Castelo em Palafitas com Tamborim.
O Brasil há décadas, se notabilizou
pelo título que se lhe fora atribuído de não ser um País sério. Mas, em
compensação, essa pecha também, por longos anos foi atenuada com o sinete de
ser a Nação do futebol ou a Pátria de chuteiras e, de copa em copa, os anos
foram se somando, até que com o score de 7 x 1 a Alemanha tirou as travas das
chuteiras canarinho.
Com a evolução dos casos de
corrupção e até mesmo o aperfeiçoamento das ações e que, levaram alguns a
merecerem destaque nacional ainda lá atrás no século anterior, tais como os
“anões do orçamento”, a trama na “SUDAM” e o episódio “BANPARA”, só para
mencionar uns poucos, do extenso rol e arquivo, que frequentou o noticiário e
habilitou o Brasil a merecer de fato e de direito a faixa de País da corrupção,
com bordadura dourada do jeitinho brasileiro de corromper e levar vantagem em
tudo.
Esses carimbos em negrito sobre o
curriculum de nosso Berço, ensejaram, por outro lado, o surgimento em palanque
de sucessivos e vários “salvadores da pátria” os quais, tendo as mãos a receita
mais eficaz para as soluções e na convincente oratória combativa contra tudo o
que não servia à sociedade, ao passar de muitas campanhas eleitorais, trouxeram
e traziam a esperança nas promessas de reconduzir a locomotiva verde e amarelo
aos trilhos da decência, da moralidade e por consequência da prosperidade e,
com as normas da ordem, como reza em nosso Pavilhão.
E nesse contexto de enganação pós
enganação, mentira e traição da confiança popular, vários aos longos desses
anos, ascenderam e assumiram posto e funções nas administrações
nacionais, tanto a nível federal, quanto no estadual e municipal.
Porém, até aqui nenhum, ressalvando
quem sabe raríssima exceção, executou seu receituário de sarar o paciente e, o
que se lastima, e até mesmo ser razão para chorar copiosamente, é que o doente
está a caminho ou quem sabe, já estendido num leito de um CTI e com ajuda de
aparelhos respirando.
E no corredor a esperar um
posicionamento alentador do plantonista, vem então as perguntas mais
decorrentes para a causa dessa brutal piora? Porquê chegamos até aqui e por que
a tendência é o ficar mais complicado, o que já estava crítico e tende a chegar
ao péssimo?
Elementar meu caro cidadão
brasileiro! A origem é esse sentimento de uma maneira geral de atração fatal
pelo mau feito, de aplaudir de pé e o olhando de baixo para cima, quando o
mesmo em palanque lhe mente outra vez, e assim o venera como salvador ou
milagreiro, mesmo a despeito de que ele vai, novamente, pisar na sua dignidade
de cidadão, não vai lhe retirar do atoleiro e mesmo que ele lhe engane de novo
e o traia reiteradamente, ainda assim, ser-lhe-á dado outro voto de confiança e
com esse cenário, fica bem explicito a pintura do malandro esbofeteando a
cafetina.
E foi com o conhecimento dessa
fragilidade, até mesmo que se possa adjetivar masoquista, que há treze anos o
Brasil como um mosquito caiu na teia de aranha mais ardilosa, tecida desde às
portas de industriais no sudeste e que, com o trombetear de sempre do
exterminar com as maracutaias e que, no Congresso Nacional havia mais de 300
que não eram sérios, ou como dizia aquele outro, com o capacete de caçador, e
fuzil de exterminar marajás do erário, que iriam eliminar a corrupção e os
desmandos e, nesse ritmo o Brasil inaugura a sua mais negra e tétrica tela na
politica brasileira.
Porém, como o paciente já estava
sob tratamento intensivo e com o soro na veia, eis que a equipe “médica de
plantão” resolve aplicar uma dose robusta via “scalp”, de um fortificante
chamado posteriormente de mensalão e com essa dose a medida do gráfico no leito
do doente ganhou mais informes de declínio e séria piora de seu estado geral.
Todavia, é como se houvesse recaído
sobre a Nação uma maldição proferida por algum mago e que, não tem nenhuma
simpatia por este povo, pois saí o salvador ou faz de conta que saiu, e entra
uma salvadora, por aquele indicada e, com o apelativo título e aura maternal,
cognominada de mãe do PAC.
E foi então que se iniciou a
colocação das estacas de sustentação para o Castelo Brasil, fincadas no lamaçal
dos inúmero e diários casos de arrombamento do tesouro, transformando-o,
portanto, nossa economia e nossa Pátria, numa Palafita de horrenda pintura e na
qual, como outra séria maldição vinda de um ente descomunal, adjetivada de
incompetência, recaíram as mais graves pragas que se pode atribuir a uma
sociedade e que lá atrás biblicamente profetizada para toda a humanidade.
A praga da corrupção com mais poder
de penetração e destruição do que a do mensalão, toma umas doses de
hidrocarbonetos e ataca severamente a Petrobrás sem dó e nenhuma
piedade. E aquela que viria gestar o PAC nada viu ou sentiu, mesmo estando a
cabeceira da mesa da relevantíssima empresa brasileira, que ficou sob as garras
dos abutres que a estraçalharam com suas garras e bicos destruidores de valores
morais, sociais e de seriedade com honestidade.
Mas o projeto de poder e de no
futuro colocar a Nação no bolso, através do Fórum de São Paulo, tolhe
voluntariamente o ver e enxergar do avanço do Aedes aegypti, e portanto, não há
o ataque e o devido combate a praga desse pernilongo e eis que se chega a
situação calamitosa atual que maltrata o povo mas, desmestifica o mito petista
de governar.
E então com a maior empresa
brasileira quebrada, com o avanço da zica prosperando, o país para o passado
voltando e o futuro nascendo com microcefalia, completa-se o projeto de
perpetuação no poder, pois no amanhã, nem será preciso a isca das bolsas
assistênciais para manter os currais eleitorais, posto que o discernimento
construtivo, o pensamento critico em prol do bem comum, praticamente não
existirá.
E assim o Castelo sobre palafitas
de hoje será jogado no pântano dos desvios e vícios de condutas e em seu lugar
surgirá o castelo vermelho da ilusão do comum a todos e habitado por súditos
teleguiados.
Porém, como somos diferentes e
únicos em nossos costumes, há que se levar em conta também, que,
para esse sonho seja factível, há necessariamente que haver uma mudança
radical na mentalidade do brasileiro, pois mesmo que todo o acima seja verdade,
não deixa de ser verdadeiro também que, se não somos mais o País do futebol,
ainda somos a Nação do samba e do carnaval.
Lúcio Reis
Belém, Pa, em 03/03/16
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