quinta-feira, 3 de março de 2016

 Castelo em Palafitas com Tamborim.


O Brasil há décadas, se notabilizou pelo título que se lhe fora atribuído de não ser um País sério. Mas, em compensação, essa pecha também, por longos anos foi atenuada com o sinete de ser a Nação do futebol ou a Pátria de chuteiras e, de copa em copa, os anos foram se somando, até que com o score de 7 x 1 a Alemanha tirou as travas das chuteiras canarinho.
Com a evolução dos casos de corrupção e até mesmo o aperfeiçoamento das ações e que, levaram alguns a merecerem destaque nacional ainda lá atrás no século anterior, tais como os “anões do orçamento”, a trama na “SUDAM” e o episódio “BANPARA”, só para mencionar uns poucos, do extenso rol e arquivo, que frequentou o noticiário e habilitou o Brasil a merecer de fato e de direito a faixa de País da corrupção, com bordadura dourada do jeitinho brasileiro de corromper e levar vantagem em tudo.
Esses carimbos em negrito sobre o curriculum de nosso Berço, ensejaram, por outro lado, o surgimento em palanque de sucessivos e vários “salvadores da pátria” os quais, tendo as mãos a receita mais eficaz para as soluções e na convincente oratória combativa contra tudo o que não servia à sociedade, ao passar de muitas campanhas eleitorais, trouxeram e traziam a esperança nas promessas de reconduzir a locomotiva verde e amarelo aos trilhos da decência, da moralidade e por consequência da prosperidade e, com as normas da ordem, como reza em nosso Pavilhão.
E nesse contexto de enganação pós enganação, mentira e traição da confiança popular, vários aos longos desses anos, ascenderam e assumiram posto e  funções nas administrações nacionais, tanto a nível federal, quanto no estadual e  municipal.
Porém, até aqui nenhum, ressalvando quem sabe raríssima exceção, executou seu receituário de sarar o paciente e, o que se lastima, e até mesmo ser razão para chorar copiosamente, é que o doente está a caminho ou quem sabe, já estendido num leito de um CTI e com ajuda de aparelhos respirando.
E no corredor a esperar um posicionamento alentador do plantonista, vem então as perguntas mais decorrentes para a causa dessa brutal piora? Porquê chegamos até aqui e por que a tendência é o ficar mais complicado, o que já estava crítico e tende a chegar ao péssimo?
Elementar meu caro cidadão brasileiro! A origem é esse sentimento de uma maneira geral de atração fatal pelo mau feito, de aplaudir de pé e o olhando de baixo para cima, quando o mesmo em palanque lhe mente outra vez, e assim o venera como salvador ou milagreiro, mesmo a despeito de que ele vai, novamente, pisar na sua dignidade de cidadão, não vai lhe retirar do atoleiro e mesmo que ele lhe engane de novo e o traia reiteradamente, ainda assim, ser-lhe-á dado outro voto de confiança e com esse cenário, fica bem explicito a pintura do malandro esbofeteando a cafetina.
E foi com o conhecimento dessa fragilidade, até mesmo que se possa adjetivar masoquista, que há treze anos o Brasil como um mosquito caiu na teia de aranha mais ardilosa, tecida desde às portas de industriais no sudeste e que, com o trombetear de sempre do exterminar com as maracutaias e que, no Congresso Nacional havia mais de 300 que não eram sérios, ou como dizia aquele outro, com o capacete de caçador, e fuzil de exterminar marajás do erário, que iriam eliminar a corrupção e os desmandos e, nesse ritmo o Brasil inaugura a sua mais negra e tétrica tela na politica brasileira.
Porém, como o paciente já estava sob tratamento intensivo e com o soro na veia, eis que a equipe “médica de plantão” resolve aplicar uma dose robusta via “scalp”, de um fortificante chamado posteriormente de mensalão e com essa dose a medida do gráfico no leito do doente ganhou mais informes de declínio e séria piora de seu estado geral.
Todavia, é como se houvesse recaído sobre a Nação uma maldição proferida por algum mago e que, não tem nenhuma simpatia por este povo, pois saí o salvador ou faz de conta que saiu, e entra uma salvadora, por aquele indicada e, com o apelativo título e aura maternal, cognominada de mãe do PAC.
E foi então que se iniciou a colocação das estacas de sustentação para o Castelo Brasil, fincadas no lamaçal dos inúmero e diários casos de arrombamento do tesouro, transformando-o, portanto, nossa economia e nossa Pátria, numa Palafita de horrenda pintura e na qual, como outra séria maldição vinda de um ente descomunal, adjetivada de incompetência, recaíram as mais graves pragas que se pode atribuir a uma sociedade e que lá atrás biblicamente profetizada para toda a humanidade.
A praga da corrupção com mais poder de penetração e destruição do que a do mensalão, toma umas doses de hidrocarbonetos e ataca severamente a Petrobrás  sem dó e nenhuma piedade. E aquela que viria gestar o PAC nada viu ou sentiu, mesmo estando a cabeceira da mesa da relevantíssima empresa brasileira, que ficou sob as garras dos abutres que a estraçalharam com suas garras e bicos destruidores de valores morais, sociais e de seriedade com honestidade.
Mas o projeto de poder e de no futuro colocar a Nação no bolso, através do Fórum de São Paulo, tolhe voluntariamente o ver e enxergar do avanço do Aedes aegypti, e portanto, não há o ataque e o devido combate a praga desse pernilongo e eis que se chega a situação calamitosa atual que maltrata o povo mas, desmestifica o mito petista de governar.

E então com a maior empresa brasileira quebrada, com o avanço da zica prosperando, o país para o passado voltando e o futuro nascendo com microcefalia, completa-se o projeto de perpetuação no poder, pois no amanhã, nem será preciso a isca das bolsas assistênciais para manter os currais eleitorais, posto que o discernimento construtivo, o pensamento critico em prol do bem comum, praticamente não existirá.
E assim o Castelo sobre palafitas de hoje será jogado no pântano dos desvios e vícios de condutas e em seu lugar surgirá o castelo vermelho da ilusão do comum a todos e habitado por súditos teleguiados.
Porém, como somos diferentes e únicos em nossos costumes, há que se levar em conta também, que, para  esse sonho seja factível, há necessariamente que haver uma mudança radical na mentalidade do brasileiro, pois mesmo que todo o acima seja verdade, não deixa de ser verdadeiro também que, se não somos mais o País do futebol, ainda somos a Nação do samba e do carnaval.


Lúcio Reis
Belém, Pa, em 03/03/16

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