aí eles
passam a usufruir também, aquela versátil matéria prima para seus problemas
resolver.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 02/02/1984.
Salvação do Brasil
Eu sabia que no Inferno Paraense Tira Ufanismo (IPTU), nem tudo é só fogo, destruição e espinho. Ele tem seu ponto de glória, de esperança, de valor e até se colhe rosas, também.
Viva! Viva! Graças a Deus vamos
reiniciar o progresso e crescimento desta Nação e brevemente, após termos pago
toda nossa dívida externa, vamos ter o orgulho e o prazer de emprestar dinheiro
aos E.U.A e assim, recebermos o Presidente Reagan com o pires na mão, pois
nessa ocasião teremos um superávit na nossa balança comercial, algo em
torno de 40 bilhões de dólares, uma inflação anual, variando de 0,2 à 0,5%,
causando inveja ao Japão.
É evidente que para isso acontecer o
brasileiro terá que, lamentavelmente, se acostumar com a idéia de não ouvir
mais falar em Delfim, Galveas, Pastore, Viacava, Dallari o que realmente é uma
pena, pois desaparecerão do cenário noticioso do País, uma vez que serão
substituídos nas funções que ora exercem.
Eu sei meu amigo, você deve estar
confidenciando com seus botões, o IPTU, pirou de vez a cuca desse desgraçado.
Contudo, eu explico: você não ouvirá falar daqueles nomes ali de cima, mas,
também, não ouvirá o nome de ninguém. E aí você diz: agora mesmo que o cara
ficou pinel.
Calma: Para que esse milagre se realize
o executivo Nacional Federal, vai contratar o GRUPO PROFISSIONAL DO MAIS ALTO
NÍVEL E GABARITO, ao qual nenhum técnico da terra se equipara e nem tem
diferenciação para contestar ou remendar. Eles são incríveis e infalíveis. Você
já ouviu falar o nome de algum deles? Nem eu! Mas sentimos o efeito de suas
atuações.
Mas, você sabe que estou falando do
grupo que se desincumbiu da missão de preparar o ante projeto da reforma
tributária do Município de Belém e, que depois da aprovação de nossos dignos e
inteligentes representantes na Câmara Municipal, deu esse fruto maravilhoso,
saboroso e, de fácil digestão, o IPTU (será que se poderia ver publicado os
valores dos carnês dos nossos vereadores, de nosso prefeito, de nosso
governador, de nosso secretário de finanças, de nossos deputados e daqueles
sapientíssimos técnicos?)
Estamos ou não estamos salvos? Heim!
Lúcio Reis
Belém, Pa, 27/01/1984.
I P T U
Publicada no Jornal O Liberal de 29/01/1984-Coluna Cartas
Roubar significa subtrair fazendo violência à pessoa ou coisa, enquanto que furtar significa que o agente não faz violência à pessoa ou coisa.
Os adquirentes de imóvel do SFH,
terminaram de sair do pesadelo da majoração de pouco mais de 130% e, tanto
eles, agora, como os proprietários de moradia desta Capital devem estar
passando noites e noites de insônia, com os nervos a flor da pele e com um
stress que por certo é ou será a causa do estouro das mucosas gastroduodenais
dos belemenses em função do presente recebido neste inicio de ano, o IPTU.
A violência urbana, dizem os sociólogos,
os psicólogos e os entendidos no assunto, é fruto do desnível social, do menor
abandonado e etc... E então pergunto eu: “Qual é a origem da violência oriunda
de um decreto, de uma lei ou de um decreto-lei, quando se sabe que esses
preceitos foram inventados ou criados para proteger o cidadão e resguardar o
bem-comum?” Pois raciocinemos juntos: você é afrontado na rua por um pivete,
por um trombadinha ou trombadão, por um delinqüente da mais alta
periculosidade, o objetivo deles está inserido em suas denominações, aí, para
defender sua pele, seu patrimônio e suas economias, você saca de uma arma
branca ou de fogo e líquida com o seu algoz. Vai a um tribunal e comprova,
evidentemente, sua legitima defesa e fica tudo bem. Ok! Tudo certo! E aí torno
a questionar: “O que fazer legalmente, para auto defender-se quando
o assalto é praticado por um carnê, é resultado de um período extraordinário de
uma câmara municipal, que nesse próprio período já sangrou o erário; ou ainda,
qual é a mais vil: violência do marginal ou a do decreto-lei?
Entendo eu que lei cumpre-se e não se
discute, mas entendo também, que determinações absurdas não tem valor e se
auto-anulam. Analisando, por outro lado, o que ocorre e vai continuar, aí mesmo
é que cresce a indignação, pois se tem certeza que mesmo arrecadando essa
receita saqueada do bolso do povo, as ruas continuarão sujas, esburacadas,
alagadas, bueiros entupidos, calçadas quebradas, mangueiras caindo em cima de
carros, matando transeuntes, persistirá a cobrança de consumo (m3) de água
poluída, não consumida, bem assim colocando lama nas ruas do subúrbio, assim
também como continuará a covarde agressão dos carros chapas brancas queimando
gasolina do povo, transportando as madames às compras, aos cabeleireiros e as
crianças aos colégios e etc... Portanto, se você paga não tem retorno nenhum em
beneficio; se você não paga, benefício nenhum em retorno terá.
Quando o atual gestor municipal
foi içado ao cargo, em substituição ao perfeito prefeito e empresário, foi-lhe
dado votos e mais votos de confiança. Todavia, parece que não houve um
entendimento bom ou uma boa interpretação dos votos formulados, pois não era
dele que o povo esperava o tiro de misericórdia e sim o tiro da salvação.
Mas tudo é compreensível: como sem
povo não há Estado e nem Governo, o fim das nossas autoridades é o seguinte:
Elimina-se o povo e assim estamos todos aposentados. Pegamos nossos saldos
bancários e vamos gozar as delicias do Caribe, Hawai e etc...
Lúcio Reis
Belém, Pa, 17/01/1984.
Muda Brasil
Neste 15 de janeiro p.p., concluiu-se
mais uma obra da edição do livro de nossa história e, simultaneamente abriu-se
o volume seguinte, denominado “Muda Brasil”, no qual o prefácio resume que
dentre em breve estaremos vivendo no mais feliz dos países.
Em seu índice pode-se ler os tópicos,
cujos títulos falam de: inflação descendente, moradia ao alcance de todos,
expulsão do fantasma do desemprego, distribuição coerente e justa de renda, de
riquezas e de justiça, em fim, de que em pouco tempo, logo mais, isto aqui se
transformará num Paraíso. Aliás, tanto o prefácio, quanto o índice do volume
anterior e o do presente são muito coincidentes.
Em referência ao volume que
antecedeu o atual, as promessas e realizações políticas foram
cumpridas. Os bandidos foram perdoados, os bandidos puderam retornar ao seu
“berço”, em suma: os malfeitores e filhos desnaturados que pretendiam jogar
esta Nação na “lama vermelha” e hastear nosso pavilhão no lodaçal dos regimes
totalitários, tiveram e receberam a chance de virem contribuir para o
crescimento deste País, não assaltando bancos, não seqüestrando
pessoas ou aeronaves, não exterminando inocentes e indefesos mas, trabalhando e
somando esforços para o bem estar de todos e do bem comum.
No que concerne as construções sociais,
acredito ter havido um pouco de infelicidade, pois a mesma foi sentida
diretamente em nossos bolsos, quando a cada página virada o nosso cruzeiro foi
sendo desvalorizado, caindo sistematicamente, enquanto em contrapartida o custo
de vida, o preço dos alugueis, as taxas inflacionárias, os índices de violência
urbana, eram atrelados a foguetes atômicos, alcançando as estrelas e os
píncaros da destruição econômica doméstica, empresarial e etc..., tendo até
desfeito o sonho da casa própria.
Porém, deve-se ressaltar que sementes de
árvores frondosas foram plantadas, pois já contamos e dispomos da abundante
energia de Itaipu e Tucuruí, que será sem dúvida a mola propulsora que nos
arremessará a um futuro próximo, dotado de progresso e desenvolvimento, tudo
aliado evidentemente, ao privilégio de possuirmos e desfrutarmos do rico e
generoso solo que a Natureza nos ofertou. Por tudo isso tenhamos a fé e a
esperança de em breve usufruirmos da frescura e proteção dessa
sombra abrangente e abundante, enquanto concluímos a leitura da obra recém
aberta.
José Joaquim da Silva Xavier, foi um dos
mais importantes e brilhantes protagonistas, em determinada edição dessa
coletânea. Por coincidência ou não, teve como Torrão Natal, as mesmas Minas
Gerais , que recebeu em seu seio, ha mais de 7 décadas o personagem central da
presente edição. Esperamos que o destemor, a coragem e o sentimento
cívico-patriótico do Alferes, inspirem constantemente e mui especialmente no
momento das grandes e importantes decisões, ao nosso Pastor e que ele guie este
rebanho pelas estradas a democracia, até o pasto da tranqüilidade social, onde
o alimento desenvolvimento e prosperidade esteja plantado em larga escala e que
tudo esteja sob o cajado da justiça, do amor e da igualdade.
Ainda resta esperança neste povo
sofrido, pois nossos corações bondosos, nossas pacatas cabeças e o nosso
sentimento de cooperação e humanidade, merecem sem dúvida alguma um outro País,
um Brasil Mudado, um Brasil para os brasileiros e coerente com os princípios de
solidariedade humana e cristã deste magnífico povo.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 28/12/1983.
Indignação
Publicada na Edição do Jornal O
Liberal de 31/12/1983 - Coluna Cartas
Falar-se em revolta nestes dias em que a presença do Redentor se
torna mais acentuada e é o que deveria ocorrer nos 365 dias do ano, poderia ser
até uma blasfêmia. Todavia, a cada dia que passa a situação se torna mais
insuportável e assim, é uma questão de realidade nua e crua.
É todo mundo querendo empurrar o outro para o abismo e, esse
outro só é o povo. Hoje em dia se reverência e se tem como um dos mais insignes
e ilustres brasileiros, o José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, que foi
esquartejado pelo fato de ser contrário a derrama. Contudo, ao que tudo indica
querem substituí-lo na História, por um outro cidadão, pois pelo menos, as
causas a cada momento, para o surgimento de um novo inconfidente, são
implantadas, tais como: IPI, ICM, IR, IOF, IUEE, IPTU, Taxa LP, Taxa IP, Taxa
Lixo, TRU, FNT, TLPL, percentuais cada vez mais altos, sem contar com a tirada
do salário de família e auxílio maternidade, estes últimos já anunciados, e
etc..., entre outras obrigações e carga tributária.
De tudo isso o que mais dói é você ter que deixar seu carro na
garagem, tirar a manteiga e o leite do café matinal de seus filhos, quase que
eliminar a proteína bovina do almoço, quer pelo custo ou pela concentração
hormonal e, assim por diante. Isto para não falar, o que é muito pior, daqueles
que nem o cafezinho matinal têm para o desjejum, enquanto uns poucos
privilegiados que pouco ou quase nada estudaram, que não prestaram concurso,
têm, pago pelo povo: correio (o Congresso dispende CR$105.859.000,00 por mês
para a postagem de correspondência de deputados e senadores, sem falar nos
impressos que lhes são feitos pela gráfica daquela Casa), casa, carro,
combustível, transporte aéreo e, toda sorte de vantagem, além de um polpudo
salário, ao passo que o povo reduz suas despesas, desce seu padrão de vida e
não ver sua receita pelo menos adquirir o poder aquisitivo e nem tampouco o
retorno em bem comum, de todos os impostos e taxas que desembolsou.
Há promessas de que vai melhorar, porém, se está a espera já há
umas 4 ou mais dúzias de meses e a cada dia só piora. Quando realmente esta
prometida prosperidade chegar, se chegar, já seremos só uns poucos esfaimados,
subnutridos, sem capacidade de discernimento e escolha, com cérebro de
mosquito, raciocinando pelo estomago we facilmente guiáveis ou teleguiáveis.
Graças a Deus 83 acabou e, com ele uma safra de escândalos e de
corrupção que daria para montar uma enciclopédia. Apesar de tudo, para o nosso
bem, necessário se torna que invoquemos a proteção dos Céus, para que se dê um
voto, mais uma vez, de crédito e confiança aos responsáveis pelo nosso futuro e
especialmente de nossos filhos e netos e, que no ano que inicia, seus
músculos, principalmente o coração e o cérebro se transformem em matéria animal
e possam ter piedade e compaixão de todos nós. Amém.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 19/12/1983.
Candidato a candidato
Publicada na edição do Jornal O Liberal de 25/12/1983
Na ordem alfabética: 1-Aureliano Chaves,
2-Antonio C Magalhães, 3-Costa Cavalcante, 4-Hélio Beltrão, 5-Leonel Brizola,
6-Magalhães Pinto, 7-Mario Andreazza, 8-Mario Juruna, 9-Marcos Maciel, 10-Paulo
Maluf, 11-Tancredo Neves e 12-Ulyses Guimarães, são os nomes que se apresentam,
uns já declaradamente em campanha, enquanto que outros são apenas tidos como
presidenciáveis à sucessão do atual mandatário da Nação, apesar de estarmos com
a água no lábio inferior.
Justifica-se ou explica-se que a luz no
fim do túnel, para atual crise que o Brasil atravessa nos trilhos da inflação,
do desemprego, do alto custo de vida, em fim: de uma “senhora” rescessão, está
nas eleições diretas, para que o novo comandante máximo do País, tenha como
respaldo a caneta do povo que marcará os “X” que o farão subir a rampa do
Edifício Alvorada.
Da dúzia de candidatos a candidato acima
relacionados, todos foram emergindo, tendo como origem: alguns a satisfação de
um orgulho próprio, outros como conclusão de alcance do ápice da carreira abraçada,
outros simplesmente como oposição e uma parcela como indicação de algum setor
da sociedade. Todavia, creio eu, nenhum pode se arrogar o título de verdadeiro
representante da vontade, da preferência e da escolha popular, mesmo porque, é
evidente, pelas frestas das urnas esse desejo ainda não foi introduzido.
Dizer-se que o colégio eleitoral já foi
escolhido, agora, é um tanto quanto precipitado, leviano e inverídico, pois se
se fizer uma enquete junto a massa, descobrir-se-á que ela não sabe nem o que é
colégio eleitoral, quanto mais conhecer que em 15 de novembro de 82, ela
sufragou os componentes do referido colegiado, pois a grande maioria
já há alguns anos está mais preocupada com o seu estomago e o de seus filhos,
bem como de onde vai tirar os meios para custear as constantes altas nos bens e
serviços de consumo e, aqueles que tem conhecimento e consciência do que
fizeram, a esta altura, depois de analisarem a conduta, a desenvoltura e a
atuação de seus representantes, nesses primeiros meses de desempenho, por certo
já se arrependeram de ter estregado ou jogado ao léo seu tão precioso voto.
Logo, muitos dos que estão no poder já não mais representam a escolha e a
vontade do povo, portanto, não podem escolher e nem falar por ele.
Por conseguinte seria mais, muito mais
adequado, que o próprio povo não só o da região sudeste ou sul, mas sim todas
as regiões, indicasse, via pesquisa de âmbito nacional, seu verdadeiro
candidato e a sua real preferência, pois alguns daqueles 12, muitos brasileiros
nunca ouviram falar, são ilustres desconhecidos, pois a horta de pepino e pomar
de abacaxi, requer um operário que realmente reflita a ambição de todos os que
vão digerir os frutos indigestos e ácidos.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 06/12/1983
Balanço
Certos fatos que nos chegam, graças a
esse veículo de comunicação, e que são contrários aos nossos direitos e até
contraditórios em relação aqueles que os promovem, nos forçam a uma tomada de
posição, mesmo sabendo que aqui o “Davi” jamais ganhará do “Golias”.
Tenho convicção de que muitos de seus
leitores gostariam de dispor de um local, para desabafar os seus
descontentamentos. Porém, como isso não é possível, nos damos por satisfeitos
em poder contar com a guarida imparcial e justa que esse Matutino nos dá,
servindo assim de uma Tribuna para os anseios deste povo.
As casas Legislativas desta Capital
estão convocadas para um período extraordinário até o dia 21 de
dezembro. Convenhamos que o fato de se destinar ao período ordinário somente 8
meses, já é em si algo estranho, pois, jamais se soube que alguém
tenha conseguido um progresso lídimo, sem trabalhar e, se sabendo que o País de
amanhã, está atrasado, ficou no ontem-ontem, já não seria a hora, desde ontem,
que houvesse maior empenho e grande disposição em lutar, labutando pelo lugar
de honra que é devido ao Brasil?
Quem se informou, lendo diariamente esse
Jornal, no decorrer deste exercício, pode agora aferir o desempenho de nossos
representantes, que até agora não se deram conta que não detém um mandato de
propriedade própria e particular, mas, do povo, uma vez que a 15 de novembro de
82, lhes foi apenas delegado uma representação, pois se sabe que: “Democracia é
governo do povo, pelo povo”; e não de “A”, “B” ou “C” pelo povo.
Em prol do povão o resultado é nulo; em
termos de ofensas e retaliações recíprocas o saldo é positivo; em relação a
concessão de título honoríficos e de cidadãos belemenses, também é positivo;
defesa do povo consumidor e contribuinte, melhoria no transporte
urbano e etc..., o saldo é negativo; no que concerne a perseguição, em função
do cromo e preferência partidária, nota 10; em referência a segurança do
cidadão e do seu patrimônio, bem como os desmandos de autoridades, com abuso de
poder, nota 10 com louvor; omissão ou negligência na guarda de mal-feitores
nocivos a comunidade, grau 10, também. Em fim, ficamos muito a desejar que
todas aquelas promessas de campanha eleitoral, fossem cumpridas e
mais uma vez só nos resta a desilusão e o descrédito e, ficarmos aos cuidados
de nossos próprios destinos.
A desilusão de saber que em março
próximo, vai reiniciar nova legislatura, que por qualquer pretexto uma sessão
será suspensa, que os insultos pessoais e os tratamentos baixos entre
parlamentares, não refletirão o mínimo de ética e decoro, e que ao final da
mesma se terá menos confiança em nossos delegados, pois mais uma vez os poderes
das leis serão convocados, mesmo onerando o erário, para deliberarem sobre
temas que terão reflexo sobre o bolso do contribuinte, diminuindo seu poder aquisitivo,
sem que haja o devido e útil retorno, a não ser na agressão das mordomias de
chapa branca e etc...
Sabe-se, por outro lado, que no âmbito
nacional, este Estado tem representantes, tanto na Câmara Alta, quanto na
Baixa. O caro leitor se apercebeu, que no decorrer deste ano, a exceção de um
ou dois, ninguém mereceu uma manchete que traduzisse um desempenho em favor
deste Pará? Ainda, na esfera nacional, notaram que tem parlamentar que, creio
eu, ainda não sabe onde é o Congresso, pois ficou o ano todo tratando de
interesses particulares nos Estados da Federação? É! Nosso Brasil vai mal.
Retornando aos interesses locais e para
concluir, só nos resta dizer: “Quem trabalha fora do expediente, é porque não o
fez dentro dele” Logo, o estipêndio já recebido deveria cobrir o período
excepcional e assim, o serviço agora executado corresponderia àquele não
realizado.
Belém, Pa, 28/11/1983.
Exmo Sr.
Gen Cav João Batista de
Oliveira Figueiredo – Presidente do Brasil.
Exmo Senhor.
Sou conhecedor que V. Excia., deveria
dispor de pelo menos de um dia com 36 ou 48 horas, pois os problemas à sua
resolução são intermináveis e sempre do tamanho deste País Continental.
Todavia, gostaria imensamente que o Sr tomasse conhecimento do que se passa em
termos de conflito interno que ocorre, creio eu, nas personalidades e nas
cabeças de muitos brasileiros e, principalmente na minha, pela qual me autorizo
a falar, comentar e expor abaixo, tudo devidamente contando com seu beneplácito
para me dirigir a V. Excia.
- Passei 10 anos servindo a minha Pátria
e da qual muito me orgulho sobremaneira em ser um dos filhos e, muito mais
honroso me foi, por ter feito aquele serviço ostentando a Farda Verde-oliva.
- Apesar de ter meu berço natal em
Caeté-Minas Gerais, foi aqui mesmo no Pará, que tive o prazer de por um pouco
mais de uma década frequentar diariamente aquela Escola de civismo, de
patriotismo, de justiça, de fidelidade, de honradez e sobretudo de
responsabilidade e cumprimento do dever com probidade. Dele fui afastado por
possuir um coração portador de uma cardiopatia grave e que me incapacitou de
vestir por mais algum tempo a Farda de Caxias, nosso Patrono, e poder continuar
a demonstrar a captação dos ensinamentos ministrados, pois àquela altura, sem
estar fazendo nenhum favor, já estava classificado no comportamento excepcional
e pontilhava minhas alterações militares com um rol de elogios que davam aval à
minha capacitação funcional, sem falsa modéstia, Isto obviamente não evitou que
meu coração, mais do que nunca continuasse Verde e Amarelo.
- Agora que V. Excia., já tem um breve
contorno deste seu comandado que ousou em lhe atrapalhar, passo a narrar o
motivo precípuo desta minha petulância em subtrair-lhe preciosos minutos com
assuntos ínfimos diante daqueles que lhe assaltam a mente a partir dos
primeiros segundos da alvorada. É evidente repito, que conto com sua permissão
e condescendência:
- Quando no inicio de seu governo, V.
Excia., ao tomar posse trouxe a público o que almejava realizar no plano social
e político, a Comunidade brasileira suspirou aliviada, enquanto muitos de seus
opositores o criticaram e duvidaram de que o Sr levaria a bom termo
os seus propósitos, o que não se coaduna com o modo de ser daqueles que estão
fazendo política desde os idos de 40 e até agora, pouco ou nada realizaram em
prol desta Nação e, muito promoveram em favor próprio e, incontinente as suas
promessas foram tomando corpo e se concretizando e, o povo passou a lhe olhar e
dispensar uma simpatia impar, a cada dia se acostomou a lhe querer bem, a
gostar de sua sinceridade e o que é mais importante passou a acreditar piamente
que o querido Presidente iria realizar todos os compromissos pactuados com a
Sociedade da Terra de Santa Cruz, pois há muito tempo vínhamos sendo
decepcionados nas ofertas que nos eram apalavradas.
- No plano e na esfera política iniciou-se o retorno
daqueles compatriotas que objetivaram mergulhar o Brasil na mais negra
escuridão, pois a eles e muitos que exterminaram vidas inocentes, o Sr concedeu
o perdão do povo brasileiro, a eles o Sr proporcionou as condições de hoje em
dia pousarem de mocinhos e falarem à uma rede de radio e televisão para toda a
Nação, em distribuição equitativa dos direitos sociais, em igualdade, em
justiça e em socialismo democrático. É duro ver e ouvir um vilão do
caos, pregar a fraternidade. A eles, que antes de 15 de novembro,
mais uma realização sua, propalavam a falta de emprego e uma melhor
distribuição de renda, viu-se realmente depois, que estavam preocupados, não
com o povo, mas, com seus familiares, como aconteceu por exemplo, em São Paulo
e aqui mesmo no Pará. Como se pode concluir, politicamente tudo bem, a dívida
foi resgatada, sua frase: “Vou fazer deste País, uma Democracia”, esta prestes
a se concretizar, falta apenas um passo para a complementação da mesma.
Todavia, no que concerne a economia e a nossa sobrevivência, me permita Sr.
Comandante, a coisa está péssima, ruim mesmo. Eu sei que o Sr tem conhecimento
disso, sei também que para muitos outros nossos irmãos a situação ficou
insustentável, a ponto de perderem filhos, por ausência de alimentação, o que
graças a Deus, não é o meu caso, porém, é pensando mais neles do que em mim,
que sobrevivo em uma tremenda batalha interna e, com os olhos no futuro, pois a
mim o Cristo confiou um maravilhoso casal de crianças.
- O que mais descontentamento e agressão
provocam é saber-se, via veículos de comunicação, que as vezes se tem vontade
de ignorar e passar a não ler e nem ver, - o que seria uma contradição, pois
como amar este País e não se interessar pelos fatos inerentes a ele – que
brasileiros, alguns com responsabilidade direta, outros coniventes e até
contribuem para a deterioração da imagem saudável que o Sr quer ornar o seu
governo. Estou me referindo só para exemplificação aos escândalos recentes, de
repercussão nacional, faço alusão também ao caso que envolve o Sr. José Lino
Cypriano com o CNP e tantos outros que a imprensa faz chegar ao nosso saber e
que não se tem informação das providencias coercitivas, a exemplo do que
aconteceu no Japão, na Inglaterra e mais recentemente na Alemanha e, quando a
justiça se faz presente como no caso da mandioca o fascínora consegue
escapulir.
- É verdade também, posso afiançar, pois
a mim o Sr parece muito com um comandante e chefe, sob as ordens do qual por
muitos anos servi, o Tem-Cel Humberto da Costa Chaves, também cavaleriano, o
qual não apoiava de maneira alguma falcatruas de qualquer espécie.
- Dias atrás um cidadão chamado Geraldo
Forbes, sugeriu que o Sr renunciasse e fosse dar cascudos em seus netos.
Contudo, General Figueiredo, se o Sr me permitir, eu
opino que não seja um abjurador e que até o fim de seu mandato o Sr consiga não
dar cascudos, mas nocautear todos aqueles que empanam sua boa vontade e colocam
obstáculos, antepondo-se a uma condição melhor a todos nós. Por causa de
renunciam depois de ter sentado na Cadeira Principal do Brasil e com respaldo
do sufrágio popular, é que o Brasil teve seus rumos e destinos totalmente
mudados pelo brasileiro que conduzia a vassoura como bastão de comando.
- Sei, que um dos seus maiores, quando
não, o mais importante empecilho e dor de cabeça é a espiral inflacionária.
Sabe-se também, que vez por outras nos é solicitado a cooperação no sentido de
colaborar, fiscalizando, reclamando, ponderando e etc... Mas, quando se procura
os órgãos para formular queixas não se tem a receptividade adequada, pois se
saí desencantado e convicto que jamais o Davi vai levar a melhor sobre o Golias
e aí sobrevem a indignação. Acho mesmo que fiscais não freqüentam super
mercados, farmácias e outros, pois como não ver produtos remarcados até mesmo
com 4 ou 5 etiquetas sobrepostas, aí, ao meu ver de leigo, um destruidor do
nosso poder aquisitivo, pois caro Presidente, a cada mês que passa se reduz o
rol das compras e se aumenta o montante de cruzeiros.
- Entendo ser o Brasil, um lar, que
congrega uma grande família, cujo responsável é o Sr., por isso compreendi
também, ser o Sr a pessoa mais confiável a se confidenciar as nossas agruras,
principalmente pelo amparo e pela bondade que brotam de seu coração, apesar das
pontes, que todos nós rezamos para que à época de suas construções não
desabassem e não o furtasse de nosso meio, pois já concluímos também que os
homens que tem assento na Câmara alta e na Baixa, bem assim nos Estados, com
raríssimas exceções, jamais irão se preocupar com o pessoal daqui de baixo, uma
vez que com até 5 fontes de renda, com moradia, com carro, com combustível, com
correio, com telefone, com secretaria, tudo de graça, eles que só ouvem falar
em bilhões, trilhões e US$, nunca vão encontrar tempo para tratar dos
interesses da massa e do bem comum dela, que convive com mil e tem que custear
moradia, luz, telefone, educação, água, alimentação e etc... com seu próprio
salário.
Talvez se esteja querendo mais do que se
faça jus. Contudo, há mais de 3 anos que estamos esperando por dias primaveris
e, como eu acredito no Brasil, como eu sei que somos viáveis
potencial e economicamente, assim como não posso conceber que se tenha vergonha
de ser honesto, como disse Rui Barbosa, e que ao ouvir o Hino Nacional,
principalmente fora de nossas fronteiras, a exemplo do que sucedeu há bem pouco
na Venezuela e na Índia, sinto em meu âmago, aquele algo diferente que, como se
concretizasse brota pelos olhos, eu confio no Senhor. E peço a Deus que lhe
ilumine, lhe oriente e guie para que o Sr encontre rapidinho a ação, o caminho
e a atitude mais correta, pois a mim me parece que qualquer item em seu esquema
não vai bem, uma vez que até agora não se sentiu, aqui embaixo, os efeitos e
sintomas positivos do remédio adotado, pois a cada dia mais diminui nossas
condições de sobrevivência condigna.
Excelência, em nenhum momento pretendi
lhe magoar, em nenhum instante me ocorreu a idéia de criticar destrutivamente e
em hipótese alguma almejei transgredir e lhe aborrecer. Por isso se errei,
antecipo meus pedidos de escusas, assim como formalizo minhas desculpas pelo
contra tempo que porventura lhe tenha causado.
Um Feliz Natal, um Ano-Novo de
realizações, muitas felicidades, ostensivamente à sua /senhora, aos seus filhos
e aos seus netos e todos aqueles que privam do seu convívio diário.
Respeitosamente meus cumprimentos e
agradecimentos.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 08/11/1983.
Escolha
Há dez anos o mundo submergiu em dificuldades, advindas de uma crise energética, consequência dos desvarios beligerantes de lideres do Oriente Médio e, da entidade que dita o custo do petróleo, afirmando: O Preço é Este, Pronto = (OPEP).
No Reservatório de problemas estava
imerso, também, o Brasil. Iniciou-se por aqui providências antídotos para
suavizar os efeitos do alto custo de ujm barril de hidrocarbonetos e,
solicitava-se que a Nação economizasse pelo menos 10% sobre seu gasto de
combustível e, assim, os danos seriam aliviados. Foram atendidos, o
brasileiro correspondeu.
Nesse ínterim todos os países, inclusive
o nosso, buscaram fontes alternativas, como o carvão mineral, vegetal, a
hidroelétrica e, nesta Terra principiou-se o PROALCOOL, em como a mistura de
20% do produto da cana de açúcar à gasolina e, paralelamente a produção
nacional do ouro-negro, tendeu a aumentar, havendo, do fim do ano de 82 até
aqui, mais do que a duplicação em termos de quantidade de barris/dia.
Com as providências dos países
consumidores, os estoques dos produtores sofreram uma escalada altista de
sobras, que os forçou a redução considerável de seus preços. Todavia, em
particular, ao nosso Torrão Natal, o “caranguejo” da economia não se deteve e nem
foi detido, apesar dos remédios que lhe foram aplicados. Ora o seu
alto deve-se à crise energética, ora são as enchentes, em outra é a seca,
depois são os barbeiros e cabeleireiros e por último o milho. Enquanto isto
seus reflexos em nossos bolsos é de desastre e a ação aniquiladora ninguém mais
suporta. Pois vejamos: paga-se por um litro de álcool adicionado a 4 de
gasolina, o mesmo valor de um litro de combustível de fóssil orgânico; bolaram
e colocaram em prática um rol de produtos com os preços congelados, todavia, os
que não figuram na relação esquentaram de uma tal maneira que
orçamento programado para super mercado sempre dá déficit, e daí por diante.
Como já foi dito que a situação está
mais para anaeróbio do que para aeróbio, por conseguinte estamos num sufoco
desgraçado. E assim, viu-se e ouviu-se manifestações públicas recentes, onde os
gritos diziam: “1, 2, 3, 4, 5 mil, queremos votar para presidente do
Brasil”. Aí conjectura-se com os botões: se isso acontecer agora,
vai a vaca, vai o boi e toda a manada para o brejo, pois quem escolhe um
incapaz para lhe fazer lei, quem separa como seu representante um candidato que
faz galhofa e tripudia em cima do parco conhecimento de seus
eleitores, usando para isto uma emissora radiofônica de grande penetração, e
que sequer o direito do representado como ser humano e considerado; quem não
discerne que está sendo alvo da atitude zombeteira ao ser comparado como rato
ou ao preá, por ter uma prole extensa e, sendo este um legislador, há de se
convir que é uma temeridade, pelo menos enquanto persistir a atual mentalidade
de escolha e a corrupção de um mesmo eleitor possuir mais de um título, deixar
que escolhamos o brasileiro que vai executar as leis geradas por
desrespeitadores do elementar principio de: gente ser, pelo menos gente.
Enquanto os interesses próprios
preterirem aos do povo, enquanto elegermos “Justo Veríssimo” para nos
representarem, ficaremos cada vez mais pobres, pagando cada vez mais caro, ao
passo que uma minoria de ungidos terá de graça: casa, luz, telefone, correio,
carro, gasolina e, mais uma gama de funcionários lhes telefonando, telegrafando
implorando que voltem ao seu local de trabalho, para cumprirem com o dever e a
obrigação que lhes foi delegada nas urnas e que corresponde a um salário e
mordomias para Nero nenhum botar defeito.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 02/11/1983.
Criminalidade
Publicada no Jornal O Liberal edição de 09/11/1983 - Cartas
Creio que todos os leitores desse
Matutino sabem de quem se trata quando leem os nomes Chico Preto, Naísca, Nego
Teo, Macacheira, Quemadinho e etc... Pois estes, a exemplo de tantos outros são
figuras protagonistas de atos que constantemente figuram às páginas desse
Jornal, e que os relacionam com os Órgãos de Segurança e do Judiciário, pois
sistematicamente vem à público suas prisões, sem seguida suas
liberações e mais alguns dias nova traquinagem e o conseqüente retorno ao
cárcere e assim de tanto freqüentarem as crônicas policiais, que espelham
também suas várias entradas nos casarões da Santo Antonio como das Praça
Amazonas, seus nome se tornam conhecidos.
Assim como se analisa o tema pelo prisma
da assiduidade com que certos indivíduos figuram às noticiais da delinqüência,
forma-se um raciocínio paralelo e interpelativo: “partindo-se da premissa que o
desemprego, a falta de oportunidade e de dinheiro levam o sujeito à
marginalidade e à prática da violência – hipótese esta ou assertiva, a que faço
minhas restrições, pois se tal verdadeira, como se explica, por exemplo, estar
hoje por detrás das grades o Sr. Hosmani Ramos (o médico)? E os casos:
mandioca, Coroa-Brastel, CAPEMI, Delfin? Ou por outro lado: só produziriam
marginais as camadas da base da pirâmide socioeconômica, ou melhor ainda: não
haveria tanta violência no futebol, pois sabe-se que de um modo geral, os
jogadores são todos bem remunerados – o que implica que o mesmo não detém
pecúnia para seu sustento e de seus familiares, e assim o mesmo se vê forçado
ao furto ou ao roubo e, sendo flagrado é preso. Poucos dias depois os jornais
estampam que por força de um hábeas-corpus o delituoso retornou à liberdade.
Nesse momento surge o espanto e a interrogação? Quem não possui quantia para
sobreviver, falta esta que o levou ao crime, como arranjou, ou quem conseguiu,
de vez que ele se encontrava encarcerado,a verba para custear os honorários do
impetrante do hábeas-corpus liberatório, o que vem criar o ciclo: cadeia,
liberdade, prisão”?
A ciência nos ensina, nos primeiros anos
de escola, que os animais se classificam também, entre outras em: úteis e
nocivos, em relação ao homem e, que os últimos tal qual: os ratos, as baratas,
as moscas, os mosquitos, os vermes e mais um grande número de espécies, devem ser
eliminadas e se possível erradicados da face da terra, para a proteção, o bem
comum e bom viver do ser humano racional.
Não! Não estou chegando ao extremo, por
analogia, pois faço-lhes as seguintes perguntas: quem fuzila um bebe de 7
meses; quem estupra mocinhas em assalto; quem abusa de senhoras e anciãs; quem
desgraça toda uma família, inconsequente e sadicamente, no sacrossanto recesso
do lar; quem esquarteja uma indefesa vida em seus primeiros dias, este ser não
é mais repulsivo e nocivo do que todos aqueles que citei anteriormente, será
que ele possue uma razão, será que ele é realmente um racional, será que tem
sangue correndo em suas veias?
Entendo que para o bem estar da
sociedade, a ausência de certos elementos é dispensável e muito mais útil e,
com certeza gerará bastante alivio e tranquilidade.
Assim como entendo, que quem
poluiu rios, a atmosfera, as florestas e as cidades, são e devem ser
responsabilizados pelos danos que provocam. Portanto, quem contribui
requerendo, deferindo ou, facilitando fugas, e assim, poluindo a comunidade,
jogando em seu seio via um hábeas-corpus elementos nocivos, desalmados, frios e
calculistas, não seriam também, co-responsáveis pelas deteriorações
provocadas pelos irrecuperáveis e manjados fora-da-lei?
Lúcio Reis
Belém, Pa, 24/10/1983.
Era atômica
Publicada no Jornal O Liberal edição
de 26/10/1983 - Cartas
O País se prepara para consumir energia oriunda do urânio enriquecido, ou seja: O Brasil está à porta da era nuclear.
Recentemente em São Paulo, coração do
progresso desta Nação, em questão de 6 dias foram realizados 4 vazamentos de
derivados de petróleo, em operações corriqueiras de desembarque, entornando no
litoral grandes porções de litros, ocasionando um vasto desastre ecológico
direto e, por conseguinte, prejuízos ao homem que está ligado e vive
relacionado com aquele ambiental, sem contudo, graças aos céus, lhe tirar a
vida.
O brasileiro ao que os fatos refletem
tem verdadeira ojeriza aos meios e métodos de segurança e higiene, deixando
transparecer como característica suas: a displicência, a imperícia e a
negligência; pois os acidentes, aliás com a auto-exterminação e a de terceiros,
as vezes da própria família, quer pela rejeição aos cintos de segurança, quando
despencam de andaimes de construção, quer pela total e irresponsável falta de respeito
aos sinais e regras de trânsito, quer pela falta de limite ou data
incompreensível para consumo de alimentos perecíveis e etc..., estão aí no
cotidiano para comprovar a total e real falta de consideração ao direito de
sobrevivência do semelhante (recordam as conseqüências do descarrilhamento em
Pojuca?).
Pelos argumentos acima, e sem a
pretensão de dar uma de futurologista pessimista ou maldito, me ocorre o receio
de uma catástrofe sem precedentes nesta Terra, quando o complexo Angra dos Reis
estiver operando a 100% de seu potencial, pois em centros desenvolvidos já
houve problemas com escapamento de radioatividade e se sabe que seus danos são
imediatos, creio irreversíveis e, bastante maléficos ao homem, ao vegetal, ao
plâncton e todo o meio ambiente. Não seria mais previdente, primeiro educar,
ensinar o brasileiro para conviver nos tempos atômicos, uma vez que até agora
nem todo o alimento de que precisamos, sabemos ou não queremos nos suprir,
possuindo este abençoado e fértil solo?
Lúcio Reis
Belém do Pará, 05/10/1983.
Decoro
Publicada no Jornal O Liberal edição de 09/10/1983 - Cartas
Ao tomar conhecimento dos fatos que
se desenrolam neste Torrão e, que nos são trazidos por esse matutino O Liberal,
deparei-me com uma curiosidade que me chamou atenção sobremaneira, assim como a
muitos pais, creio eu, que têm filhos em idade escolar, pois que tipo de
justificativa daremos aos nossos descendentes, quando nos perguntarem o que
milhares de brasileiros querem dizer quando qualificam as autoridades
constituídas deste País de: “ladrões”, “corruptos” e “sem caráter”, de vez que
o nosso idioma e a nossa gramática é uma só e não me ocorre nenhuma figura de
linguagem que usando aquelas expressões queira significar outra concepção, que
não o que está inserido em suas sinonímias. Logo, como aceitar que um dos
representantes de uma parcela, e por que não dizer de todo o povo
brasileiro, se justifique desculpando-se que não foi de ladrão, de corrupto e
sem caráter, que ele adjetivou as mais altas autoridades desta Nação, mesmo
tendo usado aquelas palavras.
O que esperar de um país que tem
legislador com incapacidade relativa e, que não conhece nossa gramática? Que
tipo de lei pode gerar um não aculturado e, que ignora os termos de nossa
língua?
É bem verdade, já se sabe historicamente
que nossas leis são feitas para inglês ver. Será que nossas autoridades também
passarão a figurar somente para inglês ver?
Através dos noticiários já nos foi
mostrado desforço físico, ofensas morais e recíprocas entre nossos
legisladores, que freqüentam desde os legislativos municipais, passando pelos
estaduais, chegando até o nosso congresso e, por fim agora, extravasando aquele
poder atingindo o Executivo.
Fala-se em Regimentos Internos e Decoro
Parlamentar. Será que a opinião pública poderia ser esclarecida e informada que
tipo de atitude vai ferir esse Decoro? Pois pelo que já se viu, só resta
interrogar: seria a plantação de uma bananeira em plenário por um legislador?
Ou seria a entrada de um, só de cueca? Ou seria a presença de uma ou de um
totalmente despidos ou, seria ainda a realização de um ato sexual em pleno
plenário? Por que beijoqueiro já existe, bem como transformação da tribuna em
cabine telefônica.
Ah! Brasil! Querido Brasil! Só com amor
a ti, para tudo isso poder deglutir.
Lúcio Reis
Belém do Pará, 18/08/1983.
Situação dificílima
As vezes concluo, que assim como eu, muitos que habitam este planeta se arrependem de saber ler, de ver e ouvir noticiários sobre nosso cotidiano. À ratificar o acima, está o dia de ontem 17 de agosto.
Iniciamos o dia com a manchete do
aumento dos derivados do petróleo, estampado nesse veículo; a noite pelo vídeo,
tomamos conhecimento das consequências da majoração, nos outros
ramos de atividades, tais como: alimentação, transporte e etc...
A sensação que se tem, é de que se esta
num cubículo e que o teto começa a nos premer de encontro ao solo e, não se
vislumbra nenhum minúsculo ponto de luz, e assim o frio na espinha logo se faz
sentir, bem como a consequente descarga de ácido clorídrico no estômago nos
predispõe as úlceras gastro-duodenais.
Pela mente desfilam mil e uma resoluções
ou se enumeram várias entidades ou administradores que se supõem possam nas
socorrer e, aí se chega a desoladora e desesperadora conclusão: “não adianta ,
todos são ouvidos de mercador, todos podem ser resumidos ao Justo Veríssimo
(personagem do Chico Anísio), todos estão preocupados em fazer política
(arrancar do erário uma fatia para seus afilhados). E aí enquanto você é
agredido pelas mordomias dos chapas brancas, esbanjando gasolina na condução
das proles dos homens altamente remunerados, aos colégios, ou então as madames
às compras, ou ainda convivendo com os homens que deveriam prover a
segurança, realizando o contrário, e exterminando desta, chefes de família, ou
assassinando covardemente por CR$200, ao passo que contumazes fora da lei estão
a solta promovendo o pânico dentro e fora dos lares; ou é assalto em seu trocô,
tanto em coletivos quanto em carros de aluguel, sem enumerar os reajustes de
água, luz, moradia e outros que simplesmente são anunciados e executados; aí você
finda a concluir e optar forçadamente em reduzir uma refeição ao dia, deixar o
máximo que puder o carro na garagem e se locomover a pé, isto se perceber um
pouco mais do que o salário, pois os coitados dos CR$30.600, a esta altura dos
fatos devem estar falando com o invisível.
Por fim, só resta escrever se
desabafando, a esse órgão, que sempre acata, dando eco e guarida aos reclamos
dos menos favorecidos e, torcer para que Deus arranje um pouquinho
de tempo leia as manchetes e assista os noticiários do Brasil e nos
dê uma mãozinha para nos puxar desse buraco evitando que sejamos tragados e
afogados pela situação dificílima que ora nos aflige, pois a esperança e o
crédito que depositávamos no destino deste querido País, a cada dia que passa a
inflação, os desbrios e as conversas fiadas, corroem e eliminam paulatinamente.
Belém do Pará, 18/01/1983.
Cheques
Volto a esse veículo, embarcando agora um fato, que as circunstâncias a
mim, refletem ser de quem quer brincar de País.
“Sou obrigado a ter conta corrente em
Estabelecimento Bancário para poder receber meu salário. Para eu poder
movimentar meu ordenado, tenho que comprar um livro de cheques. Se eu deixar
saldo em minha conta corrente o banco aplica-o em Over Night, Open Marken,
Letra de cambio, empresta-o e, com isso usufrui juros, dividendos, correção
monetária e etc... Até aí, em termos, tudo bem! Contudo, quando se resolve
efetuar pagamentos com cheque, como foi meu caso, junto a Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos – Agência de São Braz, o funcionário simplesmente me
disse na cara: “não recebemos cheques comuns, só “especial” ou “ouro”. Entendo
que segurança hoje em dia não estimula ninguém a andar com valores em espécie,
me conhecendo, e, compreendendo que meu direito foi invadido, procurei o Banco
Central nesta Capital, a fim de formular a denuncia. Naquela Casa de Crédito, o
funcionário Sr. Dourado, desestimulou-me a tomar qualquer
iniciativa, mesmo declarando-me que há empenho do Banco Central, em fazer
campanha de moralização do cheque e que, ainda, que registrasse minha queixa, a
mesma não iria surtir efeito algum. Pô! Que campanha é esta? E como está
feita, pois quando ocorre um caso concreto e que poderia o Banco
mostrar o efeito de sua campanha, a parte que se acha prejudicada fica parece
excremento ao sabor das ondas, pois não encontra eco por quem de direito? E
depois, ainda dizem que brasileiro não reclama e nem sabe fazê-lo! E agora, a
quem chorar?
Continuando o Sr Dourado me disse que em face do mau uso do cheque qualquer pessoa se reserva o direito de aceitá-lo ou não. Quer dizer, temos um legislativo, onde todos são muito bem remunerados, foram escolhidos pela vontade e para representar o povo, são que pagos para ocuparem aquelas cadeiras com estofamento de mordomia, e o povo? E as leis para os maus brasileiros, salafrários, corruptos, que dentre outras coisas usam indevidamente e para fins escusos um talão de cheques? Não caberia agora, também, esta pergunta: E se todos os correntistas, principalmente pessoa física , resolvesse guardar seus numerários dentro do colchão ou debaixo do travesseiro? Que seria da rede bancária?
Em função dos fatos e exemplificando com um outro caso, deveria se tratar campanha, caviar e etc... o marginal que invade o sacrossanto recesso de um lar, estupra, mata, rouba, desgraça com toda uma família e depois quer tratamento humano, o qual ele não deu e ficou insensível, diante dos apelos e choros de uma criancinha, de velhos e mães desesperados. Não Sr redator! Lei foi feita para ser cumprida e não discutida.
O Correio me diz que só aceita cheque “ouro” ou “especial”. Pergunto eu: dentre os correntistas desta categoria, não há usuários que fazem malandramente? Ou os cheques com aquelas classificações são pagos em dólar? Não EBCT, honestidade e atitudes corretas no modo de ser, não estão condicionados a status, posse de riqueza ou a um cartão de crédito. Ou será que realmente vamos ter que nos envergonharmos de sermos honestos, como escreveu Rui Barbosa?
Como acho que sou povo e estou do lado que tem mais força, se depender de mim a EBCT, vai ficar a zero em sua receita do Serviço de Reembolso. E para concluir: sabem o que o Banco Central me disse, que eles só tomariam providencias se me fosse dito que não aceitavam meu dinheiro. Parece ou não parece brincadeira de País?.
Continuando o Sr Dourado me disse que em face do mau uso do cheque qualquer pessoa se reserva o direito de aceitá-lo ou não. Quer dizer, temos um legislativo, onde todos são muito bem remunerados, foram escolhidos pela vontade e para representar o povo, são que pagos para ocuparem aquelas cadeiras com estofamento de mordomia, e o povo? E as leis para os maus brasileiros, salafrários, corruptos, que dentre outras coisas usam indevidamente e para fins escusos um talão de cheques? Não caberia agora, também, esta pergunta: E se todos os correntistas, principalmente pessoa física , resolvesse guardar seus numerários dentro do colchão ou debaixo do travesseiro? Que seria da rede bancária?
Em função dos fatos e exemplificando com um outro caso, deveria se tratar campanha, caviar e etc... o marginal que invade o sacrossanto recesso de um lar, estupra, mata, rouba, desgraça com toda uma família e depois quer tratamento humano, o qual ele não deu e ficou insensível, diante dos apelos e choros de uma criancinha, de velhos e mães desesperados. Não Sr redator! Lei foi feita para ser cumprida e não discutida.
O Correio me diz que só aceita cheque “ouro” ou “especial”. Pergunto eu: dentre os correntistas desta categoria, não há usuários que fazem malandramente? Ou os cheques com aquelas classificações são pagos em dólar? Não EBCT, honestidade e atitudes corretas no modo de ser, não estão condicionados a status, posse de riqueza ou a um cartão de crédito. Ou será que realmente vamos ter que nos envergonharmos de sermos honestos, como escreveu Rui Barbosa?
Como acho que sou povo e estou do lado que tem mais força, se depender de mim a EBCT, vai ficar a zero em sua receita do Serviço de Reembolso. E para concluir: sabem o que o Banco Central me disse, que eles só tomariam providencias se me fosse dito que não aceitavam meu dinheiro. Parece ou não parece brincadeira de País?.
Lúcio Reis
"Nota do autor: Prezado(a) leitor(a), há que ser feito
agora em 31/12/2013, quando estou tornando público a missiva abaixo que são
decorridos mais de 30 (trinta) anos que a escrevi e com a mesma atesto minha
confiança à época no e na politico e politica nacional e foram as decepções
advindas que me fizeram a descrer dos dois, o político e a política brasileira
e por isso há décadas voto nulo. Portanto eis a face da moeda e o termo
comparativo entre o ontem e o hoje de já há alguns anos.”
Belém, Pa, 05/01/1983.
Ilustríssimo Senhor Jader Barbalho.
15 de Novembro de 1982, foi, ao meu ver, mais um degrau da ascenção que se iniciou à década de 60, nos debates estudantis naquele prédio da Gov. José Malcher, àquela época Av. são Jerônimo, que, mo meu entender, o alicerçou à Câmara Municipal, isto, sem olvidar, que de berço lhe corre nas veias o sangue da luta e do grito pelos menos favorecidos.
No Legislativo Municipal,
acredito, deve ter havido u’a melhor burilação de seu desempenho, visando, como
já citei, ser o porta-voz dos oprimidos, fato verídico e comprovado pela sua
condução à Brasília, como nosso representante.
Em função do seu proceder, povo paraense
não titubeou, em agora tê-lo bem mais perto fisicamente e no dia a dia, para
viver conosco os problemas e dificuldades desta Terra. Contudo, com o ilustre
irmão no Executivo deste Estado, todos os obstáculos serão mais amenos e, quem
sabe após a experiência que dentro em breve se iniciará, tenha sido o principio
da caminhada em direção ao timão que norteia os destinos de todos nós deste
País Verde e Amarelo.
Permita o ilustre colega de Grêmio
Estudantil, o mestre de Educação Física, o amigo que se empenhou por nós junto
aos Órgãos Verde Oliva do Distrito Federal, que este cidadão, sem nenhuma
pretensão disfarçada, o parabenize pela vitória arrebatada do interior das
urnas do Estado do Pará.
Com todo o respeito, receba meus votos
de pleno êxito e sucesso na administração que logo mais Vossa Excelência
colocará em execução, como legitimo Governador do Estado do Pará.
Atenciosamente.
Lúcio Reis
Belém do Pará, 25/09/1982.
Ontem e hoje
Há algum tempo, não muito
distante, sempre que se tecia comentários sobre padre, bispo, cardeal, e por
fim Igreja, normalmente o assunto se desenrolava e subentendia consequentemente
em trezena, novena, missa, festa do(a) padroeiro(a), reza de terços , procissões,
catecismo, atividades desportivas à juventude, cruzada eucarística, em fim:
preces e orações que obviamente proviam e sustentavam o espírito de
energias positivas e saudáveis e assim uma grande parcela, talvez bem maior que
a atual, possuía mente sã e logicamente um corpo sadio e Deus era o objetivo,
pois matéria era segundo plano, pois todos sabem retornaremos ao pó – única
certeza desta transição aqui no planeta terra. Esta era a regra geral e opções
de crença podia-se contar usando os dedos de u’a mão.
Hoje em dia, ocupando sistematicamente
assentos nos veículos de comunicação de massa e, assim a exceção virou regra
geral, as matérias que se relacionam ao clero e por via consecutiva à Igreja,
estão quase que intimamente ligadas a ideias que não visam a paz perene e nem
tampouco o essencial, que é o abstrato e sim o concreto e bem estar da matéria,
que permanecerá no solo e a este adubando e com isso as greves, as emboscadas,
o ódio, a massificação, o posicionamento contrário ao regime, o vermelho no
chão e nos cérebros, a política partidária, e até como escola para ensinar a
votar, os atritos internos e, por fim um caso bem próximo de nós, onde o
contrato de locação de um imóvel, chega ao custo de pouco mais de CR$53.000,00
por dia, espelhando categoricamente a opção preferencial pelos pobres, que será
evidentemente quem terá que proporcionar o retorno, em apenas 15 dias (noite),
deste capital empregado e mais lucro, agredindo violentamente seu bolso e seu
organismo, com o alto custo do preço da bebida alcoólica, do fumo e outros,
justificado pela exiguidade dos dias, pois os mais aquinhoados pela sorte,
pagarão suas despesas com cheques e ao garçon, sob o teto da barraca da santa,
são os temas correlacionados com os ditos: pastores e pregadores do Evangelho.
Outro aspecto que se nota, é que
naqueles dias de outrora, Igreja, já dizia tudo, porém, atualmente o cristão, o
fiel se defronta com um punhado de siglas, como CNBB, MPLA, CIMI, CPT e sabe lá
quantas mais? Será, sem a pretensão de ser Papa e nem querer orientar, se fosse
feito a Pastoral da responsabilidade, da seriedade e do interesse em trabalhar
honestamente e ter a preocupação de fazer deste País e o mundo um imenso
celeiro de paz e do nosso Brasil a maior potencia internacional, aproveitando as
terras férteis que dispomos, as riquezas minerais e naturais com que fomos
privilegiados e para tal contando com brasileiros que depois de terem passado
por aquela pastoral, objetivassem a ordem, o progresso e o desfrutar depois, de
todos os benefícios advindos paulatinamente, não estaria a Igreja dando uma
séria e profícua cooperação, e quem sabe, colocando algum de seus membros no
rol dos possíveis premio Nobel da Paz? Pois quando se atingisse este estágio,
todos por certo seriam homens felizes e com a consciência tranquila do
dever cumprido estariam bem mais próximos do Pai, de vez que não
haveria razão para disputas e o rancor e o ódio não teriam vez.
Portanto, creio que quando o Senhor, fez
o seu segundo pacto com o homem, tendo dado seu próprio filho para nos redimir
naquele madeiro, ele não quis e não quer em troca nenhum CAN, nenhum banco,
nada de ouro e nem de prata. Ele até escolheu uma estrebaria para maternidade
de seu Filho. Pois todas as coisas raras e pomposas foi Ele quem as colocou na
terra, para que soubéssemos escolher e se Ele gostasse disso as guardaria para
Si. O que sua misericórdia quer mesmo, é ver toda sua família em eterna graça e
a sua Direita, cantando aleluia e Aleluia para todo o sempre, depois de ter
pago a pena pela primeira desobediência.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 02/11/1982.
Brincando de Estado
Publicado na edição do Jornal O
Liberal de 09/11/1982
As noticiais que esse matutino nos
traz e que são, por certo, a realidade do cotidiano desta Cidade Morena,
deixam-nos num mixto de espanto e cômico ou até melhor,
tragicomédia. Elas conseguem espelhar, que alguns homens se reuniram e
resolveram, infantilmente, brincar de estado, de uma federação. Para esse
estado membro, escolheram a Capital, a qual denominaram Belém e assim foram
montando a brincadeira. Tem governo estadual e municipal, tem as secretarias,
tem o povo que paga impostos, tem legislativo, tem judiciário, em fim todos os
requisitos necessários, para um estado, tem até constituição e também um Código
de Postura.
Todavia, com o decorrer do s tempos, o
povo daquela Cidade, percebeu que já estava em pleno século XX, no qual matar
não era como nos filmes de mocinho e bandido, que a cena podia ser rodada
quantas vezes fossem necessárias, para que se aproximasse da realidade.
Presenciaram e até foram vítimas estupefatas, que nos assaltos a mão armada não
havia repetição de ação, pois os tiros disparados eram de revólveres e
metralhadoras e balas reais e, não de festim e que os alvejados ficavam feridos
ou então morriam mesmo. Não tinha contra-regra e o sangue era realmente de
hemácias. Nesta condição parece que houve um despertar e folgança terminou (?).
Contudo, não se estava preparado para a verdade e a realidade de uma metrópole
que se ornamenta para o futuro que já se iniciou agora, pois quando precisaram
sair em perseguição dos malfeitores, a energia havia sido dissipada em conduzir
babás, madames, e prole, à feira ao cabeleireiro e ao colégio, ou então foi
usada em passeios nada inerentes a devida destinação que o contribuinte
proporciona com seus impostos e taxas.
No caso específico, pasmem, foi dado a
cada homem da lei, apenas 3 projéteis, para com mais violência e dureza,
combater os facínoras. E aí relembro quanta munição já foi, irresponsavelmente,
desperdiçada com trabalhadores que ganhavam o seu pão de cada dia honestamente
e até perderam a visão; com inocentes que nem sabem por que estão no mundo e
com mendigos que só estão ainda neste planeta, por gratuidade Divina. Sabendo
usar não vai faltar. Com aquela quantidade de balázio não se constrangerá
nenhum bandido, pois muito antes, nossa lei estará como tábua de pirulito.
Neste folguedo, luz, água, saneamento
básico, meio de transporte deficiente, lixo nas ruas, vias esburacadas e etc...
são apontados e criticados, sujando os próprios particulares e causando uma
tremenda poluição visual, onde as somas gastas tomam proporção de fábulas apesar
dos arrochos reclamados e advindos do escasseamento do ouro orgânico.
Portanto, acho que já é tempo de que
haja um amadurecimento e se tenha em mente que gente é gente e não marionete e
que família, comunidade, povo, em fim todo ser humano, merece e tem direito a
todo respeito e seriedade, pois é a obra do Senhor. E assim, tanto o salário de
um quanto de outro estará a salvo nos Estabelecimentos Bancários e a
integridade moral e física de cada um estarão resguardadas.
Lúcio Reis
Belém, Pa,12/09/1982.
Ilmo Sr Diretor de Redação, VEJA.
Sendo assinante dessa importante revista semanal, gostaria de emitir opinião, quanto a reportagem “Um Gesto Inútil”, publicada à página 27 do nº 731, de 08 do corrente. Tenho a tal pretensão, por ter acompanhado o desenrolar dos fatos, de certa forma bem próximo a eles, pois sou domiciliado nesta Capital há bastante tempo.
Declaro que fundamentei meus argumentos
e cheguei ao presente prisma ótico através dos veículos noticiosos e mui
especialmente por ter visto e ouvido de corpo presente, as acareações entre os
padres Camio e Gouriou e os posseiros.
No meu entender não foi o Procurador
Militar, Demócrito Noronha, que consegui a condenação dos franceses e sim eles
mesmos, com suas ideologias, as quais não usam de nenhuma tergiversação quando
se trata de derramar o sangue dos outros, principalmente por não serem seus
irmãos pátrios. Será que atitudes dessas natureza encontram guarida no Direito
Canônico?
Será que um profissional que já galgou
os degraus de altura relevante, em sua carreira, tal qual o procurador, Dr.
Noronha e que também, por 8 anos foi um dos responsáveis pelo sucesso de uma
das maiores, se não a maior do Brasil, concentração para manifestação de fé
cristã e grandiosidade de comemoração religiosa, que é o Círio de Nossa Senhora
de Nazaré, com repercussão até, internacional, não seria capaz suficiente para
discernir entre sua vida religiosa e seu profissionalismo., atendendo a ambas
com honestidade, decoro e justiça? Ou será que ele teria que ser desbriado e
negligente para com a sociedade que indiretamente lhe prouver o sustento, para
atender conveniências do clero sem tonsura, sem batina, escravo do tabagismo e
que usam o evangelho de Cristo, para levarem a bom termo a sua doutrina, a qual
não se coaduna com o mistério da Santíssima Trindade?
Estamos esperando que o Arcebispo Dom
Alberto Ramos, escreva e publique novo artigo, invocando o direito canônico,
para defender a saída do restante da Diretoria da Festa de Nazaré, em face dela
publicamente ter manifestado solidariedade ao Dr. Noronha (nota no 1º caderno,
à página 2, do matutino O Liberal, de 03 deste mês, com o epígrafe “Diretoria
do Círio Lança Nota no Caso Demócrito). Portanto, eles apoiam o gesto do
profissional da Justiça Militar.
Muito obrigado pela atenção.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 21/08/1982.
Fumo
Saúde Pública
Sou ex tabagista, desde 27.02.1977, portanto há 36 anos e, já perdi ou fui privado do convivo de pessoas queridas que partiram prematuramente em função do fumo, meu pai, meu amigo Dario Cardoso da Silva, são apenas dois desses entes queridos e que, até aqui lamento profundamente....
Se você gosta de si mesmo, adora seus
filhos e esposa e, é realmente amigo de seus amigos, porquê fuma? Porquê se
destroe e encurta o seu tempo de permanência entre eles, tomando e tragando na
estrada da vida o atalho pela BR-Super King Size ou então a 90 ou a 100 mm, com
acostamento de filtro ativado com carvão mas, somente pela margem que delimita
o abismo do câncer, do enfisema pulmonar, do infarto, da hipertensão arterial,
e de tantos outros males que só trazem e produzem prejuízos e complicações de
toda ordem?
Por certo você já deve ter perdido, ou
então este pequeno e mero cilindro de tabaco, envolto por um pedaço de papel já
deve ter roubado de seu convívio a presença de alguém muito querido e até muito
amado, ou alguém a quem você devotou extrema consideração e estima, quer
levando-o precocemente desta para a outra, deixando apenas a saudade, ou então
mantendo-o em um leito de hospital com a constante companhia de uma bala de
oxigênio, isto quando consegue sair de uma UTI à uma enfermaria ou apartamento
hospitalar. Você com certeza já sentiu e viu quanto é doloroso, quanta tristeza
e lamentação, provoca, a perda daquilo que lhe causa apego. E sendo assim,
porquê planejar e desde agora por em execução essa situação para todos os que
lhe são caros e que aqui ficarão?
Muitos dizem e dirão que é o veneno que
mata lentamente, e que não tem pressa para morrer. Isto é balela e
auto-justificação esfarrapada, por que cigarro é veneno e como tal perturba e
destrói as funções vitais, portanto nocivo, pois já sabe que cientistas
conseguiram detectar 1.200 tóxicos diferentes no tabaco. Será que os tabagistas
teriam coragem de tomar de hora em hora pequenas gotas de soda caustica, ácido
sulfúrico, ou de 8 em 8 horas cápsulas de cianureto e etc...?
Se eu soubesse, vem depois, assim diz o
sambista; ah! Meu amigo eu daria tudo para retornar no tempo; pocha! Porque eu
não ouvi o conselho do médico, talvez porque ele também fuma? Estas são as
queixas que se ouve, quando o estado deplorável e irreversível é sentido pela
vitima desse “vírus maligno e peçonhento” que ataca qualquer um,
independentemente de posição, status, cor, raça, credo, pobre ou rico,
governante e governado, pois a qualquer um ele consegue dominar, condicionar e
exterminar inapelavelmente.
Hoje em dia se fala muito no machão
dominador e outras “vantagens” mais. Todavia, quando vejo um desses machões e
ele já sem perceber e como se fora um robô, cujo controle remoto é um maço de
cigarro e um isqueiro, leva aos lábios mais uma dose de venenífero, eu cá com
meus botões fico a sorrir e ter compaixão do demolidor e super herói que não
governa nada, nem sua próprio vontade e sim é dominado por um objeto inanimado,
que vai extinguir a sua vitalidade e existência. Quando vejo psiquiatras em
entrevistas diante das câmaras de televisão, sendo qualificados como que
fazedores da cabeça dos outros e nestas aparições em nossos vídeos ostentam
soberba e garbosamente entre os dedos um desses rolinhos, passo a me inquirir:
como pode um profissional destes fazer a cabeça de seus pacientes, se a dele
foi feita pelos comerciais do consumo e o mesmo não consegue construir a sua
própria se livrando dos grilhões do vício?
Portanto, somente depois que o homem
sobrepujar esses ditadores dos seus aniquilamentos é que poderemos começar a
pensar em um mundo melhor e de homens felizes, livres e alegres, pois a
satisfação, o prazer tão propalados nos anúncios, oculta unicamente um vale de
lágrimas e de sofrimento.
Ainda há tempo. Tente!.
Lúcio Reis
Belém, Pa,15/08/1982.
E no futuro, como será?
Depois de ter procurado uma atualização dos fatos que desfilam nos noticiários e reportagens, quer de âmbito nacional, quanto internacional e, que nos são trazidos pelos veículos desse conglomerado, onde O Liberal nos trazo retrato em letras, dos acontecimentos, temos diante de nossas mentes um rosário de inquietações, que acredito só possa – se é que tem resposta – ser respondido por QI de gênio.
Absurdidades é como essas atitudes podem
ser adjetivadas, crê-se não estar estar cometendo ato de injustiça, pois mesmo
que se rebusque uma resposta dentro de tudo aquilo que é fruto da razão, não se
encontra nada compatível e comparável com tamanhas monstruosidades.
As vezes tenho a nítida impressão que
fotos e reportagens de realidades nossas, são parte de uma era de ficção e em
hipótese alguma originárias de cérebros humanos chamados, portanto de
racionais.
Fico a me perguntar e, bastante
preocupado como estaremos, mui especialmente por nossos filhos, caro leitor,
daqui há mais uns 15 à 20 anos? Pois o rol de absurdos se desenrola
supersonicamente: pois se hoje em dia se mata e se morre sem que
haja ódio no coração e sem que pelo menos se conheça o antagonista a quem
exterminamos; O que se pode fazer pata tentar minorar o futuro sombrio que se
avizinha, se um gesto de cortezia lhe pode valer a vida? Como agir e atuar,
para que os homens que foram levados à responsabilidade de dirigir o destino da
humanidade consigam enxergar nem que seja por uma fresta, que nada é de ninguém
e que tudo é de todos nós, o mar, a terra, o verde, o sol a chuva e, que tudo
isso, simplesmente, é um presente que nos foi dado pela “Bondade Eterna e
Divina”, tão logo o milagre maior se operou no ventre materno de nossas mães?
Porquê será que a humanidade não entende ou não quer entender que é muito
melhor se fazer um amigo do que cultuar uma inimizade, estas muitas das vezes
até gratuitas? Porquê atemorizar e inquietar mentes, infantis com o troar de
canhões, de artefatos bélicos altamente nocivos, que originarão em suas cabeças
a inolvidável infernalidade da fome, da sede, das noites horríveis em claro,
isto quando uma daquelas criações para destruições, não lhe caia sobre o prédio
e lhe transfira desta para junto Dele, que deliberou dispor de Sua vida em
nosso benefício e para que não se chegasse a esta triste e chorosa situação de
auto-exterminação que o homem houve por bem escolher para si e que por certo
deve causar profunda tristeza no coração Daquele que nos ofertou a plena
liberdade de escolha e que para tal nos deu também o espinho e a rosa para que
usufruíssemos daquela dádiva, que teimosamente não sabemos ou não queremos usar
com coerência, para a paz, para o amor, para a união, para a igualdade e para a
justiça?
Portanto, só nos sobra como opção, é
realmente alimentar os nossos espíritos, ter confiança e fé, que Ele sabe
perfeitamente até que ponto vai permitir esses desmandos, essas brutalidades,
essas estupidificações em sua obra rara, no meu entender o homem e, também que
os Leopoldos, as Margareth, os Yasser, os Menahem, os Castro, os Ruhollah e
outros dos dias atuais, que pelo produto de seus crânios em muito se assemelham aos Hittler na década de 40, como se fossem resultado da clonificação do líder
nazista, quando serão chamados à prestação de contas de suas belas obras de
devastação deste planeta, como se fosse um brinquedo.
Lúcio Reis
Belém, Pa, em 10 de Agosto de 1982.
O que abaixo será transcrito, foi da lavra de meu saudoso pai que me pediu a encaminhar a redação do Jornal O Liberal e que, ele intitulou:
Viver
De todas as aventuras, viver é a mais fascinante.
Como muitas críticas se tem lido e
tomado conhecimento, por via deste matutino, solicitaria que esse veículo de
grande alcance e penetração torna-se público o relato abaixo e se for atendido
desde já muito grato:
“Na noite do dia 15 de julho p.p., fui
acometido por um mal súbito, em horário noturno adiantado e em minha
residência. Como o problema prolongou em agravar-se, recorri ao INPS – SPA,
onde, mesmo já alta madrugada, recebi atendimento emergencial satisfatório,
carinhoso e com bastante presteza. Já no domingo, porém, dia 18 daquele mesmo
mês, piorou por demais meu estado de saúde, ocasião na qual procurei o Hospital
Guadalupe, conveniado com o nosso INPS, onde também o atendimento foi todo
pontilhado de sorrisos, de eficiência e dedicação, por todos os servidores
daquele Estabelecimento Hospitalar, que me atenderam e que, hoje deram-me
condições vitais de estar lhes dirigindo estas palavras, que são fruto de um
reconhecimento e determinação de uma obrigação, que de público me obriga fazer
este agradecimento, pois quase que diariamente são tantas as reclamações e as
críticas.
Fiquei internado durante 10 dias, sendo
que 5 dias no CTI. Acredito que muitas das reclamações são injustas, ou eu, sou
um elemento muito feliz e de muita sorte, pois adotou a seguinte filosofia de
vida: “Na areia escrevo as ofensas nas pedras gravo os favores”.
Obrigado, muito obrigado mesmo, as equipes, mui especialmente a
de cardiologia, pois alguém os ama.
Lúcio de Melo
Reis
PS: Meu pai há muito não está mais entre nós aqui na terra, fisicamente.
Belém, Pa, 13/10/1982.
Desemprego
Tomou-se conhecimento por intermédio
desse relevante veículo de informação, que um dos principais itens que
influenciarão sobre as decisões à 15 de novembro próximo, será o alto índice do
desemprego. Em função desse dado, fico a me inquirir, se realmente em um País
de dimensões continentais, privilegiado pela natureza com as mais diversas
riquezas minerais e um solo abençoado, estaria verdadeiramente faltando serviço
ou, quem quisesse, de verdade, trabalhar? Ou se a preferência, de fato, é por
emprego?
Acredito, que o que há de concreto é uma
maioria, que após poucos anos já retirou a 3ª via da CTPS, por falta de página
para novos registros de Contrato de Trabalho. Sim, pois o que se constata é que
o aspirante ao pleitear uma vaga em qualquer empresa, declara ao empregador:
“qualquer parada eu topo; horário? Não tem problema; o salário, está muito bom;
sabe chefe, tenho família, sou de responsabilidade, preciso sustentar meus
filhos e por isso quero trabalhar”. Estas são as credenciais que ele apresenta.
Uma semana depois de ter sido admitido, começa a preguiça, os atrasos, o
salário já é uma miséria, ficar 15 minutos após o expediente, o patrão já está
explorando, é como que se o auxiliar estivesse fazendo um enorme favor ao
empregador. Em fim, o maior defeito que o chefe possui, é o de sê-lo e por
conseguinte o superior hierarquicamente ao subordinado. A partir daí, se o
ajudante sofre uma repreensão, o empregador que tome cuidado, pois do contrario
vai ser agredido moral e se titubear, fisicamente, e então só resta a demissão,
e assim mais um registro de Contrato de Trabalho.
Caro leitor, experimente acertar uma
pequena obra em seu lar, e verá que o custo que lhe será cobrado, pode até
provocar um colapso cardíaco, pois o que se sente na regra geral, é
que não há uma preocupação em trabalhar para melhorar de vida, para progredir,
e sim, para em poucos dias conseguir o custeio de outras tantas semanas
seguintes em bares e botecos em rodadas de cerveja. O prezado acompanhante
desta coluna, já observou – só para exemplificar – um determinado tipo de venda
que nas ruas desta cidade: aquela, em que um grita anunciando o produto, um
outro carrega a cesta ou empurra um carro mão e um terceiro recebe e depois os
3 juntos vão exterminar a feria em garrafas de água ardente no botequim mais
próximo, deixando esposa e prole entregues a própria sorte. Por estes e outros
exemplos é que se tem que reconhecer, que se estamos ainda, na fila que nos
levará ao pódio das grandes potenciais é por nossa própria culpa.
Outro aspecto que se nota, infelizmente,
é que o balconista tem ódio pelo comprador, o caixa vê um inimigo no pagador;
para o trocador de ônibus, cada usuário é uma presa fácil, o motorista de praça
se acha sempre o mais esperto em relação ao passageiro; o funcionário só falta
dar um chute naquele que interrompe a leitura do jornal em pleno expediente ou
atrapalha o papo sobre o futebol de fim de semana, a piscina, a festa, o namoro
ao telefone e outras futilidades, nada inerentes a sua função ou ao setor que
se ache lotado.
Lamentavelmente, o que se consegue
captar, é que o servidor gostaria somente de esperar o fim do mês para receber.
É bem verdade, a exceção é um fato. E para ele não há necessidade de uma
legislação para estabilidade, pois por seus próprios dotes de capacitação e
responsabilidade, já o conseguiu. Por tudo isso fico intrigado
quando ouço certos currículos, onde o prefixo “ex” é uma constante, bem como o
relato de desempenho de cargos de chefia e tantos outros abundam, e no momento
há aspiração em fazer parte de uma categoria que não possui sindicato.
Portanto, será que há alguém que labutou
de verdade, com honestidade e vontade de vencer, que não o tenha conseguido?
Lúcio Reis
Belém, Pa, 11/08/1982
Exmo. Sr. Presidente João B.
Figueiredo.
Apesar de já ter me dirigido à S.
Excia., via programa Povo e o Presidente, através de 05 perguntas, as quais até
agora não foram respondidas, não sei se porque não chegaram ao destino, ou se
não continham tema relevante ou ainda se por ser eu domiciliado nesta Região,
mas precisamente nesta Capital, de onde até o último programa, domingo dia 8 do
corrente, nenhum residente teve uma questão relacionada nos programas já
levados ao ar, pois acredito que além de mim muitos outros daqui estão
interessados no futuro de nosso querido Brasil e também dispostos a cooperar na
construção desse destino, por intermédio dessa sua iniciativa, bem como de sua
boa vontade, honestidade e acima de tudo no seu intuito de sempre acertar
construtiva e positivamente, pois esta é a imagem que suas palavras e suas
realizações têm traduzido, pelo menos para mim e creio para a grande maioria
dos brasileiros.
Todavia, vamos agora passar ao objetivo
da presente. Antes de mais nada, permita que me apresente: meu nome é F Lúcio
Nunes Reis, assino-me Lúcio Reis, sou casado, tenho um casal de filhos,
sou natural de Caeté-MG e resido aqui no Pará, há mais de três décadas e, no
momento à Av 1º de Dezembro 579 – Vila Chagas casa 75 – Marco.
Todos sentimos a cada dia que se passa o
peso da situação que atravessamos, refletida em nossos salários, principalmente
quando somos obrigados a ir às compras quer nos super-mercados ou aos CEASAS e
etc..., para adquirir o sustento físico de nossas famílias, o que nos é
ratificado pelas declarações dos seus assessores do Ministério do Planejamento,
da Agricultura, do Comércio e da Indústria e outros relacionados com
inflação, custo de vida, importação e exportação. E todos empenhados em nos
proporcionar melhores dias, mesmo que as vezes declinem que o fundo do poço
esta longe.
Se o preço da carne verde, do arroz, do
feijão, do café, do açúcar, do pão, das bebidas, em fim de todos os produtos de
primeira necessidade está liberado, pois como disse anteriormente a cada dia
que se retorna aos centros de comércio, se tem novo preço e até se constata que
a maioria deles não tem nem o escrúpulo de pelo menos tirar a etiqueta do
antigo preço, pois as vezes se encontra um gênero com mais de 5 selos
sobrepostos. Pergunto: “PORQUÊ, AINDA DA EXISTÊNCIA DA SUNAB?”, pois
eu mesmo por três vezes já recorri aquele órgão, e se não o tivesse feito,
ter-me-ia poupado mais indignação e aborrecimento.
Eis os três fatos: 1º) Fui ao
super-mercado Jumbo, localizado à Av. Almt Barroso com a travessa Antonio
Baena, para adquirir 2 kg de carne bovina, peça chã. Quando fui atendido pelo
funcionário, este acrescentou à pesada de apenas 1 ½ kg de chã e ½ kg de
músculo. Nisto reclamei ao mesmo que músculo não era chã, pois conheço as peças
de um quarto bovino e disse-lhe ainda que só estava reclamando por que iria
pagar 2 kg da peça que solicitei, conforme o que estipulava uma tabela afixada
naquele setor, na qual os preços entre as peças era diferente e evidenciava
perfeitamente, ser a chã mais cara que o músculo. Foi quando aquele vendedor
declarou que se assim procedia era por que estava seguindo orientação emanada
da gerência. Nestas
circunstâncias interroguei
se ele repetiria depois o que acabava de me dizer, tendo o mesmo afirmado
positivamente. Incontinente me dirigir a sede da SUNAB local. Fui pessoalmente
e não pelo fone 198. Lá me foi dito que o órgão não poderia tomar nenhuma
providência, pois o produto estava liberado e não havia Portaria em vigor,
que desse apoio para a autuação; 2º) caso: fui ao mercado de peixe, localizado
no bairro de São Braz, para comprar pescado. Ao conferir, na balança do
Setor de Fiscalização, verifiquei que ao invés de 1.000 g só tinha 800 g,
apesar de ter solicitado 1 kg. Tornei ao peixeiro, e depois de ser
agredido moralmente pelo mesmo, que entendeu tê-lo chamado de ladrão, pois lhe
pedi que completasse o quilograma ou então que aumentasse meu trôco. Novamente,
pessoalmente fui à SUNAB, e, como se fosse um replay a mesma resposta: PRODUTO
LIBERADO; 3º caso: entrei em uma panificadora, estabelecida à Av
Duque de Caxias com Travessa Humaitá e tentei comercializar um pacote de
biscoito mabel, aqueles que vem com o preço impresso no envólucro. Nesta
questão o proprietário houve por bem acrescer o valor saído da fábrica,
grosseiramente, colando sobre aquele a importância que lhe satisfazia naqueles
dias, manuscrita em um pedaço de papel almaço pautado. Sendo sabedor que o
preço que sai do produtor, no envoltório é o que deve ser pago pelo consumidor,
dirigir-me mais uma vez à SUNAB, desta vez pelo 198 e mais desta vez a decepção
pela resposta recebida: PREÇO DO BISCOITO NÃO É CONTROLADO PELA SUNAB. Que
fazer?
Se for respondido desde já muito
obrigado e que Deus lhe ilumine, lhe oriente e dê paciência nesta missão árdua
e por demais problemática.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 11/08/1982.
Olhos de serpente
É muito comum hoje em dia e até parece que está se tornando moda, por sinal muito salutar, deste modo pode-se, com benevolência, entender, lamentando todavia, por sabê-la de curta temporada, mesmo compreendendo que de considerável maioria não ser sincera, mas entendo que ser recebido ou encontrado com sorriso de orelha a orelha por pessoas desconhecidas e não constantes do nosso rol de amizades, é bem melhor do que ser olhado por olhos que disparam ódio, que derramam vingança e que constituem um semblante que evidencia ou que oculta um bote venenoso e até mesmo mortífero, de vez que todos já entendemos que os sorrisos, as amabilidades, camuflam unicamente o desejo interno de conseguir uma cadeira representativa em qualquer escalão. Portanto aqueles tratamentos afáveis não encobrem nenhum inimigo em potencial, pelo menos até o término da primeira quinzena de novembro.
Depois da vindouro data, a mais
expressiva e relevante para o consumidor brasileiro, é que ele saber se
consumiu corretamente seu direito máximo nos andaimes da construção
democrática, o voto, pois daí em diante ele começará a sentir o desaparecimento
das faces a prazenteira aparência, restando somente esta situação naqueles que
realmente desde já, têm em mente o destino de nossos irmãos de Pátria e que
pensam em construí-lo com material de excelente qualidade e realizar o
acabamento de primeira, o que irá nos proporcionar um viver com razoável
conforto e bem estar, enquanto que os outros, com o seu aval-sufrágio, caro
leitor, assinaram o contrato ou a renovação do anterior e então já não saberão
lhe olhar com simpatia e bondade implorante, mas, apenas como sorrelfos, pois a
amnésia do poder, da mordomia, do salário compensador e etc... tiraram-no de
suas lembranças e assim só lhes restará esperá-los no cruzar dos degraus da
escada do subir e descer na vida.
Enquanto eles estiverem no estado de
esquecimento de que foi você quem os tornou profissionais sem sindicato, não
tente e nem adianta reviver em suas memórias as promessas feitas antes, por que
agora só serão nada mais e nada menos de que promessas ao vento, via
satélite, em horário nobre, onde não houve assinaturas nem de quem
as fez e nem de testemunhas, logo, dispensadas de serem cumpridas.
Não adianta ligar para o 198, ele não livrará de mais esta enganada. Só lhe
resta esperar por mais quatro anos e nesse interstício aprender a saber
escolher seu verdadeiro e legítimo representante, o qual sempre terá um sorriso
franco e leal, independente de época e que com sua produção, não precisará
prometer empregos, baixo custo de vida e tantas outras e o faça também ser
governo de si, para si, e por si e com isso, todos sorriremos satisfeitos,
realmente contentes e altamente produtivos.
Do contrário só sobrará a interrogação.
Quem mandou votar no homem?
Lúcio Reis
Belém, Pa, 11/07/1982
Aborto
Publicado no Jornal O Liberal edição de 13/06/1982 - Coluna Cartas
Publicado no Jornal O Liberal edição de 13/06/1982 - Coluna Cartas
Como o tema da epígrafe, tem sido muito
comentado ultimamente, gostaria, prezado redator, de contar com sua
condescendência, levar aos milhares de leitores desse matutino minha posição,
como leigo, inerente a questão:
Todos sabemos que a célula é a unidade
fundamental dos seres vivos, que ela respira ou obtem energia via mitocôndrios,
que se alimenta (fagocitose e pinocitose), que digere (lisossomo), que excreta
(exocitose) e que tem dentre estas, outras funções idênticas as de um ser
humano, logicamente guardando-se as proporções. Sabemos ainda, que se torna
necessário apenas o encontro (geração) de duas unidades (óvulo e
espermatozóide), para que se opere o milagre e a força da vida, até então
inexplicados cientificamente e atribuídos à uma ação e ato Divino.
Em face dos subsídios citados é que não
encontro explicações justificáveis e plausíveis para as posições favoráveis ao
aborto. As partidárias desta ala se desculpam ou alegam que têm o direito sobre
seus corpos. Evidentemente ninguém lhes nega essa faculdade, pois elas o bem
exerceram quando consentidamente e por que não dizer irresponsável e
inconseqüentemente o entregaram ao parceiro em busca do prazer
carnal e fecharam completamente os olhos para as conseqüências fetais, desse
encontro, que naturalmente só pode ser o advento de um rebento, que não exigiu
nada e nem escolheu para ser produto daquele relacionamento e portanto, já que
ele aconteceu, por certo, também, na qualidade de um ser, somente Deus e ele
podem dispor de sua vida e de seu corpo.
Acredito que quem é pro aborto, não são
aquelas que, se ligaram como o gesto extremo de um amor puro e legal, e sim, as
que normalmente contribuem ao enriquecimento da indústria moteleira, que cada
dia se agiganta, pois tenho quease que certeza que as pobrezinhas não praticam
a interrupção da gestação, de vez que suas proles são invariavelmente
numerosas. Opto para que a concepção seja evitada, sabendo-se que a mulher é a
única fêmea que só ovula uma vez por mês e pode também contar com os
anti-conceptivos, e assim os homicídios fetais não aconteceriam; voto para que
se propicie meios e condições de sobrevivência a todos que vêm partilhar
conosco o sol e a chuva.
Em estupro no momento não se comenta,
pois se trata de outro tipo de violência, oriunda de atitudes bestiais e
irracionais de verdadeiras feras.
Mas recentemente se tem argumentado que
a existência de um deficiente intra-uterino, comprovada pela ultra-sonografia e
exame das células do líquido amniótico, seria justa causa para o extermínio
daquele ente. Fico a me inquirir, por que esses pais não se lembram, que se
houve má formação, foi por culpa suas e não daquele ser?
Por conseguinte, meditando em cima da
máxima que diz: “o direito de um termina, onde começa o do outro”, surge a
interrogação: “Será que com tantas penas de morte sobre fetos, já não se tirou
o direito da humanidade ter tido o cérebro que curaria o câncer ou quem sabe o
engenheiro genético capaz de reparar as possíveis deformações cromossômicas?
Lúcio Reis
Belém, Pa, 01/06/1982.
Exmo. Sr. Presidente
João Batista Figueiredo
Sou casado, possuo um casal de filhos,
ele com 09 anos de idade e ela com 08 anos, nasci em Caeté-MG, em 1948 e resido
aqui no Pará, há mais de três décadas.
Venho acompanhando seu governo e sempre
que possível o de alguns outros Estados, nos quais já estive por diversas
vezes, como por exemplo: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e outros.
Através desse seu diálogo com o povo
desta Nação, via Rede Globo de Televisão, cuja iniciativa eu reputo como uma
das mais democráticas e também benéficas para nós e este nosso querido Brasil,
o Sr., e alguns, ou quem sabe todos os seus assessores, já puderam sentir,
contudo temo, tenha sido só superficialmente, os problemas e as dificuldades
que nos assolam.
Em função do parágrafo anterior, será
que não seria mais proveitoso e muito mais útil às Unidades da Federação,
obviamente sem exclusão desse programa semanal, que o Executivo
Federal se instalasse temporariamente em cada uma delas, ocasião na qual o
Sr e seus auxiliares sentiriam bem de perto, praticamente “in loco”,
todos os anseios e as reivindicações daquele povo, independente do matiz da
agremiação partidária. E por conseguinte, os impasses e os obstáculos que
fossem inerentes à área federal, poderiam ser avaliados, aferidos e quem sabe
de imediato serem solucionados.
Isto seria viável, Sr. Presidente?
Atenciosamente
Lúcio Reis
Manifesto
Em junho de 1982, redigi o manifesto abaixo, como sempre pensando em promover ações que dessem um ponta-pé inicial à uma tomada de posição, por parte da sociedade e fossem iniciados procedimentos que reduzissem um progressivo estado de deteriorização dos poderes republicanos.
Numa face da folha estava escrito em
letras garrafais:
ELEITOR, COM SEU VOTO NÃO TRANSFORME
CANDIDATO EM ARMA CORRUPTA. A VITIMA, COM CERTEZA SERÁ VOCE.
Na outra face o que segue abaixo:
CORRENTE DE MOBILIZAÇÃO NACIONAL PARA MORALIZAÇÃO E TTRANSFORMAÇÃO DO BRASIL
1.Prezado amigo, amiga, por favor leia, não rasgue – pelo menos agora – pois não se trata de propaganda eleitoral em prol de “A” , “B” ou “C”, mas sim de uma iniciativa cívica e democrática com o intuito de cooperar com a construção de um País melhor para nossos filhos, netos, bisnetos e etc...
2. Você verá, garanto, que serei
impessoal, não serei anônimo, Isto infringe a Lei Maior. Não sou candidato a
nenhum cargo eletivo. Meu objetivo é o melhor para nosso Município, nosso
estado e nossa Nação.
3.Se depois de ler, você não concordar com o que penso e aqui registrei, não tem problema, é um direito seu e eu o respeito, aí sim, simplesmente rasgue.
4.Todavia, se concordar que pelo menos em alguns pontos tenho razão, faça umas 10 (dez) xerox e entregue ou remeta cada uma a um amigo. Nas cópias enviadas, risque os itens com os quais você discorda. O que? Você não pode fazer 10 cópias? Então faça só duas. Tudo bem, faça só uma, mas, dê prosseguimento. É uma corrente.
5.Temos convicção que em uma sociedade, a única força capaz de ditar seu destino, sem traumas e nem retrocessos, é a força do voto de cada cidadão, que livres, juntos e com as bênçãos de Deus, constroem a Nação em que querem viver.
6.Entendemos que nossos políticos, pelo menos em sua grande e esmagadora maioria, não merecem o povo que representam, caso contrário não teriam um índice de rejeição, de descrédito e insatisfação tão grande, em torno de mais de 70%.
7. Eu, como você, somo nesses 70%, pois
entendo que:
-7.1 Cargo político não é meio de
enriquecimento lícito e muito menos ilícito, pois não é profissão e sim uma
representação temporária, para fazer governo do povo, pelo povo e para o
povo.Basta votar para ser votado.
-7.2 Politico “camaleão”, aquele que transmuda de coloração partidária, como quem troca uma roupa, ele só pensa em se manter no poder. Para ele o cargo é meio de uso fruto pessoal, acompanhado de seus cupinchas e familiares.
-7.3 Politico não deveria, nem poderia majorar seus vencimentos, pois faz parte de um poder que não faz receita. Portanto, quando ele se atribui um rendimento salarial mensal de mais de 300 salários mínimos, obriga que o outro poder imponha mais impostos ao cidadão, através da indústria, do comércio, além daquele que vem descontado diretamente em seu contra-cheque. Por isso a maioria dos brasileiros ganha apenas um salário mínimo “per capita”, pois uma minoria privilegiada recebe “per capitã” mais de 300 salários mínimos;
-7.4 Ao político corrupto não deveria ser aplicado a imunidade e por conseguinte a impunidade, pois quando ele desvia o dinheiro do erário, torna-se um bandido e delinqüente como outro qualquer, pois passa a ser o responsável pela morte de crianças em conseqüência de desnutrição, pela falta de assistência médica satisfatória; pela morte de pobres miseráveis que se acabam nas filhas de atendimento em órgão público de saúde. Logo, esse político é homicida;
-7.5 Aos candidatos a cargo proporcional, não deveria ser facultado a reeleição, pois vejamos: passam o ano inteiro gazetando, tem férias escolares e à época de campanha, como agora, não comparecem ao parlamento, mas seus contra-cheques não sofrem os devidos descontos em função das ausências em seus locais de trabalho. Você já sabe quem paga por isso?
-7.6 Quando o professor, o médico, o enfermeiro, o policial civil e militar são mau remunerados e os meios para que desempenhem suas atividades são precários, quem sofre com isso é você, que passa a receber um tratamento péssimo, você vê crescer a violência, se vê sem proteção e seus filhos sem educação. A vítima é você – vide o texto acima – A origem é o mau político, que não faz leis sérias, ou quando as faz é em benefício e proveito próprio. Você ainda não esqueceu do líder da bancada do eu sozinho?
-7.7 Você quando, com apenas um salário mínimo sustenta seu transporte coletivo e o de seus familiares, em ônibus, cujo serviço é de péssima qualidade, e ainda tem que arcar com o ônus do custo da mordomia que o homem público desfruta, desperdiça em carrões de chapa branca ou de bronze, transportando-o para lá e para cá, conduzindo os filhos aos colégios, seus cônjuges às compras, às cabelereiras, inclusive para o lazer e até mesmo à gandaia. Mesmo percebendo um alto salário. Você não acha que isso é uma grande covardia e uma tremenda violência contra todos nós trabalhadores?
8. Como disse no inicio não concorro a nada. Aspiro unicamente um outro Brasil. Aquele que todos nós de boa índole merecemos.
9, A propósito. Conforme o título indica, a presente pode e deve ser encaminhada a amigos de outros Estados da Federação, pois o vírus de destruição da Nação está dessiminado por todos os rincões do Brasil.
10. Por fim, para finalizar, se você é e está satisfeito, com a onde de imoralidade pública, de corrupção e malversação dos impostos e com a presença no poder de maus brasileiros, me desculpe, é uma opção sua, então você age conforme o item 3 acima. As soluções estão implícitas nas entre-linhas acima;
11. Vamos meus amigos plantar a partir de agora a semente quer transformará esta Pátria, para que nela cresçam nossos filhos, nossos netos, entendendo que os valores morais são: a honestidade, a justiça, a ordem, a liberdade, o trabalho, e por conseguinte o progresso.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 20/05/ 1982.
OPINIÃO
Estou retornando com mais uma opinião, sobre fatos desta nossa
querida Cidade Morena, e, em sendo possível gostaria que a tornasse público.
“O carro teve um de seus pneus furados, e depois de ter
trafegado com ele assim mesmo, o condutor parou diante de um hospício, onde o
motorista constatou que se encontrava à porta um paciente do mesmo. Ao trocar o
pneu danificado verificou que os 04 parafusos de fixação estavam “cuspidos”, aí
o profissional ficou em apuros e foi quando o doente dele se aproximou e opinou:
“que ele tirasse um parafuso de cada uma das outras jansens e aparafusasse o
“socorro”, ficando cada um dos quatro com 3 parafusos cada, o que lhe
permitiria alcançar a oficina mais próxima”. Ao sair dali o condutor que
possuía diploma de direito, de administração e outros mais, ficou tão intrigado
que retornou aquele local e interrogou o interno como ele havia chegado aquela
solução? No que incontinente ele retrucou: “é doutor, eu sou louco mas
não sou burro”.
Não se consegue compreender, porque o Clube que congrega os
Lojistas da Terra, tenha que pressionar nossas autoridades para que elas
encontrem a resolução capaz de solucionar a questão do comércio de marreteiros
na Presidente Vargas, Santo Antonio, João Alfredo, Largo de Nazaré e
Generalíssimo Deodoro. A interpelação é feita, tendo em visto a existência do
Código de Postura do Município, que acredito ser o dispositivo que disciplina e
tenha em seu bojo artigos sobre o problema, bem como outras matérias.
Este matutino noticiou que a diretoria do Clube, em Assembléia
Geral, onde as divergências abundaram, aventou por opinião de alguns que se
cruzassem os braços, pois até 15 de novembro a tendência é piorar a situação.
Pela sensatez, a pressão em cima do Executivo Municipal, mesmo reconhecendo que
as dificuldades dele, neste ano, são muitas, foi a ala que prevaleceu.
Dois pontos passivos no impasse: ele existe e requer
solução. Agora, não querer aplicar o “remédio”, por se estar as vésperas do 15
de novembro, torna a emenda pior que o soneto, pois quem deixou esta Cidade
ficar toda esburacada, sem segurança, com irregular fornecimento de água e luz,
com uma coleta de lixo precária, com ônibus que desservem mais do que servem,
que poluem, que consentiram a transformação de logradouros públicos (Praça do
Pescador e Felipe Patroni), em estacionamento pago ou em propriedade privada
(Praça Justo Chermont), na qual Deus não queira e N. Senhora de Nazaré
interceda para que aquela grade não esmague ninguém no dia da Festa Máxima do
paraense; que tem uma rede de esgoto que não funciona, e que tudo ao longo de
todos esses meses não atentaram e nem atenderam aos cotidianos apelos e
reclamos da população, não iria querer agora, tapar o sol com peneira. Pois
qualquer transeunte que passa por aquelas artérias e vê aquelas tábuas rústicas
e grosseiras, sem forramento nenhum, em cima de caixas sujas, com pretensão de
construir prateleiras, porém, com aspecto de monstrengos, ocupando mais de 1/3
do calçamento, e, que realmente possua um resquício de higiene e urbanidade, com
certeza concluirá que aquilo não pode continuar como está.
O que ninguém aprova e aplaude é a violência e a brutalidade com
que se quis resolver o embaraço, pois jamais se pode ignorar que aqueles
vendedores não são delinqüentes e se as coisas chegaram a onde estão, foi em
função de uma deficiente ação fiscalizadora e preventiva, de vez que, quando os
primeiros iniciaram seu comércio e o povo alertou, as providências tivessem
sido tomadas, não se estaria agora a procura de um “curativo”.
Um dos membros do Clube concluiu ser a pior situação enfrentada
nos últimos 40 anos, em que ele vive na área comercial. Concordo que sob
hipótese alguma a existência daquele “comércio persa” deva ser mantido ali,
pois não é justo que alguém que contribua com o Estado através de taxas,
impostos e etc..., seja igualado em condições com quem não dispende aqueles
ônus. Portanto, não seriam problemas dessa natureza, que teriam suas origens
desde as épocas estudantis, quando os futuros responsáveis pelos destinos de um
povo, preferem que os mestres rebaxem o nível de ensino à conveniência de quem
não quer realmente aprender e só almeja ter em mãos o diploma, nem que para
isso tenham que afastar o professor mais exigente; não seria também isso a
origem da preterição com a anteposição de técnicos e graduados de outras
plagas?. Pois sabemos que há alunos que as vezes não sabem qual a matéria eles
se submeteram à avaliação e por conseguinte estaremos contando depois com
profissionais que não medem conseqüências, no afã de lucrarem mais e mais, até
obscurecendo critérios de segurança, que provocarão o risco de extermínio de
famílias inteiras, abrigadas sob tetos construídos sem a acuidade pericial, que
os torna em trabalhadores ou em servidores por estipêndio.
Será que se fosse escolhido um local e o destinasse aquele
tipo de comércio, e a secretaria a que está afeta a questão, cadastrasse
aqueles ambulantes, construísse barracas condicentes com os requisitos de
urbanismo e asseio e, se observasse seriamente aqueles vendedores que
determinados locais são expressamente proibidos a eles; informasse a opinião
pública das medidas coerentes e racionais usadas, assim como foi feito com as
tendas da feira da 25 e com os trailers de “hot dog”, acredito que ninguém iria
condenar, como não reprovará nenhuma atitude digna de uma autoridade sensata e
legal, que almejará eliminar um problema e não criar dois. Após essas medidas,
sabe-se que eles não ficam 24 horas em ação e aí então seria
providenciado o aparato policial preventivo para que no início de mais um dia
de venda, que acredito ocorra ao raiar do sol, se evitasse a instalação de mais
um dia de venda.
São ações imparciais, inteligentes, de bom senso, pacíficas e
justas que o povo quer e que traduzam a responsabilidade de quem nos
administram e em quem depositamos nossas confianças e créditos, e, que
esperamos pelo menos tenham a competência para ganhar sua pecúnia, como bem
falou o Sr. Lúcio Flávio Pinto. Ou será que só iremos melhorar
quando um louco for escolhido para nos governar e administrar.
Lúcio Nunes
Reis
Belém, Pa, 18/05/1982.
Ao Exmo Sr. Presidente da
República:
João Batista Figueiredo
(1) – O Sr. que quase foi uma das vitimas fatais, onde o fator de risco, FUMO, em muito contribuiu, não seria uma boa idéia de ser encetada uma Campanha de âmbito Nacional contra o tabagismo? Por exemplo: fazer constar nos pacotes e maços de cigarro a inscrição em vermelho “veneno”, nocivo à saúde, bem como a impressão do crânio e os dois fêmures?
(2) – Presidente
Vossa Excelência, em sua mensagem à Nação pelo Dia do Trabalho, diz que a crise
econômica, entre outras de amplitude universal, tem causas que escapam a
jurisdição do Executivo. Diz ainda que todos querem segurança econômica e
reclama que todos entendem ser apenas de responsabilidade dos governantes.
Depois o Sr. exemplifica dizendo que são responsáveis, também, os
governados, por meio da explosão demográfica e ainda parte da sociedade, pela
incontinência dos que, quebram princípios morais não refreando sua fome de
lucro. Portanto, em função desta última parte, não seria uma temeridade ao
consumidor brasileiro a liberação de preços, para produtos básicos, como medida
de controle para a alta do custo de vida, pois aí mesmo é que eles não
controlam sua ganâncias em sempre ganhar mais, o que se agrava com a existência
do atravessador?
(3) – Eu não sei
que meios ou amparo legal, foram usados para que o Brasil, na qualidade de
consumidor, não pagasse a vacina anti-pólio que nos foram vendidas já
estragadas. Estas declarações, do não pagamento, são do Exmo. Ministro Waldir
Arco Verde, da Saúde. Por analogia, não seria interessante a existência de uma
só Norma ou Orientação, que protegessem e amparassem o consumidor brasileiro,
em todas as circunstancias. Pois se sabe que consumidor é todo aquele que
compra para gastar em uso próprio?
F. Lúcio N.
Reis.
Belém, Pa, 05/05/1982
A carta a seguir foi remetida a um
Senador da República e do qual recebi um telegrama, que a final reproduzo sua
cópia e que teve o desfecho que adiante relato aos prezados amigos:
Belém, Pa,11/05/1982.
Exmo. Sr. Senador
Jarbas G. Passarinho.
Desde há algum tempo atrás, questão de
uns poucos meses, ocasião na qual V. Excia, ao dialogar com um repórter local e
do efetivo de uma das Emissoras de Televisão desta Terra, ao tecer comentário
pertinente a argüição daquele profissional, o fez com a refutação, que se
sintetiza no seguinte: “a mordomia existe com o intuito, também, de atrair os
homens aos cargos públicos”; pois a inquirição do seu interlocutor versou sobre
o mordomado
Sei perfeitamente ser esse Senador,
desprovido de tempo para temas do parágrafo anterior, pois acredito, até, que
se seu dia fosse acrescido de mais umas 12 horas, isso por certo lhe seria
útil. Todavia, desde já aceite meu pedido de desculpas e se for possível me
redimir de qualquer contra-tempo, que venha causar, também lhe faço essa
solicitação. Contudo, como até hoje tenho em mente uma série de interrogações,
entendi ser o Representante deste Estado a pessoa mais abalizada para
eliminá-las através de esclarecimentos, se assim deliberar e lhe convir, tendo
em visto ter sido V. Excia., quem gerou as dúvidas em minhas conclusões e para
que eu não as propale deturpadas, achei por bem me dirigir a esse Coronel.
Antes de iniciar esta epístola
consultei o dicionário e constatei que mordomia não tem nada a ver com o que
destinou a pergunta do noticiarista, apesar de que consegui observar seu
intuito, pois se trata de assunto muito em voga.
Outrossim, gostaria de declarar ao
nosso ex-ministro que sou interessado nas materiais que são abordadas por V.
Excia., e que, as que se relacionaram com a Igreja, com Constituição (Cai a
Máscara), e outras, compreendi perfeitamente e não me restou nenhum resquício
de hesitação, principalmente a que se referiu ao Clero Brasileiro.
Bem! Retornando ao que me propus
nesta missiva me sinto, obviamente, na obrigação de expor minhas desordens
interpretativas, através das considerações que passo a enumerar:
1. Avalio
que seja por demais desgastante e até mesmo inquietante desempenhar cargo de
chefia, de direção, de secretariado e etc..., pois, por mais que haja um
esmero, jamais há o contentamento de gregos e troianos e além do que, ainda
tenha que receber correspondência, tal qual a presente;
2. Para
as funções citadas anteriormente, seus titulares são frutos de escolha do chefe
do executivo ou de alguém influente junto aquele poder ou junto aos outros
dois: Legislativo e Judiciário, ou então ali chegaram como mérito de um
concurso;
3. Os
que compõem o Legislativo são escolhidos pelo povo;
4. Os
veículos de comunicação difundem entre o povo, que são funções muitas bem
remuneradas e alguns cronistas chegam mesmo a classificar como dos melhores
empregos atualmente e quando possível não se furtam em refletir para o leitor o
ouvinte e ao telespectador a intimidade e a privacidade dos homens em
evidência, a exemplo do que noticiaram quanto à cobertura e taxa condominial do
Sr. Miro Teixeira e a reportagem com o antecessor do Sr. Carlos Átila, entre
outras; fazem espelhar para nós as pompas e o enriquecimento econômico e
financeiro de nossos representantes;
5. Sabe-se
que a Previdência atravessa seríssima crise, assim como o orçamento
educacional, o de higiene e saúde e também o do aparelhamento de material,
tanto humano quanto bélico do setor de segurança, estão defasados tornando-se
insuficientes para suprir os anseios e as necessidades daqueles órgãos;
6. Refiro-me
nas observações acima e nas que se seguem a União, ao Estado e ao Município;
7. Acredito
que para ser um Setorista, quer na área de saúde, da educação e etc..., requer
uma capacitação e até quando possível uma diferenciação;
8. Concordo,
é lógica, que o merecimento salarial seja diretamente proporcional a
responsabilidade inerente ao desempenho funcional.
Em conseqüência das colocações supra
mencionadas, faço-lhe as interpelações abaixo:
1. O
fato do brasileiro ser escolhido, ser chamado para servir a sua Nação, já não
seria por si só e para si, um grande orgulho, um grande ganho em termos
patrióticos?
2. A
remuneração que é proporcionada pela sua atuação, realmente condiz e a
satisfação é plena?
3. Não
seria interessante que cada qual sustentasse seu bem estar, a exemplo do que
acontece com a maioria do assalariado brasileiro e como fez um parlamentar
recentemente, declarando ter condições para usar e sustentar seu carro?
4. Será
que o desembolso com combustível, com manutenção de veículos e seus condutores
e outras regalias, bem como a abertura de mão por quem delas pode dispor, fosse
destinado a um outro setor mais carente, não seria um paliativo que muito
ajudaria?
5. Será
que o patriotismo não existe mais em muitos compatriotas ou está condicionado a
privilégios?
6. Será
que se tornasse real o que consta no 4° quesito anterior, não seria algo até
positivo para a situação?
Por outro lado, Cel Passarinho, posso
declarar e afirmar, quase sem nenhuma margem de erro e mesmo não tendo
procuração de ninguém, que assim como eu, muitos brasileiros se sentem
agredidos quando em trânsito urbano testemunham os carros oficiais sendo
usados, não para seus fins, mas sim em passeios, em compras, conduzindo a prole
aos colégios e etc..., ocasião em que nos lembramos que sistematicamente nós é
solicitado e cobrado para que economizemos energia, cuja crise tem abalado
consideravelmente a economia mundial e principalmente a nossa, que somos um
País a passos largos, e está evidenciado que temos atendido os apelos que nos
têm sido feitos.
Entenda, estou pleiteando subsídios para
minha informação e esclarecimento. Sei perfeitamente que certas categorias têm
que ter suas seguranças. Digo-lhe também que não almejo nenhum outro objetivo,
senão o confessado anteriormente, pois não quero desservir nossa Pátria,
passando e comentando assuntos e contorcidos e deturpados, pois pelo lado
prático e concreto já dei minha parcela ao nosso Brasil, por intermédio do
nosso querido e glorioso Exército, não por tanto tempo como o importante e
ilustre superior, mas, por pouco mais de uma década, quando por motivos
supremos e alheios a minha vontade, o meu coração me tornou incapaz fisicamente
e me invalidou para a maravilhosa escola de civismo e patriotismo que é a vida
da caserna, de onde fui afastado de minhas funções, no comportamento
excepcional, no que não fiz nenhum favor, pois tão somente procurei cumprir com
minhas obrigações de graduado perante os Artigos do R.D.E (Regulamento
Disciplinar do Exército).
Por fim, gostaria que o Sr. tivesse para
comigo, o mesmo entendimento que lhe seria dispensado pelo seu talentoso, sábio
e generoso amigo Dr. Orlando Bitar, que já não é de entre nós.
Atenciosamente
F. Lúcio Nunes Reis.
Em atenção as
colocações acima, o Destinatário me remeteu o seguinte telegrama:
Considerações
do autor: “Em relação a correspondência acima e o seu conseqüente
telegrama, tivemos a oportunidade de observar pessoalmente o quão, as
pessoas que se acham encasteladas no poder e seus seguidores,
colaboradores e até mesmo as que a procuram atuam e se comportam como
que as primeiras fossem dotadas de algo bastante incomum e que as tornam seres
diferenciados em relação aos demais e, principalmente em referência
aqueles que aguardam em longas filas para pedir algum favor e que, foram
em resumo os responsáveis por tornarem alguém em homem público e
detentor de um mandato político”.
Portando o telegrama a mim enviado, dirigi-me ao Edifício Palácio do Radio, ao tomar ciência pela imprensa local da visita a Belém do Senador Passarinho, o qual atendia os que aqui lhe procuravam no Escritório do Deputado Ronaldo Passarinho. Em lá chegando, deparei-me com uma fila de pessoas que ali foram para falar com o político e que, pelo o que a mim ocorreu deduzi que foram pedir favores. O primeiro contato foi com uma atendente, que me perguntou o que eu queria com o Senador? Respondi que eu não queria nada e sim, que ele é quem gostaria de falar comigo, o que foi motivo de grande espanto aquela senhora e que, só se convenceu quando lhe mostrei o telegrama, o qual, ela passando a um outro ambiente me conduziu a triagem e ao crivo do Deputado, que também me fez o mesmo questionamento: o que eu queria falar com o Senador? E, da mesma maneira anterior respondi: eu não quero nada, ele é quem quer falar comigo, o que foi razão de espanto por parte do Deputado, o qual só se convenceu quando lhe mostrei o telegrama. Para evitar que eu falasse com o Senador, disse-me que ele estaria viajando à Macapá e que, por ocasião de seu retorno eu o procurasse novamente. Logicamente que não voltei, pois não iria me expor aos caprichos e a triagem de quem, em nosso entender estava mais facilitar a bajulação e colocar o cidadão eleitor em situação de fragilidade, pois é fato que quem estar a pedir, em condição de fraqueza fica em referência a quem pode atender o pedido e, não era o meu caso.
Lúcio Reis
Belém, Pa, 06 de maio de 1982.
Em função de recente programação, levada ao ar pela Rede Globo de Televisão, aqui representada pela Televisão Liberal Canal 7, em 04 do corrente, gostaria, se possível tornar público o que se segue:
“BRASIL – PRIMEIRA POTÊNCIA MUNDIAL”
Vou
acabar com as crateras das ruas de Belém, terminarei com o sub e o
desempregado, exterminarei a marginalidade, a corrupção, a mortalidade
infantil, o alto custo de vida, a falta de ensino para o menor até 14
anos de idade, todos estes problemas erradicarei da face deste País.
Você,
caro leitor, deve estar confidenciando aos seus botões, este sujeito é
maluco, ou se você for um pouco camarada, pode arriscar a interpelação:
de que maneira ele fará isso? Pois é, exatamente o que esta passando
pelo seu raciocínio, aconteceu-me quando fui telespectador, assim como
uma maioria considerável de brasileiros, no horário nobre, quarta-feira
dia 04 do presente, do programa levado ao ar pela cadeia brasileira de
radio e televisão.
Ouviu-se
e foi-nos mostrado os componentes da cúpula do PDT, em âmbito nacional,
apontando-nos os desacertos praticados pelo poder desta Nação e nos
prometendo saná-los, de vez que essa atitude faz parte do plano de ação
daquele Partido. Como exemplificação, lembramos que o ex-ministro da
Educação declarou que quando ele era o titular daquela Pasta, o mesmo
pode usar até 11,2 de 12% do orçamento, que se destinou à uma população
escolar bem menor, talvez até pela metade da atual. Se hoje as taxas
estão inversamente proporcionais, poxa é evidente que se ele com mais
verba e menos estudantes não arrumou a casa, como o fará agora? O
Senador que se pronunciou quanto ao capital das multinacionais nas
Industriais Automobilística, Petroquímica e outras, reprovando “o
consumismo arrebatado de poucos em prejuízo de 90% de brasileiros, que
sustentam os 10% consumidor”, ele a mim deu a entender que o pedaço
maior no capital deve ser de nossa gente e, por conseguinte o poder de
decisão ficará com nossos conterrâneos. Tudo bem! Ele só não declarou
como fará a inversão da situação. Por sua vez, o deputado se situou na
problemática salarial, porém, que artifícios serão empregados, pois se
sabe que hoje em dia, que com o maior salário mínimo nacional, que é de
Cr$ 16.608,00, existem mais de 100 mil devedores de recolhimento do
FGTS, que industriais como a COFERRAZ, CIFERAL e tantas outras, além de
salários atrasados estão falindo, o que sucederá que se esse mínimo
máximo, for maior?
Logo,
prometer em ano eleitoral é facílimo, qualquer um pode faze-lo, você
viu, eu comecei esta, prometendo. O que queremos, acredito que todo
brasileiro pense assim, é que nos seja indicado soluções e quais as
habilidades que serão adotadas no escopo de equacionar as incógnitas
desta Terra.
O
ex-governador gaúcho declinou que o nosso teme o autoritarismo “que só
nos leva a impasses e até mesmo à colonização”, contudo, acho que o que
realmente nos amedrontas é retornarmos à situação que imperava e que
está Nação viveu antes de 1964, quando estivemos a beira do abismo, do
caos.
Analisando
friamente as promessas que nos foram feitas, deduz-se que elas
transformarão este País, na “PRIMEIRA GRANDE POTÊNCIA MUNDIAL”, por
conseqüência obvia. Todavia, duvidamos muito que o consigam, pois
entendemos que se EUA, França, Alemanha, Japão, URSS, que são
considerados os países ricos e poderosos se detém, também, com altas
taxas inflacionárias, com o desemprego e outros males, tão comuns na
conjuntura econômica do mundo na atualidade, que dirá o Brasil, que é um
País em desenvolvimento, apesar de que em 2 meses, fevereiro e março só
produziu e foi ativo em 32 dias; que tem um povo assalariado com a
coragem de numa semana só assistir dois clássicos futebolístico; que saí
para brincar carnaval na sexta-feira e só retorna na quarta-feira de
cinza, mesmo que seja zerado seu ponto na firma; que se propõe a
modificar o calendário de férias e paralisar as atividades escolares,
assim como a do Legislativo e até do comércio, em função de disputas de
partidas de futebol; de operários, que têm a ousadia de dissipar toda
uma semana de remuneração numa rodada de bebidas, numa sexta-feira; que
escolhe seus representantes parlamentares, considerando as paixões
clubisticas, radialísticas e sentimentos de amizade; que troca seu voto
por favores pessoais; que incendeia carros e motos, que poderiam se
tornar suas propriedades, por um atraso de 40 minutos; que possui
legisladores, que por uma simples batida de carro, resolve o impasse
como se estivesse no velho oeste; que apresenta um silvícola para fazer
leis para si; que só pode gastar “x”, gasta “x”+”y”; que joga os
resíduos sólidos de seus lares em qualquer lugar, provocando danos a si
próprio. Isto é a realidade, infelizmente, deste Patropi.
Portanto, creio que o assunto é mais de raiz do que propriamente de galho.
Lúcio Reis.
Belém, Pa, 05/05/1982
Alguém falou e escreveu, que só se pode reclamar Direitos quando cumprimos nossas obrigações.
OBRIGAÇÕES
x DIREITOS
Publicada no Jornal O Liberal edição
de 16/05/1982 - Cartas
Alguém falou e escreveu, que só se pode reclamar Direitos quando cumprimos nossas obrigações.
Em face do supracitado, não caberia a
seguinte interrogação: “será que tanto a classe patronal, quanto a
dos condutores e cobradores de veículos coletivos desta Capital, estariam em
condições de pleitear, discutir ou impor algum direito”?
Qualquer uma das classes ao tomar
conhecimento do anteriormente dito, por certo retrucará opinando que não tenho
nada a ver com aquela situação. Todavia, replico declarando que na qualidade de
transeunte e usuário como a grande maioria do paraense, que cumpre sua parte, a
mais interessante e imprescindível do fato, qual seja: é esta grande massa da
população que com enorme sacrifício sempre tem que pagar o preço da passagem
que lhe é imposto e com isso promove a condição de sobrevivência de ambos os
lados. A partir de sábado já estaremos lá com nossos Cr$32,00. Logo, tenho e
temos absoluta relação, e bem de perto com o problema.
Iniciemos por enumerar os deveres dos
proprietários, os quais não são obedecidos, e que também são quase que
sistematicamente tema de reclamação através da imprensa local: ônibus sujos,
cheios de grades, que dificultam um conforto de melhor locomoção dentro do
transporte, estofos rasgados, cheios de graxa, escapamentos soltando baforadas
de nuvens de fumaça escura na cara das pessoas e o que é pior, poluindo o
ambiente e, o mais grave de todos: é o de admitir pseudos profissionais, muitas
das vezes reincidentes em faltas sérias e sem o menor resquício de conhecimento
de relações humanas.
Agora observemos o lado do empregado,
quer os condutores, quer os trocadores: jamais têm o mínimo de consideração com
o passageiro, pois muitas das vezes param onde querem, as vezes são
“tartarugas”, outras transformam o coletivo em verdadeiro carro de F-1, se
apoderam do troco, tratam mal senhoras e idosos e até moças, se apresentam
desuniformizados, em desalinho com as camisas abertas, Barbados, sujos, fumam
em seus turnos de trabalho, avançam sinais luminosos e as faixas do pedestre,
provocam acidentes fatais, acabam com o patrimônio de terceiros, dão cobertura
a puxadores, pivetes e etc..., e referente aos veículos de menor
porte (motos, bicicletas e outros), para eles não contam no tráfego diário,
arrancam jogando o usuário ao solo e etc...
Pelo que se expôs acima, entendemos que
nenhuma das categorias esteja a cavalheiro para impor ou exigir algo, muito
menos uma paralisação grevista, como foi ensaiada, pois no contexto final, mais
uma vez o maior prejudicado é o povo.
É evidente que as exceções existem. E em
hipótese alguma poderia me furtar desta ressalva, pois meu intuito e mostrar os
fatos imparcialmente e objetivar uma tomada de consciência pelos dois lados,
para que visem primordialmente estes assalariados tão sofridos.
Não há aqui nenhuma intenção em ser
contrario as reivindicações de quem quer que seja, pois somos plenamente
conscientes que eles também são assalariados, mas, que vislumbrem no operário
CLT a parte mais frágil, porém a mais importante de tudo.
Por outro lado, já que o Executivo
Estadual, houve por bem intervir como mediador nas negociações, tendo levado a
questão a uma decisão satisfatória a parte, não seria de bom alvitre e benéfico
ao povo que ele também, acionasse seu órgão a que estivesse afeto, que fosse
fiscalizado e cobrado, seriamente, de ambas as partes o cumprimento de suas
obrigações e, por conseguinte propiciaria ao usuário um transporte coletivo de
melhor condição.
Lúcio Reis.
Belém, Pa, 19/04/1982
A FORÇA DO POVO
“Bem-aventurados vós, pobres,
porque vosso é o Reino de Deus”.
“Bem-aventurados os que agora
tendes fomes, porque sereis fartos”.
“Bem-aventurados os que agora
chorais, porque haveis de rir”. (Lc 6-20-21).
Há uma passagem no Livro dos
Livros, que diz mais ou menos assim: Um pai chamou seus filhos e deu a um deles
um graveto para que fosse quebrado, o que foi feito com a maior facilidade; em
seguida juntou dois gravetos e os deu a um outro filho, para que este
procedesse como o primeiro, o que aconteceu, contudo com menor facilidade em
relação ao anterior: até que chamou um terceiro a quem deu um feixe de
gravetos, para que este último o partisse, a exemplo dos anteriores, objetivo
esse que não foi conseguido por ele só, em face de sua incapacidade diante da
resistência do feixe, o que só concretizado foi com a ajuda dos demais irmãos.
Bem! Tem-se acompanhado pelos veículos de imprensa, quer televisada, escrita ou falada, um farto material que demonstra e traduz o descontentamento, a insatisfação generalizada e até mesmo uma revolta dos menos aquinhoados pela sorte, que somam, temos certeza, muito mais de uma terça parte da população deste Estado.
Os reclamos que se tem tomado
conhecimento, inerem praticamente a todos os setores necessários ao bom
desempenho e situação do indivíduo dentro de uma sociedade racional e civilizada,
como por exemplo:
- SEGURANÇA: Tanto a individual, como a coletiva, quanto à do recesso do lar, bem como nossos bens móveis, todos os dias e instantes a instantes é abalada e abusada tanto por marginais, quanto por policiais, o que é pior;
- LOCOMOÇÃO: Os meios de transporte não podem ser
mais inúteis do que o são, quer em relação ao preço exorbitante, quer nas
precárias condições, sem contar com seus abusivos condutores, que não respeitam
as determinações do Trânsito e nem a dignidade humana dos usuários e também dos
maus educados, grossos e surrupiadores dos trocos das passagens, os trocadores
e também os condutores dos táxis;
- SAÚDE: O menos caso da classe médica
para o atendimento dos contribuintes da Previdência, que
até morrem nas filas de espera, isto sem mencionar os maltrato e deselegâncias
dos funcionários burocráticos;
- ALIMENTAÇÃO: Assaltos escandalosos por parte dos varejistas, quer no preço da carne verde, bem como das frutas e dos hortifrutigranjeiros. Lembra-se que um limão custa Cr$ 30,00, uma banana Cr$ 6,00 e daí por diante;
-
LUZ: Aumentos constantes e proporcionais as
constantes faltas e interrupções, que só depois do fato estar consumado é que
se toma conhecimento dos comunicados oficiais;
- ÁGUA: Além da qualidade inferior, pela grande concentração de ferrugem, o valor cobrado por uma metragem cúbica estipulada (35 m3), jamais consumida, quando não cobrança por fornecimento inexistente;
- TELEFONE: O funcionário mais relapso da Companhia se chama computador, pois põe na sua conta um interurbano que jamais houve e às vezes lhe cobra uma conta sem que você tenha um terminal; Isto sem citar os números de dias que você fica com o telefone mudo, porque estão trabalhando no armário;
- MORADIA: Já viu o percentual para majoração em dezembro (96,56%) e taxação do Imposto Predial para o próximo exercício? Que acham?
- LIMPEZA: O aspecto urbano é a prova mais contundente da situação (vide a bronca livre do Jornal O Liberal). Se você não der gorjeta para o gari, seu lixo não pega carona naqueles caminhões azuis;
- DIVERSÃO: As fraudes de bilheteria, o cambista, estão aí mesmo para lhe tapear e surrupiar. Os preços dos ingressos para o futebol, para o teatro e para os cinemas, só para os altos salários. Entenda se quiser: indo ao cinema antes das 16:00 h, você tem um abatimento de 50% e até o momento não se teve noticia de que algum tenha fechado por isso. Deduz-se logicamente que depois das 16:00 h, tudo é lucro e que o preço reduzido à metade satisfaz;
- PEDÁGIO: Dizem que isto é progresso e que se destina a manutenção e conservação, tudo bem! Será que haveria necessidade do aumento do tamanho que foi, pois quem usa as rodovias não percebe grandes conservações que justificasse tamanha diferença;
- TRÃNSITO: Tadinho do paraense. Local para estacionar só depois de queimar bastante gasolina e contar com uma boa dose de sorte. Guarda do DETRAN só para complicar e multar, a não ser que você dê uma propina;
- EDUCAÇÃO: Não precisa comentar;
- JUSTIÇA: O contraventor, o bandido, o marginal e o delinqüente, roubam para conseguir dinheiro, pois não possui emprego e nem serviço. É capturado e trancafiado. Em pouco tempo é para ele impetrado Habeas-corpus. O que intriga e causa espécie é saber de onde saí o dinheiro para custear os honorários advocatícios. Todavia, o que mais espanta é que o Juiz defere o habeas-corpus e o fora da lei é posto em liberdade. Às vezes ele não soma nem 48 horas de liberdade e volta ao erro. Pergunta-se? Será que não seria a hora de se responsabilizar tanto o advogado quanto o magistrado, para que arcassem com os prejuízos do assaltado, em virtude de terem, de certa forma, contribuído para o retorno a prática da delinqüência, tendo colocado o assaltante em liberdade e conseqüentemente provocado danos patrimoniais a terceiros;
- POLITICA: Srs. Leitores eis aqui o “caranguejo” causador do momento ou da situação na qual nos encontramos. Analisemos juntos: Todos nós sabemos de quanto é a remuneração de nossos representantes; Todos já temos subsídios suficientes (vide os noticiários) para concluir que nenhum candidato político, ou que os homens que fazem nossa política estão preocupados em amenizar em nossa situação. Sim, pelo menos amenizar, pois se ela chegou onde está, foi com o beneplácito deles. Temos conhecimento (rebusque noticiários) de que eles só se preocupam consigo, pois os fatos são por demais visíveis: têm transporte gratuito, têm estacionamento gratuito (usam um logradouro público, que você com os seus impostos mantém), por conseqüência têm combustível que você paga e se derem um pequeno retrocesso no tempo, lembre-se que pleitearam a isenção do pagamento da taxa de pedágio na Ponte Sebastião R. de Oliveira e outras vantagens mais... Podemos concluir, sem que para isso necessite de alto QI, que os melhores negócios para o bolso, atualmente é sem dúvida alguma: ser político (perceba a disputa, a concorrência, as espoliações recíprocas, as acusações e até mesmo o desforço físico a que chegam nossos representantes, para manter seus cargos e se tornarem simpáticos ao povo, sem citar nas promessas que jamais cumprirão, jogador de futebol, bicheiro e contrabandista, e também traficante.
Meus amigos! Muito se tem
reclamado, sem que se tenha obtido nenhum resultado positivo ou que se encontre
eco por parte de quem de direito. Todavia, acreditamos que nós mesmos podemos
solucionar alguns - pelo menos aqueles itens que por nós são sustentados e
mantidos -, note bem, eu disse: “POR NÓS SÃO MANTIDOS”. Não precisa passeata,
nem greve, muito menos violência, nada disso. Só é imprescindível que o povo
saiba usar sua força e a sua importância. Contudo, para se alcançar algo de
positivo e concreto é necessário também, um pouco de sacrifício, mas entendemos
que a mais ou menos não pesará tanto e partindo do pressuposto de que este com
certeza motivará em êxito e benefício, vale a pena tentar. Vejamos os
comportamentos a serem adotados:
- LOCOMOÇÃO: Una-se com amigos, divida o combustível e cada dia use o carro de um: ou então reúna um grupo de vizinhos amigos de seu bairro, de conjunto habitacional, levante um pouco mais cedo e se dirija a pé para seu local de trabalho (não faça o percurso sozinho, se não estará habilitando-se a uma temporada no Pronto Socorro e a ficar sem seu dinheiro, relógio ou cordão). É bem verdade, existem longas distâncias, pois é aí que entra o sacrifício a mais, que acima foi citado;
- ALIMENTAÇÃO: Não compre carne verde. Bem! Mas o preço do peixe também é alto, mas não tem importância. Atentem: as proteínas essências ao homem, não são sintetizadas e nem estão contidas no alimento animal e sim nos vegetais Alguém dirá: mas os legumes e hortaliças estão custando o “olho da cara”, não tem problema: faça sua horta particular, no seu quintal. Outro retrucará: e quem mora em edifício? Há duas soluções: 1°) Estes são em menor número. Se os primeiros já se abstiveram de comprar, automaticamente caiu a procura e aumentou a oferta; 2°) Em seguida façam cooperativa e comprem diretamente do produtor;
- DIVERSÃO: Falte pelo menos a uns 3 clássicos e você sentirá quão você é importante;
Entenda que as atitudes supra
citadas não requerem um longo período, pois de imediato você verá os preços
baixarem, notará que lhe proporcionarão uma qualidade de serviço bem melhor.
Quanto aos demais itens, têm uma relação bem de perto com item abaixo:
- POLITICA: Neste item, o mais importante ao meu ver, é que você tem o maior trunfo e poder de resolução. Aqui é que se tem o meio de dizer, principalmente agora que estamos entrando em nova fase, na qual o nosso Presidente, e percebam: foi escolhido indiretamente por você, está nos levando para uma democracia, que a história quem faz somos nós e que, tem que ser como nós queremos e o povo é quem escolhe o melhor para si e que a sua vontade é que deve prevalecer e nós, é quem devemos governar nossos destinos. Analisemos a atualidade, tomando como base os fatos que aí estão:
1. O político solicita ingresso num partido, descobre que este não lhe levará poder e se exclui do mesmo.Tenta outro, este mais poderoso, onde é recusado, usa todos os meios para alcançar seu intento, nada alcança, então retorna ao primeiro. Este cidadão não saberá ser útil à sua Pátria, fora da política?
2. “Há partidos que já cortaram e distribuíram o bolo”: fulano vai ser presidente da república, ciclano será o senador, berclano o governador do estado “x” e aquele outro será o deputado. Perceba leitor amigo, como estamos sendo menos prezados e como pensam que nos tornaram marionetes. “Nós é quem somos os donos da festa, a nós compete cortar e dividir o bolo. Não acham que é muita presunção deles? Lembrem-se que a nossa família é numerosa e que para a nossa festa do dia 15 eles é quem são os convidados, eles é que formam a minoria e que na nossa casa nós é quem abrimos as portas para eles penetrarem nos aposentados que nós permitirmos”.
3. Tomou-se conhecimento que um parlamentar espancou o vigia de seu prédio, um homem que lhe dava segurança, extensiva a sua família, enquanto dormiam sossegadamente. Um outro atirou em um motorista de ônibus em função de um acidente corriqueiro. Ambos estão impunes e livres de serem processados. Existe maior absurdo do que este? Os homens que foram escolhidos para elaborar as leis para a nossa proteção e segurança, são os primeiros a nos incomodar, a inquietar e destruir nossos lares e destruir nossa paz, se é que existe alguma;
4. No âmbito local, viu-se recentemente a cadeia de acontecimentos que lograram destaque na imprensa da Terra: Um vermelho propenso ao cargo mais importante do Estado, passar ao partido que anteriormente ele tanto combatera e pichará, e que por seus pares foi taxado de verme, de traidor e etc..., condicionou sua transferência partidária a desistência do cargo mais alto pela chefia de um Instituto do Estado, no nosso entender, simples ambição de poder e título; Outro que sempre se disse técnico assinou ficha de filiação de determinado partido, que pelo que se deduz é contrário aos interesses situacionais da união (será que um homem somente pela sua capacidade administrativa e talento não pode dirigir, sem que esteja envolvido com política?); Tomou-se conhecimento que o Gestor Municipal deve ser afastado do posto, pois sua ineficácia está prejudicando e não satisfaz os interesses eleitorais dos candidatos. Quer dizer: que se um outro fizer algo de beneficio à população, o que não será nenhum favor, está provado que se estamos na situação e condição atual é única e exclusivamente pelo menos caso e irresponsabilidade de nossos governantes. Em fim, poderia continuar citando e enumerando consideráveis realidades. Contudo, acredito que já se tem meios para perceber, que nossos candidatos e nossos representantes estão pensando realmente é em alcançar ou manter as mordomias: Altos salários, carro com motorista e combustível para seus passeios de fim de semana, para as madames irem às feiras aos supermercados, as lojas, ao cabeleireiro e, levarem para depois buscarem os filhos aos colégios, escritórios com ar condicionados, secretária, impunidades para seus crimes e abusos, passagens aéreas para lá e para cá, tudo isso por nossa conta. Em contra partida eles estão se tornando fazendeiros, latifundiários e você cada vez mais pobre.
Você não acredita que se a
verba de toda essa mordomia, ou pelo menos parte dela, fosse aplicada na
Educação ou na Previdência as coisas estariam melhor. Você já ouviu alguém do
executivo ou legislativo apresentar ou opinar por esta medida para amenizar o
problema daqueles dois Ministérios?
Porém meus amigos a nossa
hora de mostrar que tudo depende de nós é agora. Não escolha seu representante
levando em consideração as paixões clubísticas, radialísticas, jornalísticas ou
porque aquele candidato lhe fez uma bela e convincente promessa. Analise suas
atuações, busque o concreto, proveitoso e positivo para sua comunidade e conclua
que você não se beneficiou ou foi beneficiado
em nada (já percebeu como está a Mauriti, a Humaitá, os Conjunto Habitacionais
e etc...), e eles em tudo. Estude o comportamento dos aspirantes e se você
concluir que nenhum merece sua confiança, não escolha aquele é amigo do seu
amigo, do seu vizinho ou mesmo seu. Se o escolhido tiver capacidade, condições
morais, tudo bem, senão anule seu sufrágio, pois é a única maneira de dizer que
nenhum serve e que você quer um brasileiro de verdade, autentico, patriota.
Acreditamos que nem tudo está perdido e que seres daquele quilate ainda
existem. Somos 120 milhões, não é possível que no seu Estado, no seu Município,
não exista um cidadão que realmente esteja pensando no melhor para sua gente,
para o seu torrão e que o seu bolso será interesse secundário e conseqüente de
sua atuação e de serviço. Ainda há homens de boa vontade, com certeza.
Amigo leitor tenha em mente que a
união de gravetos, o feixe, é inquebrável, que muitos são os gravetos e que
poucas são as mãos para quebrá-lo. A união faz a força e, contra força não há
resistência, você faz parte da maioria, você é povo e são uns poucos que estão
lhe esmagando. Lembre-se ainda, que são poucos com muito e muitos com pouco,
portanto se você deixar de usar o transporte coletivo, se você se abster de
certos produtos, aquela minoria que você sustenta, alimenta, enriquece, e enche
de conforto, vai perceber em poucos dias, penso não ser necessário nem uma
semana, que você é quem é o mais importante o imprescindível e indispensável e
não eles, e que em seus ramos de negocio você é quem diz de quanto tem que ser
o preço do produto e que só existe comércio porque você existe, vive e é gente.
Experimente!
Lúcio Reis.
Nota do Autor: A carta a seguir tem o evidente teor do protesto aos homens públicos, que através de suas assessorias conseguem endereços e, com verbas do próprio cidadão disparam correspondências a esse próprio cidadão e eleitor com o único objetivo de arrebanhar simpatizantes que os mantenha e garantam a mamata nos poderes constituídos da República. E sequer se importam com a relevância da data que tentam dar de entender serem importantes para eles.
Belém, Pa, em 05 de abril de 1982.
Sr. Brabo de Carvalho.
Por um gesto de educação, esta tem o objetivo de se reportar a sua correspondência, postada em 29 de março p.p.
De inicio gostaria de lhe dizer: entendo que quando o
CRISTO renasce no coração do homem, este resplandece: fraternidade, união,
justiça, amor, doação, humildade, honestidade, desinteresse, trabalho e acima
de tudo muita FÉ, pois tudo isso é a tônica de seu Testamento, o Evangelho.
Depois, faço-lhe as seguintes perguntas:
· O ilustre deputado sabia que a PASCOA existe há mais de 1982 anos e que eu
moro aqui no Pará há mais de 25 anos?
· Sabe V. Sa. o verdadeiro significado do
acontecimento?
· Sabe que eu não o conheço, assim como
através de noticiários conheço outros homens da política nacional e que não me
lembro jamais em tempo algum ter recebido qualquer correspondência desse
parlamentar?
Declaro-lhe que seu cartão de FELIZ PASCOA causou-me
surpresa, até certo ponto, pois logo depois verifiquei que estamos em 1982.
Pelo fato se pode ter a resposta da segunda pergunta acima. É obvio que esse
legislador não avalia o real valor da passagem, pois nem o custo físico ou
material da remessa da correspondência lhe onerou em um níquel sequer, pois
temos conhecimento que a taxação postal, serviços de impressão, secretariado,
tudo lhes é dado grátis, portanto quem arca com essas despesas é o contribuinte
brasileiro, onde me incluo eu. Logo não me acho induzido a uma retribuição do
que foi escrito, apesar de que ela teria muito mais valor, pois posso lhe
garantir que esta taxação postal, o envelope, o papel e a datilografia foram
pagos pelo meu salário.
Nesta oportunidade, e para evitar outras correspondências,
pois antes de novembro, ainda teremos Corpus Chritis, Círio e outras, devo lhe
informar que sou eu mesmo quem faz minhas escolhas e tenha certeza saberei
fazê-la muito bem. Não será por simples cartões que formarei a minha opção.
E para finalizar leia os dois conselhos abaixo:
· 1° - Mostre ao povo o que realmente de
benéfico foi feito em prol dele. Indique os atos e os fatos que o deputado fez,
durante sua legislatura em retribuição a confiança que o povo lhe dedicou e por
certo não será necessário fazer campanha e nem remeter cartões, basta dizer ao
povo que é candidato a reeleição ou a outro cargo e sem dúvida alguma se sairá
muito bem;
· 2° - Não use as coisas de DEUS e de
CRISTO, seu filho, tentando conquistar os seres, para disso usufruir
Atenciosamente
F. Lucio Reis.
PS: Salvo engano o politico acima, já foi a óbito.
Belém, Pa em 01/11/2013
Gerente
Para
não sair das manchetes ou deixar cair no esquecimento do inconsciente
social, gente do PT apronta mais uma alopração, apesar de que nos era
dado o entendimento que, com a condenação dos bandidos do mensalão o
repertório estava esgotado. Ledo engano, ainda havia e por certo ainda
há na manga um baralho e, mais cartas como a do gerente e sabe-se lá
quantas mais nesse baralho de desmandos e ações contrarias ao bem
senso, a ordem e ao respeito.
A
sociedade brasileira nessa última semana teve como prato esquisito,
estranho e difícil de ser saboreado, mesmo que pelas bordas, pois de
alta temperatura na culinária hoteleira e sem dúvida de sabor pior do
que jiló, ante a contratação do mensaleiro petista, ex ministro de
confiança especial do ex presidente Lula, o doutor e consultor, ex
guerrilheiro, quadrilheiro e mensaleiro condenado na AP 470 sua
excelência José Dirceu.
Em
dialogo cordial com amigo que atua na área do direito e dizendo a ele
achar estranho e muito esquisito a contratação de José Dirceu como
gerente de hotel, cargo de confiança, com salário mensal de R$20 mil
reais e assim, ter motivo para não ficar na cadeia durante o dia e,
disse-me ele que o hotel é particular – e agora já sabemos a ligação de
seus titulares com a política e com a situação governamental – e pode
contratar quem quiser e sob as condições que lhe aprouver.
Obviamente
que concordei e respeitei a opinião do meu amigo. Porém, contra
argumentei com a seguinte consideração espelhando uma possível
situação: mesmo sem estares necessitando, recebes em seu lar e
domicílio, uma senhora solicitando emprego de doméstica com habilidade
para cozinhar, lavar e passar roupa ou até mesmo ser babá de filhos ou
netos e, ao apresentar suas referencias documentais, apresenta também
licença judicial para esse labor durante o dia, pois está no estágio de
presidiária no cumprimento de pena no regime semi aberto, em função de
condenação por sequestro, latrocínio, corrupção ativa, formação de
quadrilha e alguns outros art mais de códigos judiciais e então, você a
colocaria tranquilamente dentro de seu lar e domicilio para, por
exemplo, ser babá de um filho ou até mesmo neto? A resposta foi o
silêncio. Ou concordou comigo ou me achou estúpido.
Ora,
só não sabe quem não quer, que o brasileiro tem dó, peninha exarcebada
de bandido, quando apanhado e que recebe lição da turba, desde que ele
não mexa com o próprio ou alguém da família, pois aí ele se puder
lincha e faz justiça com as próprias mãos, como vem ocorrendo
sistematicamente em nosso País e, os casos de execução sumaria se
reiteram toda semana e, nesta que ora finda, vi aqui na trv Curuzú,
bairro da Pedreira, a curiosidade da massa à ir olhar o corpo de mais um
meliante com maravilhoso curriculum de criminalidade e gozando há uma
semana de licença do presídio e assim, alguém o executou fazendo
justiça com as próprias mãos.
As
nossas autoridades a cada dia que passa empurram para situações de
extremas ações como reações de indignação da sociedade ante decisões
tomadas sempre em beneficio do bandido e em prejuízo ou descaso com os
direitos do cidadão de bem.
Há
muito é pedido a redução da maioridade penal como ocorre em países
desenvolvidos mas, o legislativo teima em não atender o anseio popular,
pois para eles há seguranças, carros blindados e etc... custeados por
todo o povo e, enquanto isso famílias seguem perdendo seus chefes ou
algum membro para violência, sequestros relâmpagos sem controle algum,
pois reiterados todos os dias.
Não
há nação sem povo e nenhum hotel sobrexiste sem hospede. Os cidadãos
de vergonha na cara que deliberarem em não mais se hospedarem no hotel
em Brasília no qual o gerente é José Dirceu estarão dando significativa
parcela de colaboração com o futuro desta Nação.
Lúcio Reis
Nota do Autor:
DECEPÇÃO
Decepção, frustração, traição são os adjetivos que me conduziram há décadas a decisão baixo.
A seguir mostro aos que me derem o prazer da leitura os meus
argumentos e que, com base neles decidi, pois lá atrás, década de 70, confiei
na política e no político nacional e que, através das ações de interesse social
e do bem comum, não seria utópico, acreditar numa construção de uma sociedade
igualitária e na qual as desigualdades poderiam ter a diferença de um degrau na
escada da ascensão social e o alcançar o patamar no qual a maioria olharia o
mesmo horizonte do bem comum e, dentro desse panorama, votei, dei meu voto de
credibilidade e a procuração a ser meu representante via mandado pela urna e,
como mostra a história a diligência capotou, os cavalos os burros a jogaram no
lamaçal da corrupção, da malversação do enriquecimento ilícito e, a miséria se ampliou
e drasticamente em todos os sentidos do viver e, desta maneira apenas aumentou
o fosso entre a base e o pico da pirâmide social.
Para não ser conivente e portanto cúmplice da bandidagem que tomou conta de nossos poderes republicanos, não delego procuração a mau caracter, pois se antes pousavam de anjos, hoje sabemos os capetas que o são e tarados por verbas do erário.
Por tudo isso: PREGO E VOTO NULO!
Para não ser conivente e portanto cúmplice da bandidagem que tomou conta de nossos poderes republicanos, não delego procuração a mau caracter, pois se antes pousavam de anjos, hoje sabemos os capetas que o são e tarados por verbas do erário.
Por tudo isso: PREGO E VOTO NULO!
Belém, Pa, em 24 de Outubro de 1978.
Ilustre Deputado Jader Barbalho
Cordiais saudações,
Em primeiro plano quero apresentar-lhe minha gratidão pelo
desejo de que os resultados dos exames, aos quais fui me submeter na Capital
Paulista, fossem bons, conforme expressões suas em seu último telegrama a mim
dirigido. Devo lhe comunicar que os mesmos não poderiam ser melhores, graças a
Deus.
Bem, hoje culminei a leitura do seu livro “Guerras a Vencer”. A
conclusão final que cheguei é a de que ratifica plenamente a minha escolha para
o emprego do meu voto, o de meu cônjuge, de meus pais, outros parentes e até
mesmo de alguns amigos, sobre os quais de certa forma se exerce pequena
influência. Porém, quero nesta ocasião lhe confessar que o seu compêndio, foi a
gota d’água que transbordou a confiança que depositamos em V. Sa., desde a
época de sua candidatura à Câmara de Vereadores desta Capital, pois nossa
escolha já estava feita, tendo em vista os seguintes os fatores: 1° a
crendice de que seremos e de que sempre fomos muito bem representados
pelo ilustre deputado, o qual conhecemos desde os idos tempos dos congressos da
UESP, quando na qualidade de estudante era presidente do Grêmio do CEPC; 2° o
eterno preito de gratidão, pelo desempenho e deferência do jovem parlamentar,
junto aos órgãos do Exército, no que concerne a minha reforma; 3° a amizade do
tempo de estudante e que foi consolidada ainda mais, quando V. Sa., se tornou
nosso professor ou instrutor de Educação Física na antiga Escola Industrial de
Belém, a atual Escola Técnica Federal do Pará.
Se me permiti gostaria de tomar mais um pouquinho de seu
precioso tempo, para tecer, na qualidade de leigo, porém de cidadão, um pequeno
comentário ou melhor expressar a ideia que tenho em relação aos ex-governantes:
estadual e municipal deste Estado e desta Capital respectivamente:
- Achamos ou
entendemos, que ambos ao se candidatarem ou ao aceitarem a atual
concorrência ao Senado e a Câmara Federal, estão subestimando sobre
maneira a boa fé do povo desta terra paraense. Baseamos nossa conclusão
nos seguintes aspectos:
- 1° - No
decorrer dos últimos quatro anos se verificou e se constatou o aumento
assustador dos índices de: marginalidade, criminalidade, de roubo, de
acidentes de trânsito, de aumento de custo de vida, que se sente todos os meses
quando se vai aos supermercados e as feiras; de falta de luz, de deficiência no
fornecimento de água, de sujeira na cidade, em fim o povo e a Cidade, de certo
modo ficaram “entregues a sua própria sorte”;
- 2° - Que
infelizmente a camada menos esclarecida esta iludida com pretensos benefícios
apresentados pelos ex-governadores, tais como: a avalanche de títulos de terras
distribuídos, aumento dos proventos dos aposentados do estado, asfaltamento de
determinadas artérias, inauguração da Rodovia Augusto Montenegro, construção e
inauguração de Praças;
Nossas fontes de informação se baseiam nos órgãos de imprensa:
escrita, principalmente jornal (O LIBERAL), falada e televisada.
Dias atrás assistindo pela TV uma entrevista dada pelo
governador do Estado do Rio de Janeiro, ele se justificou de uma deficiência em
um determinado setor governamental, o qual no momento me foge a memória, que a
culpa era exclusiva do Secretário, que ocupava aquela pasta. Talvez os nossos
ex-dirigentes façam o mesmo: atribuam os senões que citei no item 1° acima, aos
seus mandatários, o que para nós não explica e nem justifica, de vez que eles
foram escolhidos por aqueles governantes a quem em minha opinião, salvo melhor
juízo, cabe a fiscalização de seus funcionamentos a contento ou não, pois o que
não falta é alerta dado tanto pela imprensa como pelos deputados e vereadores
desta Capital.
Por outro lado, o ex-detentor do poder executivo desta Unidade da
Federação em entrevista dada a imprensa desta Metrópole, no afã de justificar
uma distribuição de terras, feita a uma filha sua, declarou que o mérito era
único e exclusivo do Secretário de Agricultura ou do dirigente do ITERPA,
qualquer coisa assim. Como já lhe disse, ignoro certos fatores e não sei
exatamente a quem compete tal procedimento. No entanto veja bem: quando foi
para beneficio eleitoral os louros foram atribuídos ao candidato ao Senado,
porém quando foi usado como arma para uma possível impugnação de candidatura,
as "honrarias revertem em prol do Secretário".
Temos procurado até o momento uma explicação satisfatória para a
inoperância dos órgãos ou setores essenciais de uma comunidade, tais como por
exemplo: Luz, Água e Segurança, quer no trânsito de veículos, como no de
pedestres e, a do cidadão e não encontramos uma sequer, pois nem mesmo os
diretores daqueles departamentos ou setores foram substituídos.
O que nos causa admiração é que se queira chamar Belém, de
Grande Centro, ou de Grande Cidade, pois com a constante falta de luz, falta de
água, sinais luminosos (semáforos) que não cumprem sua finalidade e que muitas
das vezes são causadores de acidentes, por vezes fatais, inexistência de
guardas de trânsito para orientar e não somente para multar, que é quando eles
aparecem, só dá mesmo para cognominá-la de Cidade das Mangueiras, pois Grande
Centro ela só possui mesmo o enorme número de assaltos, arrombamentos e roubos.
Lamentamos profundamente é que o povo não veja que se aqueles
governantes não tivessem feito pelo menos o que eles apresentam como sendo um
grande bem a sociedade, isto aqui seria uma calamidade um caos total. E o que é
ainda mais de se lastimar é que este mesmo povo não compreenda que eles não
fizeram nenhum favor, de vez que não se tratou de obras particulares, quero
dizer não foram custeadas com verbas pessoais e sim, com numerário de origens
diversas entre outras de impostos pagos pelo próprio povo.
Sabemos perfeitamente que V. Sa. Como ferrenho defensor
dos interesses e bem estar deste povo tem pleno conhecimento de todos os fatos
que citei na presente, os quais por si sós são um constante alerta. Todavia,
pretendemos torna-lhe claro os argumentos que nos levam a confiar em V.
Sa. e no candidato que nos foi indicado. Não temos a pretensão de ensinar
e nem tampouco de mostrar “Padre Nosso” a vigário.
Aproveitando o ensejo queremos nos redimir por ter-lhe
tomado minutos valioso, com assuntos, que se nos permiti tratar-lhe assim: o
amigo é profundo conhecedor, mas que há muito tempo sentimos o desejo de
extravasar ou desabafar, pois os mesmos nos provoca asco e ver tais
disparates nos incomoda.
Nesta ocasião queremos lhe desejar um brilhante mandato
que se avizinha e que o mesmo seja repleto de realizações e de felicidades.
Recomendações a digníssima família e aceite nossos votos de prosperidade, paz e muito sucesso.
Um abraço.
Atenciosamente
F.
Lúcio N Reis
Corruptos e condenados
Vestiu uma camisa listrada mas, não saiu por ai
Ao invés de caviar com torrada
Só pão dormido com chá
Pão de ló com creme nem pensar
Mordomias com erário nem imaginar
Se pensavas ir lá fora a grana gozar
No poder ficar, ficar e se perpetuar
A grana do pobre brasileiro pegar
Trouxe para ti o azar
O mensalão derrubou tua empáfia
E se tornou uma autofagia
Então veio a toga e derrubou tua máfia
Hoje o Brasil exulta e chora de alegria
A cidadania do bem festeja este dia
Joaquim Barbosa vimos, lutou sem esmorecer
Foi macho apoiado no seu direito saber
E disso tudo, quem quis pode ver
Colaborou para do Brasil mudar
A pecha de País da impunidade
Das leis e sua nulidade no aplicar
Com o achincalhe de nossa nacionalidade
Na celebração da República a maioridade
Desta Nação o inicio da responsabilidade
E no amanhã o raiar da esperança
Do poder estudar para cada criança
O reconstruir de outra era com forte crença
De que o Brasil é forte, grande e protegido
Por Deus imaginado e por Ele abençoado
E por isso sabemos ser Deus fraterno brasileiro
E assim nosso povo não será mais magoado
E viverá o amanhã com liberdade e por todos amado.
Lúcio Reis
Belém-Pará
15/11/13
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